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domingo, 6 de agosto de 2017

O que é DNA do PS são casos particulares no PSD.


por estatuadesal
(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 04/08/2017)
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Duas histórias envolvendo quadros do PSD foram notícia esta semana, sem que qualquer uma ajudasse a criar uma narrativa sobre os social-democratas: a auditoria do Tribunal de Contas (TdC) ao Instituto do Território (IT), fundada pelo diretor do gabinete de estudos do PSD até ao ano passado e coordenador do programa eleitoral do partido, e a viagem do vice-presicente da bancada do PSD à China, pago pela Huawei.
Rogério Gomes foi presidente da associação Urbe durante 24 anos e contratou, entre 2003 e 2004, Passos Coelho para diretor do departamento de formação e coordenador do programa de seminários. Sendo bastante próximo de Passos Coelho, a fundação do seu instituto contou com o apadrinhamento público do ex-primeiro-ministro quando já estava em São Bento. Recebeu depois disso apoios do Estado significativos que o TdC considerou agora irregulares. Segundo o tribunal “não preenchia as condições para ser considerado organismo de direito público” não sendo por isso elegível para os apoios que recebeu. Autoridade de Gestão do Programa Operacional de Assistência Técnica terá pago indevidamente quase 250 mil euros. O TdC recomenda a devolução do dinheiro entregue ao instituto do colaborador próximo de Passos.

terça-feira, 11 de julho de 2017

Demissão dos Secretários poderá afectar Saúde Pública

por Carlos Araújo Alves


Vamos lendo e ouvindo que enquanto, para uns, a coisa não mereceria tamanho estardalhaço, para outros, isto é tudo um bando de corruptos, mas tenho para mim que nem uma coisa nem outra. É verdade que acho estes pedidos de demissão muito tardios, mas, simultaneamente, não vejo mal algum que um governante aceite brindes de empresas privadas, desde que se demita antes!
Sim, por mais simbólico que o brinde seja, não deve um funcionário ou representante do Estado aceitá-lo, não por desmerecimento, mas por princípio e regra de vida, embora saiba que essa coisa de princípios é coisas caduca e muito fora de moda.
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No entanto, a decisão de constituir como arguidos, que se advinha por parte do Ministério Público, poderá acarretar uma razia avassaladora entre os profissionais de medicina, colocando em sério risco todos os sistemas de saúde pública aquém e além fronteiras!
A fazer jurisprudência em caso de condenação, o que irá acontecer àqueles abnegados médicos que, em prol da ciência e da saúde, dão inúmeras conferências por todo o mundo, têm acções de formação por todo o planeta, muitas vezes, coitados, obrigados a levar a família com eles, aviam milhares de ensaios clínicos valiosíssimos sobre químicos mais que testados e internacionalmente aprovados nos seus pacientes, sempre, mas sempre, sob o alto patrocínio da indústria farmacêutica?
Com temor vos digo que estas demissões poderão arrasar com o nosso sistema de Saúde Pública, a não ser que o Estado providencie, mui atempadamente, a deslocação das unidades de saúde públicas e privadas, de cuidados paliativos e continuados, para os estabelecimentos prisionais!

Fonte: Aventar

sexta-feira, 7 de julho de 2017

NÃO SOMOS TODOS IGUAIS



por estatuadesal
(Joaquim Vassalo Abreu, 06/07/2017)
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INTRODUÇÃO: Há dois dias publiquei um texto, que o ESTÁTUA DE SAL gentilmente partilhou, que intitulei ” SÃO TODOS IGUAIS “, reportando-me ao que é usual ser dito pelos comentadores do costume, principalmente em relação a Políticos e Autarcas.
E lembrei-me deste artigo que escrevi já há mais de dois anos ( Maio de 2015) e fui relê-lo. Como constatei que, apesar de datado, mantém uma enorme acuidade, principalmente no que respeita a um senhor que ainda é líder da Oposição e se apresenta como justiceiro mor do reino, exigindo demissões sobre demissões e acusa o “Estado”  ( Governo) de ser “barata tonta”, achei por bem republicá-lo, aguardando a Vossa compreensão e aceitação.

Não somos todos iguais”! (07 de Maio de 2015 )
Terá afirmado Pedro Passos Coelho imediatamente a seguir à prisão de José Sócrates, querendo certamente diferenciar-se dele quanto a supostos comportamentos que, mesmo ainda não provados, ele nunca teria, tentando, assim, afirmar uma superioridade moral e de carácter que ele tem e o outro não teria para ocupar o lugar público que ocupa e poder ser paladino das “ verdades” em que acredita e tenta implementar.
Deixando implícito, claro, que os princípios que o orientam, as pessoas que o ensinaram e admiram e a sua visão da política não se coaduna com a utilização de um lugar público para fins pessoais ou a utilização de decisões que promovam o favorecimento de terceiros com o intuito de para ele de algum modo reverterem.
Que ele, de princípios éticos sólidos e de cultura de moral acima de quaisquer suspeitas, ele sim, é seguidor das boas práticas republicanas, não pactua com esses tipo de comportamentos, não se revê em todas essas pessoas que utilizam o seu conhecimento dos meandros da política para obter e conceder favores, facilidades e privilégios que conduzam ao enriquecimento pessoal, não tolera pessoas dessas ao seu lado, nem como colaborador nem como conselheiro, e não admite sequer que entrem no rol das suas amizades. Sendo Sócrates assumidamente um “ pecador” neste enredo ele, não sendo igual, tendo outros princípios e outros objectivos será o “ santo”. Se assim pensou melhor o disse.
Não somos todos iguais” e, portanto ele,  Pedro Passos Coelho, não será igual a Sócrates. Nem igual a mim, nem igual a si, nem igual a ninguém. É uma verdade “ La Paliciana”, indesmentível quanto à constatação de uma realidade mundana. E até mesmo humana porquanto não haverá dois seres iguais e até mesmo os gémeos verdadeiros hão-de sempre ter qualquer pequenino sinal que os distinga e faça deles dois seres não iguais. Como não haverá dois seres de pensamentos iguais sobre o que quer que seja. Nada de mais evidente, portanto. Até aí tudo bem. Só que…
Também não somos todos iguais na burrice, na estupidez, na sonsice, na pequenez, na mediocridade, na subserviência, na dissimulação, na grandiloquência, na ignorância, na torpeza, na arrogância, na boçalidade, no cinismo, no descaramento, na insensibilidade, na incompetência, na leviandade, no malabarismo, na mediocridade, na mesquinhez, no oportunismo, na prepotência, no pedantismo, no pretensiosismo, na sobranceria, na soberba, na tibieza, na hipocrisia e, finalmente, no amadorismo.
É que Pedro Passos Coelho ao utilizar a frase supra como forma de apoucamento, tentando daí tirar dividendos de imagem e de superioridade, ele coloca-se imediatamente numa posição de confronto comparativo com outros. Desde logo com Paulo Portas : são iguais ou não? Com Relvas: são iguais ou não? Com Dias Loureiro? São iguais? Com Oliveira e Costa e Duarte Lima: são iguais? Com Marco António Costa: são iguais? Pois este é que é o tema! Será que pode Pedro Passos Coelho repetir a mesma filosófica frase? Ou tem que a reformular?
E já agora: e com António Costa? Não era ao PS que queria chegar envolvendo na nebulosa da frase toda uma amálgama de gente mas com um destinatário preciso, de modo a associá-los à suposta culpa de Sócrates e daí tirar dividendos? Como atrás referi, ao ter afirmado o que afirmou, Passos Coelho não se pode furtar à análise comparativa com quem é candidato à ocupação do ainda seu lugar ( António Costa ) e já não  basta aquela questão em que se pergunta se compraria um carro em segunda mão àquele candidato. Não, a questão está agora posta num patamar mais elevado e a exigência subiu de fasquia e essa fasquia está onde está colocada precisamente por ele, Passos Coelho.
Não sendo todos iguais somos, portanto, diferentes. Uns têm melhores aptidões outros menos, uns estão mais bem preparados outros menos, uns têm um percurso de serviço público e outros não, uns têm experiência de vida e outros não, uns têm um cadastro público limpo e outros não, uns têm amigos recomendáveis e outros não, uns demarcam-se das atitudes menos recomendáveis outros não, uns têm preocupações nas suas relações com os deveres perante o Estado e outros menos, uns têm registo criminal limpo e outros não, uns tiveram vida limpa e outros não, uns têm história de vida sólida e outros não e, finalmente, uns reconhecem méritos de progressão nas carreiras e na vida a quem realmente esse sucesso surgiu da tenacidade, do esforço, da dedicação, do arrojo, do saber, do empreendedorismo e da capacidade demonstradas e outros têm como exemplos a seguir os que conseguiram exposição e riqueza à custa de relações facilitadas por informações adquiridas enquanto agentes políticos, por compadrios acobertados por interesses, por aproveitamento de disposições legais de favorecimento ilegítimo, enfim por todo um percurso feito ao arrepio muitas vezes das próprias leis e nada condizente com a postura ética que seria devida. Não somos todos iguais, portanto.
Ao tecer o inacreditável elogio a Dias Loureiro como exemplo de como vencer na vida, ao dá-lo como um exemplo de como criar riqueza e ter fausto, ao manter Paulo Portas como seu parceiro de coligação, ao ter Miguel Relvas como mentor, ao ter Marco António Costa como seu principal conselheiro e, em suma, fazer destes exemplos o espelho no qual nos devemos rever e inspirar Pedro Passos Coelho faz, realmente, jus à assassina frase que proferiu : “ Não somos todos iguais” e ainda bem que não somos.
Ainda bem que António Costa, e refiro-o porque foi a ele que dirigiu a frase, não é igual a si e ainda bem que, muito proximamente, vai poder voltar a conviver mais com os todos esses seus mentores, esses para quem e com quem sempre colaborou e aprendeu, e talvez corra mundo e fique rico. Há muitas Tecnoformas à sua espera, negócios com o Estado imensos, vai haver aí um Quadro Comunitário de grandes oportunidades, mas tem que fazer melhor que da outra vez.
E até lhe aconselho uma sociedade com o Marques Mendes! Ele já tem imensas, tantas que nem as conhece todas, mas sabe de tudo, tem ligações a tudo, veja lá que até anuncia o que o senhor ainda não decidiu, com esse é que é, eu não o referi mas este sim este é um exemplo de vida e de como ter poder sem estar no Poder.
Já viu a dica que lhe acabo de dar : ter poder sem estar no Poder. Assim já não vai ficar tão angustiado com a derrota, não é? E depois, Pedro Passos Coelho, o Dias Loureiro não tem assim um negócio que se apresente, é tudo muito dúbio, eu sei que o seu desejo é correr mundo mas… e o Relvas, que faz agora o Relvas? Também tudo muito opaco, também não sei…é o Marques Mendes, é com ele. E sabe? Este não é igual aos outros… é só parecido.
E no fim, no fim mesmo, até pode não ter nada em seu nome mas…será rico na mesma!
Não somos todos iguais…mas que grande verdade!

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Semanada



por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 25/06/2017)
HERMINIO
Esta foi a semana em que o diabo veio (finalmente), estava combinado aparecer em Setembro ali para os lados do ministério das Finanças, mas acabou por aparecer em Pedrógão Grande, uma localidade que em poucas horas se transformou numa imagem do inferno. O pessoal do PSD que estava instalado a tempo inteiro no terreiro do Paço, esperando pela queda de Centeno percebeu rapidamente a nova oportunidade, mudou-se de armas e bagagem para a Administração Interna.
Passos Coelho bem começou a encenação do político que não se aproveita da desgraça alheia, algo que já tinha feito com a crise financeira e com o Caso marquês. Mas a ansiedade dos seus deputados é tanta que desta vez o próprio Passos foi ultrapassado, propôs uma comissão técnica para avaliar os acontecimentos, mas o seu grupo parlamentar forçou um debate parlamentar sem quaisquer relatórios técnicos, só para aproveitar os acontecimentos.
Ninguém reparou, mas há uma figura grada do mundo autárquico do PSD que está a viver o seu próprio inferno, acompanhado de mais alguns companheiros. Hermínio Loureiro, homem forte de Oliveira de Azeméis e uma ponte entre o PSD e o mundo da bola está passando o fim de semana nas instalações hoteleiras da PJ.

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Testemunhos para memória futura


por estatuadesal

(In Blog O Jumento, 07/06/2017)
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António Mexia

Mal rebentou o caso EDP Passos Coelho apressou-se a limpar-se declarando que o seu governo tinha sido o único a baixar as rendas da energia elétrica; depois dele o Sor Álvaro, ministro da Economia até que o Portas correu com ele para promover Pires de Lima, também veio a público fazer o seu autoelogio, repetindo a declaração de Passos Coelho.
Mas vale a pena recuar a Março de 2012, nesse dia era anunciada a demissão de Henrique Gomes, o então secretário de Estado da Energia. À boa moda soviética uma fonte não identificada dizia à Lusa que a demissão se devia a «motivos de índole pessoal e familiar». Mas a TSF esclarecia que «Henrique Gomes tinha em mãos um plano com potencial para incomodar muita gente. O objetivo, imposto pelo acordo assinado com a troika, é reduzir as rendas que o Estado paga aos produtores no setor energético e que o secretário de estado classificava como «excessivas» [TSF]. Isto é, o secretário de Estado era demitido a pedido da EDP.
As causas da demissão foram abafadas e o PSD e o CDS chumbaram hoje uma proposta do PCP para ouvir no Parlamento o ex-secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, e o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira. António Mexia terá festejado a saída do governante com champanhe; quem o declarou foi o Sor Álvaro num livro que escreveu mais tarde “Sei que a saída de Henrique Gomes do Governo causou polémica e sei mesmo que houve até produtores de energia que chegaram a celebrar com champanhe a sua partida” [Expresso]. O que ele não explicou foi porque razão não teve a coragem de defender o seu secretário de Estado.
Para o lugar de Henrique Gomes foi Paulo Trindade e, coincidência das coincidências, em 2015 era notícia que «o pai do secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, é consultor da EDP desde 2013, confirmou à Lusa fonte oficial da elétrica, na sequência de uma denúncia feita hoje pelo empresário Manuel Champalimaud.» [Jornal de Negócios]. Isto é, o rapaz não perdeu tempo, o mesmo sucedeu, aliás, com Maria Luís Albuquerque que meteu o marido a ganhar uns cobres na EDP.
É uma pena que o Sor Álvaro se tenha esquecido de esclarecer duas coisinhas, o motivo porque demitiu o seu secretário de Estado das Energia e que o corte das rendas feito pelo seu governo estava decidido no memorando com a Troika, mas ficou aquém do desejado. Aliás, o mesmo Henrique Gomes declarava em 2015 que "em vez do corte das rendas e redução de custos, o Governo aumentou os preços da energia aos consumidores" [Jornal de Negócios]. E quanto aos cortes nas rendas as suas contas diferem muito das do Sor Álvaro:
«Faz as contas para dizer que em vez dos cortes que o Governo reclama de 4,4 mil milhões de euros até 2020 nessas rendas, o que se conseguiu cortar foram 1.600 milhões, tendo conseguido, por outro lado, uma receita adicional com a contribuição extraordinária (CESE) de 200 milhões. "No total teremos 1.800 milhões que se contrapõem aos 4.400 milhões de euros que o Governo reclama", escreve o ex-governante.»
Longe de mim pensar que o Sor Álvaro também terá bebido Champanhe com Mexias ou que haja algo de corrupção no emprego do pai do secretário de Estado nomeado para o lugar do governante mandado sanear ou no lugar que do marido da ministra das Finanças conseguiu na EDP, já para não referir que a presidencia da EDP atribuída a Catroga, o negociador do memorando com a Troika em representação de Passos Coelho, tivesse algo de corrupto. Digamos que em tempo de crise e de cortes de rendimento se tratou de atos de generosidade por parte de Mexia. Ninguém terá mandado uma cartinha anónima para a PGR?