Translate

terça-feira, 13 de junho de 2017

Cristiano Ronaldo acusado formalmente de fraude fiscal em 14,7 milhões de euros

Autoridades fiscais dizem que português defraudou o Estado espanhol entre 2011 e 2014

Cristiano Ronaldo acusado formalmente de fraude fiscal em 14,7 milhões de euros
Foto: Reuters


O Ministério Público de Madrid acusou Cristiano Ronaldo de ter, de forma "consciente", criado uma sociedade para defraudar o fisco espanhol em 14,7 milhões de euros, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
O futebolista português é acusado de quatro delitos contra os cofres do Estado, cometidos entre 2011 e 2014, que contabilizam uma fraude tributária de 14.768.897 euros.
Numa declaração enviada ao tribunal de instrução de Alarcón, em Madrid, o Ministério Público cita a recente sentença do Supremo Tribunal contra o futebolista Lionel Messi, do Barcelona, e escreve que Ronaldo aproveitou-se de uma sociedade criada em 2010 para ocultar ao fisco as receitas geradas em Espanha pelos seus direitos de imagem.
Isto, para o fisco espanhol, supõe um incumprimento "voluntário" e "consciente" das suas obrigações fiscais em Espanha.

Autor: Lusa

segunda-feira, 12 de junho de 2017

É pena, Costa.



por estatuadesal
(Por Valupi, in Blog Aspirina B, 12/12/2017)

costa_ri_se

Sabemos que os direitolas estão a sofrer quando se calam. Costa foi entrevistado por José Gomes Ferreira na passada quarta-feira e os direitolas ficaram calados. Portanto, ficaram em sofrimento. Não gostaram de ver a facilidade com que o socialista limpou o rabinho ao palhaço pago pelo Balsemão.
Não há nada de errado nisto de existir um império de comunicação, o Grupo Impresa, que serve os interesses políticos do seu dono. É a iniciativa privada, é a democracia, é a liberdade. Mas, então, que comam todos posto que não há moralidade. A gestão das linhas editoriais da SIC e do Expresso fez de Mário Crespo e do Zé Gomes, para dar exemplos notáveis na sua completa e caricatural distorção do código deontológico dos jornalistas, dois operacionais de uma estratégia reles, maníaca, de propaganda política a favor do PSD e contra o PS. Por extensão, e de acordo com a mesmíssima lógica, o papel político de Ricardo Costa e de Pedro Santos Guerreiro – o qual até pode estar a ser exercido de forma natural; isto é, genuína, porque eles serão isso e sempre o seriam mesmo que não trabalhassem para o militante nº 1 do PSD – é o de orientar a leitura noticiosa oficial para aquela perspectiva que promova os interesses de uma certa direita e que denigra ou apague os interesses de uma certa esquerda. Nenhuma novidade nisto, obviamente, apenas se lamentando que tal não seja assumido frontalmente.
A novidade que importa chama-se António Costa. Estava destinado há muito a ser primeiro-ministro, mas ninguém conseguiu antecipar, sequer imaginar, a pedrada no charco que constitui a actual solução de Governo. Fruto de várias circunstâncias felizes, desde a chegada de Marcelo à manutenção de Passos, da recuperação do poder de compra aos ganhos nas exportações, Costa vai com um ano e meio de sucessos ininterruptos e crescentes. Se conseguir levar as agências de notação financeira a retirar Portugal da categoria “lixo”, não haverá champanhe suficiente em Lisboa para acudir aos brindes no Rato. Este o contexto do seu confronto com o cão de fila da SIC, o qual decorreu sem qualquer laivo de agressividade, sem a mínima acrimónia. De um lado, o pseudo-jornalista que explora a iliteracia económica generalizada e o populismo do tempo para disparar contra o PS com fanatismo circense, do outro, o líder do partido mais importante do sistema partidário e actual chefe de um Governo que promete inaugurar uma nova era na cultura política portuguesa, caso os dirigentes do PS, PCP e BE reproduzam nas próximas décadas a inteligência ideológica que levou ao acordo de 2015. Dois mundos sem qualquer contacto entre eles, pelo que a entrevista serviu apenas para vermos como a famigerada displicência de Costa chegou e sobrou para a vacuidade e deboche do Zé que nos toma por muito parvos.
Porém, Costa merece que se diga algo mais a seu respeito. Ele tem gosto em exibir a sua capacidade para meter no bolso os profissionais da caça aos socialistas que pululam no ecossistema mediático ao serviço da direita. Com isso igualmente transmite a ideia de que não há mal nenhum neste aspecto da nossa vida social e política, de que é errado estar a protestar, a indignar-se.
Pelo contrário, há que cobri-los de sorrisos, risinhos e até oferecer-se para tomar conta dos seus filhos nas instalações do Governo caso precisem de ajuda. Foi assim que terminou a entrevista com o grande especialista em acções do BES, satisfeito da vida pelo “debate” que tinha ganhado por KO. É verdade, como escreve a Isabel, que valeu a pena vermos Costa esmagar os sofismas do palhacito, mas não há nada de admirável num chefe político que sente a necessidade de recorrer à adulação para lidar com a escória da indústria da calúnia.

As Promessas Eleitorais de Salvador Malheiro em 2013


5 - Salvador Malheiro - PSD - Cópia
Hoje, 12/06, e nos dias 19 e 26/06, vou apresentar as promessas eleitorais do Presidente da Câmara Municipal de Ovar, Salvador Malheiro, e lançar um desafio aos visitantes deste Blog, para que apontem as que foram e estão a ser cumpridas e aquelas que já não vão ser implementadas neste mandato:


Aqui vão as primeiras:

EIXO 1 – PROMOÇÃO DA ECONOMIA LOCAL E A AFIRMAÇÃO DE UM TECIDO ECONÓMICO RESILIENTE, INDUSTRIALIZADO, INOVADOR E QUALIFICADO:
• Competitividade e Internacionalização do Tecido Empresarial (COMPETIR)
• Investigação & Desenvolvimento, Inovação e Empreendedorismo (IDEIAS)
• Especialização Inteligente (ESPECIALIZAR)
• Agricultura e Floresta
• Mar
• Turismo
• TICE
• Materiais
• Biotecnologia
• Saúde e Bem-Estar
EIXO 2 – REFORÇO DO POTENCIAL HUMANO E CAPACITAÇÃO INSTITUCIONAL DAS ENTIDADES:
• Educação (EDUCAR)
• Transição para o Mercado de Trabalho (EMPREGAR)
• Aprendizagem ao Longo da Vida
• Captação de Talentos (TALENTO©) 3
• Desenvolvimento de Cidadãos Plenos e Saudáveis (CIDADANIA)
• Demografia e Política de Família (POVOAR)
• Capacitação Institucional (CAPACITAR)
EIXO 3 – FORTALECIMENTO DA COESÃO SOCIAL E TERRITORIAL, POTENCIANDO A DIVERSIDADE E OS RECURSOS ENDÓGENOS:
• Coesão Social (APROXIMAR)
• Coesão Territorial (CONVERGIR)
EIXO 4 – CONSOLIDAÇÃO DA ATRACTIVIDADE E QUALIDADE DE VIDA NO TERRITÓRIO:
• Rede Urbana e Qualificação das Cidades (URBES)
• Acessibilidades, Logística e Mobilidade (MOVIMENTOS)
• Outras Infraestruturas de Apoio à Competitividade (DINAMIZAR)
• Cultura e Conservação do Património (CONSERVAR)

As mensagens e comentários podem ser colocados no Facebook ou no rodapé deste Post.
Vá lá. Atrevam-se!!!

Ovar, 12 de junho de 2017
Álvaro Teixeira

Trump e a cimeira da NATO. “O jantar foi bem pior que o discurso”

Funcionários americanos a par de um jantar privado dos líderes da NATO durante a visita de Donald Trump a Bruxelas, em maio, dizem que o Presidente dos EUA ameaçou suspender o financiamento da aliança até que os europeus paguem o que devem
Há três semanas, na cimeira da NATO em Bruxelas, Donald Trump encheu manchetes com um discurso em que condenou 24 dos 29 Estados-membros da NATO por não gastarem mais dinheiro na Defesa comum, exigindo que cada um cumpra o requisito de alocar 2% do seu PIB à aliança. O que não se soube até agora é que, horas depois dessas declarações públicas, o Presidente norte-americano foi ainda mais longe nas condenações e exigências aos aliados, dizendo aos restantes líderes num jantar que 2% não é suficiente e que cada país devia desembolsar 3% do PIB para o orçamento da aliança.
À revista “Foreign Policy”, “várias fontes” informadas sobre o que se passou nesse jantar dizem que o encontro privado na noite de 25 de maio “foi muito pior que o discurso” e que os líderes da aliança ficaram “chocados” com o que Trump disse. Não só sugeriu aumentar em 1% do PIB o valor das contribuições de cada Estado-membro como ameaçou fechar a torneira americana se os europeus não repuserem os pagamentos em atraso rapidamente. “Foi um total desastre, foi terrível”, diz uma das fontes.
Contactada pela revista, a sede da NATO em Bruxelas escusou-se a comentar as informações, dizendo que “este foi um jantar confidencial dos líderes dos aliados e nós respeitamos a confiança deles”. No artigo publicado na sexta-feira, uma das fontes consultadas por Robbie Gramer diz que Trump tinha duas versões de discursos para o jantar em questão, uma mais tradicional e uma preparado por Steve Bannon e Stephen Miller, os dois controversos conselheiros do Presidente que têm uma visão mais cética da aliança. “Ele ignorou os dois e improvisou.”
A peça foi publicada na “Foreign Policy” no mesmo dia em que Trump finalmente aceitou dar o seu aval ao artigo 5.º, a chamada cláusula de defesa coletiva que é um pilar fundamental da NATO e que dita o compromisso de todos em defenderem um dos Estados-membros se este estiver sob ataque. “Comprometo-me em absoluto com o artigo 5.º”, disse o Presidente na sexta-feira.
Trump e a cimeira da NATO. “O jantar foi bem pior que o discurso”© STEPHANIE LECOCQ Trump e a cimeira da NATO. “O jantar foi bem pior que o discurso”
Durante o encontro em Bruxelas no final de maio, Trump recusou-se a honrar o compromisso declarado nesse artigo, um que só foi invocado uma vez na História, no rescaldo dos ataques de 11 de setembro de 2001 contra as Torres Gémeas e o Pentágono.
Há uma semana, o “Politico” tinha avançado que Trump omitiu deliberadamente uma linha do seu discurso público na cimeira em Bruxelas onde se comprometia a respeitar e a cumprir a cláusula de defesa comum, em mais um passo “improvisado” que deixou a sua equipa de segurança nacional desorientada.
À FP, Jim Townsend, ex-enviado do Pentágono para a NATO na administração de Barack Obama, disse que a visita de Trump danificou muito a posição de Washington junto dos aliados. “Ele não tem qualquer autocontrolo. Disse o que tinha a dizer — de uma forma bem rude, na minha opinião — portanto por que não aproveitar o jantar à porta fechada para falar de qualquer coisa: Rússia, estratégia, Afeganistão… Não o fez.” Duas das fontes ouvidas pela revista garantem que o tópico Rússia não foi abordado uma única vez durante esse jantar.

Fonte: Logótipo de Expresso

sábado, 10 de junho de 2017

Magnífico Pirro



por estatuadesal
(Francisco Louçã, in Público, 09/06/2017)
louca
Francisco Louçã

Tudo falhou na estratégia dos Tories e os resultados não deixam margem para dúvida. A aventura começou – e foi ontem – com uma vantagem de 20% nas sondagens e a certeza da maior vitória em cem anos, com Corbyn etiquetado como um “activo tóxico” que levaria os trabalhistas às catacumbas. À medida que a campanha decorria, apesar do reforço de gravitas que os atentados sempre permitem, Theresa May foi caindo e recorreu ao desespero, com a promessa de dinamitar os direitos humanos, facto significativo para demonstrar como a direita pensa ganhar uma eleição. Perdeu a maioria e agora só sobrevive com uma difícil aliança com os lealistas irlandeses (na Irlanda o partido que mais cresce é o Sinn Fein, que disputa a supremacia e que beneficiará desta aliança).
Mas engana-se quem pensa que ficará tudo na mesma, passado o nevoeiro eleitoral. Há pelo menos três grandes mudanças de que estas eleições são sintoma.
A primeira, e é irreversível, é que a Europa se tornou um remoinho destruidor dos partidos em que assentou o poder político tradicional. Isso não volta atrás. Veja bem, há uma regra que se aplica nos grandes países: os perdedores da globalização e da União desconfiam dos seus governantes e preferem trocá-los por quem estiver em condições de os substituir. É isso que leva alguns dos líderes europeus à vertigem da aventura, como os referendos no Reino Unido e em Itália. É isso que explica a derrota da UE na primeira volta das presidenciais francesas e o recurso a uma cesarismo de ocasião para reverter o resultado, o que conseguiu na segunda volta. Assim, o consenso neoliberal desabou, e era o suporte dos partidos governantes, em Itália desde que o Partido Comunista se transformou em Renzi, em França desde que o PS ficou Hollande, na Grã-Bretanha desde que Blair herdou o thatcherismo e Cameron lhe sucedeu. Hoje só sobrevive Merkel e a razão é evidente: a Alemanha é a única beneficiária da globalização e da UE. Portanto, cada eleição continuará a crise, excepto na Alemanha.
A minha segunda conclusão é que não vale a pena perguntar se a social-democracia pode renascer com Corbyn. Ela já morreu e é vítima do fim da hegemonia neoliberal. A Segunda Internacional é uma fantasmagoria, inclui o MPLA e os partidos ditatoriais que foram derrubados no norte de África e é presidida por Papandreou, lembra-se dele? Resta o Partido Socialista Europeu, que é de pouca valia. Isto não tem destino: define-se como centro, ou nos dias de festa como centro-esquerda, e faz por cumprir, veja as listas das portas giratórias entre os governantes e a finança ou as privatizações e ficamos conversados.
Mas que um partido com tradições populares possa ter 40% de votos com um programa de nacionalizações, isso já tem muito significado. Corbyn está fora desse triângulo das Bermudas que é o centro e foi por isso que venceu Blair, os tabloides e as sondagens.
Finalmente, há uma derradeira resposta a esta crise europeia com a fragilização do centro e dos partidos neoliberais, que é manipular as leis eleitorais. Cuidado com ela. Em alguns casos, isso ainda funciona: no domingo, em França, Macron com um terço dos votos pode eleger dois terços dos deputados. Em Itália fracassou. Em Portugal é a confusão: Montenegro tanto propõe um sistema brasileiro, que poucos acharão um caso de sucesso, quanto se distancia dos círculos uninominais, que por sua vez o PS deseja mas não consegue aprovar (estava no seu programa, ao cuidado dos que aplaudem o desejo de uma maioria absoluta). Mas, como se viu, leis eleitorais manipulatórias podem tornar-se um factor de exasperação popular. E agravar a crise retirando-lhes legitimidade não é solução para a crise dos governos, pois não? Pois é nisso que estamos. No topo ninguém sabe o que fazer. Excepto a Alemanha.