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sábado, 10 de março de 2018

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As 50 palavras mais bonitas da Língua Portuguesa

por admin

As palavras podem ser bonitas? Depende... se forem ditas por um poeta ou por alguém que amamos, podem tocar o nosso coração de uma forma única e especial. A Língua Portuguesa possui inúmeras palavras que mereceriam constar desta lista e com certeza que cada pessoa possuirá as suas próprias escolhas. Mas se tivermos em conta o significado que cada uma destas palavras nos transmite, então estas são as mais belas de todas. Descubra as palavras mais bonitas da Língua Portuguesa.

1. Adeus

Expressão usada para despedida (ex.: adeus e até à próxima). Expressão usada para exprimir um sentimento em relação a algo ou alguém que desapareceu, que faz parte do passado ou que não vai acontecer.

2. Adorável

Algo que merece ser adorado, que encanta; encantador; muito estimável.

3. Alumbramento

Experiências que passamos e que parecem não ser "deste mundo". Momentos singulares, impregnados de algo maravilhoso que, de repente, nos toca e encanta. Uma espécie de encantamento faz-nos sentir "estrangeiros" e, ao mesmo tempo, plenamente nós mesmos, totalmente protegidos em algo familiar. Nestes instantes, desembaraçados dos poderes quotidianos, experimentamos uma impressão de extraordinária liberdade.

4. Amizade

Afeição por uma pessoa; estima, simpatia, camaradagem, companheirismo, cumplicidade, entendimento, compreensão, dedicação, bondade.

5. Amor

Sentimento que induz a aproximar, a proteger ou a conservar a pessoa pela qual se sente afeição ou atracção; grande afeição ou afinidade forte por outra pessoa.

6. Caminhos

Vias de comunicação que levam a um destino. Também utilizado para falar das várias possibilidades no nosso destino e que a vida nos coloca à frente.

7. Chuva

Água que resulta da condensação das nuvens. Andar à chuva é um sentimento único e revigorante e óptimo para quem está apaixonado, seja por alguém ou pela própria vida.

8. Coragem

Acto que exige uma enorme força interior na hora de tomar decisões ou de expressar sentimentos por alguém.

9. Cuidar

Quem ama cuida. Cuidar é uma das formas mais nobres de amar. Pode cuidar-se da pessoa amada, seja ela a esposa, um filho ou a mãe.

10. Cumplicidade

Sintonia entre 2 pessoas que se entendem e se amam. Acto que quase implica adivinhar o pensamento do outro e que possibilita viver em sintonia com alguém de quem se gosta.

11. Efémero

Algo que dura pouco tempo. Pode ser agradável ou desagradável, mas normalmente deixa uma sensação de bem estar. Um amor efémero pode deixar uma recordação para toda a vida.

12. Equilíbrio

O equilíbrio é essencial para uma vida calma e plena. Ter equilíbrio pode significar saber dar a devida importância à razão e à emoção.

13. Encanto

Acção de encantar, de enfeitiçar por meio de supostas operações mágicas. Coisa maravilhosa, de sedução irresistível: a festa foi um encanto.

14. Enternecer

Tornar-se terno ou amoroso. Acto que implica seduzir alguém e cativar alguém através do carinho. Somos responsáveis pelas pessoas que cativamos.

15. Epifania

É uma súbita sensação de entendimento ou compreensão da essência de algo. Também pode ser um termo usado para a realização de um sonho com difícil realização. O termo é usado nos sentidos filosófico e literal para indicar que alguém "encontrou finalmente a última peça do quebra-cabeças e agora consegue ver a imagem completa".

16. Esperança

É uma crença emocional na possibilidade de resultados positivos relacionados com eventos e circunstâncias da vida pessoal. A esperança requer uma certa perseverança — i.e., acreditar que algo é possível mesmo quando há indicações do contrário. O sentido de crença deste sentimento o aproxima muito dos significados atribuídos à fé.

17. Felicidade

Sensação plena de alegria que pode ser efémera ou duradoura, mas que mesmo assim causa bem estar e pode deixar uma memória agradável para toda a vida. Ou pode deixar um sentimento de saudade e melancolia pelo tempo em que éramos felizes e não sabíamos.

18. Gentileza

Acto de ser amável com alguém, seja alguém próximo ou alguém que desconhecemos. Ser gentil com um conhecido é amar alguém, ser gentil com um desconhecido é amar a humanidade.

19. Honestidade

Acto de ser verdadeiro, com os outros e consigo mesmo. Ser honesto significa ser humano, significa saber ocupar o seu lugar na comunidade em que está inserido.

20. Honra

Acto que implica seguir valores e princípios de vida apesar das dificuldades. Manter a palavra dada e esperar que os outros também o façam.

21. Imprescindível

Algo ou alguém que é essencial para uma pessoa ou para uma comunidade. Um sentimento também pode ser imprescindível, especialmente se for um sentimento nobre.

22. Inexorável

Alguém que não cede, implacável, inflexível, rigoroso. Não ceder a tentações é ser inexorável. Não ceder a facilitismos, não ceder a chantagens.

23. Infinito

Algo que não acaba ou não tem fim. Um amor pode ser infinito, especialmente se for um amor de uma mãe pelos seus filhos. O espaço é também infinito, tanto que é difícil sequer imaginar a sua dimensão.

24. Liberdade

É a autonomia e a espontaneidade de um sujeito racional; elemento qualificador e constituidor da condição no comportamento dos humanos.

25. Mãe

Aquela que ama incondicionalmente, que dá a vida ao seu filho e que é capaz de morrer por ele. A mãe é alguém que nos transforma de simples carne em gente, a mãe é quem nos humaniza.

26. Marés

Variação poética do nível das águas do mar que sobrem e descem por causa da lua. É como se os dois, o mar e a lua, dançassem e balançassem na esperança de um dia se poderem encontrar algures.

27. Melancolia

É um estado emocional semelhante ao processo de luto, mas não há a perda que o caracteriza. A melancolia pode ocorrer sem haver uma causa definida.

28. Memória

Acto de recordar. Pode recordar-se algo bom ou algo mau mas, para bem da sua saúde mental e emocional, convém recordar apenas as coisas boas da vida e o tempo que passou com as pessoas que ama.

29. Metáfora

Figura de retórica em que a significação habitual de uma palavra é substituída por outra, só aplicável por comparação subentendida.

30. Nação

Lugar no planeta que consideramos ser a nossa casa, onde estão as pessoas que amamos e que estão juntas porque acreditam em coisas em comum e possuem uma história que os identifica.

31. Nascimento

Acto de passagem de algo que não existe para a vida terrena. Ou caso acredite em algo superior, acto de dar um corpo a uma alma.

32. Palavras

Algo que usamos para exprimir o que sentimos, embora possam também ser usadas para expressar ódio. As palavras podem ser efémeras mas deixar uma memória permanente, boa ou má.

33. Pátria

Algo a que pertencemos, conjuntamente com outras pessoas com as quais partilhamos uma história, cultura e sentimentos em comum. Algo pelo qual estamos dispostos a morrer.

34. Paz

Sentimento de segurança, seja no mundo ou seja dentro de nós próprios. A paz interior é algo que apenas se alcança quando estamos bem connosco próprios e com as pessoas que amamos.

35. Perfeitamente

E é amar-te, assim, perdidamente... É seres alma, e sangue, e vida em mim e dizê-lo cantando a toda a gente!

36. Primavera

Estação do ano em que nascem as flores e em que a Natureza nos volta a sorrir depois do frio do Inverno. Na Primavera tudo renasce e nós podemos renascer também.

37. Reciprocidade

Algo de dar a alguém aquilo que essa pessoa também nos dá. O amor e a amizade só funcionam se forem recíprocos. Já o ódio pode ser algo sentido apenas por uma única pessoa.

38. Recomeçar

Acto de voltar e tentar fazer algo que anteriormente se tinha falhado. Implica não desistir, implica ter fé em si próprio, nas pessoas ou em Deus.

39. Renascer

Voltar a nascer. Pode voltar a nascer depois de um trauma, depois de um acidente ou depois de ter uma epifania, a súbita constatação de uma verdade universal.

40. Resiliência

Capacidade de resistir contra as adversidades e as dificuldades e lutar por aquilo que se ama ou por aquilo em que se acredita. Acto de acreditar nos seus ideias, em si próprio e na capacidade de poder ser melhor.

41. Respeito

Sentimento essencial para se ter uma vida harmoniosa em sociedade. Respeitar os mais velhos e os outros é respeitar-se a si próprio.

42. Risos

Acto de sorrir de forma intensa e descontrolada. Haverá algo melhor do que assistir aos risos de uma criança a brincar na lama ou da pessoa que amamos a rir das nossas piadas?

43. Saudade

Diz a lenda que o termo foi cunhado na época dos Descobrimentos portugueses e do Brasil colónia, quando esteve muito presente para definir a solidão dos portugueses numa terra estranha, longe de entes queridos. Define, pois, a melancolia causada pela lembrança; a mágoa que se sente pela ausência ou desaparecimento de pessoas, coisas, estados ou acções.

44. Sentir

Coisa que acontece quando o coração começa a bater mais rápido e quando o nosso cérebro abandona parcialmente a razão e começa a divagar por pensamentos que nos proporcionam emoções.

45. Silêncio

Contrário de barulho. Situação em que duas pessoas que se amam podem estar sem se sentirem constrangidas ou pouco confortáveis. O silêncio de um olhar e o esboço de um sorriso podem ser enormes provas de amor.

46. Singularidades

Coisas únicas, que acontecem apenas de vez em quando e que nos fazem perceber o quão é especial a nossa vida e as pessoas que nos rodeiam.

47. Sublime

Excepcional. Um sentimento elevado ao limite, uma sensação plena de felicidade ou de constatação. O primeiro beijo entre 2 pessoas destinadas a viverem juntas para sempre é um momento sublime.

48. Ternura

Quem eu era? Quem sou e quem pareço? Se alguém hoje me espera, com certeza que mereço. Mereço ainda, amor, a tua presença, para enfrentar a vida com a ternura dos 40.

49. Tertúlia

Acto de conviver com os amigos enquanto se fala de assuntos banais ou mais eruditos. Falar de poesia pode ser uma boa tertúlia mas falar de futebol enquanto se bebe uma cerveja e se comem uns amendoins também pode ser.

50. Vida

Estar vivo é o contrário de estar morto, disse um dia uma grande filósofa. Mas a vida é muito mais do que isso. Viver é dar à nossa alma histórias para contar quando chegar a hora de passar para outro corpo.

As 15 maiores cidades de Portugal

por admin

A população de Portugal concentra-se sobretudo na faixa litoral que vai desde a zona metropolitana do Porto até Setúbal. As razões para esta maior concentração de população nesta área devem-se sobretudo à maior oportunidade de emprego nestes locais que, com o tempo, levou também a uma maior concentração de escolas e hospitais e, consequentemente, de uma maior qualidade de vida. O desenvolvimento de cidades de tamanho médio e a distribuição harmoniosa da população por todo o país é ainda uma miragem e urge criar medidas para apoiar a fixação de população no interior do país. Estas são as maiores cidades de Portugal.

15. Odivelas (144.549 habitantes)

Nos terrenos férteis de Odivelas multiplicam-se as quintas, na Pontinha (na Paiã chegou a haver um cais para escoar os víveres para Lisboa), na Póvoa de Santo Adrião e em Caneças. Os seus proprietários, de uma forma ou de outra, surgem amiúdes ligados ao comércio e à cultura. É o caso do pintor Vieira Lusitano que foi o centro de uma romântica e atribulada história de amor com uma das filhas dos donos da Quinta dos Falcões, na Pontinha.

Mosteiro de OdivelasMosteiro de Odivelas

Anos depois, será a Póvoa de Santo Adrião a ter como proprietário de uma das suas quintas, o pintor Pedro Alexandrino que não só deixou algumas obras na igreja local, como as espalhou por Lisboa - na Sé, no Palácio de Queluz e no Museu dos Coches. O terramoto de 1755 causou grandes estragos na região mas leva também a que muitos lisboetas se venham fixar na zona, à procura de ares mais saudáveis.

14. Guimarães (158.124 habitantes)

Associado à formação e identidade de Portugal, o centro histórico de Guimarães, na zona que ficava dentro de muralhas, foi classificado Património Mundial pela UNESCO com base nos valores de originalidade e autenticidade com que foi recuperado.

GuimarãesGuimarães

A cidade ainda hoje possui um conjunto patrimonial harmonioso e preservado que se mostra em graciosas varandas de ferro, balcões e alpendres de granito, casas senhoriais, arcos que ligam ruas estreitas, lajes do chão alisadas pelo tempo, torres e claustros. Por momentos imaginamo-nos num cenário medieval, onde a nobreza foi construindo as suas moradias como a casa Mota Prego, o Palácio de Vila Flor, do Toural e tantos outros que dão a Guimarães uma atmosfera única.

13. Seixal (158.269 habitantes)

Da história remota da sede do Município pouco se sabe. Contudo, esta cidade terá tido origem, muito provavelmente, num pequeno núcleo de pescadores e o seu nome poderá estar associado à grande quantidade de seixos existentes nas praias ribeirinhas que seriam utilizados como lastro nas embarcações. Foi no Seixal que os irmãos Vasco e Paulo da Gama construíram as embarcações para a viagem até à Índia.

SeixalSeixal

Enquanto Vasco da Gama estava em Lisboa a preparar a viagem, Paulo da Gama comandava os carpinteiros e calafates na construção das naus. Estêvão da Gama, pai dos navegadores, foi comendador do Seixal. No início do século XVI, a população rondava as três dezenas de fogos e no dealbar do séc. XVIII, o número de habitantes ascendia a cerca de 400 pessoas. Actualmente, o Concelho tem 158 mil habitantes.

12. Gondomar (168.027 habitantes)

Situada em vales amenos e férteis, Gondomar é famosa pelos trabalhos em ourivesaria, actividade com séculos de existência e que segundo se crê remonta ao tempo dos visigodos e celtas. A origem desta actividade está directamente relacionada com as minas de ouro existentes na região, encerradas há mais de dois séculos.

GondomarGondomar

Dos trabalhos executados, destaca-se naturalmente a filigrana em ouro e prata, cujo complexo rendilhado se pensa dever-se à influência estética e artística dos Mouros na Península Ibérica. A riqueza e originalidade destes trabalhos executados manualmente são indispensáveis para completar o riquíssimo trajo típico das minhotas.

11. Oeiras (172.120 habitantes)

Situada à beira-mar e a cerca de 10 kms de Lisboa, a vila de Oeiras foi ao longo dos séculos, o local escolhido por muitas famílias nobres ou endinheiradas para estabelecer as suas residências de verão. Destes edifícios, salientam-se o Palácio do Marquês de Pombal (séc. XVIII), ministro do Rei D. José que muito contribuiu para o desenvolvimento de Oeiras e a sua elevação à categoria de vila, e a Real Quinta em Caxias. No séc. XVII, foi edificada junto à costa uma série de fortificações que defendiam a barra do Tejo, e portanto a entrada de Lisboa. De entre estas, destacam-se o Forte do Areeiro, o Forte das Maias, o Forte de Catalazete, o Forte de São Bruno em Paço de Arcos, e o mais característico situado no meio do rio Tejo - o Forte do Bugio.

OeirasOeiras

Nas redondezas, vale a pena visitar o Museu da Pólvora Negra, nas instalações da Antiga Fábrica da Pólvora em Barcarena, que foi desactivada e transformada em área de lazer, o Museu do Automóvel Antigo em Paço de Arcos e o Aquário Vasco da Gama no Dafundo. Aos domingos, as Feiras de Velharias animam os jardins do concelho, tendo lugar no 1º domingo de cada mês a de Santo Amaro de Oeiras, seguindo-se a de Paço d`Arcos e no último domingo a de Algés.

Chegou a hora de o governo resolver os problemas do futebol!

por CGP

Ana Catarina Mendes disse ontem à TVI que chegou a altura de o governo colocar cobro à situação grave a que chegou o futebol. Tem razão Ana Catarina Mendes: o futebol está coberto de problemas:

- Começa na linguagem agressiva dos seus dirigentes...

- ... incluindo entre elementos do mesmo clube nas disputas internas...

- ....adicionam-se escândalos de corrupção ...

- ...suspeitas de corrupção a árbitros...

- ... e ligações pouco claras à imprensa...

- ... com comentadores cartilhados...

- ... e, claro, o clima de confronto começa a afectar os adeptos e os episódios de violência vão-se repetindo

Chegou a altura de os políticos intervirem. Se há alguém com legitimidade e autoridade para resolver os problemas no futebol são eles.

Façam de conta que isto aconteceu nos EUA e assim já podem indignar-se muito (e até mete armas)

por helenafmatos

A comunidade de Agnettes está em guerra com a comunidade de 3 F e portanto organizam batalhas. Por agora com agora com armas convencionais.

Roué de coups et visé par des tirs de pistolet à grenaille, un adolescent de 16 ans pourrait souffrir de lourdes séquelles à vie. Ce garçon a été agressé ce mardi matin à Gennevilliers (Hauts-de-Seine), avenue Chandon, non loin de la cité des Agnettes. Il était environ 7h30 quand trois jeunes hommes ont fondu sur lui. Ils l’ont d’abord pris à partie, bousculé, avant un déchaînement de violence. L’adolescent a essuyé une pluie de coups de pied et poing. Et ses agresseurs, munis d’un pistolet à grenaille, lui ont également tiré dessus en visant le visage.

Ils ont fait feu à trois reprises, à bout portant. L’adolescent a été brûlé à la joue, et a reçu du plomb dans un œil. Opéré ce mardi, il devrait subir une nouvelle intervention chirurgicale ce mercredi. Mais les médecins se seraient montrés peu optimistes, redoutant que leur patient ne perde définitivement son œil.

Selon les premiers éléments de l’enquête, l’agression serait le deuxième épisode d’un conflit opposant la cité des Agnettes à celle des 3 F. Conflit dont, pour l’heure, on ignore l’origine. Mais une première bagarre aurait déjà opposé des groupes rivaux de ces quartiers, dimanche, avenue Gabriel-Péri, près des 3 F.

Ps.  Dos combates entre a comunidade do Sry Lanka - que meteram escalpes e decepações - não se soube mais nada a não ser que por saber mais se inclua a informação de que em 2011 já tinha havido um caso semelhante, que em Fevereiro deste ano tinha acontecido um ajuste de contas dentro da comunidade felizmente só com feridos dizem os jornais mas que no outro ajuste de contas de Janeiro tinha morrido uma pessoa e assim sucessivamente. Mas enfim é mais uma questão etnográfica que criminal.

Fácil demais para António Costa

07/03/2018

by João Mendes

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Na sequência das Legislativas de 2015, o Partido Socialista chegou a acordo com BE e PCP/PEV para liderar um governo minoritário. Perante este acordo histórico e inesperado, PSD e CDS ficaram muito aborrecidos, porque a democracia representativa pode ser uma grande maçada, e amuaram durante uns meses.

Depois de vários meses a carpir, o CDS decidiu fazer o moving on e procurou mudar ligeiramente o discurso, aproveitando o grande vazio em que o PSD se havia transformado, apesar de na realidade nada ter mudado. Utópica, Assunção Cristas começou por se assumir como alternativa para liderar a direita, apesar de não o poder ser sem o PSD, e já fala em ser primeira-ministra. Já dizia o poeta que o sonho comanda a vida, e Cristas também tem o direito de sonhar, coitada!

Na São Caetano à Lapa, enquanto o partido definhava nas sondagens, Pedro Passos Coelho viu as várias teorias da conspiração serem reduzidas a pó, umas atrás das outras, até não restar discurso, coerência, credibilidade, sanção ou diabo para contar história. Defunto que estava o passismo, Rui Rio lá decidiu sair da poltrona e avançar, cumprido finalmente uma promessa de longa data, e derrotou a barriga de aluguer que o passismo havia entretanto desencantado para se perpetuar no poder.

Chegado ao trono laranja, Rui Rio decidiu fazer mudanças que não agradaram aos mais altos oficiais do antigo regime, que trataram de lhe dar o troco e de lhe proporcionar o mais curto estado de graça de sempre de um líder partidário recém-eleito. Apuparam Elina Fraga no congresso, escolha que levou Paula Teixeira da Cruz a acusar Rio de traição, emocionaram-se com a intervenção crispada de um dos seus antigos líderes, Luís Montenegro, e fizeram a folha ao novo líder parlamentar, traído por elementos da sua própria lista, que tinham aceitado trabalhar com ele, sempre com a retaguarda protegida pelos ideólogos-observadores da nova direita radical portuguesa.

Rui Rio, contudo, não recuou. Nem parece interessado em seguir a via da confrontação com o governo, via essa que já deu provas claras da sua absoluta inutilidade, manifestando inclusive disponibilidade para trabalhar com os socialistas (e até com bloquistas e comunistas) em algumas matérias, nomeadamente na área dos fundos comunitários. Internamente, a notícia não foi bem-recebida pelo sector ressabiado, que alucina com Estalines e se masturba com Pinochets. De pouco lhes adianta, pelo que já deu para perceber. Para Rio, os restos do passismo, em bicos de pés e aos berros, mais não são do que a expressão de uma “convulsãozita”, apesar das facas longas.

Em São Bento, António Costa bem pode abrir garrafas de champanhe. A vida não lhe poderia correr melhor! Com os indicadores económicos a validar a sua estratégia, ainda que em larga medida embalados por variáveis externas que se podem a qualquer momento inverter, Costa conseguiu a proeza de firmar acordos sólidos com partidos que nunca estiveram para aí virados, esvaziou e expôs ao ridículo o discurso catastrofista da direita, que em muito contribuiu para o fim do passismo e para a ascensão de Rui Rio, que num dos primeiros actos oficiais se apresentou ao primeiro-ministro, antes mesmo de se reunir com Assunção Cristas ou com o grupo parlamentar do seu partido. Melhor seria impossível.

E agora, o que se segue? Ora, se nada de extraordinário acontecer, tipo uma violenta crise provocada pelos terroristas financeiros de Wall Street ou da City, António Costa arrisca-se a um sossegado passeio a caminho da renovação do seu mandato, com uma maioria absoluta no horizonte. E, a julgar pelo histórico, nada de bom poderá vir de uma maioria absoluta do PS. Agradeçamos, portanto, ao professor doutor Pedro Passos Coelho, e respectiva entourage de criaturas radicalizadas, por se terem demitido das suas funções e por terem transformado o PSD num pequeno partido de protesto. Tivessem eles saído no devido tempo, e talvez pudéssemos esperar umas Legislativas mais disputadas. Agora é tarde e tudo se tornou fácil demais para António Costa.

Gostava de conhecer este Passos Coelho

por j. manuel cordeiro

"As grandoladas, como se vê, continuam, e a pergunta que importa fazer é esta: de onde vem tanto ódio a Passos Coelho? É um corrupto? Afundou o país? Impôs sacrifícios inúteis? Falhou a saída limpa? Tentou controlar a justiça? Silenciou a comunicação social? Não, ele não fez nada disso. Mas fez pior: refreou o Estado gargantuesco e propôs mais liberdade aos cidadãos.".

Aquele que conheço andou metido no esquema dos dinheiro a europeus para a formação e depois, quando governou, insurgiu-se contra a má aplicação dos fundos  comunitários. Aconselhou os professores saírem do país por não terem trabalho mas vai dar aulas. Andou 5 anos de pin ao peito mas vendeu um recurso absolutamente estratégico para o país (a REN) ao estado chinês. Dizem que controlou a despesa mas apenas aumentou os impostos cortou no rendimento dos portugueses (zero de reforma do Estado). A lista pode continua.

Há muitas formas de corrupção e a corrupção moral é mãe de todas elas. Quem não pagou a segurança social e quem andou nos esquemas subsídios é, claramente, moralmente corrupto. Mas que saída limpa? Essa que continuámos a pagar depois de anunciada? Que visão para o país é essa que defendia os baixos salários como factor competitivo? Antes de Passos Coelho perderam-se os anéis e com ele foram-se os dedos. Passo bem sem a beatificação.

Mantendo a ponte

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

  • Eduardo Louro
  • 09.03.18

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Parece-me que, como já é costume, se empolou a questão das obras de conservação na Ponte 25 de Abril. Sabe-se como a imprensa gosta destas coisas, de criar alarme. Mas isso não me impede de achar que nos cortes do investimento e da despesa pública já se estão a pisar todas linhas vermelhas, e a correr sérios riscos de muitas coisas começarem a correr muito mal.

Também me parece que em qualquer tipo de actividade económica o normal será que quem recolhe as receitas pague os custos. Mas estamos fartos de saber que, nas famosas parcerias público-privadas que não se podem reverter, as coisas não são bem assim. Se calhar os custos da Lusoponte são os salários dos portageiros e umas comissões á Brisa...

O que é preciso é manter a ponte. Essa e a outra, a que liga o Estado aos interesses de alguns. Ou a alguns interesses, o que vai dar no mesmo... Na outra margem.

O que é que deu às grandes empresas?

por estatuadesal

(Francisco Louçã, in Expresso, 10/03/2018)

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Passa-se alguma coisa de esquisito, mas infelizmente é a normalidade: o mercado está nervoso, como agora se diz com leveza, e algumas grandes empresas estão a tomar posições políticas, constituindo-se em oposição ameaçante. Os exemplos são eloquentes.

O mercado está confuso

Os CTT anunciaram esta semana que os seus resultados tinham caído 56%, para 27 milhões de euros, mas que mantinham o plano de distribuição de dividendos e iriam sacar reservas para poderem entregar aos acionistas 57 milhões de euros. A estratégia é esta: administração em dificuldades seduz acionistas carentes. A empresa fica sem fundos para investir, a não ser que se endivide, e é o segundo ano consecutivo. O mercado, evidentemente, gostou desta estratégia e da promessa de despedir mais ainda. A empresa é descapitalizada, mas se há dividendos as ações são reconfortadas — e a cotação subiu. Os maus resultados foram a boa notícia.

Tudo lógico? Na Galp, há duas semanas, foi ao contrário. A empresa anunciou um crescimento dos lucros e dos dividendos, mas a cotação caiu. Os bons resultados foram a má notícia.

Quanto mais dívida mais gritaria

O mercado não percebe o que são bons e maus resultados, mas pelo menos uma empresa, a Altice, sabe o que quer. E ameaça: se até 13 de abril não tiver luz verde para comprar a TVI, desiste do negócio. Ora, duvido. A Altice precisa da TVI, aliás precisa de muitos negócios destes, comprar uma empresa com acionistas aflitos, como a Prisa espanhola, para logo depois a vender ou, entretanto, a utilizar para criar mais dívida para reciclar a própria dívida.

Para a PT, a joia da coroa da tecnologia em Portugal, nem sequer é novidade. A longa história da sua destruição começou há muitos anos. Aliás, cumpre tradição: como tantas vezes em Portugal, foi um Governo em véspera de eleições que precipitou os primeiros passos. Foi Cavaco Silva, a 1 de junho de 1995, quem disparou o tiro de partida, com a primeira fase da privatização (de 27,26%). Já se sabia que Cavaco não se recandidatava, estava designado Fernando Nogueira contra António Guterres, chegava ao fim o consulado cavaquista. Guterres ganhou e tomou posse a 28 de outubro. Escusado será dizê-lo, a privatização prosseguiu e foram mais 21,74% em 1996, ficavam vendidos 49% da empresa. Com o PS no governo houve mesmo um ministro que abria uma garrafa de champanhe quando concluía a venda de uma das empresas públicas. E seguiram-se mais três fases de privatização, até restarem nas mãos do Estado só 500 ações, a golden share, com um poder especial de controlo e cuja liquidação foi das primeiras medidas de Passos Coelho.

A PT tornou-se uma das caixas registadoras do grupo BES, o que deu no que se sabe: queda da empresa, que há uma década valia em Bolsa 11 mil milhões de euros e que agora está a ser desmantelada. A estratégia da Altice, que a adquiriu em 2015, é a mesma, conseguiu que a PT ficasse abaixo da linha dos prejuízos.

Ao comprar a PT, a Altice, um gigante de pés de barro com uma dívida de mais de 50 mil milhões de euros, assegurou que pagaria 5600 milhões de euros à Oi, empresa falida, para que esta pagasse as dívidas acumuladas na PT. A Altice contabilizou então 5600 milhões de euros como dívida da PT à própria Altice e a PT passou a dívida para a MEO, que é onde estão os lucros. A esforçada MEO, que é da Altice, emprestou então 536 milhões de euros ao dono, que registou adiantamento de pagamento. Eis como a Altice comprou a PT gerando dívida e prejuízos e poupando-se a pagar a compra.

O truque é velho

Não é a primeira nem será a última vez que a compra de uma grande empresa se faz com a utilização dos seus recursos. Em 1992, António Champalimaud comprou desta forma o Banco Pinto & Sotto Mayor, pagando com um cheque careca sobre o próprio banco. Explicava ele: “Não regateei a quantia, mandei vir um cheque avulso e preenchi-o logo ali, sacando sobre a minha conta e fechando assim o negócio. Fiquei só a dever, para pagar daí a trinta dias, uma percentagem pequena.” Quando o cheque foi descontado, já Champalimaud estava sentado na presidência da administração.

Mais recentemente, a Fosun comprou a Fidelidade por 1100 milhões de euros, fazendo-se pagar com a venda de ativos da própria seguradora. A Altice está a fazer o mesmo com a PT, será que a TVI quer passar por essa praxe?

Quando se deve ao Fisco, é pedir ao Estado

Outro exemplo deste ambiente empresarial é a guerra judicial da EDP, REN e Galp contra a contribuição extraordinária sobre as rendas da energia. Devem 338 milhões de euros e o conflito é estritamente político: nenhuma dessas empresas contestou o pagamento enquanto o governo era do PSD e CDS. No Novo Banco, fala-se agora de mais milhões que o Estado teria que entregar à Lone Star, que comprou mas não paga, parece sina.

Está bom de ver, este normal é estranho. A novidade é que algumas empresas agem agora como partidos, para fazerem o que sempre fizeram: ou dívida ou mão estendida ao Estado.


Uma empresa generosa para o CDS

De 27 a 30 de dezembro de 2004 foi muita a azáfama de fim de ano, mas mesmo assim notou-se, no balcão do BES da Rua do Comércio, que os funcionários do CDS vinham com minutos de intervalo, um atrás do outro. Cada um depositava uma quantia inferior a 12.500 euros, o limiar para a comunicação às autoridades, e voltava. Fizeram assim 105 depósitos, num total de mais de um milhão de euros. Para justificar a operação foram passados 4216 recibos e foi aí que apareceu o notório Jacinto Capelo Leite Rego, logo chamado Capelo Jacinto Rego Leite, coisas da imaginação.

O Ministério Público acusou o tesoureiro e três funcionários, argumentava que este milhão pagava a autorização dada ao Grupo Espírito Santo para uma operação imobiliária no Ribatejo, e extraiu certidão para outra investigação sobre os submarinos. O Tribunal da Relação entendeu que não havia prova, assunto encerrado.

De facto, a lei não permite o financiamento de partidos por empresas. Mas, por vezes, o escrutínio sempre atento das autoridades de contas, honra lhes seja feita, é contornado por subterfúgios. A página semanal de publicidade do CDS no “Correio da Manhã”, publicada desde outubro de 2016, é o caso mais surpreendente.

Foi uma opção arriscada, por colocar no centro da operação a própria presidente do partido. Assunção Cristas, dentro da linha editorial do jornal, é certamente uma cronista bem escolhida. Seria interessante conhecer a opinião dela sobre temas relevantes, Trump ou as eleições italianas, o emprego, a saúde, os grandes debates. Mas o que Cristas assina todas as semanas é uma exposição cândida sobre a agenda do partido, as suas reuniões, os comícios convocados ou as leis que apresenta. Inclui também a sua ida a espetáculos e eventos sociais, com uma tocante profusão de fotos de si própria: nas últimas seis semanas, foram 14 e já chegou a publicar cinco numa página.

Anuncia-se que ela esteve numa procissão ou “com o nosso deputado Nuno Melo, com o presidente da Comissão Europeia”, que vai a uma sessão do partido num café em Coimbra para “ouvir Portugal” com “cinco oradores independentes, notáveis”, outra em Montalegre, “a ouvir Portugal e a trazer maravilhosas alheiras para jantar”. Elogiando a sua Convenção Autárquica, Cristas garante que “o CDS está a crescer”. Noutro dia apresenta a sua moção ao congresso e a evidente recandidatura, pois “fizemos muito trabalho”. Explica que “acredito que o trabalho sistemático e bem fundamentado trará resultados e proponho que o partido continue este caminho de trabalho”. E é trabalho: “esta tarde apresentamos no parlamento 12 diplomas na área da justiça” e segue o cadastro. Folheie-se outra edição qualquer: anúncio de reuniões, listas de leis, agenda da líder, as suas fotografias a ilustrar. Isto chama-se publicidade, que pena não ser um comentário argumentado para ajudar ao debate público.

Só que a publicidade tem um preço. No “Correio da Manhã”, é 15.070 euros por página, mais IVA. Assim, ao chegar às eleições de 2019, Cristas terá recebido o favor de 2,351 milhões de euros em publicidade não paga, mais os 541 mil euros de IVA que poupou, num total de 2,892 milhões.

Não sei se a decisão partiu da Altri, a gigante da pasta de papel que é proprietária do jornal e que conhece bem a ex-ministra, que se destacou enquanto esteve no governo pela proteção ao sector dos eucaliptos, ou da direção do “Correio da Manhã”. Mas que todos trocaram publicidade mal disfarçada pela oportunidade de um debate interessante, isso é facto.

Ladrões de Bicicletas


Do Estado que «asfixia a economia»

Posted: 10 Mar 2018 12:32 AM PST

«São 5,5 mil milhões de euros de ganho, entre poupança com faltas ao trabalho evitadas pelos cuidados de saúde prestados pelo Estado e o retorno económico desses cidadãos que, não tendo ficado doentes em casa, foram trabalhar, produziram, receberam um pagamento por esse trabalho e gastaram parte em bens de consumo. Explicado assim, em economês de grau zero, parece simples, mas o facto é que estamos muito mais habituados a ouvir falar do que o SNS nos custa, a todos enquanto contribuintes, e também do que o serviço faz menos bem ou onde tem falhas graves. A espaços também vamos ouvindo que este é um sistema insustentável, que representa um fardo financeiro excessivo para o país, que consome recursos que seriam mais bem aplicados noutras áreas e, por último, que estaríamos todos muito melhor com uma passagem mais decidida destas responsabilidades para a esfera privada. 5,5 mil milhões é, para que se tenha noção da grandeza, cerca de metade do orçamento do Estado para a saúde, para o SNS. Dito de outra forma, o SNS consegue "devolver" ao país, à economia, metade do que absorve em dinheiro público, dos contribuintes. Será assim um negócio tão mau como nos tem sido vendido?».
Paulo Tavares, Afinal, o SNS vale o que pagamos

«Memorizar e debitar» (reloaded): a educação segundo Crato

Posted: 09 Mar 2018 05:11 AM PST

De quando em quando, Nuno Crato dá sinais de vida. Desta vez, com um artigo no Observador, aparentemente motivado pelo discurso de António Guterres na sessão de atribuição do doutoramento honoris causa pelo IST.
Pergunta Crato se «gostaria algum de nós de ser tratado por um médico que, na universidade, tivesse aprendido Literatura Germânica, não tivesse prestado grande atenção à Anatomia nem à Histologia, mas que tivesse sido fantástico a "aprender a aprender"?». Ou se gostaria algum de nós de «andar num avião mantido por uma equipa de mecânicos que, na sua escola de formação técnica, tivessem estudado Anatomia Patológica, nada sobre motores nem sobre aeronáutica, mas que fossem extraordinários a "aprender a aprender"?». Exagero? «Não», diz o ex-ministro da Educação: «pensemos na mensagem que, no limite, se está a transmitir aos estudantes: aprendam a aprender, não interessa tanto o que aprendem».
Garanto-vos que não faço por isso, mas quando a argumentação chega a este nível vem-me à memória uma recordação de infância: a imagem de vendedores de banha-da-cobra, alçados em carrinhas de caixa aberta, com o frasquinho numa mão e o microfone na outra, a convencer os incautos que têm a solução para todos os males. Ou, numa versão mais atual, os anúncios televisivos a frigideiras anti-aderentes, com o número para as encomendas a passar no rodapé do ecrã durante o engodo. A dúvida com que ficava ao reparar no empenho dos vendedores de banha-da-cobra é a mesma que me assalta com Nuno Crato: acredita mesmo no que diz ou está conscientemente a ludibriar as pessoas?
Será que o ex-ministro Nuno Crato acha mesmo que o que está em causa é a opção entre «conteúdos» e «aprender a aprender»? Terão as matérias programáticas das disciplinas desaparecido e ninguém deu conta? Em que consistirá na prática o programa do «aprender a aprender»? Não perceberá o ex-ministro que os conteúdos continuam lá e que a diferença reside no modo como são tratados, bem como nas finalidades que se pretendem atingir com os processos de ensino e aprendizagem? Que os «conteúdos» servem para «aprender a aprender» e não, simplesmente, para «memorizar e debitar»? Que uma coisa é «aprender a decorar» e outra é «aprender e problematizar»? Perceberá Nuno Crato a diferença entre o papaguear mecânico de uma tabuada e a ideia de que a mesma traduz a soma sucessiva de um algarismo? Ao vir com esta conversa requentada, terá Nuno Crato a expetativa de poder regressar à 5 de outubro com a sua agenda retrógrada, depois de ter ouvido Rui Rio no encerramento do 37º Congresso do PSD?

Pensamento light

Posted: 09 Mar 2018 10:38 AM PST

A poucos dias do Congresso do CDS, a dirigente do CDS deu anteontem uma entrevista à RTP.
Para um partido que não chega aos 10% da intenção de voto, mas que afirma querer liderar a direita, estar-se-ia à espera de ideias mais consistentes sobre o pensamento do CDS. Mas da conversa percebeu-se que o mandato governamental do CDS de 2011/15 ainda está mal digerido e que as grandes linhas de pensamento económico ainda andam muito baralhadas pelo Largo do Caldas. E que o seu discurso está muito colado à espuma dos dias, a surfar os temas mais mediáticos.
A pobreza do pensamento centrista é visível na moção de Cristas ao Congresso. Aliás, convida-se a que se leia as diversas moções para perceber que o CDS tem um pensamento incoerente e inconsistente, variado mas indistinto, sobre temas essenciais e estratégicos, e que por isso lhe é mais fácil surfar o dia-a-dia. Uma delas, considera mesmo que "a nova vaga de emigrantes deve ser vista como uma afirmação da capacidade e do engenho de Portugal no mundo" ou que "Portugal tem de assumir uma política activa para o crescimento da natalidade, financiada pelo Estado e não pelas empresas". Mas ao mesmo tempo, mantendo o esforço para cumprir a regra orçamental de reduzir a dívida pública até 60% prevista no Tratado Orçamental, o que é mais uma quadratura do círculo improvável. Mas tudo isto merece um estudo mais detalhado, proximamente.
O discurso televisivo de Assunção Cristas é mais um exercício, aliás, de quadratura do círculo: camufla o que correu mal, puxa de galões que não são os seus, tudo baralha, sem que o entrevistador a tenha confrontado.
Primeiro. Para Cristas, não houve austeridade: houve necessidade. Na realidade, necessidade foi o que levou ao empréstimo de curto prazo que - nunca é por acaso - trouxe agarrado um conjunto de políticas, fortemente ideológicas, assumidas pela direita (CDS inclusive). Outras políticas poderiam ter sido adoptadas, mas a direita quis aquelas, que fracassaram estrondosamente.
As políticas adoptadas geraram uma montanha de 1,5 milhões de desempregados. Mesmo do ponto de vista orçamental, foi um fiasco: entre 2011 e 2013, dos 20 mil milhões de euros de austeridade (entre cortes na despesa pública e aumento da receita fiscal), o défice apenas se reduziu em 6 mil milhões por causa da recessão provocada. Por cada 1 euro retirado ao défice, retirou-se 1,25 euros ao PIB. Aliás, Cristas a certa altura afirmou aquilo que a esquerda costuma repetir sobre o fracasso das medidas adoptadas: "Mesmo na dívida, diminuiu em percentagem do PIB. Nós continuamos endividados, continua a haver um agravamento da dívida".

Ficou sem saber-se - e ninguém lhe perguntou - por que razão isso aconteceu quando era suposto estar a reduzir-se a dívida, fruto das políticas adoptadas no passado. Estava no Memorando.
Teria sido por culpa do protectorado da troica? Não foi, porque Cristas omite esse facto olimpicamente. Troica e memorando são, aliás, palavras proibidas. Fala do "grande esforço de todos os portugueses", quando esse esforço não serviu para nada e teve de ser invertido! Até a Comissão Europeia já vem dar o dito por não dito.
O fruto da austeridade aplicada transformou-se para Cristas em "crise mundial e europeia" e "depressão", sem que se explique por quê, já que Portugal afundava nessa altura enquanto a UE já crescia. E a retoma é, assim, desvalorizada: "Tínhamos, em Portugal, uma capacidade produtiva instalada que não estava toda aproveitada em virtude da profunda depressão e da crise que foi uma crise mundial e europeia e, claro, com a retoma poderão, com muito pouco investimento, accionar essa capacidade produtiva".
Na entrevista, Cristas sublinha que, se houve retoma, foi por causa - "também" - das reformas adoptadas, nomeadamente a laboral: "Tenho sublinhado muitas vezes o facto de, por exemplo, António Costa ter resistido até agora a fazer mexidas na legislação laboral que eu espero que mantenha, porque hoje temos crescimento económico e desemprego a diminuir e emprego a aumentar também por causa de várias reformas, nomeadamente na reforma laboral feita pelo anterior governo". Quais teriam sido as outras reformas? A famosa reforma do Estado que Paulo Portas sintetizou numa página e que nunca levou à prática porque não lhe convinha voltar à recessão?
Noutra entrevista, de outro dirigente, Adolfo Mesquita Nunes, prevê-se que entre 10 a 40% dos actuais empregos deixarão de existir - devido à famigerada automação dos processos produtivos - e que "é preciso encontrar mecanismos de transição e mobilidade, para que as pessoas possam mudar de emprego, ter formação e ter a protecção social de que precisam nesse período". Para já, pergunte-se, com que dinheiro? "Temos um modelo de Estado Social que tem um conjunto de prestações sociais pensadas para desafios antigos. E, portanto, temos de adaptá-las". Os jornalistas não lhe perguntaram quais... Mas como se articula isso com o papel do CDS de 2011/15? Nessa altura, o CDS defendeu, com unhas e dentes, a redução da duração e do montante do subsídio de desemprego. E das compensações por despedimento. E o congelamento do SMN, que aumentou por razões eleitorais e pouco e sem discussão na concertação social... Algo que pressionou os salários para a descida do seu valor. Em que ficamos?
Pior. Enquanto defende esses méritos da austeridade, usa a austeridade para criticar Costa de a aplicar de forma camuflada: "Não é verdade que seja tudo cor-de-rosa, não é verdade que a austeridade tenha acabado. Não é verdade esta narrativa do primeiro-ministro de que acabou a austeridade e de que agora está tudo muito bem. E nós a cada momento conseguimos comprovar isso mesmo".
Mas se o Governo aplica a austeridade, mesmo que camuflada, Portugal deveria estar melhor. Ou não? Não, porque o CDS acha-se à-vontade para atacar a falta de recursos na Saúde que foi fortemente afectada pela política estúpida da austeridade...
Que tipo de política económica defende o CDS afinal? O CDS tem sido um partido sem espinha nem pensamento. E ainda por cima quer liderar a direita. Não vai longe.

Esta tipa não se enxerga?

por j. manuel cordeiro

"O CDS-PP pretende que o ministro das Finanças e o Governador do Banco de Portugal prestem esclarecimentos após o parecer da Comissão Europeia sobre a venda do Novo Banco."

O futebol e os conluios judiciais são um melhor filão, vão por mim

por estatuadesal

(In Blog Aspirina B, 09/03/2018)

FUTEBOL1

Bom, está visto que, com este governo, o jornalismo acusatório, alarmista e de casos tem muito poucas hipóteses de prosperar.

A exploração da tragédia dos incêndios até à náusea, raiando a pornografia, viu-se sem sustento sério para uma responsabilização do Governo e acabou por esmorecer e perecer com um relatório e o arrefecimento nocturno.

O Presidente da República tentara ajudar à batucada, mas a culpabilização do Governo não colou nas populações, que conhecem melhor as causas dos incêndios do que o Presidente, acabando até este por se refrear perante as observações de excesso de protagonismo, aproveitamento de função não executiva, deslocações à milagreiro e lamechice.

Mário Centeno, o alvo mais apetecido da direita chafurdola, primeiro no caso SMS/ António Domingues/ CGD e, depois, no caso “bilhetes para o Benfica em troco de benefícios fiscais para o filho de L. F. Vieira”, acabou triunfando sobre a sacanagem e sobre as mentiras e a pulhice do Correio da Manhã e seus replicadores. O roubo de Tancos também animou as hostes, mas, por ser demasiado claro que Azeredo Lopes não tinha como função guardar os armazéns de armamento e que a Constança de qualquer modo já ia ser abatida, passou, e passou com uma gargalhada, mal apareceram as armas acompanhadas de um bónus. O caso serviu, isso sim, para pôr a descoberto as práticas pouco ortodoxas e os esquemas, quando não os crimes, de alguns militares e para mostrar que algo ia muito mal no exército, mas não por culpa do ministro.

O caso mais recente da ponte mais movimentada do país que estaria na iminência de colapsar porque o Governo não autorizava as obras de manutenção foi também, em menos de 24 horas, pelo cano, com a corrente, com a ventania, com o que quiserem. Mas, com os esclarecimentos dos protagonistas (LNEC, Ministério as Finanças, Infraestruturas de Portugal, ministro das Infraestruturas, etc.), foi sem dúvida para um lugar de inertes onde a Visão vira demais.

Os jornalistas deviam, pois, ter sempre à mão uns leques ou uns cubos de gelo que lhes moderassem os calores no exercício do quarto poder.

Há vidas que são uma quadratura do círculo

por helenafmatos

henrique pereira dos santos: «Jorge Coelho, de forma sistemática, transferiu riscos dos concessionários para o Estado, renegociando concessões em posição de fragilidade: uma coisa é negociar uma concessão através de um concurso em que todos os concorrentes querem ganhar a concessão, outra coisa é negociar alterações a concessões quando já existe um contrato e só há um concessionário, que tem evidentemente a faca e o queijo na mão.

Jorge Coelho perseguia objectivos políticos de curto prazo, querendo obras mais rápidas para estarem prontas ou lançadas a tempo de eleições ou querendo motivar interessados em obras injustificáveis do ponto de vista da racionalidade económica, como algumas das auto-estradas que foram feitas (não deixa de ser uma deliciosa ironia que pelo menos um dos subscritores do processo judicial posto à troica seja um dos principais economistas envolvidos nas marteladas dadas aos números para justificar obras injustificáveis, sustentadas em empréstimos que só não deram pior resultado porque a troica nos pôs a mão por baixo, não sei se por sermos meninos, se por sermos borrachos).

Pois bem, sendo isto assim e estando perfeitamente documentado, o que mais se vê são referências à putativa promiscuidade entre Ferreira do Amaral e a Lusoponte, como justificação para o facto da manutenção da ponte ir agora sair do bolso dos contribuintes, mesmo na imprensa de referência e nos comentadores mais influentes, conseguindo Jorge Coelho (e Guterres) nunca ser responsabilizado pela captação do Estado a favor dos seus interesses políticos (dos outros não falo, a polícia que tome conta do assunto, se houver matéria para isso, do que aliás duvido, neste caso)»

Ladrões de Bicicletas


Escapam?

Posted: 09 Mar 2018 01:16 AM PST

Mário Centeno declara que o chamado ajustamento grego foi demasiado longo (de facto, a crise grega ultrapassou a Grande Depressão em duração e severidade da queda do PIB), mas, traduzindo a novilíngua da troika por si adoptada, diz que a falta de convicção com que as elites gregas aplicaram as políticas impostas pelos credores atrasou tudo. Varoufakis vê justamente nisso um insulto, que se soma à injúria sofrida.
Nem de propósito, em artigo no número deste mês da edição portuguesa do Le Monde diplomatique - Por quem o sininho dobra no Eurogrupo? - mobilizo o último livro de Varoufakis, que tem algumas boas revelações e que foi recentemente editado entre nós, para tentar aprofundar a reflexão sobre os efeitos perversamente reveladores da chamada eleição de Centeno para a chamada Presidência do chamado Eurogrupo. Centeno está bem onde está, tendo em conta a sua orientação ideológica. A questão com Centeno não é pessoal, mas sim política. Um problema, em suma.
Enfim, apetece dizer: eles que apostem no bloco central europeu, do ponto de vista político, e em dar novo fôlego à financerização da economia, como já defendeu Centeno em declarações e opções recentes; eles que tragam cá para dentro tais tendências europeias, o que se nota aqui e ali, e veremos então se a social-democracia nacional escapa a prazo ao destino das suas congéneres europeias.
Entretanto, Varoufakis insiste na fuga em frente dita pan-europeia, esquecendo que não se conquista na escala transnacional o que se perdeu na escala nacional, rumo a um resultado residual nas eleições europeias para os partidos que integrem o seu movimento, nuns casos, ou a fazer de flor na lapela de uma social-democracia em declínio generalizado, noutros.

Hoje

Posted: 08 Mar 2018 06:19 PM PST

«Notícias» do desemprego real

Posted: 08 Mar 2018 01:37 PM PST

Na sexta-feira passada, a propósito do livro que celebra o 10º aniversário do Observatório das Desigualdades (OD), o Público chama à capa uma notícia bombástica: «Desemprego real é o dobro do que mostram os números oficiais». Curiosamente, talvez porque os tempos eram outros, uma notícia semelhante não teve o mesmo destaque em março de 2015, quando a taxa de desemprego real era bem mais significativa (superior a 25%), de acordo com as conclusões do estudo do Observatório das Crises (OsCA). Nessa altura, de facto, quem no Público acabaria por prestar mais atenção a esse trabalho foram cronistas como João Miguel Tavares e Fátima Bonifácio, que o tentaram descredibilizar, alegando falta de «cientificidade» e sugerindo que o mesmo não passava de um exercício de «endoutrinação».

Na devida altura (agosto de 2017), o João Ramos de Almeida chamou à atenção para o facto de o INE voltar a publicar dados agregados sobre formas atípicas de desemprego (não integradas no cálculo do desemprego oficial), retomando o conceito de «desemprego em sentido amplo», mas agora sob a designação de «subutilização do trabalho». Este indicador, suspenso durante os anos da troika, não recupera contudo os critérios anteriores, tornando impossível reconstituir, nos mesmos moldes, a série de dados anterior a 2011 (gráfico aqui em cima). Entre as várias alterações sobressai a transição do subemprego para o universo dos ativos empregados (até 2009 fazia parte da população inativa) e dos desencorajados para o universo dos inativos, passando os ocupados a ser contabilizados também como emprego e não como desemprego (escapando portanto aos cálculos da respetiva taxa).
Ora, o que os exercícios do OsCA e do OD pretendem é justamente apurar de forma global as diversas situações de desemprego, de modo a melhor refletir a dimensão real do fenómeno, superando assim as limitações dos cálculos oficiais de emprego e desemprego. O que permite, por seu turno, evidenciar até que ponto os critérios estatísticos adotados em 2011 ajudaram por um lado a dissimular a degradação do mercado de trabalho na vigência do anterior Governo (camuflando o desemprego) e, por outro, compreender a sua evolução desde o final de 2015.

A partir destes exercícios é possível fixar alguns pontos relevantes: sobretudo entre 2013 e 2015, o volume de «desempregados ocupados» foi essencial para escondero desemprego (se em 2011 os «ocupados» representavam 7% das formas atípicas de desemprego, em 2014 e 2015 assumem um peso de quase 30%, descendo desde então para valores já próximos dos 20%); é apenas em 2015 (e não em 2014) que o desemprego oculto começa a diminuir, sendo significativa a queda entre 2015 e 2017 (-131 mil). Ou seja, o facto de o desemprego real ser em 2017 «o dobro do que mostram os números oficiais» não significa - ao contrário do que possa sugerir a manchete do Público - que o desemprego oculto esteja a aumentar. Não, apenas a recuperação do mercado de trabalho tem sido essencialmente feita, como é natural, através de um ritmo de integração dos desempregados contabilizados pelo INE, que é superior ao da integração de desencorajados, do subemprego e dos «ocupados». Um desemprego real acima do desemprego oficial não é portanto propriamente uma «notícia». E muito menos uma notícia bombástica.