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segunda-feira, 19 de junho de 2017

O fogo começou em 1985


(Por Estátua de Sal, 19/06/2017)
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Nem sempre concordo com ele. Quando ataca a função pública, os sindicatos e as suas reivindicações e aponta parte dos problemas do país a um suposto excesso de regalias nas quais diz que não se revê.
Mas devo reconhecer que, entre tantos comentadores e especialistas que no espaço público tem debatido as causas da tragédia dos fogos, Miguel Sousa Tavares foi, até ao momento na SIC e na SICN, o único que conseguiu chamar os bois pelos nomes. Os grandes responsáveis não estão no actual governo, sequer no anterior.
Os grandes responsáveis devem procurar-se no primeiro governo de Cavaco Silva, era ministro da agricultura Álvaro Barreto, que vendeu a agricultura portuguesa em Bruxelas por tuta e meia. E era ministro da Energia, Mira Amaral que defendeu a "eucaptilização" do país, chegando a chamar ao eucalipto o nosso petróleo verde. Tavares chegou mesmo a desafiar Mira Amaral, dizendo-lhe, caso o estivesse a ver, que devia mudar a cor de tal petróleo de verde para vermelho, a cor do sangue das vítimas deste momento, e de todas as outras que tem perecido durante décadas.
Reconheço que Tavares é uma voz desempoeirada e corajosa, que apontou o dedo à verdadeira causa de fogos desta dimensão que ele situa no que designa por complexo florestal industrial, e na falta de coragem do poder político para o enfrentar seja por cobardia ou por conivência: as celuloses, o lobby das corporações de bombeiros, as empresas de helicópteros  e de aviões a usados para apagar os fogos e que custam milhões todos os anos.
E mais. Também gostei de ver Miguel Sousa Tavares,  apesar de ser um grande defensor dos méritos da propriedade privada, vir defender, neste caso a expropriação pura e simples das terras de floresta deixadas ao abandono pelos seus proprietários, e que são um dos cancros que, na ausência de limpeza de matos e resíduos, permite a propagação rápida dos fogos, atingindo áreas e níveis de tal dimensão que se torna impossível debelá-los.
Mais que as minudências técnicas dos especialistas é necessário apontar o dedo e falar claro para que todos entendam a causas das coisas e que surjam medidas EFECTIVAS que ponham cobro a esta situação. E nesse aspecto, tenho que reconhecer e divulgar que Tavares esteve em grande plano.

Hermínio Loureiro e actual presidente de Oliveira de Azeméis detidos por suspeitas de corrupção

A confirmação da detenção de um ex-autarca e autarca foi avançada esta segunda-feira. A eles junta-se um funcionário camarário e quatro empresários.
Liliana Borges e Sofia Rodrigues
19 de Junho de 2017
Hermínio Loureiro
Hermínio Loureiro Nuno Ferreira Santos

Hermínio Loureiro, ex-presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis e vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol, é um dos sete detidos pela PJ do Porto por suspeita de crimes de corrupção, prevaricação, peculato e tráfico de influência, avança o Jornal de Notícias esta segunda-feira. Com ele, foi também detido o actual presidente da câmara, Isidro Figueiredo, acrescenta a agência Lusa.
Em comunicado, a Polícia Judiciária confirma que deteve sete pessoas, com idades compreendidas entre os 40 e os 60 anos, "sendo um autarca, um ex-autarca, um funcionário camarário e os restantes empresários de profissão e serão presentes a primeiro interrogatório judicial à competente autoridade judiciária para aplicação das medidas de coacção tidas por adequadas". O comunicado da PJ não refere nomes.
A Operação Ajuste Secreto realizou 31 buscas, "incluindo cinco camarárias e cinco em clubes locais de futebol". Nas operações participaram magistrados do Ministério Público e cerca de 90 elementos da PJ, esclarecem as autoridades no mesmo comunicado.
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De acordo com a Polícia Judiciária, a operação "permitiu até ao momento a obtenção de fortes indícios da existência de relações privilegiadas entre os suspeitos, ao longo do último ano". A investigação detectou a "realização de diversas obras em diferentes localidades, manipulando as regras de contratação pública".
Há sete meses, em Dezembro de 2016, Hermínio Loureiro renunciou ao mandato de presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis (eleito pelo PSD), surpreendendo os autarcas da região e os dirigentes sociais-democratas. O autarca, na altura, não justificou a sua decisão. Numa nota dirigida ao município, Hermínio Loureiro escreveu "que é muitas vezes mais importante saber sair da cena política do que a ela se apresentar".
O autarca anunciou a sua demissão dos cargos de presidente do Conselho Metropolitano do Porto, de membro da comissão executiva do Turismo do Porto e Norte de Portugal, de membro do conselho geral da Associação Nacional de Municípios Portugueses e de representante dos municípios no Conselho Nacional do Desporto.

Fonte: Público

As Promessas Eleitorais de Salvador Malheiro em 2013 (2)



Hoje, dia 19/06, tal como prometi, vou apresentar as promessas eleitorais do Presidente da Câmara Municipal de Ovar, Salvador Malheiro, e lançar um desafio aos visitantes deste Blog, para que apontem as que foram e estão a ser cumpridas e aquelas e aquelas que já não vão ser implementadas neste mandato:
Aqui vão as segundas:

EIXO 5 – AFIRMAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DOS RECURSOS E A DESCARBONIZAÇÃO:
• Ciclo da água e gestão dos resíduos (PRESERVAR)
• Gestão de Resíduos e Descontaminação de Solos
• Proteção do ambiente, recursos naturais e prevenção de riscos (SUSTENTAR)
• Redução da Emissão de Gases com Efeito de Estufa e Qualidade do Ar
• Prevenção de Riscos Naturais, Ambientais e Tecnológicos
• Conservação da Natureza e Biodiversidade
• Florestas 4
• Recursos hídricos
• Promoção das Energias Renováveis e da Eficiência Energética (PERENE)
Em vez de enquadramentos teóricos, conferimos um carácter muito prático às nossas propostas.
Sabemos que os Ovarenses conhecem bem o nosso Município e que, por esse motivo, entendem o sentido das medidas que apresentamos ligando-as aos problemas que, no nosso entender, são de resolução prioritária.
EIXO 1 – PROMOÇÃO DA ECONOMIA LOCAL E AFIRMAÇÃO DE UM TECIDO ECONÓMICO RESILIENTE, INDUSTRIALIZADO, INOVADOR E QUALIFICADO:
1. Implementação do Plano Estratégico Municipal de Fomento de Emprego e Dinamização Empresarial (PEMFEDE):
• Coordenação direta pelo Presidente de Câmara;
• Constituição de gabinete especializado no Novo Quadro Comunitário;
• Reuniões trimestrais de monitorização e avaliação dos resultados com posterior divulgação dos mesmos;
• Abrangência prioritária nas áreas da indústria, comércio, agricultura e serviços;
• Aposta em zonas industriais infraestruturadas de fácil acesso;
• Disponibilização de terrenos a preços muito competitivos;
• Diminuição de burocracias e aposta no licenciamento zero;
• Criação de bases de dados de procura e oferta de emprego em conjunto com as empresas, associações empresariais, sindicatos, instituto de emprego, organizações da economia social e organizações da juventude;
• Isenção de taxas municipais.
2. Redução do IMI e da Derrama de IRC em função dos postos de trabalho garantidos e de novos postos criados podendo atingir uma redução de 10% face as taxas actuais e dentro do quadro legal em vigor;
3. Majoração dos benefícios no âmbito do PEMFEDE, redução de IMI e de derrama para novas empresas nas seguintes áreas: agricultura, floresta, pesca, tecnologias, inovação, comunicações e eletrónica, turismo, materiais, biotecnologia, saúde e bem-estar;
4. Dialogo com Instituto da Conservação da Natureza e da Floresta (ICNF) para utilização das antigas casas florestais (Esmoriz, Maceda, Furadouro e Torrão do Lameiro) para promoção do empreendedorismo e dinamização do turismo no Município de Ovar;
5. Estudo e implementação de um Plano de Urbanização Industrial do Município de Ovar com possibilidade de aquisição de terrenos para reclassificação e/ou ampliação das zonas industriais existentes visando o acolhimento de pequenos e médios empresários;
6. Reabilitação e infraestruturação com rede de novas tecnologias em todos os arruamentos da zona industrial de Ovar;
7. Realização de seminário anual entre o tecido empresarial do Município de Ovar enquanto espaço de diálogo e partilha, com empresários, trabalhadores e convidados externos;
8. Implementação de um Plano de Reestruturação e Desenvolvimento do Sector Turístico e Cultural Municipal;
9. Criação do Gabinete de Apoio ao Agricultor na Câmara Municipal de Ovar para apoio à preparação de candidaturas a fundos comunitários, aconselhamento e orientação na resolução de questões junto de entidades competentes.
10. Em parceria com empresários locais e entidades do Sistema Cientifico Nacional (Universidades e Institutos Superiores) criaremos um Centro Tecnológico para a Industria Têxtil que apoie cientifica e tecnologicamente as nossas empresas promovendo formação especializada de qualidade dos seus recursos humanos.
EIXO 2 – REFORÇO DO POTENCIAL HUMANO E CAPACITAÇÃO INSTITUCIONAL DAS ENTIDADES
11. Reforço da colaboração institucional com os agrupamentos de escolas, apoio ao ensino profissional/vocacional e ao prolongamento dos horários no jardins-de-infância do Município de Ovar;
12. Comparticipação nos manuais escolares para todos os alunos 1.º Ciclo;
13. Requalificação das escolas do 1.º Ciclo;
14. Apoio á difusão de Universidades Seniores em todas as freguesias do Município de Ovar;
15. Referenciação e monitorização de todos os alunos no ensino superior residentes no Município de Ovar;
16. Implementação de Orçamentos Participativos;
17. Criação de um órgão consultivo do Presidente de Camara de cariz voluntário e informal que integrará os ex-Presidentes de Câmara, Ex- Presidentes de Assembleia Municipal, ex-Presidentes de Junta de Freguesia e outras personalidades;
18. Melhorar em termos financeiros, logísticos e técnicos os protocolos de delegação de competências com as Juntas de Freguesia do Município de Ovar revendo os seus indicadores;
19. Revisão do regulamento de Apoio ao Associativismo, com reforço substancial de verbas e descriminação positiva entre as associações e coletividades, privilegiando a componente de formação dos nossos jovens e o seu envolvimento na sociedade;
20. Apostar nos nossos artistas, nos nossos autores, nos nossos atletas com acompanhamento efetivo e apoio financeiro a ser regulamentado;
21. Reforçar a cooperação com os Serviços Sociais da Camara Municipal e valorizar o serviço prestado pelos trabalhadores da Câmara Municipal olhando para cada munícipe, que recorre aos serviços camarários, como um parceiro;
22. Promover a realização de reuniões de Câmara Municipal e de Assembleia Municipal nas diferentes freguesias do Município de Ovar;
23. Deslocação do Presidente de Câmara e Vereadores às nossas freguesias especificamente para receber os munícipes e ouvir as suas preocupações;
As mensagens e comentários podem ser colocados no Facebook ou no rodapé deste Post.
Vá lá. Atrevam-se!!!

Ovar, 19 de junho de 2017
Álvaro Teixeira

A Conspiração Contra a América


Será importante que a parte da América a quem ainda resta bom senso recupere o controlo. A resistência contra o abuso de poder pode não ser suficiente por si só.

No livro A Conspiração Contra a América, de Philip Roth, o autor recria um cenário histórico alternativo em que Charles Lindbergh teria ganhado as eleições contra Franklin D. Roosevelt em 1940, alterando radicalmente o curso da História. Após a vitória de Lindbergh, ganha contorno no romance uma América colaboracionista do regime nazi e progressivamente anti-semita e persecutória.
Em 2016, a eleição de Donald Trump induziu o efeito quase alucinatório de nos fazer sentir presos entre duas realidades: a realidade atual e uma realidade alternativa — tal como poderia ser descrita por Roth — mas que se tornou subitamente a nossa realidade. Quase seis meses após a eleição, as consequências têm provado ser não menos ominosas do que na obra de Roth. Para além das fraturas ideológicas profundas que esta eleição causou, e das lutas internas em curso, as decisões trumpistas têm sido representativas da intolerância, paranóia, ignorância e corrupção que têm manchado todos os dias esta administração, criando o caos na sociedade.
Mas é a investigação sobre o conluio de Trump e dos seus oficiais com o Kremlin que tem gerado os choques mais difíceis de sustentar. Até onde chega o nosso conhecimento, a administração Trump está a ser investigada por obstrução à justiça (a começar pelo Presidente), lavagem de dinheiro e empréstimos suspeitos debaixo da mesa, e por propor um pacto à Rússia de interferência cibernética nos resultados das eleições em troca do fim das sanções económicas contra aquele país.
Tem sido (demasiado) fácil mergulhar nos threads infindáveis no Twitter de advogados e juristas americanos a definir as consequências legais e a especular sobre os cenários que se podem desenrolar num futuro próximo, e que podem levar a acusações formais de traição e conspiração contra a América ao mais alto nível executivo. Todas as atenções estão centradas no Special Counsel Robert Mueller, o homem que conduz uma investigação independente à atual administração. Não por acaso, Mueller corre o risco de ser despedido, desencadeando uma crise constitucional na América muito mais perigosa e subversiva do que o Watergate.
Nenhum romancista foi capaz de ir tão longe na previsão deste cenário político, até há três anos considerado impensável. Isto apesar de Stephen King ter previsto um Presidente louco semelhante a Trump em The Dead Zone, de 1979. É inegável que este contexto político enfraquece o papel da América a um nível global e fragiliza a sua influência, cada vez mais minada pela megalomania russa, pelo wahabismo saudita galopante e outros jogadores que estão a mover as peças do jogo dos tronos em circunstâncias nem sempre conhecidas pelo público, mas a verdade é que não convém a ninguém (a não ser a senhores de guerra) uma América dilacerada por conflitos.
Será importante que a parte da América a quem ainda resta bom senso recupere o controlo antes que a administração Trump se aproveite de um evento global de grande impacto para introduzir um estado de emergência, lançar uma nova guerra internacional e pôr em perigo a democracia. Pois se há lição a reter da obra de Philip Roth é que a resistência contra o abuso de poder pode não ser suficiente por si só.

Fonte: Negócios

Jornalistas da SIC e da TVI


por estatuadesal

(In Blog O Jumento, 18/06/2017)
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Pedrógão Grande foi vítima de uma tempestade de fogo, a combinação entre ventos fortes e de múltiplas direções em conjunto com uma trovoada desencadeou um incêndio de grandes dimensões. Um pouco mais tarde e com dimensões muito menores o fenómeno registou-se em Lisboa, onde por volta das seis da tarde se registou uma trovoada seca acompanhada de rajadas de vento.
Mas o que preocupa muitos dos jornalistas deslocados para o local não foi dar notícia do que sucedeu ou do que estava sucedendo, ávidos de morte e de sofrimento os jornalistas procuraram imagens que chocassem, que atraíssem espetadores, a TVI24 foi a vencedora, logo de manhã encontrou mortos na estrada e apesar das insistências da GNR para se afastarem insistiam em filmar.
Depois, desrespeitaram um familiar das vítimas que se encontrava no local, aproveitaram-se de alguém que passava por um momento difícil para expor o seu sofrimento em direto.
A SIC Notícias encontrou um possível motivo para culpas e quando ouviram que o sistema de comunicações Sirene tinha tido uma falha não se cansaram de procurar quem lhes dissesse que havia relação entre essa pequena falha e a tragédia. Já não era o que sucedia que devia ser notícia, o importante era beliscar as autoridades para agradar ao dono da estação de televisão, tantos mortos vinham mesmo a calhar.
Explora-se o sentimento de quem sofre, a impaciência de quem quer chegar a casa, incendeia-se o ambiente sugerindo que a GNR se atrasou a fechar estradas, chegam onde o INEM ainda não chegou e acendem o rastilho da revolta. Depois da trovoada seca chegaram a Pedrógão Grande estes jornalistas incendiários. às vezes tenho vergonha dos nossos jornalistas, uma classe que no passado granjeou grande prestígio mas que nos dias de hoje há muitos profissionais que não dignificam a sua própria classe.
Na busca de encontrar culpados para crucificar ainda antes de os incêndios estarem controlados a SIC ainda entrevistou um senhor zero da associação "Zero". É sabido que os ambientalistas são uns produtores de culpados e este zero á esquerda não desiludiu, não fez a mais pequena referência às consequências ambientais, disse as banalidades sobre pinheiros e eucaliptos, logo ali e sem qualquer base falou em descoordenação de meios. Enfim, um nojo.