Translate

Mostrar mensagens com a etiqueta Economia Portuguesa. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Economia Portuguesa. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

É lidar com isso



por estatuadesal
(Marco Capitão Ferreira, in Expresso Diário, 20/09/2017)
capitaoferreira
Algo a contragosto, e tão tarde quanto lhes foi possível, as agências de rating lá deram um primeiro sinal de que já nem elas conseguem negar o desempenho da Economia Portuguesa e, muito especialmente, o desempenho da consolidação orçamental que foi possível fazer nesse contexto.
Os dados falaram mais alto, e mesmo não gostando – e não gostam mesmo nada – da forma como os resultados foram conseguidos, isto é, com uma política de alguma reposição de rendimentos e fim progressivo de cortes nas prestações sociais, não se pode negar o défice que baixou e a dívida que vai começar a baixar este ano. Ambos sinais de uma consolidação orçamental bem conseguida, que ainda por cima potenciou o emprego e o crescimento.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Estava-se mesmo a ver



por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 19/09/2017)
vistos gold
Os vistos Gold de Paulo Portas
Era mais do que óbvio que o esquema dos vistos gold iria atrair a nata da criminalidade mundial, compravam uma casa em Portugal e tinham direito a residência e a circular livremente na Europa. O dinheiro fácil começou a aparecer, houve quem se dedicasse ao negócio da intermediação e o Paulo portas dizia cobras e lagarto de quem ousasse criticar o esquema.
O negócio atraiu os do costume e lambuzaram-se de tal forma que alguns, incluindo um ministro de Passos Coelho estão a contas com um processo judicial, tendo dado lugar aos primeiros casos de corrupção ao mais alto nível do Estado. As grandes imobiliárias ficaram excitadas e algumas boas famílias decadentes venderam os seus palacetes a bom preço.  Agora sabe-se que a Comissão Europeia está preocupada com a concessão de vistos gold a gente corrupta (Ver noticia aqui)
Paulo Portas desancava em quem ousava criticar o esquema e designava o esquema por investimento. Entretanto, Paulo Portas desapareceu, muito provavelmente anda a fazer negócio com “investidores” do género que os vistos atraíram, o esquema ainda existe, mas os resultados são mais do que escassos.
Que investidores queremos para Portugal? Chineses que enriqueceram à pressa, brasileiros em fuga ou generis angolanos? Isto é o lúmpen do capitalismo, figuras falhadas da corrupção que sentem a necessidade de assegurar uma fuga provável e de garantir um local onde possam viver tranquilos. Chamar a isto investidores é gozar com o país.
Não é destes investidores que Portugal precisa, esta gente não traz qualquer progresso e as suas empresas prosseguirão no país com os esquemas fáceis com que enriqueceram nos seus países de origem. Portugal precisa de bons investidores, gente que traga know how, competitividade, atividades de alto valor acrescentado, empresas que apostem na qualificação, na investigação. É nestes investidores que Portugal deve apostar e para isso é preciso muito mais do que vistos com mel para corruptos.


sábado, 16 de setembro de 2017

O diabo acabou de chegar a Massamá…



por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 16/09/2017)
Quando em Março passado a Standard & Poor’s decidiu manter a notação da dívida portuguesa em BB+, ou lixo, com perspetiva estável, a ex-ministra das Finanças de Passos Coelho e vice-presidente do PS Maria Luís Albuquerque foi muito clara ao declarar "Eu confesso que não vejo injustiça", adiantando uma explicação para a sua concordância com a avaliação da S&P:
"O elevado nível de endividamento, a divida pública, que tinha reduzido em 2015 voltou a subir em 2016, o endividamento privado também continua muito elevado, o crescimento reduziu face àquilo que vinha de 2015 e há uma conjunto de medidas que representam potenciais problemas para a competitividade e criação de emprego"
Queixava-se ainda de que o Governo não tinha dado  "melhores argumentos" à S&P para que Portugal saísse "desta situação de lixo", lamentando-se ainda que era "uma desilusão que o país continue nesta situação e que não consiga registar, de facto, as melhorias que estávamos prestes a registar no final de 2015".
Poucos meses passados e depois de ter andado a fazer surf nos incêndios e outras desgraças, Passos Coelho ignora o que a sua vice-presidente tinha declarada e deu mais uma das suas cambalhotas, tem mesmo o descaramento de chamar a si quase todo o mérito, quase porque deu um danoninho desse mesmo mérito ao Governo dizendo que este "tem o mérito de ter conseguido nestes dois anos provar que os receios que os investidores tinham eram infundados porque o Governo acabou por garantir as metas que eram importantes para os que estabelecem o 'rating' para o país".
A posição de Passos Coelho chega a ser ridícula pois ninguém se esquece de ter anunciado a vinda do diabo em Setembro de 2016, já depois de ter declarado numa entrevista à SIC dada em março de 2016, que "passaria a defender o voto no PS, Bloco de Esquerda e PCP".
Depois de dois anos a aproveitar tudo o que mau acontecia ou esperava que viesse a acontecer ao país, Passos Coelho humilha-se de uma forma quase ridícula, ao apressar-se a comentar a decisão da mesma Standard & Poor’s para chamar a si todos os louros, chegando ao desplante de dizer que consigo no governo tal notação já teria sido atribuída, lembrando uma declaração de Relvas que em plena crise financeira assegurava que quando o PSD chegasse ao governo as agências de notação recuariam e deixariam de avaliar a dívida portuguesa como lixo.
Esta notação significa que o diabo vinha mesmo, está agora em Massamá transformando Passos Coelho em lixo político.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Pormenores de 600 milhões



por estatuadesal
(Marco Capitão Ferreira, in Expresso Diário, 06/09/2017)
capitaoferreira
A execução orçamental de 2017, tal como se vinha desenhando, está a beneficiar dos efeitos positivos de uma descida do desemprego mais rápida do que o previsto, de um crescimento económico acima das previsões e da manutenção de um apertado controlo na execução da despesa.
De tal forma que há quem já identifique uma “folga” de 600 milhões de euros na execução orçamental. Já lá vamos, mas por ora convém abrir um breve parêntesis.
600 milhões era também o montante de cortes na Segurança Social que o PSD e CDS se preparavam para fazer se tivessem conseguido formar um Governo com apoio mínimo no Parlamento. E esses cortes podiam mesmo ser cortes directos nos montantes das pensões. Não vale a pena negar essa realidade.
Este não tão pequeno pormenor de 600 milhões de euros acima ou abaixo diz tudo sobre quem vê a solução para o País por via de repor rendimentos e crescer e quem só pensa em empobrecer o País e retirar rendimentos do trabalho enquanto aumenta os rendimentos de capital.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Cavaco Silva 0 – 1 Mário Centeno


por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 01/09/2017)
cavaco_centeno
"Com tal força contra a retórica dos que no Governo querem realizar a revolução socialista que acabam por perder o pio, ou fingem apenas que piam mas não têm qualquer credibilidade”, Cavaco Silva
A presença de Cavaco Silva em Castelo de Vide apenas pode ser entendida como um ato de desespero de Passos Coelho. Com as intenções de voto a aproximarem-se dos 20% até um depauperado Cavaco Silva poderá dar uma ajudinha a um líder partidário que nem com os incêndios e falsos suicidas conseguiu aquecer nas sondagens.
Foi mais um dos muitos erros estratégicos de Passos Coelho, a intervenção de Cavaco Silva em nada ajudou o PSD e apenas evidenciou a desorientação da atual liderança do PSD. Cavaco fugiu da economia como o diabo foge da cruz, isto é, fugiu do único tema em que os seus admiradores ainda confiam nele.
Cavaco poderia ter tentado dar coerência técnica à teses de Passos de que os bons resultados da economia se devem mais às suas políticas do que à Geringonça. Mas Cavaco receou falhar nessa tentativa e depois de tantos anos a invocar os seus conhecimentos e experiência evitou o discurso económico. Cometeu um grande erro e em vez de ajudar Passos enterrou-o mais um pouco.
Cavaco nunca foi um pensador político, foi um bom manipulador e gestor da imagem, soube usar a imprensa em seu favor e passou a imagem do homem que faz obra, quando, na verdade, dava mais atenção às sondagens do que aos projetos e foi assim que acumulou vitórias. Sempre que Cavaco fez intervenções de natureza política foi um desastre, e sem contar com os bons assessores que teve no passado teve de ser igual a si próprio.
O resultado foi um desastre, o discurso quase neo-salazarista de Cavaco em nada ajudou um Passos Coelho cada vez mais identificado com a extrema-direita chique. Ao fugir dos temas económicos Cavaco reconheceu o falhanço do governo que apadrinhou e admitiu de forma implícita que os bons resultados da economia se devem às mudanças na política económica.
O discurso de Cavaco mais não foi do que o atirar a toalha ao tapete, Cavaco teve receio de enfrentar Mário Centeno, um economista que está brilhando a um nível que Cavaco nunca brilhou. Cavaco usou o convite desesperado de Passos no seu próprio proveito e falhou, enterrou-se e enterrou Passos mais um bocadinho.