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domingo, 26 de fevereiro de 2017

O despautério

 

(Baptista Bastos, in Jornal de Negócios, 24/02/2017)
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A luta que Pedro Passos Coelho trava para que Mário Centeno seja corrido do Governo tornou-se num cansativo exercício de despautério. As razões pretendidamente fundas para desmantelar o Governo não só são fatigantes como resultam no destapar do feio rosto de uma manobra tenebrosa. Nem tudo é permitido em democracia, a não ser que os agentes deste desconforto desejem, eles mesmo, destroçar o que, há pouco mais de quarenta anos, foi edificado com esforço inaudito. O antigo primeiro-ministro está desarvorado e as sondagens, tomando-as como válidas, são suficientemente esclarecedoras. Esta experiência governamental, por única no panorama democrático português, é suficientemente reveladora do que tem acontecido noutras "freguesias." E explica as razões fundas que conduzem ao ludíbrio. Mas a verdade é que jogadas desta natureza estão a ser rudemente castigadas, um pouco pela Europa. Bem sabemos o custo material que implicam, o desgosto que provocam e a fadiga que despertam. Sabemos, porém, que os povos aturam os golpes mais tenebrosos quando as contas atingem os limites máximos.
Os quase cinquenta anos que antecederam o 25 de Abril constituíram um preço elevadíssimo, cujas consequências ainda hoje se sentem. E não esquecemos os trezentos anos de Inquisição, que dizimaram os valores mais altos da ciência, do conhecimento e da liberdade. A luta do povo português é um episódio dos mais relevantes, conquistados na nossa História, e cuja dimensão tem sido ocultada por aqueles cuja consciência possui o valor de um caco.
Essa batalha insana tem-nos conduzido ao sítio onde estamos. Difícil, demorado, infatigável, porém não desmerecedor daqueles cujo único fito era o de conhecer os benefícios da liberdade, e que, para isso, oferecem tudo, até a vida. Dizem, para nos aquietar as ânsias de sonho, que ser livre sai muito caro. Claro que sim, quando os inimigos que se lhe opõem possuem tudo, até os artifícios do embuste. Seria curioso e instrutivo saber-se o que está por trás de muitos jornais e publicações circulantes, o que pretendem na realidade, manipulando consciências e, no fundo, ocultando, com hábeis mentiras, a verdade dos factos.
A economia, nobre ciência, tem possibilitado a ascensão de uma casta que proclama a ascensão de novos valores. Mas o que surdamente prognosticam é a ascensão desse mundo flutuante, flexível e vão, no qual os valores que nos impõem fertilizam certa ignorância e o descuido pelas dificuldades circundantes, e pouco reveladas. Portugal, pelos antecedentes conhecidos, tem sido um terreno fácil ao avanço dessas manigâncias. E não esqueçamos as políticas desenvolvidas por Passos Coelho, acolitado por um ministro desarvorado, cujo nome conscientemente apago e vitupero, quando atiraram para o desespero e para o estrangeiro milhares de jovens altamente qualificados.
A luta sem regras contra o ministro Centeno é um dos episódios mais tenebrosamente sinistros ocorridos na história democrática do nosso país. E a tentativa do arrastar de Marcelo, para o pântano criado por Pedro Passos Coelho, constitui outro incidente que marca o propósito social-democrata vilipendiado até ao ultraje. A base política e ideológica do PSD estará disposta a consenti-lo? É o que veremos.
 
Ovar, 26 de fevereiro de 2017
Álvaro Teixeira



Contar zeros para adormecer

 

(João Quadros, in Jornal de Negócios, 24/02/2017)
 
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Foi uma espécie de virar de mesa. Quando o PSD e o CDS tentavam prolongar a novela das SMS de Domingues e Centeno, surge a notícia de que houve vinte declarações de IRS que não foram fiscalizadas, e transferidas para "offshores", no valor de dez mil milhões de euros entre 2011 e 2015. Este: "Vinte declarações no valor de dez mil milhões de euros" faz-me largar de imediato o cadáver das SMS da CGD e começar salivar de curiosidade: vinte declarações, de quem são?! Tenho mais curiosidade em saber o que raio se passou aqui do que conhecer as SMS do Domingues e do Centeno mesmo que incluíssem "nudes" da Monica Bellucci.
O antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, veio dizer que não teve conhecimento de falhas no tratamento dado pelo Fisco a transferências relativas a "offshores". Já foi assim com a lista VIP das Finanças. Núncio não fazia ideia de nada. Na altura, quem se demitiu foi o director-geral da Autoridade Tributária. A lista era VIP, mas demitiu-se o mexilhão. Tenho a teoria de que o problema do Núncio foi ter andado a sortear carros. O pessoal das finanças não lhe passa cartão porque pensam que ele tem a sagacidade de uma apresentadora do Euromilhões.
Neste momento, já surge a hipótese de ter sido "um erro informático das Finanças". Tinham demasiados zeros e a máquina das finanças só está afinada para menos. Foi feita para estar de olho, e apitar desalmadamente, em contas com dois zeros. Curioso que os alarmes soavam quando alguém espreitava as finanças dos VIP, mas adormecia com declarações de mil milhões. Provavelmente, o sistema informático adormece a contar zeros.
O CDS, partido dos contribuintes, reagiu de imediato a este escândalo, Cristas veio dizer: "O Governo plantou notícias para vir aqui fazer o número." E que número, Dona Cristas, 10 mil milhões. Na SIC Notícias, João Vieira Pereira não pôs de parte a hipótese de notícias plantadas pelo jornal Público, dizendo que esta notícia deu jeito ao Centeno e que não sabe se foi propositado e que "não sou de teorias de conspiração, mas...".
Resumindo, o jornalista do canal e jornal, que não revela quem são os jornalistas avençados do BES, porque são inocentes até prova em contrário, diz que coiso e tal, os seus colegas do Público, se calhar, plantaram notícias para ajudar o Governo. É também o mesmo canal onde Marques Mendes debita recados e notícias falsas ao domingo e onde andam a explorar as SMS do Centeno até ao tutano "porque é o que nós queremos ver".
Não sei quem é o "nós". Por mim, só queria ver tanta dedicação aos avençados dos Panama/BES como às SMS. E troco ver a declaração de rendimentos do Domingues por ver a parte da massa que fugiu voltar a casa. Eu sei, sou um anjinho, mas tenho esperanças de que o Lobo Xavier também tenha cópias de SMS com esta temática.


26 de fevereiro de 2017
Álvaro Teixeira

Dupla de artistas deixa PàF descalço

 

(J Nascimento Rodrigues, in Facebook, 24/02/2017)
 
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A crítica ruidosa de que a dupla Costa & Centeno são ainda mais austeristas do que os PàFs pois consolidaram ao ponto de fazerem descer o défice orçamental para 2,1% do PIB, ‘surpreendendo’ Bruxelas e FMI, não tem o efeito desejado no gajo da rua que não gosta de vermelho nem de rosa.
Pelo contrário, para aquele pessoal de ‘centro’ que sempre olhou a geringonça como o diabo que iria mergulhar o orçamento no despesismo «socratista» e o país à beira de um segundo pedido de resgate no meio de um cataclismo económico, a performance artística da dupla até que não deixa de ser o menor (melhor?) dos males.
Também estas gentes do ‘centro’ ficaram surpreendidas e entre um pássaro na mão (as concessões aqui e ali que poderão obter e a ‘paz social’ sem a CGTP todos os dias na rua e em alguns sectores sempre a chatear) e dois passarocos retóricos a voar, está bem de ver qual a opção «pragmática», e «útil».
Os que ficaram ainda mais surpreendidos foram os que, habituados à mama da teta dos contratos da Administração Pública, tenham ou não mérito no que vendem ou sejam ou não necessários os seus ‘serviços’, viram que o aperto da consolidação socialista lhes estragou a faturação. Esses, então, estão mesmo, mesmo, mesmo danados com essa coisa da dupla Costa & Centeno querer dar um ar de respeitadores das «regras europeias».
Centeno (e Costa como comandante em chefe) apanha(m) os louros – mesmo que atribuídos a contragosto pela ala mais radical do Eurogrupo e pelos técnicos do FMI, os últimos, sempre, a corrigir os parágrafos de previsões. Louros merecidos com uns quantos truques de gestão orçamental e uma prenda caída dos céus que foi só aproveitar (o turismo), finalizando com o cansaço dos empresários de verdade com a política de megafone dos «patrões» das confederações (que não passam de uma espécie de políticos mascarados fora do parlamento).
Os empresários de verdade tomaram a decisão sensatamente inevitável de, aos poucos, recomeçar a investir (ao que parece até em maquinaria) e continuar a explorar o mundo – antes que venha aí alguma grande tormenta mundial. É a janela de oportunidade, estúpido!
É claro que os truques de gestão orçamental têm o seu limite – o relatório do FMI apontou-o com clareza, e com precisão cirúrgica (discorde-se ou não dos pressupostos e objetivos). Costa & Centeno sabem-no bem. A coisa está nos manuais de escola. Os dois não são nenhuns patetas alegres.
A ideia de António (e que Mário reza todos os dias à noite antes de se deitar) é que, enquanto o pau vai e vem, e não há uma hecatombe na zona euro – esperança mesmo é que não haja - e um protecionismo caótico na cena mundial, pode ser que a economia aqui portuga melhore a performance (e suba mais, no futuro, do que os 1,4% deste ano) e crie a cama para mais uma corrida de consolidação (para um défice claramente abaixo de 2% do PIB) este ano e no próximo. Aí, seria o gozo supremo, e o esvaziar do PàFismo e o calar, definitivo, do Eurogrupo e do FMI.
E, claro, se a coisa até correr mesmo assim benzito - e sem surpresas drásticas nas eleições por essa Europa - até que mais uma série de reivindicações dos aliados poderão ser satisfeitas sem stresses.
Pelo meio, naturalmente, Costa & Centeno fizeram o que era mais do que óbvio que tinham que fazer em 2016 - o «despesismo» necessário que acabou por não contrair a consolidação. Repuseram o que foi roubado nominalmente a grandes parcelas da classe média e transmitiram-lhe a ideia de que a consolidação para agradar Bruxelas e Berlim (e o FMI) pode ser soft. A classe média, o grande ‘eleitor’ hoje tem a geringonça – toda ela - como seu padrinho. O pessoal aqui no corner agradece naturalmente (nem preciso de explicar porquê).
O pior, o pior, mesmo o diabo, é se Trump descamba já em 2017 (e não só em 2018) e se os eleitores por essa zona euro fora resolvem pregar uma partida de março a setembro. Aí, está o caldo entornado -- mas, mesmo, no caos, há sempre oportunidades.
 
 
Ovar, 26 de fevereiro de 2017
Álvaro Teixeira

Os peões de brega: Cristas, Guedes e Montenegro

 

(Por Estátua de Sal, 23/02/2017)
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A direita portuguesa anda histérica. Depois do diabo ter metido férias, o déficit ter atingido o valor mais baixo de sempre, a economia estar a ganhar fôlego, os rendimentos de muitos portugueses terem aumentado e as cassandras internacionais, FMI, Comissão Europeia, OCDE, terem engolido em seco perante os resultados económicos de 2016, a direita coleccionou derrotas em toda a linha e ficou com a agenda reduzida a um programa político de 160 caracteres ao nível nos SMS do Domingues.
Com tanta irritação e falta de comprimidos para o mau humor, resolveram atacar tudo e todos. Atacam o Centeno porque dizem que mentiu, atacam o Costa porque o protegeu, atacam o Marcelo porque protegeu o Costa, e atacam agora o Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, porque não os deixa atacar, como eles querem, o Centeno, o governo, e especialmente a CGD.
Falam já de "asfixia democrática e parlamentar", coitados, eles que tem toda a comunicação social a conspirar a seu favor, e onde o espaço de análise e comentário lhes é escandalosamente favorável, e por isso altamente enviesado. Basta ver as parangonas dadas à polémica dos SMS do Domingues em contraponto com o relevo que está a ser dado à recente notícia da saída dos dez mil milhões de euros para offshores no tempo do governo anterior, sem que a Autoridade Tributária os tenha controlado cabalmente. É uma desproporção de tal calibre, a qual é inversamente proporcional à gravidade e ao impacto financeiro dos dois assuntos, que é de bradar aos céus.Mas eles é que estão asfixiados. Ria-se até ao choro.
Assim, a Dona Cristas vai amanhã ao Marcelo apresentar queixa, pelo facto de as esquerdas, como ela gosta de dizer, lhe estarem a apertar o gasganete. Como se o Marcelo pudesse fazer fosse o que fosse e meter-se no assunto, tendo em conta a independência dos orgãos de soberania, constitucionalmente consagrada. Mas, claro que para a Dona Cristas, a Constituição é como uma revista de moda chique que se pode ler de pernas para o ar porque, o que verdadeiramente interessa, são as gravuras. Já estou a imaginar a Dona Cristas a dizer ao Marcelo: - Ó sr. Presidente, estou com uma falta de ar enorme. E o Marcelo, que é hipocondríaco e de remédios sabe tudo, a responder na passada: - Ai sim? Olhe, tome lá um frasco de Onsudil que é excelente para a dispneia. Não me diga que não conhecia e que nunca tomou?!
O deputado do PSD Marques Guedes fala mesmo de totalitarismo, perigosas derivas e atropelos aos regulamentos da Assembleia da República, tudo com a conivência activa do seu presidente. (Ver aqui). Tudo porque insistem em querer colocar a coscuvilhice ao serviço da sua política ressabiada já que nada mais tem para oferecer ao país que não a sua quezilência de personagens menores.
Mas o mais acutilante ponta de lança da direita é mesmo o deputado Montenegro que vem à baila com mais uma doença do foro mental: a claustrofobia democrática (Ver aqui). Ora, diz o dicionário Priberam que a claustrofobia é o "Medo patológico da clausura ou dos pequenos espaços" (Ver aqui). O que quererá o Montenegro dizer? Que tem medo do Parlamento? Que o Parlamento encolheu e ficou reduzido a um T0? Que o PSD já não cabe no Parlamento? Foi então por já não caber na sala que o deputado do PSD Matos Correia abandonou a presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito à CGD? Ria-se de novo.
Mas, a prova máxima da histeria, e o mais grave ainda, foi ver hoje o Montenegro a chamar "soez" ao primeiro-ministro, em declaração às televisões. Anda a usar palavras caras, o Montenegro. Lá tive que ir de novo ao Priberam para ver o que era, ainda que intuísse que não devia ser coisa boa. Soez é o mesmo que "Vil, torpe, reles", adjectivos nada bonitos para designar um primeiro ministro.
Para quem anda tão asfixiado, não está nada mal a liberdade com que praticas o insulto ó Montenegro. E se eu te disser que não passas de um peão de brega, um bandarilheiro falhado desse teu incompetente e quadrilheiro chefe que é o Passos Coelho? Gostas do troco?
Em suma. A corja está em pânico. Sempre valeu tudo mas agora vale o mais que tudo e já nem sequer se esforçam por manter o verniz da civilidade e da boa educação. A verdade, como diz o povo, é como o azeite e vem sempre ao cima. E quem é troglodita nunca deixa de o ser. Por muita fazenda e água de colónia que ponha em cima da sua pele de cavernícola.

Ovar, 26 de fevereiro de 2017
Álvaro Teixeira

Lista de lavandaria sobre a economia à portuguesa

 

 

(Sandro Mendonça, in Expresso Diário, 23/02/2017)

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Não é Publicidade. Há quem lave mesmo mais branco... :)

Dizia Umberto Eco que as listagens são a chave do sentido das coisas (a citação é bem lembrada aqui neste blog de economia). As listas dão ordem ao caos, enumeram casos. Eis uma lista possível:

1. Planeadores fiscais lavam mais branco: Muito curiosa a notícia dos 10 mil milhões de “aéreos” que ganharam asas durante o consolado de Paulo Núncio, pródigo secretário dos assuntos fiscais da maquineta CDS-PSD e amanuense-em-chefe da importação de Audis e prometedor-mor da devolução de sobretaxas dos amanhãs que encantam. Este perito de direito fiscal saiu de uma especializada sociedade de advogados para ir para um governo pró-Troika e depois para lá voltou à casa de partida, onde foi encontrar Lobo Xavier. Tudo normal, com um certo estilo e tal. Mas eis que durante esses anos de governo o respeitável jurista nunca respeitou a lei que obrigava à transparência de dados sobre paraísos fiscais.

Daí uma pergunta-corolário: Não é que um inocente e servil pagador de impostos se arrisca a pensar que em Portugal se confunde uma Secretaria de Estado dos “assuntos fiscais” ou com a das “lavagens fiscais”?

2. O Lobo ainda não despiu nenhuma das peles: Ficámos a saber que Lobo Xavier, o ainda Conselheiro em Belém (quê, ainda não foi dispensado?!) fez “Insider trading” com os SMS do seu amigão António Domingues. Como bem notou João Quadros no Jornal de Negócios, Lobo enquanto Administrador do BPI andou a bisbilhotar SMS relevantes de alguém implicado na alta Administração da CGD, que por acaso também havia sido seu ex-colega do BPI. Claro, tudo isto é demasiado confuso ….

Os Lobos dos tempos modernos têm várias peles, variadíssimos papéis, variadérrimos interesses, sei lá. Mas, atenção! Sim, ainda pode haver uma saída airosa deste conto: já que gosta tanto de telecomunicações não poderia já agora também Xavier divulgar os SMS do seu companheiro do CDS e colega fiscalista Paulo Núncio.

Daí uma ansiedade-teorema: Se esta nova divulgação de SMS não for feita não estaremos nós perante um estranho caso de “coleguismo fiscal”?

3. Nem o ministro cai nem a oposição almoça: O demiurgo dominical tinha decretado a queda do Ministro da Economia Caldeira Cabral lá para Novembro último e ainda não aconteceu nada. O mesmo supremo sacerdote das fontes imperscrutáveis também decretou lá do cimo do seu dominical templo de Delfos que a morte política do Ministro das Finanças Centeno tinha acontecido. Mas, e então? O que se passa com a falta de eficácia de Marques Mendes?! É que afinal eles “andem aí”! Eles vivem, e não são zombies! O Ministro da Economia apresenta uma nova política de inovação produtiva esta quinta-feira (acaba de ser anunciada aqui) e o Ministro das Finanças obriga o FMI a render-se aos seus cenários macro-económicos (ver este cuidadoso artigo do Expresso).

Daí uma perplexidade-mitológica: Não deveria Marques Mendes ser despedido por justa-causa e, depois de tantos maus-olhados mal-acertados, não deveria o próprio Zeus perguntar-lhe … ó Marques, Mentes?

 

Ovar, 26 de Fevereiro de 2017

Álvaro Teixeira