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sábado, 23 de setembro de 2017

O que é que se passa na Europa e em Portugal face à Catalunha?



por estatuadesal
(José Pacheco Pereira, in Público, 23/09/2017)
JPP
Pacheco Pereira
Os catalães mereciam mais dos portugueses. Por interesse nacional, pela democracia e pela liberdade.

Não se percebe o que é que se passa na Europa e em Portugal perante os acontecimentos na Catalunha. Ou melhor, percebe-se bem de mais. O governo e a Assembleia catalã pretendem realizar um referendo para perguntar aos seus cidadãos se querem ou não uma Catalunha independente. Do ponto de vista do Estado espanhol, e da Constituição espanhola, o referendo é ilegal, o que implicaria que deste ponto de vista os seus resultados seriam juridicamente nulos. Impedir a realização do referendo é uma coisa de natureza muito diferente e destina-se a impedir não os seus efeitos jurídicos, mas os seus efeitos políticos. Por isso, o problema é eminentemente político e o modo como tem sido tratado é igualmente significativo no plano político.

Para os meninos e para as meninas



por estatuadesal
(José Pacheco Pereira, in Sábado, 17/09/2017)
JPP
Pacheco Pereira
Não contem comigo para ter de fazer as prevenções do costume, destinadas a comprovar que não sou machista. Quero a plena emancipação das mulheres e tenho uma ideia do que o impede e dos obstáculos enormes que existem.

A recente polémica, muito ainda da silly season, sobre livros de exercícios escolares "para os meninos e para as meninas" revela um dos problemas de uma parte da esquerda que se dedicou ao policiamento do "politicamente correcto" e àquilo a que chama "causas fracturantes". Essa parte da esquerda une o Bloco a uma minoria significativa do PS, que envolveu o Governo num processo absurdo de excitação política acerca de nada, ou quase nada.

Ganhar parado



PSG
Pedro Santos Guerreiro
Os favoritos em Lisboa e Porto adoram arruadas ruidosas em que ficam calados. É a estratégia fácil para não cometer erros. Mas ficar quedo para não expirar na eleição é deixar de inspirar os eleitores
A melhor maneira de não fazer uma asneira é não fazer nada. O mundo dos políticos favoritos sabe-o e o submundo dos seus assessores recomenda-o: não mexer, falar pouco, sorrir muito, evitar perguntas, encurtar respostas, usar uma carteira com frases preparadas em vez de uma pasta de projetos, mostrar superioridade, representar confiança, porque o risco dos favoritos é deitar tudo a perder ao abrir a goela.
Os que os desafiam que estridulem, pulem, exagerem, que passem debaixo de pianos pendurados, corram sobre os fios das navalhas e percorram os limiares dos invernos prometendo primaveras.

Dr. Passos Coelho, o projecto Ventura não está a funcionar!

por João Mendes

diz o estudo da Eurosondagem.

É isto

Posted: 22 Sep 2017 06:17 AM PDT
(Vídeo de Luís Vargas, no Geringonça)

«Há muito tempo que o PSD não tem discurso. O PSD perdeu o discurso desde o momento em que António Costa inventou esta história da geringonça. O PSD ficou sempre preso a esse passado, a essa "ilegitimidade" deste governo, a esse "direito próprio" de formar governo, embora não tivessem maioria na Assembleia da República. Depois apostou tudo num discurso económico catastrofista. Vinha aí o diabo, íamos parar a um segundo resgate, ia haver sanções, ia haver tudo e mais alguma coisa. Ora isto não resultou e o PSD agora diz: "não, resultou porque eles fizeram o mesmo que nós fizemos". Portanto o PSD tem um discurso perfeitamente contraditório: ora diz que este governo fez tudo mal, e portanto atrasou e com eles teria sido tudo; ora diz que este governo fez tudo bem porque fez tudo o que eles estavam a fazer e não mudou em nada. Os dois discursos não são compatíveis.

Tudo isto poderia passar por um desacordo legítimo de opiniões se não se juntasse aqui um caso, que eu acho que dá outra dimensão ao discurso de Passos Coelho. É o caso de Loures e do apoio do PSD a André Ventura. André Ventura era um candidato apoiado pelo PSD e pelo CDS, que fez declarações nitidamente xenófobas e racistas em relação aos ciganos, que defendeu posições inqualificáveis para quem é do PSD, como a pena de morte, a prisão perpétua, a castração química de pedófilos, tudo matérias que estão a milhas do que é o programa eleitoral do PSD. Assunção Cristas e o CDS decidiram tirar-lhe o apoio e o PSD manteve o apoio. E isto é muito significativo, porque mostra uma coisa: nós já tínhamos tido umas experiências, aqui e ali, deste tipo de discurso, mas eram experiências marginais. E isto é que é importante: é a primeira vez que um partido que é um dos pilares da democracia portuguesa, um dos partidos fundadores da democracia portuguesa, apoia um candidato com este tipo de discurso. Isto tem consequências».
Constança Cunha e Sá (21ª hora, TVI24)

Fonte: Ladrões de Bicicletas