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terça-feira, 31 de outubro de 2017

Internas PSD: uma ode à não-renovação



Aventar

por João Mendes
Rio-Santana
Fotografia: Lucília Monteiro@Expresso
Se há coisa que não podemos imputar a Passos Coelho, apesar da valente treta que é afirmar que o passismo era à prova de barões, é que tenha ido a jogo com os dinossauros do costume. Não falo dos autárquicos, que esses são eternos e facilmente renováveis no concelho vizinho, mas das equipas governamentais. O passismo trouxe gente nova, mais à direita, nas tintas para a social-democracia e com uma queda para liberalismos extremistas. O resultado, esse, foi o que se viu.
Porém, com o passismo nos cuidados paliativos, o que se segue assemelha-se a um combate geriátrico entre velhas raposas. No canto esquerdo do ringue, com 61 anos, dois mandatos à frente da CM da Figueira da Foz, meio mandato na autarquia de Lisboa, 10 meses na presidência do Sporting, 8 como primeiro-ministro, várias tentativas falhadas de chegar à liderança do PSD e uma presença no Bilderberg, juntamente com o Sócrates a quem gentilmente cedeu o lugar, temos Pedro Santana Lopes, icone maior da secção política da imprensa cor-de-rosa portuguesa. Ler mais deste artigo



sábado, 28 de outubro de 2017

Pedro Santana Lopes, a Teresa Leal Coelho das directas do PSD




por João Mendes
teresa_leal_coelho
Fotografia: José Carlos Carvalho@Expresso
Segundo Rui Rio, Pedro Santana Lopes foi a quarta escolha do passismo para o defrontar nas internas. Uma espécie de Teresa Leal Coelho das directas do PSD. E tem a sua razão. Passos atirou a toalha ao chão, Luís Montenegro, inteligente, preferiu não queimar a sua carreira política a longo prazo - lá chegará a sua vez - e Rangel, que até foi triturado pela máquina passista no passado, leva uma vida confortável em Bruxelas, pelo que se entende que não tenha grande interesse em liderar um PSD à deriva, pelas ruas da amargura.
Trio Passista
Fotografia: Adriano Miranda@Público
Santana Lopes foi o senhor que se seguiu, conta com décadas de experiência em derrotas internas, pelo que, mais uma, menos uma, não fará assim tanta diferença, e vai a jogo com um conjunto de altos oficiais da direcção cessante na rectaguarda. Se ganhar, o regime perpetua-se. Se perder, os ratos abandonam o barco e, a seu tempo, dobrarão o joelho e prestarão juras de fidelidade eterna ao homem do Norte. Pena que se perca mais uma oportunidade de renovação, no seio do maior e mais poderoso partido político português.





terça-feira, 24 de outubro de 2017

O Estado falhou, Cristas chumbou



por estatuadesal

(Por Estátua de Sal, 24/10/2017)

Assunção Cristas

Estive a ver o debate da moção de censura apresentado na Assembleia da República pelo CDS.

Cristas abriu o baile, mesmo sem lhe se vislumbrar consorte apaixonado. Veio o fogo? A culpa foi do Primeiro-Ministro. Morreu gente? Também dele foi a culpa. Que venham tufões, maremotos, incêndios e terramotos, que a culpa será sempre do Governo. E quando não se conseguem evitar as catástrofes naturais, ou mesmo as catástrofes provocadas pelo desleixo humano ou pela sanha criminosa de alguns, é sempre o Estado que falha. É por isso que Cristas censura - diz ela -, é por isso que Cristas aponta o dedo ao coração de António Costa, qual arco pronto a disparar flecha mortífera e letal.

Mas Costa não se deu por achado. Respondeu em tom humilde mas construtivo. Não se deu sequer ao trabalho de rebater as acusações de Cristas, e discutir se o Estado terá falhado muito, pouco, ou assim assim. E fez bem. Limitou-se a enumerar as medidas que o Governo já tomou, vai tomar, e a forma de as implementar no futuro próximo. De certa forma, deixou Cristas a falar sozinha.

O Partido Socialista centrou a sua intervenção sobre a legitimidade do CDS apresentar uma moção de censura, tendo em conta os cortes nas políticas florestais empreendidos pelo governo anterior, com Cristas ao leme do Ministério da Agricultura a comandar as operações de devastação do mundo rural. Sim, legitimidade não tem, e memória também não tem porque fala como se esse passado não lhe pesasse e não tivesse existido.

E veio o rapazola do PSD, o Hugo Soares. Secundou Cristas e mais uma vez trouxe à baila a moção de confiança que o PS não teria coragem para apresentar por, segundo ele, não ter a garantia de ser aprovada pelo PCP e pelo BE. E por isso o Governo já não teria legitimidade para governar, afirmação em jeito de pergunta enfática que deixou a Cristas para ela poder brilhar e corroborar.  E ela assim fez. Tornou a desfilar a ladainha das falhas sob a forma de uma lista de perguntas sobre o que o Governo fez, deixou de fazer ou vai fazer, e concluiu que António Costa é apenas um político hábil quando o país precisaria de um estadista. É grande o desplante da madame eucaplipto, digo eu: como se a direita tivesse nas suas hostes políticos de grande vulto e de grande dimensão ética e política.

Mas, mais uma vez, Costa deixou-a a falar sozinha. Passou ao lado daquilo que designou por slogans e ataques pessoais. Limitou-se a falar do futuro, medidas, soluções, indemnizações, investimentos, reconstrução e mais reconstrução.

Mas o grande ataque a Cristas veio de Catarina Martins, que adjectivou de obscena a moção de censura por não pretender resolver problemas nem sequer honrar a memória das vítimas, mas sim aproveitar-se dessa memória. E isto sem deixar de pedir explicações ao Governo sobre as razões de tanta falha do Estado, e sobre o desenho de algumas das medidas que estão já apresentadas, como por exemplo o Siresp, os meios aéreos, e as Forças Armadas no terreno a defender a floresta.

O PCP trouxe ao de cima o seu pragmatismo. Pediu agilidade na implementação das medidas já aprovadas. E pediu que Costa esclarecesse se o financiamento de tais medidas não irá ser um pretexto para cortar na política em curso de reposição de rendimentos, em nome da sacrossanta austeridade que as regras do cumprimento do déficit, emanadas da Comissão Europeia, impõem. E António Costa respondeu. Não, não irá haver qualquer corte nas opções do Orçamento de Estado para 2017 já apresentado, de forma a compensar o financiamento necessário na implementação das medidas de política florestal e de protecção civil.

E depois de várias outras intervenções veio o trauliteiro deputado Montenegro, a voz do dono do defunto Passos. Sim, disse ele, o governo merece censura política, e Costa é apenas um tecnocrata de mediana categoria. Que desplante de novo. Como se tu, ó Montenegro, fosses um personagem de alta craveira.

E surgiu Carlos César e de novo o PS. Arrasou a direita, a moção de censura e os pedidos insistentes de uma moção de confiança pelo PSD. A confiança no Governo, disse, será comprovada brevemente com a aprovação do Orçamento de Estado de 2017.

E depois de várias outras intervenções, o denominador comum foi sempre o mesmo: para a oposição o Estado falhou, o Governo falhou e para este último a resposta foi sempre repetir o elenco das medidas que já aprovou e vai implementar para evitar novas tragédias. Em suma, a oposição a chafurdar nos acontecimentos trágicos, mas já passados, o Governo a querer esquecê-los e a olhar o futuro. Nada de novo, e também nada de novo na hora da votação: 122 contra a moção, 105 a favor.

No final, o que mais me surpreendeu? Que nem o Governo nem a oposição, no elenco das medidas que pretendem ver prosseguidas, tenham referido a necessidade de investigar a origem dos fogos. Todos assumiram que os fogos são originados por causas naturais - o que está muito longe de ser verdade -, e de nenhum dos lados surgiu uma palavra a exigir alterações no quadro judicial que pune actos de incendiários criminosos, e na estrutura das polícias e dos serviços de informação destinada a preveni-los.

De facto, o Estado falhou. Mas o Estado falha todos os dias e, a fazer doutrina a estratégia do CDS, pretendendo encontrar aí um motivo para o derrubar, teríamos eleições todos os meses para reconstruir maiorias e eleger novos governos.





O RUI e o PEDRO: o RuiPedro!



O RUI e o PEDRO: o RuiPedro!

por estatuadesal

(Joaquim Vassalo Abreu, 24/10/2017)

Rui Rio

Este texto que agora começo a escrever é a minha primeira incursão nessa nobre arte do comentário político. Pois por ser uma arte tão nobre e superior não está ao alcance de qualquer mortal, apenas de alguns eleitos.

Eleitos, disse eu, e com toda a propriedade, porque eleitos por generoso contrato, que não por qualquer democrática votação. Eleitos assim por nomeação. Assim é que está bem.

De modo que eu, um novato nestas andanças, não querendo de modo algum equiparar-me a esses inatingíveis pensadores seres, ases no conhecimento da estratégia e na adivinhação do futuro, vou fazê-lo de um modo completamente sóbrio, independente e equidistante.

Mas como irei eu manifestar essa minha equidistância? Simples: recorrendo àquela velha frase oriunda da sabedoria popular, e que é o celebérrimo ” tanto se me dá como se me deu”!

De que estou a falar, sinto alguém perguntar? Ora, da batalha do Pedro contra o Rui, ou do Rui contra o Pedro, tanto se me dá, para tomarem para si a designação da organização que pretendem chefiar. Mas, para além dessa tal denominação, para um PPD/PSD e para o outro simplesmente PSD, o que está em causa é muito mais profundo e valioso: é o assalto ao paiol’

Como o paiol? Ora pensem comigo: que é que ambos precisam para esta “batalha” ( aquilo que lá na organização costumam chamar à luta de ideias…)? Espingardas! Espingardas sim e, por isso, a primeira coisa que começaram a fazer foi contá-las, que é aquilo que também usam chamar à cooptação de militantes para o seu lado da barricada! Para os preparar, claro que em maioria, para a tal ” batalha”…

Mas um deles, o Pedro, não confiante na fiabilidade dessa contagem e temeroso quanto à capacidade de antecipação do Rui, reclamou ao seu contentor a realização de vinte e um duelos (21!), que é aquilo que lá chamam aos debates…

Mas o outro, o Rio, não aceitou, com medo de algum jogo sujo do seu contentor, isto é, de em vez de levar espingardas levar basucas pois que, para já, quem tem a chave do paiol é precisamente o Pedro, mas o outro, o desistente.

E neste vou não vou, ambos partiram para o aliciamento dos generais, que são aquilo a que os tais comentadores chamam aos “barões”, essas figuras lendárias e míticas, que fizeram daquelas “batalhas” dos Coliseus e campos de batalha assim, narrativas que, de tão inolvidáveis, passaram a fazer parte do nosso cancioneiro da fabulosa arte circense.

É que por essas ” batalhas” passaram soldados cuja estirpe ficou para sempre na nossa memória, tendo um deles sobressaído pela destreza da sua representação, ao nível de um Popov, no mínimo: o companheiro Marcelo!

Mas houve outros, como aquele que saiu a chorar do campo de batalha, insultando os seus adversários de sulistas e coisas assim, tal como se estivesse na guerra da Secessão e, ainda, um outro que imitando o ” Little Big Man” da batalha de Little Bighorn, mas mais conhecido pelo seu dom de prestigiador, ficou célebre também como o ” regenerador”, por barrar a luta a alguns infiéis e pecadores que, agora, regenerados, voltaram à liça.

Mas há um que, tal “compère”, sempre por elas, ” as batalhas”, passou e até ficou conhecido por ” menino guerreiro”! Mas na verdade ele nunca foi um soldado a sério e se espingardas usava elas eram de plástico! Ele foi, isso sim, um permanente animador das tropas, um eterno “enterteiner” com qualidades várias.

Por isso lá sempre foi e luta alguma ganhou. Foi para lugares sem nunca ter competido. De uns foi destituído e de outros desistiu. Mas vai sempre…e agora?

Qual deles conseguirá arrebatar mais ” espingardas” do tal paiol que, todos sabem, levou um tremendo rombo no consulado do outro Pedro, outro desistente, e até dizem que assaltando mesmo.

O seu contentor, o Rui, em modo desafiante, assim como naquelas apresentações pre-match dos combates de Boxe em que cada um se ergue sobre o outro querendo demonstrar mais pujnça e força, pergunta-lhe: Mas quem és tu? Eu sou e sempre fui o Pedro e não me arrependo de o ser e sempre ter sido…mais ou menos isto!

E tu, quem és tu, pergunta ao Rui o Pedro, com a leve esperança que ele desatento dissesse ” ninguém”? Eu sou o Rui, mas tu nunca serás Pedro porque esse negou Jesus três vezes! Eu nunca reneguei ninguém e fui o único com coisos para fazer a refiliacão, isto é, a remontagem, o inventário, em suma, para extirpar o paiol das espingardas enferrujadas e inoperantes…

Eles são o Pedro mais o Rui, o RuiPedro e vão apresentar ideias. Um as ideias do Pedro, do outro, o desistente, do qual reclama herança, em estilo tipo “stand up”, que ele adora! O outro, o Rui, mesmo não tendo renegado Jesus três vezes, renegou o Pedro, o outro, o tal que abandonou a “batalha”, assegurando ser um sério contabilista, coisa que ele, o Pedro, nunca foi.

Haver duelos parece fora de questão, pelo que ouvi, mas vai ser um verdadeiro “Waterloo” essa batalha do RuiPedro, a do PPD contra o PSD.

E eu vou assistir sentado porque de pé cansa muito…!




quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Crónicas do Rochedo XXV – E é isto que o PSD tem para apresentar?

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por Fernando Moreira de Sá

rio e santana

Depois do resultado do PSD no Porto e em Lisboa, Pedro Passos Coelho apresentou a demissão e foram marcadas eleições directas para escolher um novo líder. Na lógica própria destas coisas, Rui Rio apresentou-se como candidato. Cumpre a lógica da coisa. Foram vários anos em que uma parte do PSD espreitou através do nevoeiro a ver se vinha Rio, qual D. Sebastião, para resgatar a virtude e os bons costumes. Finalmente, o homem enfrenta os seus medos e avança.

Perante esta candidatura, seria normal que a outra parte do PSD fosse a jogo com um candidato. Ou mais do que um. Seria lógico o avançar de Montenegro cobrindo a ala passista. Seria lógico o avançar de Rangel, cobrindo a parte mais "centro-direita/direita" do PSD, assim como a elite "intelectual". Seria lógico o avanço de Marco António Costa como expoente máximo do aparelho (ler: distritais, principais concelhias e os grandes caciques locais). Seria lógico avançar alguém diferente no papel de renovação do partido (e aqui renovação não significa, necessariamente e apenas, uma questão de idade/geração, mas ideias e projecto). Tudo isto seria lógico. Não fosse o PSD um partido onde, muitas vezes, a lógica é uma batata. Tal como o seu irmão gémeo, o PS.

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