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terça-feira, 14 de novembro de 2017

NOVO DISCURSO

por estatuadesal

(In Blog O Jumento, 14/11/2017)

Plano A & B

Imagem in Blog 77 Colinas

Sem saber muito bem como reagir à perda do poder, fortemente condicionada pela pantominice do primeiro-ministro no exílio que se recusava a fazer propostas, com dois candidatos à liderança do PSD que fundidos não dariam um candidato de jeito, os partidos da direita continuam desorientados. Em vez de apresentarem um programa alternativo, ainda não deixaram de ser PAF e de estar em campanha, como se o programa da coligação para as últimas legislativas fosse válido para duas legislaturas.

A primeira consequência deste vazio de ideias está na incoerência do discurso, muito óbvia em temas, como, a título de exemplo, a reposição dos rendimentos. Prometida no programa do PAF e mais do que decidida pelo Tribunal Constitucional, a reposição da legalidade em matéria de vencimentos e de pensões começou por ser tratada como a reversão de uma grande reforma, quando dá jeito lembra-se que o PAF iria repor tudo, mas de forma mais gradual.

Rui Rio andou anos a zurzir contra Passos, agora diz que o ainda líder do PSD é um herói nacional e presta vassalagem a Maria Luís Albuquerque, criticando o governo por falta de capacidade reformista. Isto é, acusa-se o seu partido ter deixado de ser social-democrata, mas para conseguir os votos dos militantes do PSD próximos de Passos defendem-se as supostas reformas que levaram o partido para a extrema-direita. Santana é mais claro, defende Passos e todas as suas políticas.

Primeiro era o plano B e a vinda do diabo, como as coisas correram bem o diabo vinha no ano seguinte e se não veio em 2016 foi porque o plano B foi adotado. Alguém reparou nas cativações, o oportunismo circunstancial do BE validou a tese e a partir daí todos os males resultaram da ausência do Estado, tudo culpa das cativações.

Até no caso da legionela a primeira reação da direita foi invocar a ausência do Estado em consequência das cativações, mas como alguém recordou que o governo de Passos tinha alterado as regras de controlo da qualidade para fazer poupanças, depressa se esqueceram das cativações e desta vez ninguém foi dar abraços e beijinho aos familiares das vítimas, o CDS não exigiu que fossem atribuídas indemnizações. Em Portugal tem direito a indemnizações quem dá mais votos.

A jantarada da Santa Engrácia veio dar a uma direita um novo discurso, um dos mais apagadinhos governantes do governo anterior, uma segunda escolha no cargo, atacou Costa dizendo que este governo culpa o anterior de tudo. Isto dias depois da direita se calar com a legionela, veio mesmo a calhar. Agora desde o mastodonte do Amorim ao Bernardo Serrão da SIC não param de matraquear, este governo culpa o antecessor de tudo.

Este é um argumento que vem mesmo a calhar, daria muito jeito esquecer o que fizeram e continuar a culpar o antecessor de Passos de tudo o que de mal sucede.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Sem ironia, isto é chocante



por estatuadesal
(Isabel Moreira, in Expresso Diário, 10/09/2017)
ISA_MOR
Não é verdade que em política se deseje a desgraça dos outros. A nossa democracia representativa precisa de partidos estruturados, espelhos reais da diversidade social, ativos nas propostas para o país. Não é bom para ninguém que a estabilidade governativa não encontre a alternativa de uma oposição atenta, com substância.
A universidade de Verão do PSD serve para falar de política. É para isso que iniciativas destas foram criadas. A universidade de Verão é um espaço de formação de quadros políticos, jovens que felizmente estão interessados em fazer política.
A universidade de Verão retratou um PSD vazio, mesquinho, ressabiado, populista e isto é chocante. O maior Partido da oposição ainda não fez as pazes com a circunstância de não ser Poder, o PSD ainda perde tempo a agitar fantasmas, a sua verborreia confirma a inexistência de alternativa à solução governativa atual e isto é chocante.
De bandeira na lapela, uma espécie de afirmação de inconformismo perante o normal funcionamento da democracia, os “sociais-democratas” são o palco de Cavaco Silva, o ex-presidente mais impopular da nossa história, desesperado com a popularidade do atual Presidente, desesperado por a democracia ter feito dele o PR que empossou o atual Governo, desesperado perante o fracasso de anos da sua vida dedicados à tentativa de destruição da esquerda e de favorecimento do seu Partido. Foi este Cavaco Silva que falou aos jovens quadros políticos de uma alegada revolução socialista em curso, de “pios” e da realidade imaginária do orador, a tal que trava as nossas ideologias perigosas.
De bandeira na lapela, os “sociais-democratas” são o palco de Paulo Rangel, o reacionário populista de serviço que não hesitou em afirmar que as políticas do atual governo já mataram De bandeira na lapela, os “sociais-democratas” são o palco de Poiares Maduro, o ex-governante que compara a credibilidade de Costa ao cabelo de Trump, todo um momento de elevação política aplaudido pelos jovens que querem ser os atores políticos de amanhã.
Nada disto é normal, tudo isto é chocante, não temos memória de um PSD entregue ao populismo primário e à desistência do seu papel histórico na governação de Portugal.
Passos enfurece-se com as críticas, acena a bandeira da liberdade de expressão (como se alguém tivesse silenciado os seus convidados), confirma o seu apoio ao candidato a Loures e mostra o saco vazio das suas propostas.
A verdade é que não há ideologia sem realidade, a verdade é que a realidade se mostra com factos, a verdade é que esses factos são a prova de que existia alternativa a Passos. O PSD sabe dos resultados da alegada “revolução socialista”, sabe do défice mais baixo da história, sabe do crescimento sem paralelo do investimento, sabe do aumento das exportações, sabe do estancar da perda de jovens para a emigração, sabe da diminuição dos níveis de desemprego e sabe do aumento dos níveis de criação de emprego, sabe dos níveis recuperados de confiança, sabe.
O PSD sabe e prefere recusar qualquer consenso, o PSD sabe e prefere o maldizer à apresentação de alternativas, o PSD sabe e escolhe falar em eleitoralismo em vez de dar voz a um eleitorado que existe.
Hoje, ninguém sabe de uma única proposta do PSD para o país. A universidade de Verão do PSD foi um espelho assustador do que é atualmente a alternativa destruída ao governo socialista.
Isto não é só mau. É mesmo chocante.
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segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Assunção Cristas, o sentido de Estado e a linguagem


por estatuadesal
(Carlos Esperança, in Facebook, 31/08/2017)
cristas_melo
A presidente do CDS, agremiação cujo desvio reacionário afastou o fundador, procura a permanência no cargo que Nuno Melo aguarda. Este é o genuíno herdeiro ideológico do tio, cónego Melo, o da estátua de 7,5 metros que decora Braga, cuja lealdade a Salazar, ao MDLP e ao ELP era à prova de bomba. Além disso, tem perfil miguelista e caceteiro.
Assunção Cristas, acossada dentro do partido que espera o seu fracasso em Lisboa, onde até o PSD de Passos Coelho conseguirá derrotá-la, esbraceja para se manter à tona num clube condenado a ser a muleta de qualquer PSD.
Curioso é o carinho que a comunicação social lhe dispensa, não faltando a condenação ao primeiro-ministro a quem a senhora deputada, chamou reiteradamente mentiroso, no Parlamento, por tê-la designado por “aquela senhora”, indelicadeza despercebida pela minha origem social e débil domínio do léxico urbano.
A excelsa senhora, que não considera a palavra “mentiroso” um insulto, também viu na referência à sua virtuosa dignidade um “tom de linguagem menos próprio”.
Impróprio é liquidar o grupo económico GES/BES, num Conselho de Ministros virtual, a pedido de uma amiga pouco recomendável, por email, e sem conhecimento do dossiê. Impróprio foi pensar que a carreira académica e umas galochas conferiam competência suficiente para sobraçar uma pasta onde a sua inépcia foi posta à prova.
O que urge perguntar aos portugueses, mesmo aos nostálgicos do Governo PSD/CDS, é se preferem Passos Coelho a António Costa, Cavaco a Marcelo, e Maria Luís a Mário Centeno.
Gostava de poder contar o número de eleitores assumidamente sadomasoquistas.

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Dupla de artistas deixa PàF descalço

 

(J Nascimento Rodrigues, in Facebook, 24/02/2017)
 
costa_centeno
A crítica ruidosa de que a dupla Costa & Centeno são ainda mais austeristas do que os PàFs pois consolidaram ao ponto de fazerem descer o défice orçamental para 2,1% do PIB, ‘surpreendendo’ Bruxelas e FMI, não tem o efeito desejado no gajo da rua que não gosta de vermelho nem de rosa.
Pelo contrário, para aquele pessoal de ‘centro’ que sempre olhou a geringonça como o diabo que iria mergulhar o orçamento no despesismo «socratista» e o país à beira de um segundo pedido de resgate no meio de um cataclismo económico, a performance artística da dupla até que não deixa de ser o menor (melhor?) dos males.
Também estas gentes do ‘centro’ ficaram surpreendidas e entre um pássaro na mão (as concessões aqui e ali que poderão obter e a ‘paz social’ sem a CGTP todos os dias na rua e em alguns sectores sempre a chatear) e dois passarocos retóricos a voar, está bem de ver qual a opção «pragmática», e «útil».
Os que ficaram ainda mais surpreendidos foram os que, habituados à mama da teta dos contratos da Administração Pública, tenham ou não mérito no que vendem ou sejam ou não necessários os seus ‘serviços’, viram que o aperto da consolidação socialista lhes estragou a faturação. Esses, então, estão mesmo, mesmo, mesmo danados com essa coisa da dupla Costa & Centeno querer dar um ar de respeitadores das «regras europeias».
Centeno (e Costa como comandante em chefe) apanha(m) os louros – mesmo que atribuídos a contragosto pela ala mais radical do Eurogrupo e pelos técnicos do FMI, os últimos, sempre, a corrigir os parágrafos de previsões. Louros merecidos com uns quantos truques de gestão orçamental e uma prenda caída dos céus que foi só aproveitar (o turismo), finalizando com o cansaço dos empresários de verdade com a política de megafone dos «patrões» das confederações (que não passam de uma espécie de políticos mascarados fora do parlamento).
Os empresários de verdade tomaram a decisão sensatamente inevitável de, aos poucos, recomeçar a investir (ao que parece até em maquinaria) e continuar a explorar o mundo – antes que venha aí alguma grande tormenta mundial. É a janela de oportunidade, estúpido!
É claro que os truques de gestão orçamental têm o seu limite – o relatório do FMI apontou-o com clareza, e com precisão cirúrgica (discorde-se ou não dos pressupostos e objetivos). Costa & Centeno sabem-no bem. A coisa está nos manuais de escola. Os dois não são nenhuns patetas alegres.
A ideia de António (e que Mário reza todos os dias à noite antes de se deitar) é que, enquanto o pau vai e vem, e não há uma hecatombe na zona euro – esperança mesmo é que não haja - e um protecionismo caótico na cena mundial, pode ser que a economia aqui portuga melhore a performance (e suba mais, no futuro, do que os 1,4% deste ano) e crie a cama para mais uma corrida de consolidação (para um défice claramente abaixo de 2% do PIB) este ano e no próximo. Aí, seria o gozo supremo, e o esvaziar do PàFismo e o calar, definitivo, do Eurogrupo e do FMI.
E, claro, se a coisa até correr mesmo assim benzito - e sem surpresas drásticas nas eleições por essa Europa - até que mais uma série de reivindicações dos aliados poderão ser satisfeitas sem stresses.
Pelo meio, naturalmente, Costa & Centeno fizeram o que era mais do que óbvio que tinham que fazer em 2016 - o «despesismo» necessário que acabou por não contrair a consolidação. Repuseram o que foi roubado nominalmente a grandes parcelas da classe média e transmitiram-lhe a ideia de que a consolidação para agradar Bruxelas e Berlim (e o FMI) pode ser soft. A classe média, o grande ‘eleitor’ hoje tem a geringonça – toda ela - como seu padrinho. O pessoal aqui no corner agradece naturalmente (nem preciso de explicar porquê).
O pior, o pior, mesmo o diabo, é se Trump descamba já em 2017 (e não só em 2018) e se os eleitores por essa zona euro fora resolvem pregar uma partida de março a setembro. Aí, está o caldo entornado -- mas, mesmo, no caos, há sempre oportunidades.
 
 
Ovar, 26 de fevereiro de 2017
Álvaro Teixeira