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sexta-feira, 21 de julho de 2017

O poder que voltou

André  Veríssimo
André Veríssimo | averissimo@negocios.pt 21 de julho de 2017 às 00:0´

Antes de a banca cair do pedestal do poder em Portugal já ele se tinha esvaído. Nos tempos que correm só o dinheiro garante a autonomia e quando deixou de o haver entregámo-la. Partiu para outras geografias, Berlim, Frankfurt, Washington, Bruxelas. Mas está a voltar.
Não todo o poder, porque o fomos cedendo em nome de um projecto europeu sobre o qual crescem dúvidas, mas que soube atravessar aquela que foi a sua maior provação. A soberania sobre o sistema financeiro foi a última a partir.
Não todo, porque há fragilidades que ainda nos tolhem e independências por firmar – vivemos ainda no aconchego do BCE.
Não todo, porque na míngua de dinheiro português venderam-se a capital estrangeiro valiosos anéis empresariais e vários dedos dessa mão poderosa da economia que é a banca .
Há, ainda assim, um regresso, construído à força do cumprimento de metas orçamentais, da recuperação do acesso aos mercados, de um crescimento económico mais robusto. Um esforço colectivo, sofrido, teimosia de vários anos, seguindo obedientemente as regras do jogo que outros desenharam. Mas emergimos.
A maior confiança, esse sentimento que os matemáticos aprenderam a medir e as estatísticas colocam agora nos píncaros, bebe também dessa maior autonomia. Está na auto-estima. Está na capacidade para tomar opções.
Liberdade é poder. Lisboa tem mais poder. E quem diz Lisboa, diz São Bento, diz Belém. Os actores políticos são hoje mais protagonistas e menos intérpretes de um papel secundário. Podem escrever um argumento mais original. António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa têm mais poder do que teve Pedro Passos Coelho ou Cavaco Silva. Também por espessura própria, deve reconhecer-se.
Há também novos protagonistas, uns saídos da destruição criativa da crise, outros da retoma. A convulsão trouxe um maior equilíbrio. O Estado é menos imponente, a banca menos influente, o poder judiciário está mais presente. Eminências pardas ainda as há, mas o poder é mais difuso, há mais matizes. O que é até mais saudável, pode é ser passageiro.
São os rostos desta nova ordem, mestiça ainda da antiga, que o Negócios vai dar a conhecer nas próximas semanas em mais uma edição de "Os mais poderosos".

Fonte: Jornal de Negócios

Nota do Blogue: As nossas Televisões, incluindo a RTP que todos nós pagamos, não falam deste assunto, enfeudadas que estão ao serviço da Direita que nos martirizou durante quatro e meio.

O humor de Marcelo e a saudação a Cavaco Silva



por estatuadesal
(Por Carlos Esperança, in Facebook, 20/07/2017)
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Marcelo tem um humor refinado e desconcertante. Nem sempre a sua pontaria é tão certeira como a que dispara ósculos para anelões episcopais, com particular acuidade para o do papa, onde, à precisão, acrescenta abundante secreção de saliva pia, em pleno alvo.
A atribuição do mais alto grau da Ordem da Liberdade a Cavaco Silva foi o mais alto e refinado momento de humor. Parecia o Pedro dos Leitões a condecorar um vegetariano, e houve quem não lhe apreciasse o humor… negro!
Não se pode negar a quem tem manifestado notável sentido de Estado, e a quem o País deve parte do ambiente descontraído que o ressentido antecessor perturbou até ao último dia, que continue a brindar-nos com inofensivos rasgos de sofisticado humor.
Ao saudar Cavaco Silva "de forma muito especial e calorosa", pelo 30.º aniversário da primeira maioria absoluta monopartidária da democracia portuguesa, conquistada pelo PSD a 19 e julho de 1987, humilha Passos Coelho e sabe que o País não corre o risco de voltar a ver Cavaco nem como vogal de uma Junta de Freguesia.
Com este ato de humor, Marcelo há de ter-se divertido, por ter sido ele próprio o criador de Cavaco, na Figueira da Foz, e sabe que a sua popularidade se deve também à comparação com o inculto e rancoroso antecessor.
E foi o único a lembrar-se do defunto político!

A comparação desleal entre Marcelo e governo


por estatuadesal
(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 20/07/2017)
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Como diria Herman José, as dinâmicas mediáticas são como os interruptores: umas vezes para cima outras vezes para baixo. E se há um mês e meio o Super Mário fazia as maravilhas dos jornalistas, que se ririam de quem não vaticinasse todos os sucessos para este governo, agora não há nada que não confirme a dinâmica do desastre. Até outra coisa voltar fazer mudar o tom. Sendo certo, isso nem António Costa ignora, que Pedrógão deixará marca permanente, mesmo que ela não seja eleitoral, é sempre bom relativizar este mundo muito próprio em que vivem jornalistas, comentadores e políticos. As sondagens conhecidas recordam isso mesmo.
A última novidade é o facto do Presidente da República ter respondido a uma carta de uma sobrevivente de Pedrógão, que justamente se queixava de várias falhas do Estado, e o governo não o ter feito. Na SIC, Clara de Sousa até perguntou a Pedro Marques se o executivo não se sentia “humilhado”. A partir disto construiu-se uma nova narrativa, diferente daquela que punha o Presidente a reboque do governo, sempre pronto para aparar os seus golpes: num mar de incompetência que assola, como nunca antes aconteceu, o Estado, há um Presidente absolutamente excecional. Uma ilha de competência e sensibilidade.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

20 de julho–Dia Internacional da Amizade

Dedico esta Mensagem a todos os meus amigos.
Celebremos a amizade.



Álvaro Teixeira

Fecho de mercados: Risco da dívida portuguesa em mínimos e euro em máximos com Draghi

Depois de Mario Draghi não ter feito alterações no discurso do BCE sobre as políticas de expansão económica, o prémio de risco da dívida portuguesa recuou para mínimos de Janeiro de 2016 e o euro disparou para o valor mais alto contra o dólar desde Agosto de 2015.
Fecho de mercados: Risco da dívida portuguesa em mínimos e euro em máximos com Draghi
Bloomberg

David Santiago
David Santiago dsantiago@negocios.pt
20 de julho de 2017 às 17:26

Os mercados em números
PSI-20 ganhou 0,23% para 5.314,35 pontos
Stoxx 600 caiu 0,38% para 383,77 pontos
S&P 500 cede 0,06% para 2.472,25 pontos
Juros da dívida a dez anos recuam 5,9 pontos base para 3,009%
Euro sobe 1,10% para 1,1642 dólares
Brent cai 0,38% para 49,51 dólares
Bolsas europeias sem rumo definido
As principais bolsas europeias negociaram sem uma tendência definida, divididas entre ganhos e perdas depois de Mairo Draghi ter anunciado esta quinta-feira, 20 de Julho, que o Banco Central Europeu só no Outono decidirá sobre um eventual novo rumo a dar à política monetária da instituição.
O PSI-20 ganhou 0,23% para 5.314,35 pontos, com a praça lisboeta a ser apoiada pela valorização do BCP que somou 1,95% para 25,1 cêntimos. Já o índice de referência europeu Stoxx 600 perdeu 0,38% para 383,77 pontos. Em forte alta negoceia Wall Street, numa sessão em que os índices Standard & Poor’s 500 e Nasdaq Composite voltaram a registar novos máximos de sempre, beneficiando da melhoria do mercado laboral e dos resultados positivos apresentados por várias cotadas.
Juros em queda e prémio de risco da dívida em mínimos
Os juros da dívida pública portuguesa estão a cair em quase todas as maturidades, exceptuando o prazo a seis meses. A taxa de juro associada às obrigações lusas com maturidade a 10 anos está a recuar 5,9 pontos base para 3,009%, num dia em que já chegou a estar abaixo da barreira dos 3% (2,999%), o que representa um mínimo de 6 de Julho.
Já o prémio de risco da dívida lusa – medido contra os juros da dívida alemã, tidos como referência para a Zona Euro – está no valor mais baixo desde Janeiro de 2016, em torno dos 248 pontos.
Também os juros da generalidade dos países do bloco do euro estão em queda, com as taxas de juro associadas às obrigações a 10 anos de Espanha e de Itália a caírem 7,5 e 7,9 pontos base para 1,485% e 2,114%, respectivamente. A taxa de juro associada às "bunds" alemãs também recua 1,2 pontos base para 0,530%
Depois de a generalidade das obrigações de dívida negociadas no mercado secundário dos países do euro estar em alta durante a manhã – em concreto a dívida portuguesa – a declaração feita pelo presidente do BCE ao início da tarde acabou por provocar um volte-face. Mario Draghi não fez qualquer tipo de alteração ao discurso de continuidade das políticas de expansão económica em vigor, com o italiano a não fazer qualquer referência ao fim do programa de compra mensal de activos, o que foi lido pelos mercados como um sinal de estabilidade.
Euribor a 3 e 6 meses em mínimos
A Euribor a três e a seis meses fixou-se mínimos esta quinta-feira. A três meses manteve-se em -0,332%, um mínimo de sempre, e a seis meses, a taxa mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, continuou no mínimo de sempre pelo terceiro dia (-0,274%).
No prazo a 12 meses a taxa Euribor permaneceu em -0,151%, enquanto a Euribor a nove meses caiu hoje para -0,206%.
Euro em máximos de Agosto de 2015 contra o dólar
A moeda única europeia está a valorizar 1,10% para 1,1642 dólares, estando assim a negociar nos mercados cambiais no valor mais alto face à divisa norte-americana desde 29 de Agosto de 2015 depois de já ter tocado nos 1,1658 dólares.
Também a valorização do euro está a ser potenciada pelas declarações hoje feitas por Mario Draghi, que não deu qualquer indicações no sentido de um atenuar da política monetária do BCE.
Petróleo desvaloriza
O petróleo segue em queda nos mercados internacionais, com o Brent, transaccionado em Londres e utilizado como valor de referência para as importações nacionais, a cair 0,38% para 49,51 dólares por barril.
Na mesma linha, em Nova Iorque o West Texas Intermediate (WTI) cai 0,47% para 46,90 dólares por barril.
Ouro regressa às valorizações para máximo de 30 de Junho
Depois de ontem ter desvalorizado pela primeira vez em quatro sessões, o metal precioso retomou esta quinta-feira as valorização estando agora a subir 0,43% para 1.246,55 dólares por onça, estando assim a transaccionar em máximos de 30 de Junho.
está a perder brilho pela primeira vez em quatro dias, penalizado pela recuperação do dólar. O ouro cai 0,2% para 1.239 dólares por onça, com os investidores focados nas decisões de política monetária do BCE, esta quinta-feira, e da Reserva Federal dos EUA, na próxima semana.

Fonte: Jornal de Negócios