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sábado, 16 de setembro de 2017
Stander
O diabo acabou de chegar a Massamá…
Imoralidade eleitoral com idosos – mudar a Lei
16/09/2017 por Autor Convidado
Miguel Teixeira
Discordo, por último de inauguração de obras em períodos eleitorais.
No Brasil que não é exemplo para ninguém em muitas situações, a lei eleitoral para as eleições locais é, no entanto, severa: vários meses antes do dia da eleição, estão vedadas todas as atitudes dos prefeitos no exercício do cargo ou candidatos a prefeito, que configurem “compra de votos”. Pagar uma simples cerveja a um eleitor, à luz da lei eleitoral brasileira é crime, porque pode configurar compra de voto e se for comprovada perante o procurador do Ministério Público local, torna automaticamente o candidato ou o prefeito recandidato, inelegível.
Julgo que por uma questão de transparência e igualdade, a lei eleitoral em Portugal deveria ser modificada para prevenir determinados “abusos”. Com esta estratégia eleitoral, paga por todos os contribuintes, não há oposição, alternativa, ou projeto político fundamentado que resista.
Não façamos dos eleitores parvos, independentemente do partido ou movimento que esteja no poder a nível local. PS os idosos precisam a meu ver de programas sociais locais que os ajudem a pagar os medicamentos em virtude das suas baixas pensões de reforma, apoio na deslocação para consultas e tratamentos oncológicos ou outros, bem como de apoio domiciliário.
Não sou contra convívios fora de períodos eleitorais, mas desde que sejam democráticos e devidamente enquadrados numa política social Municipal abrangente.
Mas isso sou eu a pensar.
Ajuda para a Escolha dos Caminhos Certos na vossa vida
Hoje, na manhã deste sábado, 16 de Setembro de 2017, aconteceu algo que me explicou as causas e os efeitos de tudo o que acontece na vida de cada pessoa, quer tenham ocorrido em vidas passadas ou na nossa vivência actual.
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sexta-feira, 15 de setembro de 2017
Como se reconhece um fascista
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(António Guerreiro, in Público, 15/09/2017)
António Guerreiro
Confirmei na semana passada a existência de um exemplar da espécie: chama-se Henrique Raposo e é cronista do Expresso.
No nosso tempo, não é fácil reconhecer um fascista: porque eles não ousam dizer o seu nome ou nem sequer sabem que o são; porque um antifascismo demasiado espontâneo provocou uma inflação demagógica dessa classificação e retirou-lhe todo o rigor.
Com algumas precauções, confirmei na semana passada a existência de um exemplar da espécie: chama-se Henrique Raposo e é cronista do Expresso. Na sua coluna, começava por glorificar a caça como ritual de feição mística, remetendo a morte do animal para a esfera da cerimónia sacrificial, impregnada de elementos culturais. Este discurso é aquele que serviu o culto da guerra. Enriquecida com elementos de um erotismo negro, a cerimónia sacrificial da morte esteve no centro de uma estranha comunidade onde se encontraram nos anos 30 do século passado, em torno de uma revista chamada Acéphale, nomes importantes da literatura francesa: Bataille, Leiris, Caillois, Klossowski e outros. Segundo o testemunho deste último, Walter Benjamin, que tinha acabado de chegar ao exílio parisiense, assistiu a uma dessas reuniões do grupo e comentou: “Vous travaillez pour le fascisme.”
Na versão kitsch e pindérica de Henrique Raposo (mas não é o kitsch ideológico uma característica do fascismo?) o culto da morte exprime-se desta maneira: “Há qualquer coisa de belo num tiro que é o encontro entre a trajectória da bala e a trajectória da presa; colocar a bala ou chumbo naquele milionésimo de segundo em que as duas linhas, a do tiro e a da presa, se encontram é um desafio belo”.
O critério de reconhecimento do fascismo, disse uma vez Deleuze, é este: “Alguém que diz ‘viva a morte!’ é um fascista.” Raposo não satisfaz todos os critérios de definição de um fascista, mas está dotado do afecto fascista que encontra beleza na morte. É verdade que se trata da morte de animais e não de homens, mas a máquina antropológica do humanismo (que Raposo defende de maneira acérrima), aquela que exacerba a diferença zoo-antropológica, é exactamente o mesmo dispositivo que serviu para exterminar os judeus.
O melhor vem a seguir. Henrique Raposo desenvolve a sua ideia de uma mística da caça e da morte do animal como um sacrifício onde se manifesta a categoria estética da beleza. E fazendo o elogio de umas declarações do cozinheiro Ljubmir Stanisic, sentencia: “Ljubmir Stanisic e Anthony Bourdain [são] cozinheiros que não pedem desculpa por serem homens, heterossexuais e carnívoros.”
Na sequência lógica do grito necrófilo vem a virilidade ostensiva, a afecção fascista do pensamento viril. O fascista “tem colhões” e gosta de os mostrar. Isto é suficiente para definir um pequeno fascista. Ele só se torna um pouco maior quando usa continuadamente a estratégia do espantalho universal, isto é, a estratégia que consiste em fundir as grandes questões políticas, sociais e morais (o fascista é sempre hipermoral) nos problemas privados e da vizinhança. Trata-se de categorizar os grandes sujeitos colectivos a partir de pessoas singulares. Chama-se a isto o pathos da totalidade. Uma pequena vila do Alentejo, uma periferia urbana ou o senhor José da oficina fornecem então a Henrique Raposo a universalidade de uma visão do mundo. E só não digo Weltanschauung porque é uma palavra demasiado fascista para o nosso pequeno fascista, que começou a semana a fazer um mea culpa por causa de na semana anterior ter levado demasiado longe a sua estratégia do espantalho universal da pedofilia (o espantalho eram, então, os educadores de infância masculinos). Ora, um fascista, ao contrário do pequeno fascista que apresenta algumas afecções da estrutura psicológica do fascismo, nunca se arrepende.
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