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sexta-feira, 7 de julho de 2017

NÃO SOMOS TODOS IGUAIS



por estatuadesal
(Joaquim Vassalo Abreu, 06/07/2017)
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INTRODUÇÃO: Há dois dias publiquei um texto, que o ESTÁTUA DE SAL gentilmente partilhou, que intitulei ” SÃO TODOS IGUAIS “, reportando-me ao que é usual ser dito pelos comentadores do costume, principalmente em relação a Políticos e Autarcas.
E lembrei-me deste artigo que escrevi já há mais de dois anos ( Maio de 2015) e fui relê-lo. Como constatei que, apesar de datado, mantém uma enorme acuidade, principalmente no que respeita a um senhor que ainda é líder da Oposição e se apresenta como justiceiro mor do reino, exigindo demissões sobre demissões e acusa o “Estado”  ( Governo) de ser “barata tonta”, achei por bem republicá-lo, aguardando a Vossa compreensão e aceitação.

Não somos todos iguais”! (07 de Maio de 2015 )
Terá afirmado Pedro Passos Coelho imediatamente a seguir à prisão de José Sócrates, querendo certamente diferenciar-se dele quanto a supostos comportamentos que, mesmo ainda não provados, ele nunca teria, tentando, assim, afirmar uma superioridade moral e de carácter que ele tem e o outro não teria para ocupar o lugar público que ocupa e poder ser paladino das “ verdades” em que acredita e tenta implementar.
Deixando implícito, claro, que os princípios que o orientam, as pessoas que o ensinaram e admiram e a sua visão da política não se coaduna com a utilização de um lugar público para fins pessoais ou a utilização de decisões que promovam o favorecimento de terceiros com o intuito de para ele de algum modo reverterem.
Que ele, de princípios éticos sólidos e de cultura de moral acima de quaisquer suspeitas, ele sim, é seguidor das boas práticas republicanas, não pactua com esses tipo de comportamentos, não se revê em todas essas pessoas que utilizam o seu conhecimento dos meandros da política para obter e conceder favores, facilidades e privilégios que conduzam ao enriquecimento pessoal, não tolera pessoas dessas ao seu lado, nem como colaborador nem como conselheiro, e não admite sequer que entrem no rol das suas amizades. Sendo Sócrates assumidamente um “ pecador” neste enredo ele, não sendo igual, tendo outros princípios e outros objectivos será o “ santo”. Se assim pensou melhor o disse.
Não somos todos iguais” e, portanto ele,  Pedro Passos Coelho, não será igual a Sócrates. Nem igual a mim, nem igual a si, nem igual a ninguém. É uma verdade “ La Paliciana”, indesmentível quanto à constatação de uma realidade mundana. E até mesmo humana porquanto não haverá dois seres iguais e até mesmo os gémeos verdadeiros hão-de sempre ter qualquer pequenino sinal que os distinga e faça deles dois seres não iguais. Como não haverá dois seres de pensamentos iguais sobre o que quer que seja. Nada de mais evidente, portanto. Até aí tudo bem. Só que…
Também não somos todos iguais na burrice, na estupidez, na sonsice, na pequenez, na mediocridade, na subserviência, na dissimulação, na grandiloquência, na ignorância, na torpeza, na arrogância, na boçalidade, no cinismo, no descaramento, na insensibilidade, na incompetência, na leviandade, no malabarismo, na mediocridade, na mesquinhez, no oportunismo, na prepotência, no pedantismo, no pretensiosismo, na sobranceria, na soberba, na tibieza, na hipocrisia e, finalmente, no amadorismo.
É que Pedro Passos Coelho ao utilizar a frase supra como forma de apoucamento, tentando daí tirar dividendos de imagem e de superioridade, ele coloca-se imediatamente numa posição de confronto comparativo com outros. Desde logo com Paulo Portas : são iguais ou não? Com Relvas: são iguais ou não? Com Dias Loureiro? São iguais? Com Oliveira e Costa e Duarte Lima: são iguais? Com Marco António Costa: são iguais? Pois este é que é o tema! Será que pode Pedro Passos Coelho repetir a mesma filosófica frase? Ou tem que a reformular?
E já agora: e com António Costa? Não era ao PS que queria chegar envolvendo na nebulosa da frase toda uma amálgama de gente mas com um destinatário preciso, de modo a associá-los à suposta culpa de Sócrates e daí tirar dividendos? Como atrás referi, ao ter afirmado o que afirmou, Passos Coelho não se pode furtar à análise comparativa com quem é candidato à ocupação do ainda seu lugar ( António Costa ) e já não  basta aquela questão em que se pergunta se compraria um carro em segunda mão àquele candidato. Não, a questão está agora posta num patamar mais elevado e a exigência subiu de fasquia e essa fasquia está onde está colocada precisamente por ele, Passos Coelho.
Não sendo todos iguais somos, portanto, diferentes. Uns têm melhores aptidões outros menos, uns estão mais bem preparados outros menos, uns têm um percurso de serviço público e outros não, uns têm experiência de vida e outros não, uns têm um cadastro público limpo e outros não, uns têm amigos recomendáveis e outros não, uns demarcam-se das atitudes menos recomendáveis outros não, uns têm preocupações nas suas relações com os deveres perante o Estado e outros menos, uns têm registo criminal limpo e outros não, uns tiveram vida limpa e outros não, uns têm história de vida sólida e outros não e, finalmente, uns reconhecem méritos de progressão nas carreiras e na vida a quem realmente esse sucesso surgiu da tenacidade, do esforço, da dedicação, do arrojo, do saber, do empreendedorismo e da capacidade demonstradas e outros têm como exemplos a seguir os que conseguiram exposição e riqueza à custa de relações facilitadas por informações adquiridas enquanto agentes políticos, por compadrios acobertados por interesses, por aproveitamento de disposições legais de favorecimento ilegítimo, enfim por todo um percurso feito ao arrepio muitas vezes das próprias leis e nada condizente com a postura ética que seria devida. Não somos todos iguais, portanto.
Ao tecer o inacreditável elogio a Dias Loureiro como exemplo de como vencer na vida, ao dá-lo como um exemplo de como criar riqueza e ter fausto, ao manter Paulo Portas como seu parceiro de coligação, ao ter Miguel Relvas como mentor, ao ter Marco António Costa como seu principal conselheiro e, em suma, fazer destes exemplos o espelho no qual nos devemos rever e inspirar Pedro Passos Coelho faz, realmente, jus à assassina frase que proferiu : “ Não somos todos iguais” e ainda bem que não somos.
Ainda bem que António Costa, e refiro-o porque foi a ele que dirigiu a frase, não é igual a si e ainda bem que, muito proximamente, vai poder voltar a conviver mais com os todos esses seus mentores, esses para quem e com quem sempre colaborou e aprendeu, e talvez corra mundo e fique rico. Há muitas Tecnoformas à sua espera, negócios com o Estado imensos, vai haver aí um Quadro Comunitário de grandes oportunidades, mas tem que fazer melhor que da outra vez.
E até lhe aconselho uma sociedade com o Marques Mendes! Ele já tem imensas, tantas que nem as conhece todas, mas sabe de tudo, tem ligações a tudo, veja lá que até anuncia o que o senhor ainda não decidiu, com esse é que é, eu não o referi mas este sim este é um exemplo de vida e de como ter poder sem estar no Poder.
Já viu a dica que lhe acabo de dar : ter poder sem estar no Poder. Assim já não vai ficar tão angustiado com a derrota, não é? E depois, Pedro Passos Coelho, o Dias Loureiro não tem assim um negócio que se apresente, é tudo muito dúbio, eu sei que o seu desejo é correr mundo mas… e o Relvas, que faz agora o Relvas? Também tudo muito opaco, também não sei…é o Marques Mendes, é com ele. E sabe? Este não é igual aos outros… é só parecido.
E no fim, no fim mesmo, até pode não ter nada em seu nome mas…será rico na mesma!
Não somos todos iguais…mas que grande verdade!

quinta-feira, 6 de julho de 2017

É tempo de o governo acordar



por estatuadesal
(Francisco Louçã, in Público, 03/07/2017)
louca
Francisco Louçã

Tudo correu bem este ano ao governo de António Costa. Até agora. As contas em dia, um pequeno crescimento, alguma criação de emprego, até o Schauble está rendido: o governo arrasou onde a direita o desafiou. Não foi ousado, até foi ortodoxo, mas cumpriu as regras pelas quais o mediam na UE. A direita ficou constrangida, o diabo nunca mais aparece. Mas desengane-se quem afirmar que a escolha actual de Passos Coelho e de Assunção Cristas, de fugirem ao tema que os esmaga, a economia, é somente instinto de sobrevivência. É, mas é mais do que isso. Eles estão a tocar num ponto importante.
A ignição do inferno de Pedrógão Grande não é culpa do governo, assim como o assalto a Tancos não o é – na medida, e só na medida, em que possamos esquecer o tempo de inacção deste governo quanto à floresta ou mesmo quanto à segurança dos paióis, ou a forma como o anterior governo, sob a batuta de Passos e Cristas, cortou nesses investimentos, reduziu funcionários e afundou a soberania. Mas o governo Costa é quem está, e respondeu de forma desencontrada ao incêndio. Esse erro repetiu-se agora com Tancos.
O governo actuou rapidamente em Pedrógão para corrigir a flagrante impreparação e descoordenação da frente de combate nas horas iniciais. Foi na política que tropeçou: para comprometer Passos, aceitou a estranha comissão “técnica” nomeada pelo Parlamento, como se competisse a este órgão dirigir a investigação ou tivesse o necessário poder executivo para o fazer. Ou seja, Costa aceitou deixar passar o tempo, quando precisava de acção incisiva, e deixou que a manobra política fizesse a agenda, dando a entender que o governo descuida de saber já o que se passou – e portanto de corrigir as falhas. Foi um erro.
Pior do que um erro, só um segundo erro. Quanto se soube do assalto a Tancos, era preciso firmeza. E tivemos o contrário: o ministro foi à TV explicar três dias depois que não era o caso mais grave, que isto e aquilo. O roubo foi 4ªf passada e só nesta 2ªf o número dois do governo, Santos Silva, vem responder sobre o assunto e ainda de forma mais leve do que o caso exigia.
Entendamo-nos: o que o responsável máximo do governo devia ter feito logo era uma comunicação oficial explicando que há duas possibilidades que o governo tem de levar muito a sério – um roubo para os circuitos de venda de armas ou um roubo para as redes terroristas. Podendo além disso suspeitar-se de cumplicidade entre os militares, este é sempre um caso de Estado, é grave e exige todo o esforço de informação e de perseguição. O governante pode ser obrigado a cuidados especiais quanto ao que diz, para não prejudicar a investigação em curso, mas o que não pode é desvalorizar o assunto, ou deixar andar. Devia ter dirigido o debate sobre o assunto sem permitir qualquer dúvida. Tivesse-o feito e não havia espaço para jogo político; não o fazer é jogo político. Falar e actuar no tempo certo impediria a deriva demagógica e colocaria a questão onde tem de estar: entre o Estado e os bandidos. Isso tiraria do caminho o envergonhante jogo da direita mas, sobretudo, poria o governo no pé da sua responsabilidade.
Acontece ainda que há outro sinal preocupante. É Espanha. Portugal entrega aos seus parceiros militares a lista do material roubado, que é secreta, e vem publicada no dia seguinte no El Espanhol. Uma ministra portuguesa comenta o caso com o seu parceiro espanhol e uma versão da conversa vem escarrapachada no El Mundo, no dia seguinte. Uma vez é um deslize suspeito, duas vezes é uma operação.
Como se viu no caso “Sebastião Pereira”, o Partido Popular espanhol está muito preocupado com o exemplo do governo português e desembainhou a intriga. Já agora, convém-nos saber o que fazem os vizinhos.
Senhor primeiro-ministro, é tempo de o governo acordar.

Brincar com a tropa



por estatuadesal
(Sandro Mendonça, in Expresso Diário, 06/07/2017)
TROPA1


A operação levada a cabo em Tancos, complexo militar no coração do país, deve ser visto como uma operação planeada e executada contra o Estado português.
Em tempos de paz o perigo vem muita vez de dentro. Se as armas pesadas estão com os militares, pois estes asseguram o monopólio da violência, então uma prioridade da Defesa Nacional tem de ser defender a sociedade dessas próprias armas. Não tem charme nem dá medalhas, mas o controlo das armas não pode ser esquecido como função prioritária pelo sistema de segurança. Isto inclui as polícias: quantidades industriais de armamento ligeiro ou pesado não podem simplesmente evaporar-se.
Forças portuguesas participam e participaram em várias operações no estrageiro, juntando-se a várias missões de patrulha marítima ou de manutenção de paz no terreno. Não se pode pensar que, nestes temos de globalização fluída e fronteiras porosas, o risco não vem bater à porta da própria base de partida.
Diz-se por aí que Portugal, depois da Islândia e da Nova Zelândia, está no pódio dos países pacíficos. Se repararmos estes são países distantes, separados e insulares. Não é o caso de Portugal: bastante central, aliás, termos de rotas internacionais e transcontinentais. Não há portanto nada de predestinado, e o país não é à prova de instabilidade.
Não é tanto uma questão de “os brandos costumes” mas sim de “os bananas do costume”: a espécie sobreviveu porque à porta da caverna estavam uns tipos que não dormiam, lá para o fundo da gruta havia quem ressonava contando carneirinhos pacíficos.
Pois bem, pode dizer-se que a questão é complexa mas:
1. Quão recorrente eram os furtos de material não-bélico em Tancos e em outros paióis? Para dar um exemplo caricato, os kits de sobrevivência do exército têm o condão de “voar”: quem reconhece os talheres encaixáveis destes kits sabe do que eu estou a falar, eles são visíveis por aí, a uso no meio da sociedade (como lá chegaram?!). Porque razão estes sinais fraco nunca foi sistematicamente reportados? Como se construiu e consolidou uma cultura de não-reporte e envergonhada implícita conivência? Uma cultura de “broken windows” na tropa levou depois a este escândalo?
2. Pois, a verdade é que nos anos da troika o “número de bombeiros caiu 10% e de militares desceu 15% no período da 'troika’”, como apontou Mário Centeno perante a Comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública. Mas muitos desses estavam na parte mais adiantada da distribuição etária. A falta de recursos não justifica tudo. A quebra de serviço terá uma natureza sobretudo organizacional.
3. A oposição fala de cativações, tendo ela própria usado e abusado desses expedientes quando estava poleiro. Tem a lata de falar de cativações, mas não a honestidade de falar de “Descativações”. A Conta Geral do Estado referente a 2016 efectivamente mostra que na Administração Central quase metade das verbas foram desbloqueadas e que onde houve mais descativações foi na “aquisição de bens e serviços” com destaque para a Segurança Interna e Defesa Nacional (páginas 102, 103 e 104).
4. Mas um problema nunca vem só. Cedo se percebe que quando há problemas como este e como os fogos (como já me referi aqui) há personagens estrangeiros que se tentam aproveitar e se esforçam por atiçar ainda mais a confusão: e estas iniciativas de interferência estão a vir dos dois maiores jornais espanhóis. Agora foi o caso do jornal El País a cometer mais um exemplo de sub-jornalismo. Tanta incompetência e falta de sobriedade não pode apenas ser talento, é mau demais para ser aleatório. Estas instâncias têm todo o perfil de tentativas plantadas de interferência no processo democrático e de beliscar a serenidade das instituições. E assim devem ser assim sinalizadas.
Brincar com a tropa é coisa bem séria.

Espreite debaixo do tapete, Dr. Passos Coelho 06/07/2017



Passos Coelho quer saber, com toda a legitimidade que lhe assiste, como é que o governo conseguiu um défice de 2%. Confesso-me igualmente curioso, tão curioso como me senti, há coisa de dois anos, quando o governo além-Troika de Pedro Passos Coelho anunciou ter conseguido a tal da saída limpa. Claro que, como seria de esperar, o então primeiro-ministro não nos quis contar a história toda. E não terá querido, em 2015 como agora, porque os números têm tanto de implacáveis como manipuláveis.
Mas o tempo passou e lá fomos descobrindo, porque a verdade, ainda que tantas vezes nos sirva de tão pouco, continua a ser como o azeite. Encontramos o Banif, escondido debaixo do tapete, e com ele uma série de outros factos, entre eles que a solução foi sendo sucessivamente adiada pelo anterior governo, de forma a não colocar em causa a tal saída limpa, que tinha, afinal, pés de barro.
Houve uma proposta recusada, sobre a qual nada foi dito aos portugueses, até que os jornais decidiram falar nela, tivemos o governador do Banco de Portugal a recusar documentos solicitados pela comissão parlamentar de inquérito ao caso Banif, e tivemos também importantes papéis a desaparecer, aquele clássico tão nosso. Era suja, a saída. Tão suja que terminou tão controversa como começou.
É possível que o milagre do défice esconda outras coisas debaixo do tapete. Passos pode sempre ir lá procurar, mas se algo lá houver, rapidamente se descobrirá, o que não significa necessariamente que alguém será responsabilizado pelos potenciais prejuízos que daí decorrerão. A diferença é que, desta vez, as contas estão minimamente amanhadas, contrariamente àquilo que vai sendo anunciado pela oposição, e até os Velhos do Bruxelas parecem convencidos. E tudo isto após quase dois anos de profecias cataclísmicas, ameaças de sanções e resgates, vaticínios sobre o fim do acordo à esquerda e anúncios da vinda do Diabo. E não é que se respira melhor?
Foto: Pedro Nunes/Lusa@ZAP
Fonte: Aventar.eu - 06/07/2017 por João Mendes

quarta-feira, 5 de julho de 2017

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Jasmim Alberto Gerivaz
· 22 min ·

Recado ao Pedro
Eu vou-te avivar a memória, já que não te lembras daquilo que fizeste quando eras Primeiro Ministro.
A primeira medida que tomaste foi o aumento do IVA, recordas?
Dessa medida resultou a falência de milhares de PMEs e o desemprego de milhares de trabalhadores.
Milhares de pequenos empresários ficaram sem meio de vida, cheios de dívidas viram-se obrigados a entregar casas aos bancos e a pedir esmola.
Conheci vários que se mataram dentro das empresas em desespero porque como eram empresários nem direito tinham a um subsídio de desemprego.
O desemprego disparou para níveis nunca vistos neste país.
As IPSSs, a Cáritas e outras organizações de Solidariedade Social não tinham mãos a medir para atender pedidos de ajuda de famílias inteiras que sem apoios da Segurança Social estavam a passar fome e desesperadas sem conseguirem fazer face ás despesas básicas.
Milhares de famílias foram atiradas para a rua, despejadas das suas casas pela Banca, por senhorios e pelas Finanças através de penhoras por dívidas ao Estado, quando muitas dessas dívidas eram de valor inferior ao valor real das habitações.
Depois vieram os cortes nas pensões de reforma, no complemento solidário para idosos, nas pensões de viuvez, nos abonos de família e nas pensões não contributivas como por exemplo no RSI que cortaste a torto e a direito sem olhar a quem e sem apelo nem agravo.
Aumentaste o IMI, começaste a cobrar IUC sobre veículos independentemente de estarem ou não em circulação, chegando ao ponto de cobrares esse imposto a quem nem carro tinha ou sobre veículos já abatidos há anos.
Aumentaste impostos na gasolina, no gasóleo, no tabaco, nas bebidas alcoólicas, aumentaste as portagens e todos esses aumentos foram reflectir-se no aumento do custo de vida que como é óbvio foi mais sentido pelas classes sociais mais frágeis e carenciadas.
Criaste as taxas moderadoras e com essa medida muitos idosos deixaram de ir ao médico ou aos hospitais.
Fechaste Centros de Saúde, Maternidades e Hospitais e muitos idosos morreram por falta de assistência médica, mas também jovens e parturientes morreram por falta de cuidados médicos.
Doentes oncológicos viram as suas cirurgias adiadas e sem cuidados continuados.
Doentes crónicos ficaram sem médicos de família e sem comparticipação em medicamentos imprescindíveis ao tratamento das suas doenças.
Lembras-te dos doentes com Hepatite C a quem negaste um medicamento que podia salvar vidas e mesmo curar?
Deu até azo a manifestações populares na AR que a tua amiga Assunção Esteves reprimiu e mandou deter alguns doentes que se manifestavam indignados e com razão!
Não eram suicidas mas tu querias bem lá no fundo que fossem para poupares algum. Fazia-te jeito para ficares bem visto perante a Troika e a tua amiga Merkele.
Fechaste escolas e fizeste dos professores e das suas vidas gato sapato, obrigando-os a andar em Bolandas sem saberem o que fazer e onde ir!
Mudaste Freguesias, alteraste comarcas, encerraste Tribunais e deste com os juízes e advogados em doidos com a porcaria do sistema Citius todo baralhado.
Esqueceste essa cena?
Eu lembro-te.
Dessa confusão resultaram prejuízos para empresas, para cidadãos e para todo o país que nunca mais se vai recuperar!
Pais que perderam a guarda dos filhos conheci 19, 5 mataram-se.
Fora os que não conheço e olha que não conheço muita gente.
Mães que se viram sem as pensões de alimentos por culpa da baralhada com o Citius foram milhares.
Uma era professora e o filho era deficiente.
Atirou-se da varanda de um hotel.
Mas também houve mães que envenenaram os filhos e a seguir mataram-se porque não tinham nem emprego nem apoios e nem ajuda de psicólogos.
Sabes Pedro, moro em Almada.
Fui obrigada a vir morar para aqui.
Não, não foi culpa tua.
As coisas neste país já não estão bem há muitos anos.
Realmente apanhaste o país num grande caos económico, mas mesmo assim se fosses honesto e um bom gestor terias evitado cortar onde mais doeu!
Os cortes atingiram os mais fracos e para recuperar um país começa-se por por ordem nas finanças públicas cobrando impostos aos que não pagam.
Mas para o fazeres, para cobrares aos que sempre fugiram aos impostos terias de começar por ti, não é assim?
E depois os teus amigos e financiadores não iriam gostar nada de terem de alargar os cordões à bolsa.
Mas como te dizia, vim viver para Almada há uns anos e sabes, aqui temos uma Ponte onde todos os dias durante o teu governo assistimos a muitos suicídios.
E também temos o Metro que não é subterrâneo, é como um eléctrico sabes?
Pois volta e meia para não dizer uma a duas vezes por semana, lá se tinha de chamar o INEM por causa de um velhote ou velhota que "escorregava" e caía à linha!
E quantos eu vi a chorar de vergonha por serem apanhados no supermercado a guardar uma lata de salsichas ou de atum na mala ou num bolso do casaco!!
E outros a sairem da farmácia sem aviar a receita porque a reforma tinha encolhido e os filhos tinham-se mudado lá para casa e estavam desempregados e sem subsídios de desemprego!
Sabes Pedro, sabes qual é o teu mal?
Teres tido um pai fantástico e uma mãe que tudo te desculpou.
Os anos de cabulice, as más notas no liceu, as noitadas na vadiagem, a vida boémia, as drogas, a pouca ou nenhuma vontade de estudar ou trabalhar e a falta de respeito por toda a gente.
Tu não tens noção da quantidade de vidas que deste cabo ao longo da tua vida, não só nos quatro anos em que te tivemos de aturar como Primeiro Ministro, mas desde que te conheci quando vivias na Rua República da Bolívia.
Tenho pena de não ter adivinhado naqueles anos naquilo em que tu te irias transformar!
A sério Pedro.
Naquele dia em que chamei a PSP de Benfica e evitei que a malta do Bairro do Charquinho te desse um arraial de porrada, se eu tivesse adivinhado no que te irias transformar, eu tinha fechado os olhos e fingido que te tinhas atirado da varanda do quinto andar.
Teria evitado tanta coisa, até ouvir as alarvidades que continuas a atirar pela boca fora.
Tantos anos depois e continuas a ser o mesmo chulo que conheci na nossa adolescência e juventude.
Olha Pedro, queres um conselho?
Reforma-te da política e mete uma rolha na boca ou um dia destes apareces suicidado nalguma esquina da vida.
É que nem todos os que te conhecem bem são tão pacíficos e compreensivos como eu e como a malta que te aparou as pancas lá em Benfica, tu sabes bem na casa de quem.
Espero que a Laura recupere depressa da maldita doença.
Ela não merece tanto sofrimento!
E se um dia nos voltarmos a cruzar nalguma rua de Lisboa vira o rosto, para que eu não me sinta tentada a sujar as minhas mãos na tua cara.
É que eu tentei duas vezes o suicídio por tua causa quando me vi atirada para a rua sem qualquer apoio e a lutar contra o cancro e sem ajuda psiquiátrica.
Não acertei na dosagem.
Não tinha de ser.
Quem sabe o que a vida me reserva?
Talvez me reserve a felicidade de te ver a ti Pedro e aos teus amiguinhos (tu sabes a quem me refiro) atrás das grades e a pagares pelos milhares de vidas dos que se suicidaram ou tentaram em desespero por vossa causa!
Assino o nick com que me conhecias: Nini Nilo
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Comentários
Jasmim Alberto Gerivaz
Jasmim Alberto Gerivaz Apanhei esta no mail. É DE LER.
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