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sexta-feira, 14 de julho de 2017

Sondagem – Portugueses não querem demissões de Constança Urbano de Sousa e Azeredo Lopes



por estatuadesal
(Mariana Lima Cunha, In Expresso Diário, 14/07/2017)
ministros

A direita não consegue estar de acordo com o país. Quer demissões e os portugueses não querem. Quer novos ministros e os portugueses não querem. Diz mal do governo e a maioria do país não diz. Ataca a Geringonça e a maioria do país bate palmas a Costa. Em suma, com esta oposição António Costa pode dormir descansado por muitos berros que a direita dê em toda a comunicação social que domina e controla, mesmo a pública como a RTP, e a qual usa e da qual abusa de forma cada vez mais descarada.
Estátua de Sal, 14/07/2017

Apesar de acreditarem que o Governo sai fragilizado dos casos de Pedrógão Grande e Tancos, os portugueses não acham que os ministros da Administração Interna e da Defesa devessem ter saído na sequência das duas crises, mostra o barómetro da Eurosondagem para o Expresso e a SIC.
Os portugueses não queriam que a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, e o ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, se demitissem na sequência dos incêndios de Pedrógão Grande e do furto de material militar em Tancos, mostram os resultados de um estudo de opinião conduzido pela Eurosondagem para o Expresso e a SIC nos dias 10, 11 e 12 de julho.
Apesar de os dois casos terem valido duras críticas ao Governo e marcado o tom do debate do Estado da Nação nesta quarta-feira, para os inquiridos as demissões não se justificavam: 47% acham que Constança Urbano de Sousa não deveria ter-se demitido após os incêndios, e só 33,7% preferiam que o tivesse feito. No caso de Azeredo Lopes, 43% acham que o ministro não deveria ter pedido a demissão, e 36,9% discordam.
Mas a opinião dos portugueses sobre a forma como o Governo geriu e como sai destas semanas de crises sucessivas não é linear: mesmo assim, a maioria (55,2%) acredita que o Executivo liderado por Costa “ficou fragilizado na sequência dos incêndios e do furto de armamento” e 52,4% afirmam mesmo que o primeiro-ministro deve remodelar o Governo.
Note-se que o trabalho de campo foi feito no início desta semana, quando já eram conhecidos os pedidos de exoneração dos secretários de Estado dos Assuntos Fiscais (Fernando Rocha Andrade), Internacionalização (Jorge Costa Oliveira) e Indústria (João Vasconcelos) no âmbito do 'Galpgate' e a intenção do primeiro-ministro de mexer no Governo, mas sem tocar nos ministros.

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Pedro e o abutre



por estatuadesal
(João Quadros, in Jornal de Negócios, 30/06/2017)
quadros
De repente, abriu-se uma nesga. Uma nesga na couraça de sorte e resultados positivos de António Costa. Passos Coelho vislumbrou um calcanhar de Ulisses na geringonça e atacou. Podemos dizer que o resultado foi uma espécie de burro de Tróia.

Baseado numa informação falsa, dada pelo responsável pela Santa Casa de Pedrógão Grande, o líder da oposição acusou o Governo, e a ausência de apoio psicológico aos familiares das vítimas, de serem responsáveis por suicídios ocorridos após o incêndio. Tudo isto é muito difícil de explicar, a não ser que Santana Lopes ainda aspire ao cargo de líder do PSD. Com tantos factos relacionados com o que falhou em Pedrogão Grande, Passos vai além do ocorrido e resolve inventar e usar o que não lembraria ao diabo.
Passos Coelho é o SIRESP de António Costa. Sempre que se vislumbra algum perigo, ele aparece e, com as suas acções, salva a geringonça. Mais uma vez com o seu discurso de tragédia, Passos fez de maluquinho da aldeia: "Vem lá o segundo resgaste! Vem lá o diabo! Há gente a suicidar-se por desespero!". Dá a sensação de que está na altura de alguém pagar um copo ao Passos.
Vinte e quatro horas depois, Passos Coelho veio pedir desculpa por não ter havido suicidas e de ter sido mal informado. Não chega. Passos não percebe que pior do que ter usado informação errada foi o que fez com ela. Passos Coelho pode ter lido a "Fenomenologia do Ser", de Sartre, mas ainda não entendeu a moral da história do Pedro e o Lobo.
E aproveito e recordo que o FMI considerou que "não anteviu a magnitude dos riscos" que Portugal, Grécia e Irlanda enfrentaram durante a crise, e que os programas português e grego "incorporaram projecções de crescimento demasiado optimistas" – ou seja, já não é a primeira vez que Passos confia em informações erradas e se dá mal. Vá lá que desta vez foi só ele.
Não é preciso inventar fantasmas, há muitas perguntas sobre a realidade que têm de ser feitas e respondidas. Não me interessa se, segundo o Relatório do SIRESP, o SIRESP foi absolutamente espectacular. O SIRESP pode funcionar muito mal, mas tem uma grande auto-estima. Conheço tanta gente assim. Se o SIRESP custou o que custou, deve achar que é muita bom.
Este é um daqueles momentos em que faz falta um bom líder da oposição. Se Passos Coelho não está capaz, se José Gomes Ferreira não tem tempo, e se Cristas é a mãe de todos os eucaliptos, está na altura de pensar em reformular a floresta e o deserto que é a oposição.

TOP 5  SIRESP
1. Costa admite indemnizar famílias das vítimas de Pedrógão se o Estado tiver responsabilidade dos lesados do SIRESP.
2. Polícias dizem que SIRESP não funciona de forma eficaz no Colombo e Meo Arena
- a grande questão é se o SIRESP funciona na Assembleia da República.
3. Relatório do SIRESP sobre o SIRESP diz que não houve falhas
- o SIRESP é como a minha empregada: nunca foi ela que partiu nada.
4. Aeroporto de Lisboa entre "zonas sombra" do SIRESP
- é por essas zonas-sombra que se piram os argelinos e marroquinos.
5. "Junto por todos foi um sucesso e angariou um milhão"
- conseguiu angariar para Pedrógão o equivalente ao subsídio de férias do Mexia. E aposto que foi culpa do SIRESP a Catarina Furtado estar tão vestida.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

É pena, Costa.



por estatuadesal
(Por Valupi, in Blog Aspirina B, 12/12/2017)

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Sabemos que os direitolas estão a sofrer quando se calam. Costa foi entrevistado por José Gomes Ferreira na passada quarta-feira e os direitolas ficaram calados. Portanto, ficaram em sofrimento. Não gostaram de ver a facilidade com que o socialista limpou o rabinho ao palhaço pago pelo Balsemão.
Não há nada de errado nisto de existir um império de comunicação, o Grupo Impresa, que serve os interesses políticos do seu dono. É a iniciativa privada, é a democracia, é a liberdade. Mas, então, que comam todos posto que não há moralidade. A gestão das linhas editoriais da SIC e do Expresso fez de Mário Crespo e do Zé Gomes, para dar exemplos notáveis na sua completa e caricatural distorção do código deontológico dos jornalistas, dois operacionais de uma estratégia reles, maníaca, de propaganda política a favor do PSD e contra o PS. Por extensão, e de acordo com a mesmíssima lógica, o papel político de Ricardo Costa e de Pedro Santos Guerreiro – o qual até pode estar a ser exercido de forma natural; isto é, genuína, porque eles serão isso e sempre o seriam mesmo que não trabalhassem para o militante nº 1 do PSD – é o de orientar a leitura noticiosa oficial para aquela perspectiva que promova os interesses de uma certa direita e que denigra ou apague os interesses de uma certa esquerda. Nenhuma novidade nisto, obviamente, apenas se lamentando que tal não seja assumido frontalmente.
A novidade que importa chama-se António Costa. Estava destinado há muito a ser primeiro-ministro, mas ninguém conseguiu antecipar, sequer imaginar, a pedrada no charco que constitui a actual solução de Governo. Fruto de várias circunstâncias felizes, desde a chegada de Marcelo à manutenção de Passos, da recuperação do poder de compra aos ganhos nas exportações, Costa vai com um ano e meio de sucessos ininterruptos e crescentes. Se conseguir levar as agências de notação financeira a retirar Portugal da categoria “lixo”, não haverá champanhe suficiente em Lisboa para acudir aos brindes no Rato. Este o contexto do seu confronto com o cão de fila da SIC, o qual decorreu sem qualquer laivo de agressividade, sem a mínima acrimónia. De um lado, o pseudo-jornalista que explora a iliteracia económica generalizada e o populismo do tempo para disparar contra o PS com fanatismo circense, do outro, o líder do partido mais importante do sistema partidário e actual chefe de um Governo que promete inaugurar uma nova era na cultura política portuguesa, caso os dirigentes do PS, PCP e BE reproduzam nas próximas décadas a inteligência ideológica que levou ao acordo de 2015. Dois mundos sem qualquer contacto entre eles, pelo que a entrevista serviu apenas para vermos como a famigerada displicência de Costa chegou e sobrou para a vacuidade e deboche do Zé que nos toma por muito parvos.
Porém, Costa merece que se diga algo mais a seu respeito. Ele tem gosto em exibir a sua capacidade para meter no bolso os profissionais da caça aos socialistas que pululam no ecossistema mediático ao serviço da direita. Com isso igualmente transmite a ideia de que não há mal nenhum neste aspecto da nossa vida social e política, de que é errado estar a protestar, a indignar-se.
Pelo contrário, há que cobri-los de sorrisos, risinhos e até oferecer-se para tomar conta dos seus filhos nas instalações do Governo caso precisem de ajuda. Foi assim que terminou a entrevista com o grande especialista em acções do BES, satisfeito da vida pelo “debate” que tinha ganhado por KO. É verdade, como escreve a Isabel, que valeu a pena vermos Costa esmagar os sofismas do palhacito, mas não há nada de admirável num chefe político que sente a necessidade de recorrer à adulação para lidar com a escória da indústria da calúnia.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

A coroa de louros



por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 08/06/2017)
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Depois de mais de um ano a dizer cobras e lagartos da gerigonça, de ter apelado ao Partido Popular Europeu, na sua reunião de Madrid, que boicotasse a solução política portuguesa, recusando o OE de 2015 em Bruxelas. Depois de ter anunciado o diabo e uma prenda de reis, de ter prognosticado subidas dramáticas de juros, de ter desvalorizado a criação de emprego. Depois de ter assegurado que os investidores só regressariam a Portugal com um governo amigo dos investidores. Depois de tudo isto e muito mais Passos Coelho quer a coroa de flores do sucesso económico.
Mas, em vez de uma coroa de flores o líder do PSD e a sua equipa de extremistas correm um sério risco de serem acusados de demência e serem brindados com um colete de forças. Nesta questão de saber a quem se deve o sucesso económico a postura de Passos Coelho e dos seus está entre a demência e a esquizofrenia, num dia negam a realidade e no outro dizem que foi obra sua, se hoje dizem que o sucesso se deve às suas reformas no dia seguinte queixam-se de que é tudo propagada.
Quando alguém os acusa de terem adotado medidas brutais de austeridade dizem não terem sido os culpados, que foram obrigados em tudo o que fizeram, que todas as medidas e reformas estavam no memorando. Para não assumirem quaisquer responsabilidades vão ainda mais longe, apagam o inconveniente dr. Catroga da fotografia e dizem que o memorando foi obra exclusiva de José Sócrates.
Mas, na hora de ficarem com os louros, as medidas que já constavam no memorando de entendimento deixam de ser milagrosamente da autoria de Sócrates para serem resultado do ímpeto reformador de Passos Coelho. De um momento para o outro deixa de existir Troika e memorando, tudo foram reformas saídas da cabeça iluminada de Pedro Passos Coelho.
Mas o pior é que estamos perante pura imbecilidade, só um paspalho pode pensar que os eleitores vão atribuir o que sucedeu durante o governo de Passos a António Costa e elogiar Passos pelo trabalho do atual governo.
Passos Coelho não se deu ao trabalho de fazer oposição convencido de que o governo cairia, recusou-se a apoiar o país na elaboração do OE, negando-se a apresentar propostas, e ainda no ano passado enquanto o parlamento discutia o projeto de OE, Passos Coelho optou por montar uma fantochada orçamental, numa espécie de reunião do governo no exílio em Albergaria-a-Velha. Não hesitou em votar favoravelmente propostas do BE e do PCP sempre que julgou que assim boicotava a política económica do governo.
E agora dizem que o sucesso económico é obra deles?  Vão mas é apanhar gambuzinos …

quarta-feira, 7 de junho de 2017

O KO no Gomes Ferreira


(Por Estátua de Sal, 07/06/2017)

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Estive a ver a entrevista a António Costa. Em grande forma. O pafioso Gomes Ferreira até trazia gráficos para provar que o déficit desceu à séria com Passos, e que a economia já estava a crescer quando o Passos foi à vida para ocupar o cargo de primeiro-ministro no exílio. Ou seja, o Gomes Ferreira queria provar que o bom sucesso atual da economia portuguesa é da responsabilidade do Coelho e não deste governo.
Pois tenho que reconhecer que António Costa, com o qual nem sempre concordo mas que reputo ser um dos poucos políticos sérios deste país, é também um político muito hábil. Respondeu ao Ferreira com a citação do que este lhe tinha dito, à um ano, quando também o entrevistou na SIC. E nessa altura, Ferreira dizia a Costa que o país estava à beira do abismo, que a política seguida era uma catástrofe, tal como também o dizia o Passos. Ou seja, se o país estava tão mal como eles diziam, se a política seguida era tão horripilante, como podem os bons resultados ser da responsabilidade do governo anterior e não deste?
Em suma, o Ferreira queria provar três teses:
1. Que o país não está tão bem como António Costa pensa que está.
2. Que mesmo naquilo em que está melhor, o mérito é de Passos Coelho!
3. Que a austeridade continua, na prática, ainda que o governo queira fazer crer que já acabou.
António Costa esteve à altura. Desmontou os argumentos do Ferreira com grande argúcia e inteligência, mesmo que o entrevistador possa ter alguma razão, nalguns dos tópicos que avançou. Só que, Ferreira perde toda a razão quando usa esses tópicos para engrandecer as políticas pafiosas e desmerecer os méritos do actual governo.
Um entrevistador deve ser isento e tentar pôr o entrevistado a falar e a comunicar as suas opções e opiniões, respondendo a perguntas pertinentes. Ferreira não faz entrevistas, faz debates. Como se fosse candidato a uma qualquer eleição e tivesse António Costa como seu adversário político. É como se o árbitro fosse também ele jogador, calçando chuteiras e tudo.
O problema é que as chuteiras do Gomes Ferreira são alaranjadas com umas listas azuis, as cores pafiosas. E ele nem sequer faz questão de o esconder. Antes de entrar em campo deve telefonar ufano a Passos Coelho e dizer: "É hoje, vou dar cabo dele". Só que, mais uma vez, foi á tosquia e saiu tosquiado.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Schäuble e Centeno: se não os vences, compra-lhes um ministro



(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 25/05/2017)
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Há pouco mais de dois meses, quando toda a recuperação económica e financeira agora confirmada estava a acontecer, Wolfgang Schäuble dizia, em declarações públicas, que Portugal tinha de se certificar de que não precisava de um resgate. Esta semana disse que Mário Centeno, o ministro que estaria a levar o País para um novo resgate, era o Cristiano Ronaldo do Ecofin.
As almas mais crédulas pensarão que Schäuble está a dar o braço a torcer e a elogiar Portugal. Nada disso. Está a fazer o mesmo que antes, mas por outros meios. Os portugueses não têm muita consciência de como a solução política encontrada em Portugal (incluir comunistas e esquerdistas numa maioria parlamentar de um país acabado de ser intervencionado) e a reversão de medidas impostas pela troika criou incómodo no poder europeu dominado pelo PPE e pela Alemanha. Para o ministro das Finanças alemão é fundamental anular qualquer efeito político deste sucesso.
Schäuble está a tentar absorver Mário Centeno, pondo-o a trabalhar para a sua carreira europeia, que dependerá sempre da vontade alemã. Se Centeno der sinais de mudança de lealdade, Costa deve despachá-lo para Bruxelas o mais depressa possível
O elogio de Schäuble pretende garantir, de forma imediata, que o assinalável sucesso português, que está a ser notícia um pouco por todo o lado, não tem o rodado político socialista António Costa como protagonista, mas o politicamente inexperiente Mário Centeno. É até um pouco mais do que isto. Quer insuflar alguém que a falta de arcaboiço político torna sensível à lisonja e é fácil de deslumbrar por uma possível e até provável carreira europeia. Schäuble não está a elogiar o governo português, está a tentar e provavelmente conseguir absorver Mário Centeno. Com isso, consegue um dois em um: ganha Centeno para o seu lado, que passa a trabalhar mais para a sua carreira europeia, que dependerá sempre da vontade alemã. Até porque sabe que é muito improvável uma carreira política portuguesa. Esta perspetiva mudará as suas prioridades. E isso pode dividir as hostes do governo português, dando mais força a um ministro que não olha para a “geringonça” com grande simpatia e que terá muito mais dificuldade em enfrentar a vontade alemã.
Não será nada difícil deslumbrar Mário Centeno. Quem se lembra dos pormenores das trapalhadas com a administração da Caixa Geral de Depósitos percebeu que a familiaridade de relações do ministro e do seu secretário de Estado com o António Domingues foram, provavelmente, fruto de um deslumbramento infantil que o levou a fazer promessas que não sabia se podia cumprir. Centeno poderá agora ser tratado como “Super Mário”, mas nem esta recuperação é trabalho apenas ou sobretudo seu, nem nos esquecemos como ele foi, desde o primeiro dia, o elo fraco deste governo. Temo que assim volte a ser. A promessa de uma carreira europeia já está a dar sinais no inchado ego do ministro, que escreve artigos em que define o futuro da Europa. Acredito que até já se tenha convencido que a recuperação é fruto exclusivo do seu trabalho, que Costa e os restantes ministros são adereços e que o Bloco e o PCP são um bloqueio. Centeno pode ser tomado por amnésia e esquecer-se que nenhuma das suas propostas iniciais sobreviveu às negociações iniciais da “geringonça”. Nenhuma contribuiu para estes resultados. E pode também esquecer-se que foi Costa e até PCP e Bloco que o seguraram nas trapalhadas da Caixa.
Apesar de inexperiente, Mário Centeno foi escolhido por ter facilidade de diálogo com Bruxelas. Há mesmo quem diga que o seu nome foi soprado de lá. Nisso, e não na estratégia económica ou financeira, foi um ativo fundamental para o governo. Mas era um ativo enquanto representava o País junto de Bruxelas. Não se pode permitir que seja um representante de Bruxelas no governo português. Não, quando a solução política em Portugal estará sempre em tensão com as escolhas políticas da Comissão, dominada pelo PPE e pelos países do norte. Costa precisa de gerir essa tensão, não precisa de a transferir para dentro do governo.
Se Centeno der sinais de mudança de lealdade, Costa deve despachá-lo para Bruxelas o mais depressa possível. Não porque isso tenha qualquer utilidade para o País – aprendemos qualquer coisa com Barroso e Constâncio –, mas porque seria trágico que o governo passe a ter no seu interior quem, em vez de estar a trabalhar para o primeiro-ministro e para o país, trabalhe para uma carreira de burocrata de luxo e para aqueles com quem temos de negociar. Tudo o que Portugal dispensa no momento em que ganha algum espaço de manobra é um ministro das Finanças fácil de manipular por interesses conflituantes com os nossos.

Ovar, 25 de maio de 2017
Álvaro Teixeira

domingo, 21 de maio de 2017

Não, não há milagres por estatuadesal

 

(Miguel Sousa Tavares, in Expresso, 20/05/2017)
AUTOR
Miguel Sousa Tavares
Ouvir Maria Luís Albuquerque a querer dar lições de economia ou finanças públicas a este Governo (ou a qualquer outro); ouvi-la prever catástrofes, em tom catedrático, e depois, quando as anunciadas catástrofes se revelam afinal sucessos, reclamar para si os louros dos mesmos; ouvi-la criticar as políticas de contenção de despesa pública que anunciou fazer e não fez e preconizar agora o contrário daquilo que defendeu quando no Governo, tudo isso me tira do sério.
Ouvir a desfaçatez com que o governante cujas decisões mais caras nos saíram desde o 25 de Abril pretende dar sermões morais sobre o dinheiro mal gasto dos contribuintes é puro desplante. Ver quem (juntamente com Carlos Costa e Passos Coelho) espetou mil milhões no Banif, para no fim essa banqueta insular ir à falência e custar mais três mil; quem andou anos a fio a assistir impavidamente ao acumular de prejuízos na Caixa Geral de Depósitos; quem se decidiu a experimentar a receita (até hoje, única) de espetar cinco mil milhões na Resolução do BES e na criação do Novo Banco (que rapidamente tratou de os fazer desaparecer), vir agora chorar pelos contribuintes que serão prejudicados pela prorrogação do prazo de pagamento dos quatro mil milhões que o Estado lá meteu pelo Fundo de Resolução (e cuja exigência de pagamento agora levaria à falência o que resta de banca), é verdadeiramente gozar com a nossa cara. Ver a senhora cuja teimosia em enfrentar o Santander na questão dos swaps nos custou mais umas centenas de milhões de euros atrever-se a falar em más decisões contratuais por parte do actual Governo, reflecte bem o seu sentido de responsabilidade política. Ver a senhora que, juntamente com Vítor Gaspar e Passos Coelho, conduziu políticas que forçaram a falência de milhares de empresas viáveis, que mandou para o desemprego 400 mil pessoas e metade disso para a emigração, ter a suprema lata de vir reclamar, por pretensas reformas que não fez, a paternidade da queda da taxa de desemprego abaixo da marca dos 10% e a criação de 120 mil postos de trabalho desde que tivemos a felicidade de nos vermos livres do Governo de que a senhora fazia parte, é apostar na amnésia colectiva. Se tivesse um pingo de pudor político, já se teria há muito calado de vez ou teria emigrado daqui — lá para onde os seus revelados talentos de economista sejam reconhecidos, como fez o seu antecessor. E se o PSD ainda conseguisse manter alguma lucidez de espírito no meio do desnorte em que navega, há muito que a teria reduzido ao silêncio, em lugar de a manter como porta-voz do partido para as questões económicas. Quantos portugueses imagina o PSD que votariam agora num governo chefiado por Passos Coelho, com Maria Luís Albuquerque a ministra das Finanças, Rui Machete a ministro dos Estrangeiros, Miguel Relvas a ministro da Presidência, e por aí fora?
Compreendo que não seja fácil a posição do PSD. Para começar, em circunstâncias bem difíceis, conseguiu ganhar as eleições mas viu-se desapossado do poder que já festejava por uma jogada de mestre de António Costa e uma insólita conspiração de contrários. Mas foi também assim, recorde-se, alinhando numa ainda mais antinatural conspiração de contrários, que PSD e CDS chegaram ao poder, derrubando o Governo do PS. Depois, todas as previsões de desastre anunciadas pelo PSD, o Diabo encomendado por Passos Coelho, o insucesso “matematicamente” garantido por Maria Luís Albuquerque no cumprimento dos 2,5% de défice previstos pelo actual Governo e a anunciada inevitabilidade de um orçamento rectificativo, algures a meio de 2016, tudo saiu, não apenas furado, mas ridicularizado. O défice foi de 2%, o mais baixo da democracia (com o saldo primário mais alto da zona euro); ao contrário do que aconteceu com todos os orçamentos do Governo PSD-CDS, não houve necessidade de qualquer orçamento rectificativo por desacerto entre as previsões e a execução; e, quanto ao Diabo, estamos assim, actualmente: a maior taxa de criação de emprego da zona euro e o a terceira maior taxa de crescimento do PIB na Europa. Enfim, e mais traumático do que tudo, deve ser perceber que isto aconteceu devido a uma combinação entre as medidas virtuosas que o anterior Governo anunciou e não fez (a contenção da despesa pública, que substituiu pelo “enorme aumento de impostos”) e a adopção de outras medidas que eles haviam jurado estarem erradas, como a aposta no relançamento do consumo privado, através da devolução parcial de alguns dos rendimentos mais baixos, que o anterior Governo cortara. Ou seja: de fio a pavio, os factos e os números (que valem bem mais do que os estados de alma ou as promessas eleitorais) provaram que a política económica do anterior Governo estava errada e foi um desastre para o país e para a vida concreta de milhões de portugueses. Não o reconhecer, não aprender com os factos e manter o mesmo discurso, pretendendo ainda que os portugueses lhes reconheçam os méritos das melhoria da conjuntura devido a ter-se feito exactamente o oposto do que preconizavam, ou é desespero ou é má fé.
É certo que a conjuntura internacional, em parte, tem ajudado este Governo. Mas também ajudou antes: o petróleo estava igualmente barato, o BCE já comprava dívida portuguesa, as taxas de juro estavam igualmente baixas para os privados e o Estado estava protegido da sua subida pelas condições do resgate da troika e dispondo ainda dos 78 mil milhões que esta nos havia emprestado (e que poderiam e deveriam ter sido usados para sanear a tempo a banca). Não, o que falhou foram as políticas e a teimosia, feita altivez, em insistir nelas e “ir ainda além da troika”, logo que se começou a verificar o efeito devastador que elas tinham sobre toda a economia. Como então aqui escrevi, quem tinha falido era o Estado e, para acorrer à falência do Estado, liquidou-se a economia, sem ao menos reformar o Estado — garantindo aquilo que Paulo Portas havia solenemente prometido: que no final do mandato teriam criado condições para que Portugal nunca mais tivesse de pedir para ser resgatado. Esse perigo mantém-se, porque, infelizmente, também não é este Governo, dependente de dois partidos que só pensam em aumentar a despesa pública, que irá reformar a administração pública e as mentalidades. Em estado de necessidade, quase em rigor mortis, como estávamos em 2011, Passos Coelho e Paulo Portas tinham as condições e o dever de o fazer — o país, grande parte dele, tê-lo-ia compreendido e aceitado. Mas não o fizeram e raras vezes se pode reescrever a história. Hoje, quando o próprio FMI e a Comissão Europeia reconhecem os erros cometidos em Portugal e na Grécia, a posição de trincheira do PSD não tem nada de estóico, apenas teimosia irracional e orgulho suicidário.
É verdade que Passos e Portas governaram em condições de extremas dificuldades — herdadas e que a sua estratégia ainda agravou mais. Mas também isso não serve de desculpa, pois eles quiseram governar, sabendo ao que iam. No momento em que os dois partidos da direita se juntaram aos dois de extrema-esquerda para chumbarem o PEC4 de José Sócrates (que fora aprovado em Bruxelas e Berlim), eles sabiam três coisas: que a única alternativa que restava era um pedido de resgate à troika; que José Sócrates se demitiria; e que era muito provável que, nessas condições, PSD e CDS ganhassem as eleições e assumissem o governo. Não foram, pois, ao engano nem por sacrifício patriótico: foram por vontade de poder. O que é legítimo, mas não pode depois ser usado como desculpa para as dificuldades da governação.
(Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia)
 
Ovar, 21 de maio de 2017
Álvaro Teixeira

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Cara por cara, não gostamos da sua (estatuadesal)

 

(Por Estátua de Sal, 26/04/2017)
jpc
Estive a ver o debate quinzenal na Assembleia da República e fiquei com um sentimento de alguma perplexidade. Explico. Nas interpelações ao Governo, na pessoa de António Costa, as questões mais críticas e melhor articuladas sobre as políticas do governo vieram do PCP e do BE, que apoiam o governo, e não do PSD nem do CDS. Quer dizer, a oposição da direita é um flop, um bluff, não consegue dizer nada de substantivo que vá além do episódio de circunstância. Quais as razões?
António Costa é um hábil político. No que toca às questões de fundo, que derivam da condução das políticas económicas de acordo com as regras europeias quanto ao déficit, Costa assumiu a agenda da direita, quer ser cumpridor, e mostrar que o consegue ser com mais eficácia e melhores resultados. Até ao momento tem conseguido atingir tal objectivo. Logo, como pode a direita, neste tema, criticar o governo? Fica sem discurso e limita-se a trazer ao debate pormenores de somenos que não atrasam nem adiantam coisa alguma. E mesmo aí tem pouca ou nenhuma legitimidade para criticar as opções do governo que permitiram ao país atingir o déficit mais baixo de sempre, na medida em que, se as alternativas da direita fossem melhores, então teriam dado resultado durante os quatro anos que governaram o que na verdade não aconteceu. Assim sendo, o que lhes resta para criticar, já que não podem defender - apesar de ser o que pensam -, que repor salários e pensões tem sido uma política errada, sob pena de serem penalizados eleitoralmente mais do que o que já foram? Só lhes resta dizer que o déficit de 2% não foi de 2% ou que é sol de pouca dura, ou que foi conseguido à custa da redução do investimento público, ou que os serviços públicos estão depauperados, ou que o diabo ainda não veio, porque teve uma avaria na viatura demoníaca, mas que já chamou a OK TELESEGUROS e a Marta já providenciou uma viatura de substituição e chegará dentro de momentos.
Em suma, a direita não é capaz de fazer oposição eficaz a António Costa porque teria que fazer oposição a si própria, no que às políticas europeias concerne. Também não pode criticar a política de rendimentos frontalmente porque tal seria um suicídio eleitoral. Resta-lhes dizer que executariam melhor as mesmas políticas. Mas com o péssimo currículo que apresentam e que deriva dos quatro anos da sua malfadada governação, caem no ridículo e são facilmente alvo de chacota,  hoje já até para sectores tradicionalmente seus apoiantes, como franjas significativas do empresariado.
É por isso que as críticas mais contundentes, e de fundo, partem do BE e do PCP. Elas vão ao cerne do problema do país que é a dívida, a necessidade de a financiar a custos mais baixos, e simultaneamente crescer economicamente sem basear esse crescimento em salários mais baixos, maior exploração dos trabalhadores, tornando Portugal numa espécie de Singapura da Europa, como era o sonho de Passos Coelho.
António Costa nunca defendeu nem defenderá esse modelo de crescimento - e a esquerda sabe-o -, mas é um gradualista e um táctico. Um pequeno país não pode isolado pretender alterar as regras europeias na actual correlação de forças a nível político na Europa. Seria uma luta de David contra Golias de mais que provável insucesso. Mas a esquerda também sabe isso mesmo, ainda que não possa, nem deva, abdicar do seu discurso próprio, nem que seja para manter viva a chama da sua militância.
É por isso que as críticas da esquerda ao governo, sendo as mais contundentes, não põem em causa a coesão parlamentar da Geringonça, para desespero da direita que tudo faz para enfatizar tais criticas, tentando desse modo criar brechas na muralha. Se o objectivo da esquerda é colocar no debate o problema da dívida e desafiar os ditames do Tratado Orçamental, retirar o apoio a este governo em nada contribuiria para esse desiderato. Apenas mudariam os rostos de quem iria cumprir essas mesmas regras mas dando ao mesmo tempo prevalência às políticas de ataque aos rendimentos do trabalho.
Ao menos com António Costa ainda a esquerda pode negociar e obter ganhos de causa, por limitados que possam ser.
O que Jerónimo e Catarina deveriam dizer a Passos, quando ele lhes aponta a contradição de criticarem um governo ao qual dão suporte seria só isto: políticas, políticas, caras à parte. E cara por cara não gostamos da sua.
 
Ovar, 26 de abril de 2017
Álvaro Teixeira

segunda-feira, 10 de abril de 2017

AS RECEITAS EXTRAORDINÁRIAS- Do Passos… (estatuadesal)

 

(Joaquim Vassalo Abreu, in 07/04/2017)
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Eu estive distraidamente a ouvir a entrevista de Passos Coelho à SIC, e quando digo distraidamente é porque já pressupunha não esperar dali nada de novo nem de extraordinário, o que não aconteceu como previa pois, por incrível que pareça, coisa que nenhum pós opinador notou ou referiu, nem agora na Quadratura do Círculo sequer que, por curiosidade, acabei por ver, ele disse realmente algo de extraordinário!
Confusos? Mas não fiquem pois, estando já estão habituados à minha redonda maneira de pensar e analisar, eu não atribuo facilmente a qualidade de “extraordinário” a uma coisa qualquer. Tem que ser mesmo extraordinária!
É que Passos Coelho, reconhecendo que o Governo atingiu realmente a meta do Défice só a alcançou porque “Mudou de estratégia e recorreu a medidas extraordinárias”. Que, para ele, seriam o tal Plano “B”. E que, assim, até ele…
Ora, facilmente concluo, e quer-me parecer, que Passos Coelho nunca entendeu nada do que são essas tais “medidas extraordinárias”! Ou melhor, “Receitas Extraordinárias”. No seu Governo isso nunca aconteceu(!) e se aconteceu foi sem seu conhecimento, claro. Isso foi lá com o Gaspar, com a Marilu ou fosse lá com quem fosse! Com ele? Com ele nunca!
Portanto, segundo ele, e concluindo, para que sigam atentamente, este Governo só conseguiu o Défice que conseguiu com recurso às tais “Receitas Extraordinárias”. Está dito e redito.
Mas, meu caro Passos Coelho, eu que não tenho o canudo em Economia, como você, mas que dela conheço assim uns princípios, vou tomar a liberdade de lhe explicar o que é, realmente, uma “Receita Extraordinária”. E, desde logo, é fácil: é o contrário da “ordinária”!
Por exemplo, aqui na minha casa e na minha Família: para além da receita “ordinária” (sem qualquer sentido pejorativo na sua dimensão), que são as Pensões minha e da minha esposa, que podiam ser ordenados também, “Receita Extraordinária” seria sair-nos o Euromilhões! Ou a “Raspadinha, pronto! Ou como uma Empresa receber assim um donativo, como recebem muitas Misericórdias, de alguém que não tem a quem deixar o dinheiro, ou então, o que ainda mais extraordinário é, o Estado receber 20% dos Euromilhões que vêm cá para este quadradinho à beira mar plantado e que disso não se pode queixar. E tem sido extraordinário, não tem?
Isto que eu enumerei, e podia até elencar mais algumas situações, é que são “Receitas Extraordinárias”, meu caro Passos Coelho! Querem dizer simplesmente que são receitas para além do ordinário, do comum, do espectável, do normal, do corrente, do não previsto e por aí adiante…
Mas, na sua confusa perplexidade, perguntar-me-á: Então, não sendo extraordinárias, quer dizer que são ordinárias? A sua pergunta, meu caro, por ser da ordem do pertinente, merece a minha resposta: SÃO!
Pois repare: Uma Empresa, por exemplo. Tem uma série de clientes com dívidas já em Mora e, a não se fazer algo, vão para contencioso. Qual é a função, a obrigação, coisas que resultam do bom senso e da boa gestão, dessa Empresa? É colocar um objectivo para a recuperação dessa Crédito Malparado e desenvolver todas as “démarches” possíveis, com acordos de pagamento, com perdões de juros, com renegociação de prazos, de modo a manter o crédito vivo e recebível! É do senso comum e da gestão comum, meu caro. É ORDINÁRIO! Como nos Bancos, como deve saber e não me vou repetir…
E vamos agora ao Governo ou ao Estado. Em cada exercício anual e orçamental estipular como objectivo a recuperação de Créditos Duvidosos, de Impostos em Mora, de Prestações em incumprimento etc. não será um acto de gestão “ordinário”? Extraordinário seria nada fazer e com todos os devedores a continuarem alegremente sem pagar, nem a isso serem chamados.
Mas se não sabe eu digo-lhe: os seus Governos fizeram-no todos os anos, este também o fez e os vindouros também o farão. E fá-lo-ão em nome de muitas coisas: da justiça, da equidade, do dever, da obrigação e, finalmente, da boa gestão. Não percebe? Nem agora?
Portanto, meu caro e inefável Passos Coelho, arranje lá outra explicação, homem. Diga, por exemplo que, sem essas tais “Receitas Extraordinárias” teria conseguido melhor! Porque não diz e, mais que dizer, explica?
Eu sei que você também meteu aí na embrulhada a redução do Investimento Público, cortes nos Serviços etc. mas, francamente, quem é você para isso criticar? Eu sou obrigado a concluir que, na realidade, você não tem mesmo noção de como governou. Mas será que governou mesmo?
E sabe mais, Passos Coelho: é que enquanto você afirmava que ia cortar 600 milhões nas Pensões, que era imperativo, este Governo fez reversões, actualizou salários, repôs rendimentos e diminui drasticamente o desemprego. Donde resulta menos pobreza, sabe? Aquela que você promoveu, para não aplicar outro verbo menos simpático.
Mas, a contragosto, lá conseguiu reconhecer que foi bom este Governo ter atingido o défice que atingiu. E, acrescentou, que foi melhor tê-lo conseguido do que o não ter alcançado, inspirando-se aqui, sem margem para dúvidas no Monsieur de La Palisse!
Mas, sabe, notei-o mais cândido, mais sóbrio, diria mole até, o oposto daquele animal ferido e feroz naquela primeira bancada da Assembleia, de dedo em riste e quase perdendo a respiração (por força da claustrofobia, claro)…Quem o terá aconselhado? O Montenegro? Não acredito! O Rangel? Muito menos! Terá sido o Presidente? Quem sabe…apesar daquela da Teodora! “Vichyssoise”, está bom de ver…
Por último: Ó Passos Coelho, você nem imagina o quanto eu estou carente de uma “Receita Extraordinária”. É que, sabe, eu de um “ordinário” não passo: É que ninguém me deve nada!
Yours Sincerely, que em Português quer dizer: Continue assim…
 
Ovar, 10 de Abril de 2017
Álvaro Teixeira