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domingo, 23 de julho de 2017

DIMENSÃO OCULTA – Pergunta aos Partidos concorrentes às Eleições Autárquicas

Foto para o Blogue (tratada)


Acabei, agora mesmo, de ler um artigo de opinião publicado na última edição do Jornal de Cortegaça, cujo autor é o Ex- Presidente da Assembleia Municipal Ovar de 2005 a 2013, no qual alerta para o risco de as eleições autárquicas, a ocorrerem no próximo dia 1 de Outubro, poderem conter uma dimensão oculta.
As Campanhas Eleitorais devem servir para o esclarecimento dos munícipes e não conterem qualquer tabu.
Os índices de transparência da Câmara Municipal de Ovar estão num patamar extremamente baixo que poderão ser fruto dessa dimensão oculta, prejudicando a própria campanha dado os partidos não terem acesso, em igualdade de circunstâncias, a certos dados o que irá prejudicar as respetivas campanhas e a verdade eleitoral.
Assim, este Blogue lança a todos os partidos concorrentes a seguinte pergunta:

O que vão fazer os partidos para contrariar a dimensão oculta que ameaça a campanha?

Todas as respostas recebidas serão publicadas aqui, até às 14 horas de 25/07.

Leiam o artigo deste antigo autarca e que foi um dos responsáveis pela vitória do PS nas Eleições Autárquicas de 1993 e hoje afastado da actual inconsequente liderança do PS-Ovar, no Link abaixo:


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Ovar, 23 de julho de 2017
Álvaro Teixeira

sábado, 22 de julho de 2017

Que se passa neste País?

Será que a imprensa, os paineleiros das TV’s, os apresentadores dos telejornais, o atual PSD querem mandar os portugueses para hospitais psiquiátricos ou para algum Gulag?
Será que o nosso PR, o Governo, os Órgãos Judiciais, as Entidades Reguladoras, os Provedores dos Leitores e do Cidadão e o Povo Português não têm forma de pôr cobro a isto?
Fico sem palavras. Isto ultrapassa o inconcebível.
Está na hora de nos revoltarmos contra este estado de coisas.

Capa do Expresso

Ovar, 22 de Julho de 2017
Álvaro Teixeira

BE-Ovar–Requerimento ao Presidente da Ass. Munic. de Ovar

Grupo Municipal do Bloco de Esquerda

Ex.mo Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Ovar

Requerimento

Assunto: Descargas no Canal de Ovar da Ria denunciadas pela NADO - Náutica Desportiva Ovarense

Dirigido ao: Presidente da Câmara Municipal de Ovar

1- Considerando o alerta e denúncia assumido em comunicado pela NADO sobre descargas poluentes ocorridas na madrugada de domingo e segunda-feira (16 e 17 de julho) no canal de Ovar da Ria na zona do Carregal em que se fizeram sentir cheiros nauseabundos, com aspeto indescritível da água e os detritos a boiar segundo testemunhos no local que persistiram nos dias seguintes.
2- Estas descargas de esgotos na área da Marina do Carregal consideradas de larga escala, já que resultaram mesmo na morte de peixes de várias espécies observados a boiar, como é afirmado, não sendo caso isolado, a “magnitude” da descarga poluente exige apuramento de responsabilidades junto da entidade competente pelo sistema de tratamento de afluentes, como é a SIMRIA.
3- Perante mais este atentado ambiental que reflete inoperância dos serviços que deveriam assegurar a manutenção da rede do sistema de tratamento de efluentes do Baixo Vouga (SIMRIA), o Bloco de Esquerda requer o seguinte:
a) que medidas tomou a Câmara Municipal de Ovar para identificar a origem das denunciadas descargas no Carregal;
b) que esclarecimentos e responsabilidades foram solicitados à SIMRIA;
c) que relação há entre estas descargas e o sistema da Estação Elevatória no Carregal da SIMRIA;
d) que informação foi assumida junto de entidades competentes para alertar a comunidade piscatória que ali opera.

19/07/2017
P´lo Grupo Municipal do Bloco de Esquerda
José Lopes

Clique para ler:
Nota de Imprensa do BE - Ovar

Um virtuoso do racismo



por estatuadesal
(Francisco Louçã, in Público, 22/07/2017)
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A propósito das declarações homofóbicas de Gentil Martins, médico, ou das declarações xenófobas de André Ventura, dirigente e candidato do PSD em Loures, houve quem ensaiasse uma fuga indiscreta com um protesto contra o “politicamente correcto”, uma espécie de censura que intimidaria a liberdade de expressão dos coitadinhos. Aceitar essa discussão admitiria que se trate de um simples problema de linguagem, quando é uma questão de atitude social e de discriminação que fere porque pretende ferir. Lastimo esse nevoeiro, tanto mais que se conhece bem como os termos mobilizam os significados: se hoje ninguém usa a sério uma expressão do tipo “fazer judiarias”, é simplesmente porque sabemos o que foi a perseguição a judeus ao longo de séculos e que culminou nos tempos da nossa perigosa civilização.
A linguagem deste caso só é interessante porque o dirigente do PSD, tendo provocado uma tempestade política, veio reafirmar a sua posição, amparado pelo apoio de Passos Coelho e da chefatura laranja. Ou seja, fez questão de manter as suas palavras e de as realçar com mais boçalidades (desejar que o primeiro-ministro vá de férias para sempre, o que é que isso quer dizer?). Ele, doutorado em Direito e professor universitário, quer fazer-se notar por ser boçal. É o estilo que faz a sua candidatura, é aí que joga o seu destino. Ele quer ser conhecido no país pelo modo Trump.
A sua defesa pelo PSD é um risco político. O CDS, que agradece esta possibilidade de se apresentar mais o centro, foge da aliança. Mas até se poderia explicar que, na dúvida, os partidos tendem a defender-se: o autarca socialista de Loures, antes da eleição de Bernardino Soares do PCP, já tinha dado alguns passos no mesmo caminho, e o presidente de junta de Cabeço Gordo, do PCP, impediu o funeral de um cigano na sua terra usando qualquer pretexto (e foi defendido pelo partido).
No entanto, o caso de Ventura é de outra dimensão. Fazer-se amado pela extrema-direita (“é um dos nossos”, diz com orgulho o PNR) é um sinal político, aliás prejudicial do ponto de vista eleitoral, mas acho que há muito mais nesta história.
Ventura é um produto de outra escola: do partido, certamente, admito que até dessas juventudes onde se aprende a matreirice e o carreirismo, mas o que determina a sua pose é a televisão e o comentário desportivo onde iniciou a sua carreira pública. É na pesporrência, na ligeireza, no fanatismo que determina os lugares da normalidade no comentário desportivo (há excepções), que Ventura aprendeu a lançar achas para a fogueira.
Como os dirigentes dos clubes, Ventura percebeu que, para ser notícia, é preciso saber ser detestável. O facínora é quem vence na comunicação clubística. E o futebol é um bom caminho para a política (esta semana abri a televisão e vi um debate entre apoiantes dos três maiores clubes, dois deles eram dirigentes do CDS, que sabem por onde vai a sua carreira).
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Que a grande maioria dos ciganos trabalhe e não depende de prestações sociais (vd. o gráfico), que importa isso para Ventura? Ele já se colocou no mapa nacional, graças à sua exibição xenófoba. Sairá depressa, é certo, a sua derrota nas eleições em Loures é inexorável, mas ele pensa em outros voos. Para isso, só precisa de ficar agarrado a um clube de futebol numa televisão perto de si e ir proferindo uns dislates ofensivos, para que alguém vá reagindo e se fale dele.

A Altice não é flor que se cheire



por estatuadesal
(Nicolau Santos, in Expresso, 22/07/2017)
nicolau

A preocupação do primeiro-ministro e dos partidos de esquerda com o destino da PT vem tarde. Com efeito, a Altice comprou a PT Portugal por €5,7 mil milhões aos brasileiros da Oi em 2015. Foi um negócio entre empresas estrangeiras. Sim, a operação teve a bênção do Governo de então, mas o Estado português não pode vir agora colocá-la em causa. E quando a Altice avança para a compra da TVI, detida pela Prisa, é de um negócio entre duas empresas europeias que se trata.
A preocupação com a PT vem tarde. A compra foi em 2015. E o nome vai mudar para Altice. A PT, como a conhecemos, já não existe
Dito isto, há ou não razões de preocupação? Há e são muitas. Desde logo pelo perfil do fundador e presidente da Altice, Patrick Drahi, que tem nacionalidade israelita, francesa e portuguesa. Quando comprou a Cabovisão em 2015, a sua primeira aquisição em Portugal, disse: “Não gosto de pagar salários. Pago o menos possível.”
E um excelente trabalho publicado esta semana na revista “Visão” diz que ele “trata as pessoas com desprezo desde o primeiro dia”. Poderiam ser só palavras do próprio ou de quem não gosta dele. Mas não são. Na Cabovisão, na ONI e depois na PT, as empresas que já comprou em Portugal, a Altice tem-se comportado como um típico raider financeiro: lança de imediato um ultimato aos fornecedores, impondo-lhes uma descida drástica no preço dos serviços que fornecem (no caso da PT, o corte foi de 30%); e faz despedimentos coletivos ou cria situações de enorme desconforto aos trabalhadores (retirada de benefícios sociais e de fringe benefits, cortes de parte dos salários, eliminação de postos de chefia, colocação noutras empresas do grupo ou associadas) que levam muitos deles a demitir-se. A estratégia tem um único objetivo: obter rapidamente cash pelo corte dos custos para fazer face à montanha de endividamento do grupo, que ascende a €82,1 mil milhões (!). É que Drahi faz aquisições atrás de aquisições, mas com base no dinheiro dos bancos (a quem deve perto de €50 mil milhões), uma corrida que tem tanto de embriagadora como de perigosa. Drahi discorda, claro: “Se parar com o meu desenvolvimento ‘bulímico’, por assim dizer, dentro de cinco anos não terei dívidas. E depois? Isso seria idiota porque durante cinco anos não teria registado crescimento”, disse na Assembleia Nacional francesa.
O que Drahi pretende é desenvolver um grupo multinacional de telecomunicações e media, para combater gigantes como a Google, Facebook, Amazon, WhatsApp e Yahoo, que utilizam sem pagar os suportes digitais construídos e pagos pelas telecoms e os conteúdos produzidos pelos media. Só que esta estratégia de integração já foi tentada e correu mal em todo o mundo. Com Drahi vai correr bem? Logo veremos. Mas quando se começa a pagar mais pelo que se compra do que aquilo que vale (caso da TVI), isso é sinal senão de desespero, pelo menos de fuga para a frente, que costuma acabar sempre mal.