Translate

sábado, 4 de novembro de 2017

Rio Santana

Estátua de Sal

por estatuadesal

(João Quadros, in Jornal de Negócios, 03/11/2017)

João Quadros

João Quadros

Rio é o filho que enforca periquitos, Santana é o que toca à campainha das vizinhas. Se Santana acaba por dar mais sarilhos porque todos sabem o que faz, Rio não faz barulho, mas faz mais mal.

Hoje vou tentar expor aos esbeltos leitores o meu ponto de vista sobre as eleições no PSD. Eu não gosto muito de me meter na política porque construí a minha carreira à base de subsídios para a agro-pecuária, mas começou a batalha pela liderança do PSD e eu adoro filmes de terror.

O tiro de partida já foi dado, e Rui Rio e Santana Lopes já começaram a contar espingardas, esperemos que sem a ajuda do ministro da Defesa.

Este combate Rio X Santana tem qualquer coisa de canal RTP Memória. Soa a anos 90. Ambos andam nisto há tantos anos como o Preço Certo. Estamos fartos de os ver a andar por aí. Santana Lopes tem uma desvantagem em relação a Rui Rio. É que, de Rui Rio, apenas suspeitamos de que não dá um bom primeiro-ministro.

Não vou votar porque estou longe de ser simpatizante do PSD, tenho até alguma embirração, mas se tivesse uma pistola apontada à cabeça, e me obrigassem a optar, escolhia Santana. Eu explico. Ambos me causam um certo receio, mas é um receio diferente. É como ter dois filhos, e um faz maldades e outro partidas. Rio é o filho que enforca periquitos, Santana é o que toca à campainha das vizinhas. Se Santana acaba por dar mais sarilhos porque todos sabem o que faz, Rio não faz barulho, mas faz mais mal.

Esta semana, Rui Rio disse que Maria Luís "esteve muito bem e que ele faria o mesmo". Hum... Não acredito, aposto que Rio não casava com aquele marido que ameaça jornalistas, mas pelo menos já sabemos quem é que Rio vai convidar para ministra das Finanças. A 30 de Julho de 2013, dizia Rio numa entrevista que: "A ministra das Finanças é 'pedra no sapato' e 'elo mais fraco' do Governo." Ou seja, Rui Rio gosta de automóveis antigos, mas tem uma memória curta.

Santana Lopes é muito diferente de Rio, tirando o penteado, e acredito que, com Santana, os debates com Costa fossem renhidos. Costa vencia o debate sobre os indicadores do sistema de Segurança Social, o debate da despesa pública e a discussão sobre o investimento público e Santana Lopes vencia a prova de dança de salão, o concurso de "shots" e o debate sobre preliminares.

Seja como for, eles que se entendam, que façam muitos debates, mas que Santana não seja interrompido por uma notícia sobre José Mourinho, ou ainda é capaz de abandonar a candidatura a meio.

TOP-5

Vou andar por aí

1. House of Cards cancelada depois das denúncias de assédio de Kevin Spacey - House of Cards acaba e começa House of Lego.

2. Nuno Carvalho, sócio-gerente da Padaria Portuguesa, diz que todos os meses fazem "um piquenique no Jardim da Estrela com os funcionários, onde ouvimos 'inputs' sobre o negócio" - Fazer piqueniques no Jardim da Estrela é quase tão deprimente como ir dar pão a ratazanas no convento de Mafra.

3. O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa terá ligado ao rei de Espanha a garantir que Portugal não reconhece a independência da Catalunha - Mas não aproveitou para meter uma cunha para nos devolverem Olivença.

4. O material roubado em Tancos foi devolvido com uma caixa de petardos a mais- E ainda há gente chateada. Imagina se fosse assim com o BES. Assaltantes de caixa multibanco devolvem caixa com mais cem euros.

5. Kevin Spacey pede desculpa pelas acusações - Esta semana, a FNAC vai pôr em destaque os filmes onde entrou o Kevin Spacey.

A “GERINGONÇA” TEM FUTURO? TEM QUE TER!

Estátua de Sal

por estatuadesal

(Joaquim Vassalo Abreu, 04/11/2017)

Geringonça.gif

O Daniel Oliveira publicou por estes dias um texto, que quase na íntegra corroboro, que se intitula: “O Orçamento é de Esquerda. Mas deixa Esquerda para o futuro?”.

Enumera, embora não exaustivamente, o que de bom já se fez mas, recordando o ainda não realizado, preocupa-o que deixando tudo isso para o futuro, tal fique como uma “marca” negativa desta governação. O que quer dizer, para o Daniel, não ter este Governo feito tudo o que os Partidos à sua esquerda reclamaram e reclamam, como a Contratação Colectiva e a sua caducidade, por exemplo.

É inquestionável ser substancialmente correcto e factual que ainda há muito por fazer, mas como comentador e analista político que é, o Daniel esbarra na dúvida sistemática que o assalta, a ele e a outros, que se manifesta na tendência para o politicamente correcto (deixar sempre pontas soltas na sua abrangente linguagem) e no receio de assumir o papel de antecipador, utilizando para isso a dúbia interrogação.

Mas eu, como não sou analista nem comentador de serviço, não convivo com essa tal dúvida sistemática e procuro sempre simplificar. E não concordo que essas importantes medidas ainda não tomadas ou mesmo adiadas, fiquem como uma “marca” negativa para as Esquerdas. Não penso mesmo isso!

Penso, antes pelo contrário, que o que já foi feito e conseguido é que fica como uma “marca”! E fica por várias razões. A saber:

· Porque nem o mais iluminado optimista imaginaria ser possível que, em pouco mais de dois anos, esta solução governativa tivesse tanto sucesso.

· Porque nem o mais empedernido optimista a sonharia há pouco mais de dois anos.

· Porque o que também fica como uma indelével “marca” é o fim do mito de que as Esquerdas não sabem governar. As Esquerdas mostraram e têm mostrado que são competentes e que sabem conjugar uma certa austeridade (cativações, por exemplo) com reposição de direitos e rendimentos, com crescimento económico e controlo das Finanças Públicas. Coisas que as Direitas nunca saberão.

· Porque com tudo isto as Esquerdas ganharam crédito e respeito insuspeitáveis. Até lá fora!

· Pelo que esta “marca” tem que ser ainda mais fortemente sedimentada. Porque se ajusta às vontades da grande maioria da sua base de apoio e, ia apostar, da grande fatia da população e desperdiçá-la, para além de um grosseiro erro, seria um crime de lesa pátria.

E isso mesmo ficou bem visível ainda hoje na discussão e aprovação do Orçamento de Estado para 2018 e em que à irritação de toda uma quezilenta Direita, perdida e incapaz de apresentar alguma alternativa, correspondia um acerto cada vez maior e mais pacífico das Esquerdas.

Por tudo o exposto e também porque entendo que não pode ser tudo feito de uma vez só, há coisas mesmo que requerem o seu tempo, é imprescindível que o que ainda não foi realizado e é forçoso que se realize, continue a constar da agenda como um essencial objectivo conducente ao combate efectivo à precariedade, à estabilização das leis do trabalho e à segurança no emprego.

Mas, ainda assim, é minha convicção que tem aumentado paulatinamente o número daqueles que já compreendem que, tal como Roma e Pavia não se fizeram num dia, quer queiramos quer não, só poderemos todos esses desideratos alcançar se tivermos as contas públicas controladas, o défice a descer, o saldo primário excedentário e a dívida pública a diminuir.

E isso não só é importante para que o financiamento do Estado e da economia estejam assegurados e a taxas cada vez mais baixas, mas também para que a nossa credibilidade e afirmação fiquem, elas igualmente, como uma “marca”! Mas essa “marca” cada vez mais vincada, necessita de cada vez maior sustentabilidade, que só pode ser alcançada através do cumprimento dos pressupostos acima enunciados.

A Esquerda, toda a Esquerda, ou Esquerdas, tem que estar bem ciente disso e quando digo que a grande maioria do Povo das Esquerdas está cada vez mais elucidado a esse respeito, é para dizer claramente que quem isto subestimar será fortemente penalizado por todo esse eleitorado.

Esticar a corda, seja de um lado, ou seja do outro, mais à esquerda ou menos à esquerda, será sempre contraproducente, tanto mais que o que se notam são substantivos avanços e não recuos. Do mesmo modo que o precipitado aproveitamento de algum sinal que as sondagens possam fornecer o será inevitavelmente. A “marca”, a tal “marca” é já indissociável dos Partidos que sustentam este Governo e, estou convencido, esse mesmo Povo não perdoaria ao PS nem a arrogância nem o distanciamento.

O que esta solução governativa teve e tem de grande mérito é mesmo isso: é, na sua diversidade, os Partidos que a compõem terem conseguido estar juntos e coesos no essencial. No possível, ou no imediatamente possível melhor dito, em detrimento precisamente daquilo que ainda está fora do seu tempo e se mostra, neste momento, mais separador que agregador.

Devemos a este Governo os louros pelos resultados alcançados, mas devemos aos restantes Partidos da “coligação” (a que agora o PSD resolveu chamar de “Social Comunista”!) a justeza, firmeza e resiliência na exigência de medidas que pareciam impossíveis, mas que, como disse, se mostraram salutares e, igualmente de suprema importância, no desabar de um vetusto “tabu”: o de que os tais Partidos, a que as Direitas chamam de “Radicais”, estavam impossibilitados de pertencerem ao arco da governação.

E a quebra deste “tabu”, ao mesmo tempo que abriu importantes janelas para o futuro, abriu também a porta a cada vez maiores responsabilidades.

E hoje virei “analista”! Como diz um Irmão meu: dizes que não és, mas afinal…



Depois das misses

Estátua de Sal



por estatuadesal

(Daniel Oliveira, in Expresso, 04/11/2017)

Daniel Oliveira

Em momentos trágicos como os dos incêndios deste ano o debate político costuma ser substituído por discursos de tipo “miss mundo”. Eles escondem as contradições entre diferentes interesses que qualquer mudança estrutural tem de enfrentar, fazendo parecer fácil e consensual o que é difícil e fraturante ou dividindo o país entre um povo em sintonia e generoso e políticos incompetentes e mesquinhos. Só que no dia seguinte é a política que tem que fazer escolhas, desafiar interesses legítimos e ilegítimos e enfrentar resistências. Um desses interesses já deu a cara e promete resistir. De dedo em riste e em tom comicieiro, Jaime Marta Soares ameaçou, perante um primeiro-ministro mais frágil do que antes, levar os bombeiros para a rua se os seus poderes fossem tocados.

Não foram os bombeiros que gritaram “basta!”. Foi um cacique local, quatro décadas presidente de uma câmara onde deixou um buraco de 30 milhões de euros, duas décadas deputado, dirigente desportivo e tudo o mais que se possa lembrar. Como escreveu João Miguel Tavares, Jaime Marta Soares é “uma personagem emblemática da vida política portuguesa”. Há uma rede política formal e informal, com um enorme poder, que está espalhada pelo país e especialmente presente em todas as estruturas que trabalham mais diretamente com as populações: direções de bombeiros voluntários, provedores das misericórdias ou responsáveis por IPSS. A fraca organização e descentralização da nossa sociedade civil está subordinada às únicas estruturas associativas com implantação e poder reais: os partidos políticos e a igreja católica. Jaime Marta Soares representa aqueles que usam os bombeiros voluntários como instrumento de poder político. E usará esse poder para impedir uma das reformas mais difíceis e mais urgentes no combate e prevenção de fogos: a profissionalização dos bombeiros, reservando para o voluntariado um papel complementar.

Quatro fatores explicam a dimensão e efeito dos incêndios: as condições climatéricas únicas; a mão criminosa; anos de erros e de incúria no ordenamento do território, política florestal e prevenção e combate aos fogos; e falhas graves deste Governo, sobretudo nas nomeações dos comandos da Proteção Civil e na alocação de meios. Todos merecem discussão e até é natural que haja mais atenção às responsabilidades de quem está atualmente no poder. Mas, por conveniência política, Marcelo concentrou o debate apenas neste Governo e ajudou a cristalizar a ideia de que os acontecimentos deste verão se devem quase exclusivamente a fatores políticos circunstanciais, o que tornará muito mais difícil mobilizar o país para mudanças estruturais.

É verdade que o Presidente disse que mudar a política florestal e de combate aos fogos é a prioridade do seu mandato. Só que não é ele que o vai fazer. E ao enfraquecer o Governo nesta área, contribuindo para que ela fosse o centro da guerrilha partidária e institucional, Marcelo enfraqueceu o único poder que tem os instrumentos para impor esta reforma: o executivo.

As corporações sentem que estão, neste tema, perante um Governo fraco. O discurso incendiário do cacique dos bombeiros é sinal disso mesmo. E Marcelo teve um papel fundamental numa fragilização que não deixará de ser aproveitada por quem quer que tudo fique na mesma.




Veja as profissões que irão desaparecer nos próximos 10 anos. Acautele o seu futuro!

Neste vídeo veja as profissões que irão acabar no prazo máximo de 10 anos.
Mas não fique preocupado! Comece já a preparar o seu futuro, se a profissão é uma delas.
Torne-se Membro da Jeunesse, porque esta empresa será o seu futuro e o futuro da sua família.




                 

                           Torne-se Membro neste Link:   



sexta-feira, 3 de novembro de 2017

A Coreia do Norte tem primeira-dama: a misteriosa Ri Sol-ju

Por ZAP

1 Novembro, 2017
(dv) KNS / KCNA
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un (dir), acompanhado da esposa, Ri Sol-ju (esq)
Afinal, quem é e como é a primeira-dama da Coreia do Norte? No caso deste país asiático, considerado um dos mais isolados do mundo, se não o mais isolado, esta não é uma pergunta fácil de dar resposta.
Ri Sol-ju começou a aparecer ao lado de Kim Jong-un no verão de 2012. Perante as especulações, os meios de comunicação norte-coreanos confirmaram que a norte-coreana era a esposa do líder do regime. Ainda assim, pouco se sabe sobre esta misteriosa mulher.
Segundo a BBC, há quem diga que antes de se tornar primeira-dama, Ri Sol-ju terá sido cantora, enquanto que outros dizem que foi cheerleader de uma seleção norte-coreana, o que lhe permitiu viajar várias vezes para o estrangeiro.
De acordo com Sierra Madden, colaboradora da North Korea Leadership Watch, uma página na Internet especializada na cúpula de poder norte-coreana, a mulher de Kim terá sido as duas coisas.
“Eles casaram-se em 2009, 2010 e, antes disso, era cantora e cheerleader. Viajava pelo Japão e pela Coreia do Sul”, disse a especialista.
O passado de Ri Sol-ju não é totalmente confirmado e, por isso, tal como acontece com o próprio líder norte-coreano, não se sabe sequer a idade da primeira-dama. No entanto, acredita-se que não tenha completado ainda 30 anos. Já em relação a Kim Jong-un, estima-se que tenha nascido em 1983 ou 1984.

Comparada com Michelle Obama

Nas poucas imagens divulgadas pelo regime norte-coreano, Ri Sol-ju aparece sempre sorridente e elegante, o que chegou a gerar até comparações com a ex-primeira-dama norte-americana, Michelle Obama.
“Tem uma posição parecida com a da ex-primeira dama dos EUA porque promove temas importantes relacionados com as mulheres e crianças“, afirma Madden à BBC.
Ri Sol-ju já apareceu ao lado do líder norte-coreano em espetáculos, na celebração de um lançamento de um míssil e, mais recentemente, em outubro, numa visita a uma fábrica de cosméticos.
Nos últimos anos, diferentes países romperam as exportações de bens de luxo à Coreia do Norte como parte das sanções em resposta ao avanço do programa nuclear do país. Isso fez com que os norte-coreanos desenvolvessem a sua própria indústria de cosméticospara abastecer, sobretudo, a classe alta.
A simples aparição de Ri Sol-ju em eventos quebrou a tradição do antigo líder e pai do atual, Kim Jong-il, que nunca aparecia publicamente com as suas esposas. “É algo totalmente novo. Foi colocada como a ‘mãe da Coreia do Norte’“, destaca a especialista.
(cv) Rodong Sinmun
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, acompanhado da esposa, Ri Sol-ju, numa cerimónia das forças armadas do país

Herdeiros?

A família de Kim Jong-un está cercada por um nível de sigilo tão elevado que não se sabe, por exemplo, quantos filhos o casal tem.
De acordo com os serviços de inteligência da Coreia do Sul, a primeira-dama deu à luz o terceiro filho em fevereiro deste ano. Mas os agentes do país vizinho não conseguiram identificar nem o sexo nem o nome do bebé.
Ri Sol-ju deixou de aparecer nos meios de comunicação oficiais durante sete meses, uma longa ausência que gerou rumores de que estaria novamente grávida ou a enfrentar uma crise matrimonial.
Acredita-se que os outros dois herdeiros tenham nascido entre 2010 e 2013, mas ainda permanece a dúvida se Kim Jong-un já tem um sucessor definido, uma vez que não se sabe se o primogénito é menino ou menina.
O sexo do segundo filho foi divulgado acidentalmente, através do jogador da NBA Dennis Rodman, que surpreendeu tudo e todos ao revelar a sua amizade com Kim.
Em entrevista ao The Guardian, em 2013, o ex-basquetebolista revelou que o norte-coreano tem uma filha, Ju-ae, que o próprio carregou nos braços quando visitou a família norte-coreana. O jogador acrescentou ainda que Kim Jong-un é “uma pessoa incrível”.

A outra Kim

Tal como fez com a esposa, o líder norte-coreano também decidiu dar mais visibilidade à sua irmã mais nova. Kim Yo-jong participa em eventos públicos e ocupa uma posição importante no governo. Recentemente, foi eleita foi eleita membro suplente do politburo do Partido dos Trabalhadores da Coreia.
Para Ankit Panda, especialista sobre a Coreia do Norte, o gesto evidencia “que o regime de Kim quer que o mundo veja que está cada vez mais poderoso” e, ao mesmo tempo, que dá prioridade à família e aos laços de sangue.
A visita à fabrica de cosméticos, onde Yo-jong também marcou presença, é vista como uma mensagem direta às elites norte-coreanas para o líder reforçar a imagem de estabilidade mesmo com as sanções, neste caso, as que afetam o mercado de luxo.
Vários analistas veem a presença de Ri Sol-ju como um sinal de modernidade num regime que é muito fechado. Outro exemplo disso é a Moranbong, a banda pop preferida de Kim Jong-un, que combina mulheres de minissaia e canções patrióticas.
ZAP // BBC