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sexta-feira, 9 de junho de 2017

Santa Cabana da Misericórdia


por estatuadesal

(João Quadros, in Jornal de Negócios, 09/06/2017)
quadros

Segundo o nosso jornal, o Montepio vai absorver mais de 18% do activo da Santa Casa. Comprar 10% do Montepio vai exigir que a Santa Casa mobilize quase 140 milhões. Investimento passará a representar mais de 18% do património da entidade liderada por Santana Lopes. Finalmente uma boa notícia, porque, até agora, a Santa Casa dos bancos temos sido nós.
Se a Santa Casa é responsável por fazer excêntricos todas as semanas, os Bancos têm sido capazes de nos fazer mais pobres todos os dias. Mas, quando chegamos ao ponto em que é suposto Santana Lopes salvar um banco, está tudo dito sobre o nosso sistema financeiro.
Uma breve nota para dar a conhecer a história da Misericórdia de Lisboa enquanto ela ainda existe. A Santa Casa da Misericórdia nasceu a 15 de Agosto de 1498, ou seja, já tem idade para ter juízo. A primeira Misericórdia portuguesa surgiu graças a uma especial intervenção da Rainha Dona Leonor. Uma senhora com muita classe que fazia um chá fabuloso e com quem sabia bem ter uma conversa - segundo Lili Caneças. Mais tarde, foram definidos alguns dos trabalhos da Misericórdia, eram eles: dar de comer a quem tem fome. Muito bem. Curar os doentes. Óptimo. Vestir os nus... A pergunta é: será que eles queriam? É que, às vezes, dá jeito estar nu.
Na altura, a Misericórdia teve o total apoio do Rei Dom Manuel I. Dom Manuel era conhecido na corte como Manel, mas foi-lhe dado o cognome de O Venturoso, O Bem-Aventurado ou O Afortunado, pelos eventos felizes que ocorreram no seu reinado, designadamente a descoberta do caminho marítimo para a Índia, o Brasil, e de ter feito cinco números e duas estrelas no Euromilhões em semana de jackpot. Sai sempre aos que já têm. Gostaria de salientar que, apesar de toda esta sorte, Dom Manuel I nasceu em Alcochete.
A Santa Casa, mais concretamente o Euromilhões, tem feito muito pelos portugueses. Foi graças ao Euromilhões que muitos portugueses passaram a conhecer os números até ao 50. É incrível a quantidade de jogos que existem hoje em dia. A Santa Casa tem o Euromilhões, o Totoloto, o Totobola, o Placard, o Joker, a Raspadinha, a Lotaria Clássica, a Lotaria Popular e a Instantânea. Ou seja, por semana, existem mais de dez hipóteses de podermos ficar milionários. E ainda dizem que Portugal é um país onde há poucas oportunidades.
O Euromilhões tem sido muito importante para os portugueses. Por exemplo, todas as semanas, eu vou a casa da minha avó porque ela quer jogar, mas já tem a vista cansada. A minha avó joga no Euromilhões, no Totoloto e no Joker, mas nunca ganhou nada. Felizmente… Porque eu nunca entrego os boletins e fico com o dinheiro.
Para terminar, e em jeito de conclusão, acho que, de certa forma, faz sentido a Santa Casa ficar com o Montepio se fizer um jogo de apostas em que podemos apostar no dia em que o Montepio vai falir, com um joker para quem adivinhar quanto lá vamos nós ter de pagar outra vez. Ainda assim, faz-me confusão que, com tanta coisa em que investir, como pastéis de Belém e tudo o que esteja ligado ao turismo, a Santa Casa escolha o negócio que mais prejuízo tem dado. Acho que a Santa Casa brinca com a sorte.


TOP 5

Excêntricos


1. Canais SIC Notícias e Internacional deixam de ser emitidos em Angola - deixam de ver o José Gomes Ferreira e aumenta logo o PIB.

2. Sismo de magnitude 3.5 sentido em Amarante - Teodora Cardoso diz que, na realidade, é apenas de 2,8.

3. Marcelo convida idosos da Terceira a visitá-lo em Belém - a nado.

4. Banco Popular vendido por um euro - em dez tranches de 10 cêntimos. O Banco Popular é a nova pastilha gorila que os tipos da mercearia davam quando não tinham trocos.

5. Zé Gomes Ferreira para o PM: "Considera-se um homem com sorte?" - Costa devia ter respondido: "Sim, por exemplo, não liguei quando você disse para investir tudo no BES".

quinta-feira, 8 de junho de 2017

A coroa de louros



por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 08/06/2017)
rei_coelho

Depois de mais de um ano a dizer cobras e lagartos da gerigonça, de ter apelado ao Partido Popular Europeu, na sua reunião de Madrid, que boicotasse a solução política portuguesa, recusando o OE de 2015 em Bruxelas. Depois de ter anunciado o diabo e uma prenda de reis, de ter prognosticado subidas dramáticas de juros, de ter desvalorizado a criação de emprego. Depois de ter assegurado que os investidores só regressariam a Portugal com um governo amigo dos investidores. Depois de tudo isto e muito mais Passos Coelho quer a coroa de flores do sucesso económico.
Mas, em vez de uma coroa de flores o líder do PSD e a sua equipa de extremistas correm um sério risco de serem acusados de demência e serem brindados com um colete de forças. Nesta questão de saber a quem se deve o sucesso económico a postura de Passos Coelho e dos seus está entre a demência e a esquizofrenia, num dia negam a realidade e no outro dizem que foi obra sua, se hoje dizem que o sucesso se deve às suas reformas no dia seguinte queixam-se de que é tudo propagada.
Quando alguém os acusa de terem adotado medidas brutais de austeridade dizem não terem sido os culpados, que foram obrigados em tudo o que fizeram, que todas as medidas e reformas estavam no memorando. Para não assumirem quaisquer responsabilidades vão ainda mais longe, apagam o inconveniente dr. Catroga da fotografia e dizem que o memorando foi obra exclusiva de José Sócrates.
Mas, na hora de ficarem com os louros, as medidas que já constavam no memorando de entendimento deixam de ser milagrosamente da autoria de Sócrates para serem resultado do ímpeto reformador de Passos Coelho. De um momento para o outro deixa de existir Troika e memorando, tudo foram reformas saídas da cabeça iluminada de Pedro Passos Coelho.
Mas o pior é que estamos perante pura imbecilidade, só um paspalho pode pensar que os eleitores vão atribuir o que sucedeu durante o governo de Passos a António Costa e elogiar Passos pelo trabalho do atual governo.
Passos Coelho não se deu ao trabalho de fazer oposição convencido de que o governo cairia, recusou-se a apoiar o país na elaboração do OE, negando-se a apresentar propostas, e ainda no ano passado enquanto o parlamento discutia o projeto de OE, Passos Coelho optou por montar uma fantochada orçamental, numa espécie de reunião do governo no exílio em Albergaria-a-Velha. Não hesitou em votar favoravelmente propostas do BE e do PCP sempre que julgou que assim boicotava a política económica do governo.
E agora dizem que o sucesso económico é obra deles?  Vão mas é apanhar gambuzinos …

O estado febril eleitoralista do Presidente da Câmara Municipal de Ovar

Salvador Malheiro, Presidente da Câmara Municipal de Ovar, está num estado febril eleitoral que o leva a desbaratar o dinheiro dos contribuintes/munícipes.
No monumento aos mortos do concelho de Ovar na guerra colonial, um “mamarracho” que mereceu a contestação de muitos ex-combatentes, implantado no Jardim Garrett, foram gastos quase cem mil Euros. Numa reunião levada a efeito na Câmara foram feitas diversas propostas apresentadas por um elevado número de ex-combatentes, mas Salvador Malheiro, com a sua arrogância, não aceitou qualquer alteração. Actualmente esse “monumento” encontra-se enferrujado e a iluminação foi roubada.
O Jardim Garrett, que estava em bom estado, está totalmente esventrado e na sua remodelação vão ser gastos cerca de 300.000 Euros dos contribuintes/munícipes, dinheiro esse que deveria ser gasto na reparação das ruas esburacadas e são diversas.
Estes factos, no que diz respeito ao referido Jardim, são o começar a casa pelo telhado: primeiro inaugura-se o monumento e, agora, trata-se da remodelação do espaço envolvente.
As fotos abaixo ilustram bem o estado febril eleitoral de Salvador Malheiro.

As fotos do jardim no estado anterior:
anigif (1)

As fotos do jardim tiradas hoje:
anigif (2)

Vamos aguardar pelas novidades até às eleições autárquicas. Vamos estar atentos à forma como vai ser gasto o dinheiro dos contribuintes/munícipes por Salvador Malheiro e disso este Blog irá dar conhecimento.
Ovar 8 de junho de 2017
Álvaro Teixeira

"Trump simplesmente mentiu", diz ex-diretor do FBI perante o Senado

James Comey está a ser ouvido no Senado. O ex-diretor do FBI afirmou que "não tem dúvidas" de que a Rússia interferiu nas eleições de 2016.


© Reuters

O ex-diretor do FBI James Comey, demitido no passado mês de maio por Donald Trump, compareceu esta quinta-feira perante o Senado, onde está a ser ouvido sobre a alegada ingerência russa nas eleições presidenciais norte-americanas do ano passado.
Numa audição transmitida internacionalmente, o ex-diretor acusou Donald Trump de ter difamado o FBI, ao afirmar que a agência não estaria a fazer o seu trabalho. "A Casa Branca quis difamar-me", disse. Trump "mentiu, pura e simplesmente", sublinhou.
James Comey garantiu "não ter dúvidas" de que a Rússia interferiu nas eleições presidenciais de 2016. Reconhece, no entanto, que não acredita que tenha havido qualquer alteração nos votos.
Depois, acrescentou que Donald Trump não lhe pediu especificamente para desistir da investigação à ingerência russa nas presidenciais.
Na sequência de um jantar com Donald Trump, James Comey admitiu que decidiu documentar a conversa, o que nunca aconteceu com os anteriores presidentes Barack Obama e George W. Bush, por “estar preocupado que o Presidente pudesse mentir”. Documentar as conversas, justificou, foi a forma que encontrou para "defender a integridade do FBI".
O ex-diretor da agência admitiu que foi surpreendido quando ficou a saber que tinha sido demitido pelo Presidente norte-americano, uma vez que, garantiu, Trump lhe terá repetido por várias vezes que estaria a fazer um “excelente trabalho”.
“Fiquei confuso quando vi na televisão que o Presidente me tinha despedido devido à investigação sobre a Rússia… Não fez qualquer sentido para mim”, afirmou Comey.

Fonte: Notícias ao Minuto

Consumo moderado de álcool também afeta o cérebro

Portugal registou uma redução ligeira do consumo de cerveja em 2014, mais por força da meteorologia do que do sentimento económico
Ana Baião

Estudo realizado durante 30 anos em 550 indivíduos revelou que o consumo moderado de álcool também pode ter impactos irreversíveis no cérebro

Que o consumo de álcool em excesso tem efeitos nefastos para a saúde já todos sabíamos. Pelos números da Organização Mundial de Saúde, todos os anos 3,3 milhões de pessoas morrem em todo o mundo de doenças relacionadas com a ingestão de bebidas alcoólicas em excesso.
Mas um estudo agora publicado no “The British Medical Journal” , revelou que nem é necessário abusar da bebida para que o cérebro se ressinta.
Os autores deste estudo, todos eles investigadores da conceituada Universidade de Oxford, no Reino Unido, chegaram a esta conclusão depois de ter realizado um ensaio clínico durante cerca de 30 anos (1985-2015) a um grupo constituído por 550 indivíduos.
O objetivo deste estudo era analisar a correlação entre o estatuto socioeconómico e a saúde cardiovascular de todas essas pessoas, cuja idade média rondava os 43 anos. Todos submeteram-se regularmente a diversos testes de medição das suas funções cerebrais bem como a ressonâncias magnéticas.
Os investigadores começaram por verificar que os indivíduos que consumiram grandes quantidades de álcool durante décadas tinham maior probabilidade de atrofia do hipocampo, um dano cerebral associado a défices de memória, entre outros problemas. Mas não ficaram por aqui.
Constataram ainda que aqueles que consumiam de forma mais moderada também tinham uma notável probabilidade de manifestarem alterações cerebrais quando comparados com os abstémios.
Ainda que, tal como os próprios investigadores fazem questão de notar, este estudo assenta na observação e não permite retirar conclusões definitivas, o trabalho de campo realizado é suficientemente sólido para que se continue a abordar o consumo de álcool, em excesso mas também de forma moderada, como um dos mais relevantes problemas de saúde pública da atualidade.
“Com a publicação deste estudo, a justificação de um consumo moderado no que diz respeito à saúde cerebral está em questão”, escrevem os autores.

Fonte: Expresso