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segunda-feira, 5 de junho de 2017

Keep calm and carry on


por estatuadesal

(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 05/06/2017)
Autor
                        Daniel Oliveira
Em plena campanha eleitoral, em queda nas sondagens e vendo o seu opositor a conseguir mudar o tema da campanha para os assuntos sociais (graças ao arrojado programa eleitoral trabalhista), Theresa May aproveitou os atentados de Londres para endurecer o seu discurso em matéria de segurança. Jeremy Corbyn fez o mesmo, acusando os conservadores pelos cortes feitos nas forças de segurança. Líderes de todo o mundo transmitiram a sua solidariedade aos londrinos. O idiota supremo aproveitou o momento para atacar o presidente da câmara da enlutada capital britânica que teve de declarar que tinha mais que fazer do que responder aos twittes de Donald Trump.
Os atentados, de que resultaram sete mortos e 48 feridos, são também uma oportunidade para os media de todo o mundo. Durante dois dias assistimos a diretos à escala global, com e sem informação, em que, para além dos factos relatados e que são notícia, se fizeram horas de análise. Horas em que não foi dito nada que não tivesse sido dito nos últimos atentados, numa espécie de ritual sazonal que vai perdendo cada vez mais o sentido.
Ariana Grande voltou a subir ao palco para o concerto “One Love Manchester”, em que, com Robbie Williams, Katy Perry, Miley Cyrus, Justin Bieber ou os Cold Play, prestou homenagem aos 22 mortos de há duas semanas. Foi recolhido muito dinheiro para o fundo de emergência instituído pela câmara da cidade e pela Cruz Vermelha britânica e muitos canais de televisão, incluindo a nossa RTP, transmitiram o espetáculo carregado de emoção.
Se para um ou outro político os atentados terroristas são uma oportunidade, a maioria das reações aos trágicos acontecimentos de Londres resultam de gestos generosos ou de um sincero sentido de dever. Os diretos, as declarações públicas, os rituais simbólicos de solidariedade, tudo é compreensível e sinal do melhor que temos. Mas é mau para nós.
Se não queremos ser fantoches dos terroristas, temos de dosear o festival em torno de cada atentado. Evitando diretos televisivos vazios de conteúdo, recusando a construção coreografada de momentos de emoção coletiva, fugindo de discursos que tentam traduzir a mensagem que os terroristas nos querem fazer passar
Quando eu era bastante novo a Europa era palco muito frequente de atentados terroristas. Do IRA, dos unionistas da Irlanda do Norte, da ETA, das Brigadas Vermelhas, do Baader-Meinhof ou de grupos palestinianos, as notícias de atentados eram muito frequentes. 1979 até foi o ano em que se registaram mais atentados em solo europeu até hoje. Mais de mil. É verdade que se tratava de um tipo de terrorismo diferente. Tinha reivindicações políticas e isso tornava-o, por assim dizer, mais inteligível. Mas, tirando casos muito extraordinários, como o dos Jogos Olímpicos de Munique ou o sequestro e assassinato de Aldo Moro, eram notícias de um dia com algumas repercussões nos noticiários seguintes. Não tomavam estas proporções mediáticas porque estes meios mediáticos não existiam. E como as proporções mediáticas não eram estas a sensação de insegurança era menor e as reações políticas também não eram tão fortes.
Não podemos fazer com que o mundo volte para um tempo em que tínhamos mais controlo sobre a dose mediática que cada assunto merecia. Mas, se não queremos ser fantoches dos terroristas, temos de dosear o festival em torno de cada atentado. Evitando diretos televisivos vazios de conteúdo, recusando a construção coreografada de momentos de emoção coletiva, fugindo de discursos que tentam traduzir a mensagem que os terroristas nos querem fazer passar. E nunca procurando, um ou dois dias depois de cada atentado, definir políticas que com ele se relacionem.
Os terroristas já não precisam de grandes meios para os seus ataques. E nós tratamos de lhes garantir a produção mediática e estética, dando sentido, dimensão e até banda sonora ao seu terror. E criando as condições emocionais para sermos obrigados a reagir politicamente como eles querem. Eles disparam sobre os nossos pés e nós dançamos ao ritmo dos tiros. Temos de decidir se queremos recuperar o controlo. Se sim, temos de tentar deixar de querer mostrar quem sente mais, quem é capaz de comover-se mais e comover mais os outros. Temos de ser mais fleumáticos. Porque é com a nossa emoção coletiva que eles jogam. E parece que nós a queremos amplificar. Talvez seja o medo de deixarmos de sentir qualquer coisa. E, por mais terrível que isto pareça (e de facto é sinistro), é quando deixarmos de sentir tanto que eles deixarão de nos manipular.
Em 1939 o Ministério da Informação britânico produziu um cartaz que se destinava a dar força à população em caso de invasão alemã. “Keep calm and carry on” (“tenha calma e siga em frente”), foi um cartaz visto por muito pouca gente durante o Blitz. Não era um apelo à resignação nem uma frase para ser usada em t-shirts. Era um apelo à resistência e à inteligência coletiva. Perante o terrorismo, não se pede a inação. Pede-se, na exibição de tantas emoções e momentos mediáticos, alguma contenção.

Apresentação da Candidatura do Dr. Vítor Amaral à presidência da Câmara M. de Ovar


No passado dia 27 de maio, na Quinta do Rio, em S. Vicente de Pereira Jusã, no concelho de Ovar, o Dr. Vítor Amaral apresentou a sua candidatura à presidência da Câmara Municipal de Ovar, apoiado pelo Partido Socialista, nas eleições autárquicas que se vão realizar no dia 1 de outubro de 2017.
Neste arranque, para a campanha eleitoral, que contou com a presença de três membros do governo socialista: Tiago Brandão Rodrigues (Ministro da Educação), Pedro Nuno Santos (Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares) e Carlos Rocha Andrade (Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais), conforme noticiamos no Post publicado no dia 26 de maio.
O mandatário da candidatura é o Dr. Armando França (ex-presidente da Câmara, ex-deputado à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu) e a mandatária para a juventude é a Drª. Teresa Coelho, ambos militantes do Partido Socialista.
O Jantar contou com a presença de cerca de 200 militantes e simpatizantes do Partido Socialista.
Nesta data, ainda desconhecemos as linhas mestras do programa desta candidatura, que serão publicadas, logo que forem enviadas a este Blog.

Apresentamos um conjunto de fotos deste acontecimento:

anigif

Este Blog irá solicitar os mesmos elementos às restantes 4 candidaturas, que serão publicados à medida que nos forem enviados.

Ovar, 5 de junho de 2017
Álvaro Teixeira

domingo, 4 de junho de 2017

Estranhas coincidências

 

Imagem retirada da Wikipedia - "UK electoral polls

Apesar da suspensão da campanha, o primeiro atentado de Manchester não inverteu a ascensão do Partido Trabalhista. A campanha prosseguiu, Theresa May desapareceu defitivamente em combate, faltou a um debate essencial na BBC. E as sondagens continuaram a dar o Partido Conservador em queda. A última sondagem de ontem, dá os dois primeiros partidos com uma diferença de um ponto percentual de diferenta - repito: 1 ponto percentual! - quando há 15 dias tinha 20 pontos de diferença.
E não é que a poucos dias das eleições no Reino Unido surgem dois novos atentados no dia da final da Taça dos Campeões entre o Real Madrid e Juventus (na Ponte de Londres e em Borough Market)?
As forças policiais dizem que conseguiram responder em 8 minutos à primeira chamada de alarme e matar os terroristas, antes mesmo de conseguiram se fazer explodir, até porque não tinham quaisquer explosivos consigo.
Supostamente, após o atentado na ponte feito com uma carrinha branca, os três homens deixaram-na e seguiram para o Borough Market onde esfaquearam pessoas. A descrição feita pela documentarista Gabriele Sciotto, ao The Guardian (2:20), conta que a reacção policial foi muito rápida. Viu três homens a 20m de si e estava um polícia em Borough Market a tentar assustá-los. Os três homens correram na direcção de Gabriele porque estavam a ser perseguidos pelo polícia. Foram para a Stoney Street em direcção ao Wheatsheaf pub. Eram três. "De repente, montes e montes de polícias surgiram da outra direcção. Houve muitos gritos. 'Stop, no chão, no chão', coisas destas. Então a polícia começou a disparar". E os homens foram atingidos. Um deles ainda se movia. "Os polícias estavam assustados". Mais tarde, disse-se que a polícia disparara em resposta a tiros.
Mais tarde (ver entrada às 12:49), os depoimentos contradizem-se. Lewis Bennett, 39 anos, no mesmo site do The Guardian, afirma que um dos atacantes foi morto por um polícia num bar, depois de ter esfaqueado diversas pessoas. Outra testemunha diz que ouviu tiros às 1h15, quando todas as declarações policiais (entrada às 4:43) dizem que "responderam pronta e corajosamente" confrontando  os três homens que foram atingidos e mortos" e outra entrada (4:46), dá os homens como mortos às 22h16.
Noutra entrada (7:51). diz-se que às 23h a polícia chegou e disse para que as pessoas as seguissem com as mãos na cabeça.
Nunca há sobreviventes nestes atentados. E a campanha vai de novo ser suspensa.
Num vídeo posto no The Guardian (veja-se no link acima), vê-se jovens, cidadãos comuns, a caminhar pelas ruas com as mãos na cabeça, como se se tivessem rendido. "Porque puseram as mãos na cabeça?". "Não sei" responde um dos jovens. "Todos estavam a pôr..."

Fonte: Blog  “Ladrões de Bicicletas” (João Ramos Almeida)

A lamentável hipocrisia das três agências


por estatuadesal

(Nicolau Santos, in Expresso, 03/06/2017)
nicolau
A avalancha de dados positivos sobre a economia portuguesa que se tem sucedido nos últimos dois meses não comove as três grandes agências internacionais de notação financeira, cujos responsáveis, em declarações ao “Diário de Notícias”, não mostram nenhuma disposição para melhorar o rating que atribuem à dívida portuguesa (e que, em linguagem vulgar, é qualificado de lixo, ou seja, algo onde não se deve aplicar dinheiro), nem sequer o outlook, ou seja, a perspetiva, passando-o eventualmente de estável para positivo.
Os argumentos são os seguintes: “O rating pode subir se a consolidação orçamental e a redução da dívida acelerarem significativamente por comparação com as expectativas. Um crescimento económico muito mais forte seria também benéfico” (Moody’s). “É preciso perceber se esta recuperação é sustentável. Como o efeito base é muito baixo, qualquer pequena recuperação resulta num crescimento percentual muito elevado” (Standard & Poor’s). “Esperamos que a tendência pronunciada de redução do défice continue, mas a elevada dívida pública e a qualidade dos ativos bancários ainda pesam no perfil de crédito soberano de Portugal” (Fitch).
A economia portuguesa está bastante melhor. Até quando, senhores das agências, abusareis da nossa paciência, não reconhecendo esta evidência?
Ora, muito bem! A consolidação orçamental tem sido como segue: défices de 3% em 2015 (sem efeito Banif), 2% em 2016, previsão de 1,5% para este ano. E a tendência de queda vem de uns inacreditáveis 11,2% em 2010. O que será preciso para os senhores das agências reconhecerem que esta é uma tendência forte e consolidada? Segunda questão: o crescimento económico. Eis os dados: 0,9% (2014), 1,6% (2015), 1,4% (2016), 1,8% (previsão para 2017, mas o crescimento no primeiro trimestre de 2,8% aponta para um crescimento anual muito superior, podendo chegar aos 2,5% segundo o INE, mais que a média europeia). Há quem diga, contudo, que tudo está dependente do turismo. Não é verdade: as mercadorias explicam 70% do aumento das exportações. Terceira questão: a dívida. É muito elevada (130% do PIB). Mas o Governo prevê antecipar o pagamento de €7200 milhões ao FMI em 2018 e 2019 e até agora já foram reembolsados mais de €14.500 milhões do total de €26 mil milhões. Mais: como os senhores das agências saberão, um crescimento mais forte e acima do previsto, dá uma forte ajuda à redução da dívida em percentagem do PIB. Outra questão: a banca: alguém duvida que CGD, BES, BCP e BPI estão hoje mais sólidos do que em 2011 depois dos seus processos de recapitalização?
Concluindo: a economia portuguesa está indiscutivelmente melhor do que quando a nossa dívida pública foi classificada como lixo. Por isso, até quando, senhores das agências, abusareis da nossa paciência, não reconhecendo esta evidência? Resposta: até quando a sua hipocrisia entender, mesmo que os factos os desmintam todos os dias.

sábado, 3 de junho de 2017

Mais de 5 toneladas de alimentos reunidas em ação solidária do SL Benfica

Mais de cinco toneladas de alimentos foram recolhidas hoje numa ação solidária no Estádio da Luz, em Lisboa, afirmou à agência Lusa a presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, Isabel Jonet.

"Foi um sucesso. Só vamos pesar tudo na segunda-feira, mas posso dizer que a recolha ficou muito acima das cinco toneladas de alimentos e percebemos que há aqui espaço para mais ações de solidariedade no desporto", disse.
A ação solidária decorreu no relvado do Estádio da Luz, onde o Benfica expôs as taças de Portugal, Supertaça e Liga conquistadas na época que agora termina. Para entrar no relvado e tirar uma fotografia com as taças, cada pessoa tinha de levar um alimento não perecível.
"Nestas parcerias não pode haver clubismos, porque a causa da solidariedade e da luta contra a fome é nobre", disse Isabel Jonet.
Esta ação solidária do Benfica com o Banco Alimentar Contra a Fome acontece uma semana depois de esta organização ter realizado uma campanha de angariação de alimentos junto de mais de 2.000 superfícies comerciais, tendo angariado 1.848 toneladas de alimentos.
Na campanha participaram mais de 40 mil voluntários e os alimentos foram distribuídos por mais de 2.600 instituições de solidariedade social, que vão fazê-los chegar a 426 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confecionadas.

Fonte: Sapo.pt