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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Tentações

ladroes de bicicletas

Posted: 19 Oct 2017 07:13 AM PDT

Quando se aceleram os ritmos de trabalho na comunicação social, há coisas que ficam pelo caminho.
Uma delas é capacidade de resistir à tentação de ser ligeiro e rápido. E o risco que se corre é o de - na versão mais benigna - haver uma colagem ao sabor das ondas que passam pela comunicação social - e pelas estratégias político-partidárias - superficializando o jornal que se faz.
Títulos que se tornam autênticos editorais, opiniões que se duplicam e se complementam, na prática, numa estratégia de promoção partidária...

.. em que questões pertinentes que ficam arredadas do título - se houve concertação entre CDS e Marcelo Rebelo de Sousa ou a interpretação do CDS do discurso do PR em que o coloca como estando de acordo com a direita - são tapadas com discurso político que já se ouviu em toda a parte. 
O dilema das Direcções Editoriais muito orientadas é que, mais dia menos dia, se tornam excessivamente presentes e acabam por colar a sua própria imagem à do jornal, até ao ponto em que os seus donos acharem que seja demasiado, porque degrada o produto. O seu destino fica então marcado com o destino do que se passa na conjuntura externa ao jornal. Ou não, mas nessa altura, tornam-se em algo completamente diferente do que aquilo para que foram criados.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

O PRESIDENCIALISMO DOS LIKES

Estátua de Sal


por estatuadesal

(In Blog O Jumento, 19/10/2017)

like

As últimas quatro semanas foram úteis para compreender Marcelo Rebelo de Sousa, para entender melhor como ele exerce as funções presidenciais e para clarificar as relações com o governo. O Marcelo Presidente é o Marcelo de sempre, é o Marcelo das brincadeiras do Expresso, o Marcelo dos almoços que não se realizaram, o Marcelo da TVI ou o Marcelo inventor de fatos políticos.

Marcelo conquistou os portugueses com uma estratégia de Facebook, em menos de nada conseguiu um recorde de likes e de amigos, conseguiu likes na esquerda e na direita, na oposição e no governo, nos ricos e nos pobres. Com a estratégia dos beijinhos, lágrimas e selfies Marcelo tornou-se unânime, uma espécie de caudilho (*) das redes sociais. Agora que tem muitos likes e muitos amigos, Marcelo sente que tem mais poderes do que aqueles que a Constituição lhe confere, se é que pela interpretação que fez das regras constitucionais na sua última comunicação ao país não entende que os seus poderes são quase ilimitados.

Marcelo sente que tem mais poderes do que os constitucionais, sente que a sua notoriedade tipo Facebook lhe dá o poder de apoiar ou derrubar governos, de ajudar candidatas autárquicas que por coincidência se cruzam com ele, de escolher as lideranças partidárias. Os poderes presidenciais são neste momento muito maiores do que os que decorrem das regras constitucionais. Dantes podia dissolver o parlamento, agora pode manipular os sentimentos e a opinião dos eleitores com os seus discursos de afetos.

Há uns tempos Marcelo servia o pequeno-almoço, o almoço, o jantar e a ceia aos sem-abrigo, até almoçou com um casal que viveu na rua, comeu empadão de atum, acompanhado de Encosta do Alqueva reserva de 2014 com entradas de presunto e chouriço caseiro da guarda e pudim na sobremesa, tudo devidamente acompanhado pela RTP para que aumentassem os likes. Na época a prioridade do governo era o problema dos sem-abrigo.

Durante meses substituiu-se ao INE e ao ministro das Finanças dando as boas notícias, andava tão animado que chegou a achar que a economia iria ter um crescimento de 3% e ainda achou pouco. Pelo meio, vimos um Presidente fazer um julgamento sumário de um ministro das Finanças, chegando ao ponto de ler os SMS do ministro, poderes que nem o parlamento tem. A notoriedade confere poderes que ninguém se lembraria de escrever na Constituição.  Neste país europeu o Jornal de Negócios e outros titulavam que “Marcelo viu SMS de Centeno e não gostou do que leu” e toda a gente achou este desvio democrático tropical e vergonhoso como algo aceitável.

Esquecidos os sem-abrigo a prioridade passou a ser a dívida, agora as procissões de Marcelo são junto das vítimas dos incêndios e a prioridade no caso de haver folga orçamental passou a ser acorrer ás vítimas dos incêndios, daqui a um ou dois meses Marcelo decide ganhar mais uns likes e a prioridade da folga orçamental será outra. De dia para dia o Presidente usa o poder dos seus likes para presidencializar o regime. Enquanto o governo anda numa roda viva a correr atrás das prioridades que ele define quase semanalmente a comitiva presidencial organiza a agenda para ganhar mais likes para que o Presidente aumente o poder dos seus likes, que cada vez mais se sobrepõe e ignora os poderes constitucionais.

Se a economia vai crescer e Marcelo tem acesso antecipado aos dados anuncia a boa nova e ganha  os likes, como se o ministro das Finanças fosse o seu assessor da Casa Civil para a Economia. Se a S&P tira Portugal do lixo Marcelo ganha os likes. Se algo corre mal na economia Marcelo diz ao governo o que deve fazer e ganha os likes. Se há incêndios ou tragédias Marcelo vai dar abraços e beijinhos e ganha os likes. No Estado há um deve e um haver, o deve são os likes para a presidência pelo que corre bem e pela parte fácil do que corre mal. O Haver é para o governo que serve de saco de boxe quando algo corre mal.

Quantas vezes Marcelo fez voluntariado junto dos sem abrigo antes de ser presidente, quando até tinha uma agenda mais ligeira? Quantos comentários e propostas fez Marcelo nos seus comentários televisivos em matéria de incêndios? Quantas vezes Marcelo usou os seus comentários para fazer previsões económicas? Quantas vezes bebeu Encosta do Alqueva reserva de 2014 com pobres? Até parece que Marcelo enjoou a comida dos jantares de banqueiros para onde era convidado.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Marcelo, o regresso do filho pródigo

Estátua de Sal


por estatuadesal

(Por Dieter Dillinger, in Facebook, 17/10/2017)

marcelo_caricatura

O PR Marcelo incendiou hoje o País no próximo verão ao politizar em excesso a atividade dos INCENDIÁRIOS.

Marcelo Rebelo de Sousa veio à televisão defender indiretamente os INCENDIÁRIOS assassinos e atacar o governo e em particular a ministra Constança Urbano de Sousa.

Mercelo não percebeu que o combate político em torno dos incêndios vai aumentar o número de incendiários no próximo ano e nem um milhão de bombeiros e guardas florestais conseguirão evitar que um conjunto de bidões de gasolina peguem fogo a qualquer zona de mato seco e arvoredo, seja ele qual for.

Marcelo lançou hoje milhares de incêndios que se vão verificar no próximo ano porque, salvo para os estúpidos, não há uma defesa absoluta contra os INCENDIÁRIOS. Todos os que estão contra o Governo vão atear FOGOS no próximo ano ou antes se atravessarmos um período de seca.

Costa não pode e não deve vergar-se a Marcelo, demitindo a ministra quando Portugal é feito de centenas de anos de arvoredo e possui um vasto corpo de uns 10 mil bombeiros que nunca poderão apagar 500 grandes fogos numa noite depois de terem combatido durante dois meses mais de um milhar de incêndios.

Marcelo convida o PCP e o BE a juntarem-se à direita para criar uma crise política com a queda do governo, julgando que em novas eleições os portugueses vão votar a favor dos INCENDIÁRIOS protegidos por Marcelo Rebelo de Sousa que nada falou sobre o papel da justiça.

Qualquer que seja o resultado de novas eleições, só um IDIOTA é pode pensar que sairá um governo mais apto a combater os fogos postos pelos INCENDIÁRIOS, que mais não seja por não se saber quem vai governar a seguir.

O Governo tem de se substituir às autarquias e aplicar coimas pesadíssimas sobre os proprietários que não respeitam a lei vigente dos 10 metros sem vegetação nas bermas das estradas e aplicar a medida a todas as estradas do Estado Central, o que poderá poupar algumas vidas, mas pela televisão vimos que os grandes fogos percorreram as altas montanhas cobertas de vegetação, as quais sõ não ardiam se não existissem árvores ou matos secos.

Marcelo, as culpas e as desculpas

Estátua de Sal


por estatuadesal

(Por José Gabriel, in Facebook, 17/10/2017)

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(Marcelo falou ao país. O que pode e deve o Presidente dizer e fazer, foi esse o mote.)


Marcelo manda pedir desculpa - mas desculpa pedida por ordem de outrem nada vale.

Marcelo quer que a Assembleia da República avalie a continuidade do governo - mas a direita não precisa de empurrões e a seráfica Cristas, ex-ministra da treta, já se chegou à frente; está no seu direito, levará o PSD atrás e não precisavam de ajuda de Marcelo.

Marcelo quer clarificação - mas tudo hoje, a nível político e com a sua ajuda, parece uma tanto escuro.

Marcelo continua a falar em "novo ciclo" - já o fazia antes dos fogos e pensa que há novas razões e nova oportunidade.

Marcelo podia dissolver a AR, já que a renovação de mandato para o governo que ele pede à AR está nas suas mãos e não em encomendas a terceiros - mas Marcelo sabe o que isso (lhe) pode custar e fenece-lhe a coragem.

Marcelo podia dirigir-se a todos a quem pode ser imputada responsabilidade - mas Marcelo escolheu como alvo exclusivo o governo.

Marcelo quis ser firme no tom - mas foi apenas sonso no modo

sábado, 27 de maio de 2017

O diabo só veio em maio



por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 27/05/2017)


Passos Coelho tinha toda a razão, o diabo estava mesmo para vir. Mas veio atrasado, em vez de vir em Setembro de 2016, para anunciar um segundo resgate em consequência da execução orçamental de Agosto, veio em Maio. Mas em vez de se apresentar em São Bento, parece que o diabo preferiu como alojamento local a sede do PSD, na São Caetano à Lapa.
Passos estava convencido de que por esta ocasião já era primeiro-ministro e que poderia voltar a governar com o chicote dos credores, ameaçando tudo e todos e fazendo gato sapato do Tribunal Constitucional. Um segundo resgate ou a ameaça disso permitir-lhe ia impor o “ajustamento” ao setor privado, leia-se um corte brutal dos rendimentos e dos direitos do trabalho, governando sem regras e sem limites.
Mas o diabo trocou-lhe as voltas e a sua vida é agora um inferno, poderíamos dizer que de certa forma que o diabo lhe fez a vontade, se queria um inferno então que fique com ele. E o Passos que pensava que com meia dúzia de jantares de lombo assados com as mulheres social-democratas chegaria ao poder, arrasta-se agora penosamente sem saber quando é que se livrará da via sacra a que se condenou no dia em que em vez de se demitir da liderança do PSD optou pela pantominice do primeiro-ministro no exílio.
Passos teve aquilo a que se designa como azar dos Távoras, previu que os investidores fugiam e eles aparecem, garantiu que votava no PS se tudo desse certo e deu, previa um défice acima dos 3% e o país é elogiado pela Comissão que o livra do procedimento dos défices excessivos, previu uma subida incomportável dos juros e fala-se de uma melhoria no rating da dívida portuguesa.
Como se tudo isto fosse pouco sujeita-se a ouvir Marcelo, o tal a que designou por cata-vento, atribuir-lhe o mérito pela saída do procedimento dos défices excessivos. Depois de tanta humilhação Marcelo dá-lhe um presente envenenado, elogia-o por aquilo que não fez, pelos resultados que condenou, pelo sucesso de um governo que considerou ilegítimo.
Passos está comendo o pão que o diabo amassou, e, pior do que isso, o pão é-lhe levado à boca por Marcelo.
E ainda faltam não sei quantos meses para as autárquicas e mais dois anos para as legislativas, tanto tempo para que Passos se arraste, começou por se dispensar de fazer oposição e agora que a quer fazer não sabe como e com que argumentos. Queria que o diabo viesse e este fez-lhe a vontade.

Ovar, 27 de maio de 2017
Álvaro Teixeira