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quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Abaixo o crescimento do país!

por António Fernando Nabais

Passos Coelho, enquanto foi primeiro-ministro, aumentou a dívida pública, provocou mais desemprego, causou a perda de rendimentos dos que tinham menos rendimentos, agravou radicalmente a perda de qualidade de muitos serviços públicos (graças também à privatização cega de áreas que não deveriam ser privatizadas) e pisou direitos laborais e, portanto, humanos, praticando uma subserviência cega a ditames de uma aparente união europeia que, na realidade, está ao serviço de poderes económicos que se caracterizam por uma absoluta desumanidade, ansiando por salários baixos e direitos sempre mais mínimos. Passos Coelho, relembre-se, fez tudo isto, depois de ter garantido que não faria o contrário, ganhando eleições com base num chorrilho de mentiras.
Depois de quatro anos de destruição, Passos Coelho, sempre com a mesma falta de vergonha na cara de quem é capaz de inventar suicídios, aparece agora a dizer que, com ele no governo, o país estaria a “crescer mais”. Desde que Luís Montenegro, essa luminária do passismo, declarou que o país estava melhor, mesmo que as pessoas não estivessem, fiquei insensível ao conceito de crescimento que povoa a mente desta gentinha alimentada a doses de cavaquismo e a restos da universidade de Verão e para quem as pessoas são abstracções, objectos puramente mentais que, portanto, não precisam de se alimentar ou de viver.
Declaro, portanto, que sou radicalmente contra o crescimento do país. Onde é que assino?

Fonte: Aventar
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O suicida de Pedrógão Grande



por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 07/09/2017)
PASSOS_BEBE2
(Não é Água das Pedras, é vodka da pura. Passos Coelho é perito em enganar a malta. Só assim se explica tanta palhaçada falhada e tanto tiro no pé. António Costa deve andar a esfregar as mãos de contente.
Estátua de Sal, 07/09/2017)

Desde que os incêndios de Pedrógão ocorreram que o país tem assistido a uma catadupa de acontecimentos que nada têm que ver com a resolução dos problemas. O famoso assalto a Tancos ainda deu uma ou duas semanas de descanso a Pedrógão Grande, mas m al se percebeu que ali nada havia para explorar Passos e Assunção Cristas voltaram ao ataque.
Nos primeiros dias Cristas andou desaparecida e Passos ainda ensaiou uma postura de homem de Estado, visitou a Proteção Civil e poupou nas declarações. Poucos dias depois percebeu que podia fazer render as vítimas dos incêndios em seu favor e foi a correr para Pedrógão, ao que parece o candidato a autarca do PSD e senhor da Santa Casa local tinha boas novidades para o ajudar. Surge então a declaração de que alguns cidadãos se tinham suicidado, enquanto outros ficaram feridos por tentativas falhadas de suicídios. No mesmo momento em que contava a sua “boa nova” foi desmentido por um assessor, mas insistiu nas tentativas de suicídio que terá deixado feridos.
A culpa dos suicídios foi a ausência do Estado, as vítimas dos incêndios estavam a suicidar-se porque não aparecia ninguém para os ajudar. Começou aqui a saga do argumento usado até á exaustão “o Estado falhou!”, argumento que foi promovido a estratégia política e usado em todos os domínios.
Depois da barracada dos suicídios Passos andou fugido e escondido durante uns tempos, até que surge outra oportunidade. Uma maluquinha de Lisboa andou a contar mortos e concluiu que teriam morrido quase cem pessoas nos incêndios de Pedrógão. Tal como a SIC em tempos acreditou num falso “assessor do FMI” que condenava a austeridade, Passos não hesitou em acreditar na maluquinha dos mortos. Durante dias o país suspeitou de que António Costa teria escondido mais de trinta cadáveres nos galinheiros dos perus de São Bento.
Desmontada a falsidade dos mortos, quando depois de muitos dias o MP se ter decidido a contar a verdade, apesar de todo o alarme público que tinha havido, Passos voltou para as suas ausências prolongadas dos últimos dois meses. Ainda ensaiou uma tentativa de dizer que a ajuda não estava a chegar ás populações, mas rapidamente se calou quando foi desmentido.
Agora Passos voltou a fazer surf à custa das vítimas dos incêndios, revelando uma grande irresponsabilidade e um total desconhecimento da situação pensou que o Governo estava a gerir mal os donativos dos portugueses para as vítimas dos incêndios. Deu mais um tiro no pé, pela enésima vez foi oportunista e falhou.

O que levará um líder de um grande partido a ser tão oportunista, não hesitando em aproveitar todos os boatos e mentiras de maluquinhas, revelando um total desconhecimento dos dossiers e um grande desinteresse pepa realidade, preferindo boatos e mentiras? Passos já fez tanta asneira neste dossier, apesar de todas as sondagens lhe sugerirem que tenha juízo e seja mais rigoroso, honesto e competente, que não se compreende esta fixação nos incêndios como se fossem a sua boia de salvação. Passos ainda não percebeu que não há incêndio que o salve.
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terça-feira, 5 de setembro de 2017

O livro de São Cipriano


Estatuadesal

(Por Estátua de Sal, 05/09/2017)
Cartoon in Blog 77 Colinas
Para os menos versados nas artes do ocultismo e da feitiçaria, consta que o livro de São Cipriano é - e transcrevo directamente da Wikipédia -, : "um grimório que contém diversos rituais de ocultismo e exorcismo, supostamente magias e "simpatias" (conjurações populares), com múltiplas finalidades, inclusive para o quotidiano. Embora o livro se coloque como escrito por São Cipriano, o livro real apareceu séculos após sua morte e não poderia ter sido escrito por ele; na verdade, a primeira edição conhecida saiu em 1846, sendo, portanto, um livro pseudepigráfico.[1][2] "
Ora, parece que uma nova edição da obra acaba de sair agora à estampa editada pela conhecida estrela do oculto que fala directamente com o diabo, o célebre Mestre Coelhus, tendo sido apresentada em primeira mão ao público em Castelo de Vide, no âmbito de um curso universitário para jovens feiticeiros. Nela pontificam os famosos mestres do oculto da actualidade: Mestre Cavacus, Mestre Rangeis, e Mestre Poius, entre outros de menor renome.
Parece que a formação dos jovens que assistiram às palestras e à apresentação da obra ficou agora completa. A panóplia de exorcismos e pragas de que passam a dispor, e que vão usar com toda a gana contra o governo,  é agora mais que suficiente para que a convocatória do demo a curtíssimo prazo seja desta vez eficaz.
O editor, Mestre Coelhus,  resolveu rotular a obra como sendo uma colecção de cantigas de escárnio e mal dizer para que não fosse censurada (Mestre Cavacus bem alertou para esse perigo), escondendo assim do público em geral o seu enorme potencial nas artes  da magia satânica.
Aqui deixo apenas a capa da obra que estará nas bancas na próxima semana e que poderá ajudar qualquer anónimo cidadão a solucionar casos de má vizinhança, dor de corno, amarrações, azar ao jogo e outras manifestações de mau olhado e de má sorte. Com tão prestigiados mestres o sucesso é garantido e podem dar o vosso dinheiro como bem empregue.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

O PSD e a vacuidade de uma oposição trauliteira e miguelista


por estatuadesal
(Carlos Esperança, in Facebook, 04/09/2017)
wgate
O Curso de Castelo de Vide terminou certamente com a aprovação dos alunos e a clara reprovação dos professores, sem qualquer utilidade para o País nem para o próprio PSD.
Do ex-PR, que jamais explicou as relações com o BPN, ao ex-PM que se julga ungido para governar, à revelia da Assembleia da República, ulularam docentes, alguns com qualificação académica, e que preferiram diatribes comicieiras à docência e à decência.
Quando se pensava que a revelação das redes de corrupção em autarquias do Norte teria reflexos no conclave, ecos na comunicação social e um comunicado da PGR, que viesse tranquilizar os portugueses quanto a investigações sobre 20 (vinte páginas) de denúncias da revista Visão, reinou o mais sepulcral silêncio, dentro e fora do conclave.
Que forças se moveram por trás do silêncio ensurdecedor às acusações a Marco António Costa, Luís Filipe Meneses, Agostinho Branquinho, Hermínio Loureiro, Virgílio Macedo e Valentim Loureiro que os próprios deviam estar interessados em esclarecer para salvaguarda do seu bom nome?
Os porta-vozes dos interesses desta direita limitaram-se a atenuar os danos para o PSD da inenarrável homilia de Cavaco Silva que não poupou o sucessor que lhe outorgou o Grande Colar da Ordem da Liberdade, como se tivesse lutado por ela, nem o Governo cuja legitimidade só um salazarista poderia pôr em causa.
Cavaco e Passos Coelho têm o direito de criticar quem os reduziu à sua insignificância, mas não têm legitimidade para falar de democracia ou de liberdade, quando lhes falta a credibilidade e a coragem cívica e ética para lutarem por esses valores.
O maior partido da AR, incapaz de apresentar um OE para ser confrontado com o que o PS apresentará, depois de negociado com o BE, PCP e PEV, só respondeu ao repto de António Costa para o desafiar para eventuais consensos na Justiça, Segurança Social e Saúde, quando, no Governo, pretendeu respetivamente violar a CRP, criar um teto aos descontos, para inviabilizar a SS e entregá-la aos privados, e destruir o SNS.
Este PSD não está interessado em defender a Constituição e a democracia, quer alterar a natureza do regime e esvaziar as bases programáticas da CRP que Cavaco Silva e Passos Coelho abominam.
Foi deprimente ver o ex-PR no comício partidário como agitprop da direita reacionária e vassalo de um líder esgotado, e este a defendê-lo depois.

Assunção Cristas, o sentido de Estado e a linguagem


por estatuadesal
(Carlos Esperança, in Facebook, 31/08/2017)
cristas_melo
A presidente do CDS, agremiação cujo desvio reacionário afastou o fundador, procura a permanência no cargo que Nuno Melo aguarda. Este é o genuíno herdeiro ideológico do tio, cónego Melo, o da estátua de 7,5 metros que decora Braga, cuja lealdade a Salazar, ao MDLP e ao ELP era à prova de bomba. Além disso, tem perfil miguelista e caceteiro.
Assunção Cristas, acossada dentro do partido que espera o seu fracasso em Lisboa, onde até o PSD de Passos Coelho conseguirá derrotá-la, esbraceja para se manter à tona num clube condenado a ser a muleta de qualquer PSD.
Curioso é o carinho que a comunicação social lhe dispensa, não faltando a condenação ao primeiro-ministro a quem a senhora deputada, chamou reiteradamente mentiroso, no Parlamento, por tê-la designado por “aquela senhora”, indelicadeza despercebida pela minha origem social e débil domínio do léxico urbano.
A excelsa senhora, que não considera a palavra “mentiroso” um insulto, também viu na referência à sua virtuosa dignidade um “tom de linguagem menos próprio”.
Impróprio é liquidar o grupo económico GES/BES, num Conselho de Ministros virtual, a pedido de uma amiga pouco recomendável, por email, e sem conhecimento do dossiê. Impróprio foi pensar que a carreira académica e umas galochas conferiam competência suficiente para sobraçar uma pasta onde a sua inépcia foi posta à prova.
O que urge perguntar aos portugueses, mesmo aos nostálgicos do Governo PSD/CDS, é se preferem Passos Coelho a António Costa, Cavaco a Marcelo, e Maria Luís a Mário Centeno.
Gostava de poder contar o número de eleitores assumidamente sadomasoquistas.

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

O Cavaco voltou


por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 31/08/2017)
Cavaco Piu piu
In Blog 77 Colinas
Estava o pobre senhor a tentar dar cor aos sovacos, depois de se ter besuntado dos pés à cabeça com um daqueles bronzeadores com  cheiro a crude, enquanto a Dona Maria enterrava a melancia à beira-mar, para que estivesse fresquinha na hora da bucha, quando o telefone tocou. Depois de o segurança se certificar de que não estaria a ser escutado a partir da conhecida casa da Fava, no Bairro dos artistas, atendeu.
Do outro lado o traste de Massamá lamentava-se: “Sô professor, estou à rasca, os suicidas não se suicidaram, nem tentaram para ficarem com um arranhão. Os misseis de Tancos ainda não foram usados num ataque terrorista e até a merda da chuva me deu cabo do ganha pão dos incêndios, ainda mandei uns pirralhos da Jota atear uns fogos mas eles estavam na universidade de Castelo de Vide.”
“Depois de me teres deixado teso e sem dinheiro para as despesas, eu não te devia ajudar” respondeu o professor. Mas está bem, queres que eu vá a Castelo de Vide fazer um daqueles discursos que arrasa a esquerda e dá cabo do Marcelo, conta comigo”. A crer na comunicação a quem este Júpiter algarvio não liga nenhuma, levantou-se às seis da manhã e lá foi a caminho de Castelo de Vide, onde uma sala cheia de futuros visitantes do hospital de Zhang Zhou. da Huawei, aguardavam o “avô Cantigas” do PSD.
O homem surpreendeu, não falou de economia, nem lhes explicou como é que alguém sem grandes qualidades absolutas conseguiu duas maiorias absolutas e dois mandatos presidenciais. Em vez disso explicou-lhes que o Macron  o copiava e graças a isso ficou com a alcunha do Presidente Júpiter. Uma injustiça, se o Macron o estava a imitar o Presidente Júpiter deveria ser o franciú. Na melhor das hipóteses o Macron deveria ser um príncipe de um dos 69 satélites de Júpiter, um bonito número como em certo dia disse o Mota Amaral. Afinal a nossa pequenez levou Cavaco a ser promovido a satélite, se não fossem os outros a piar dir-se-ia que ele seria um Sputnik que de vez em quando aparece a fazer bip-bip.  Digamos que se Macron é o Presidente Júpiter, o nosso Cavaco é o príncipe Métis, o primeiro satélite do Macrón.
Foi bordoada até ferver a começar nos perigosos ministros da Geringonça, a que ele próprio foi obrigado a dar posse depois de terem prometido que nunca comeriam meninos, alguém lhe disse que andam a conspirar contra a nação, promovendo uma revolução socialista, até já andam a tirar as medidas ao Costa para lhe vestirem a farda de marechal bolivariano. Essa gente nunca mais aprende que as ideologias são perigosas, não percebem que o futuro do país está em pensar como o Cavaco e ir á missa todos os domingos.
Nem o Marcelo escapou à bordoada, se ele pensa que é melhor do que o príncipe Métis está enganado, porque os presidentes não se medem em sorrisos, selfies, beijocas e likes, um presidente quer-se austero, reservado, com cara de pau e a mandar queixas para o MP sempre que o ofendam. Presidente a sério ouve vaias, não manda orçamentos para o constitucional, mostra cara de pau e faz tudo o que o primeiro-ministro manda

O mestre da perfídia


por estatuadesal

(Por Estátua de Sal, 30/08/2017)
Mumia
Cartoon in Blog 77 Colinas
Confesso que nunca percebi muito bem esse acontecimento que dá pelo nome pomposo de "Universidade de Verão do PSD". Fico na dúvida se será uma fábrica de doutores que conseguem um canudo apenas a estudar durante um verão - na senda dos feitos doutorais do famigerado Miguel Relvas, esse doutor de alta prestação -, ou se será apenas uma reciclagem de doutores já feitos, jotinhas fresquinhos a precisar de actualizar o seu parco e anquilosado software.
Em qualquer dos casos, como as "aulas" não ocupam o verão inteiro e não duram mais que uma semana, são necessários mestres de grande qualidade e eloquência para em tão pouco tempo dar conta do recado. E assim tem sido. Por lá tem passado todas as pequenas e grandes sumidades da direita, desde Durão a Moedas, desde Passos a Maria Luís, tendo cabido desta vez a tarefa ao ressuscitado Cavaco Silva. A palestra foi triste e deprimente e,  como sempre ao bom estilo de Cavaco, uma peça de insidiosos recados. (Ver aqui)
A esquerda - nomeadamente o PS -, está encarniçada contra Cavaco. Pensa ela que a maioria dos recados de Cavaco lhe foram dirigidos. Talvez em parte. Cavaco, ressabiado como é, ainda não engoliu totalmente o sapo que foi ter que dar posse ao governo actual, ao qual vaticinou as maiores agruras e insucessos,  e que apesar de todas as pragas que lhe rogou, está a apresentar os melhores resultados económicos deste século. Quando um político fundamenta os seus discursos nos seus pequenos ódios em vez de os fundar na realidade, só podemos - para sermos magnânimos - receitar-lhe a aposentação. Eu sei que Cavaco já está aposentado - e bem -, mas seria bom que se convencesse disso em definitivo, o que parece que ainda não sucedeu.
Mas Cavaco não se ficou pelos recados ao Governo a quem ele continua a rogar pragas. Marcelo também não foi poupado. É o "presidente da verborreia". Comparar Marcelo a Macron, pela negativa, não lembra ao diabo, mas foi o que Cavaco fez para, de forma sibilina, se comparar ele próprio a Macron. Ora Macron é uma construção artificial em plástico dos meios de comunicação social franceses, a soldo dos grandes interesses financeiros internacionais, que o venderam ao eleitorado,  santificado, e ungido pelos deuses, uma espécie de reizinho gaulês descido dos céus. Pois bem, ficámos a saber que é nesse papel celestial que Cavaco sempre se reviu enquanto Presidente. O rei Cavaco era parco em palavras e distante da povo porque, para Cavaco, os reis não falam com a plebe, apenas a mandam ajoelhar quando esta se apresenta ao beija-mão real.
Mas a parte mais pérfida e oculta dos recados não foi em grande parte descodificada à esquerda. Tratou-se de uma mensagem para os jotinhas, e directamente dirigida para o interior do PSD. E a mensagem é simples: não alinhem nos cantos das sereias que vos querem vender propondo-vos nova liderança, meus jovens: eu sou grande, eu sou o vosso líder até à eternidade e Passos Coelho é o meu profeta.
E é nesse contexto que deve ser entendido o ataque de Cavaco à comunicação social, aos jornalistas, aos comentadores. Sim, porque os comentadores são praticamente todos de direita, e a orientação das televisões é empolar as falhas e limitações do actual governo e, ao mesmo tempo, minimizar ou ocultar mesmo,  os seus sucessos, e por isso Cavaco devia colocá-los no altar em vez de os denegrir. Mas não. A razão é simples: a direita já iniciou o processo de destituição de Passos Coelho, porque não quer apostar de novo num cavalo perdedor. Desde o Expresso/SIC, passando pelo Observador, até ao pequenote Marques Mendes, todos estão a trabalhar com denodo para acelerar a queda de Passos Coelho a curto prazo. E é por isso que Cavaco zurze nos comentadores e nos jornalistas. Estão a atacar o seu prosélito, dilecto filho e obediente seguidor.
Se isto foi uma aula, foi uma aula de perfídia e de insensatez. Nada que os jotinhas não admirem, mas que não mereceu mais do que sorrisos amarelos e aplausos tíbios.
Porque, para encerrar com pompa, Cavaco tirou da cartola, a segunda edição da sua célebre máxima da "asfixia democrática". Incentivou os jotas a lutar contra a censura que, segundo ele, está instalada em Portugal. Perante esta tirada, ocorreu-me de imediato a pergunta: o que é que ele anda a tomar? Alguma droga que lhe provoque alucinações? Cocaína adulterada porque o dinheiro da reforma não chega para comprar da pura?
Depois reflectir cheguei à conclusão seguinte: Se o governo tem sucessos e Cavaco não gosta é porque existe "censura" que oculta os insucessos da governação pois os supostos sucessos que vem nos jornais não podem ser reais.
Eu pensava que apenas Passos Coelho é que padecia de esquizofrenia grave, tendo continuado durante muitos meses a julgar que ainda era primeiro-ministro e a comportar-se como tal. Afinal, Passos está semi-perdoado. Apenas seguiu as instruções e as práticas do seu querido e dilecto mestre, o qual continua a achar que ainda é Presidente da República, e sobretudo que a forma como exerceu o cargo ficará para os anais da história como tendo sido exemplar.
Um personagem que não consegue ainda interiorizar que, fosse ele rei como gostaria ter sido, ficaria na história com o cognome de Cavaco, o de triste memória, como mostram os níveis de popularidade que tinha quando se retirou, não tem da realidade mais do que uma distorcida visão. Visão com que insensatamente persiste em incomodar o país, sempre que sai do seu refúgio dourado que todos pagamos.
Era bom que Cavaco se convencesse de uma vez por todas que se deve apenas dedicar a escrever as suas memórias. Mas que as guarde para si e para os seus descendentes e não as publique nem as partilhe com a Nação. Porque as memórias de Cavaco são tristes memórias que Portugal se esforça por esquecer, um pecadilho e uma falha dos portugueses que elegeram mais que uma vez para os governar  um personagem de tão limitadas qualidades e de tão mesquinho e provinciano ideário.

sábado, 26 de agosto de 2017

Huguinho, o ponta-de-lança



por estatuadesal
(Por Estátua de Sal, 26/08/2017)
Huguinho Badocha 3
Imagem In Blog 77 Colinas
Ainda a poeira da transferência de Neymar não tinha assentado no chão e já uma outra contratação de vulto está a dar que falar. Passos contratou um novo ponta-de-lança para colocar os centrais do governo à defesa. Marcação cerrada. Santos Silva ( o tal que em tempos disse que "quem se mete com o PS leva"), já começou a ter aulas de artes marciais para enfrentar a "fera". Carlos César já contratou dois ex-agentes do KGB, antigos seguranças de Putin, não vá o diabo tecê-las e aparecer mesmo...
Agora regressando a um registo mais sério. Se na política portuguesa só temos as boas intenções do PS e de António Costa, titubeantes perante a TINA que sopra de Bruxelas e pela ameaça do espilro dos mercados. Se da Dona Cristas só saem disparates embrulhados em vestidos estampados às bolinhas verdes. Se o PCP e o BE não chegam aos 20% do eleitorado.  E se no PSD Passos continua de pedra e cal, ao que parece, a preparar golpes baixos, como a antecipação das eleições directas, para se manter no poder até às calendas, não vejo a curto prazo grande futuro político para o País.
E mais, Passos continua a contratar pistoleiros, qual deles o pior, como este Huguinho, para já não falar do Ventura, outro iluminado bombista.
O meu espanto é como ainda há tanto eleitor a dar crédito a esta seita pafiosa, sem mérito, sem qualidade oratória, sem ideias para o país, novos por fora mas mais que obsoletos pelas teses alucinadas que defendem e propõem. Porque não é o país e o mercado de trabalho que precisam de "reformas estruturais". A direita, que tanto fala em reformas devia, ela sim, começar por se reformar de cima abaixo. Mas não é com personagens destes, personagens de banda desenhada de mau gosto que lá vai.




domingo, 20 de agosto de 2017

Sobre o crescimento do racismo e da xenofobia na cúpula do PSD

PSD

por João Mendes

Foto: Público
Feliciano Barreiras Duarte, antigo secretário de Estado do PSD, constatou aquilo que já todos sabíamos mas que social-democrata algum tinha tido ainda a coragem de constatar publicamente: que existem elementos racistas e xenófobos no seu partido que estão a ganhar peso e a influenciar o discurso do PSD (clique, para ler a entrevista). A ascensão de indivíduos como o candidato Ventura, ou as intervenções públicas infelizes que se multiplicam, como foi o caso do discurso proferido por Pedro Passos Coelho no Pontal, não auguram nada de bom para o maior partido político português. Não auguram nada de bom para o país. Será que ainda vamos assistir a uma coligação com o PNR, abençoada por Viktor Orbán, o fascista de serviço no PPE?

Fonte: Aventar


sexta-feira, 18 de agosto de 2017

A ponta do golpe em curso


Posted: 16 Aug 2017 07:59 AM PDT


O discurso do Pontal de Passos Coelho foi uma defesa encapotada de um Bloco Central com um PS de direita. Foi uma chamada às armas para dentro de um certo PS e uma manobra de envolvimento de um certo PSD que habitualmente faz frente a Passos Coelho, como o próprio Presidente da República, e que trabalha arduamente na criação de um novo Bloco Central entre PS e PSD.
Uma jogada de antecipação - antes que as eleições autárquicas de Outubro de 2017 levem Passos Coelho - e de esvaziamento dessa ala do PSD que deverá se afirmar pós-eleições, em 2018. Mas foi uma tentativa sem muito jeito.
Daí as críticas à direita: para a próxima, Passos Coelho devia trazer um discurso escrito, o que é o mesmo que dizer que Passos nunca poderá ser a cara desse projecto de isolar a esquerda do PS e a esquerda à esquerda do PS. Mas o programa desconchavado desse envolvimento foi traçado.


quarta-feira, 16 de agosto de 2017

No PSD de Passos tudo como dantes (ou talvez não)

Posted: 15 Aug 2017 04:57 PM PDT

Duas notas sobressaem no discurso de Passos Coelho no Pontal. Por um lado, o regresso ao passado em termos de narrativa: o ex-primeiro ministro volta a assumir as reformas estruturais como linha política do partido, acusando a atual maioria de imobilismo e o Governo de «não ter um espírito reformista», correndo-se o risco de «ter perdido uma legislatura a viver à conta do que se fez no passado e da conjuntura e nada a preparar o futuro». Para o Passos Coelho, era agora necessário «prosseguir algumas reformas lançadas pelo seu executivo com o CDS», para que o país pudesse «ter “fôlego” no futuro». Contudo, para o ex-primeiro ministro, a preferência da atual maioria de esquerda «pela estatização e pela coletivização» está a impedir o avanço de reformas na área do Estado, na Saúde, na Segurança Social e no emprego.
Desta forma, e ao arrepio de tudo o que foi dito durante o último ano sobre supostos cortes nos serviços públicos e a deterioração do Estado Social, ou sobre a excessiva rapidez na reposição de rendimentos, Passos Coelho volta a falar no seu projeto político para o país, fazendo-nos recordar de imediato o Guião para a Reforma do Estado de Paulo Portas, a ideia de que os cortes em salários e pensões deveriam tornar-se permanentes ou, recuando um pouco mais no tempo, a proposta radical de revisão da Constituição discutida em 2010, que entre outras medidas propunha a total liberalização dos despedimentos. E de pouco serve sugerir, de novo, que os bons resultados alcançados pela atual maioria e pelo atual Governo, na economia e no emprego, são mérito das «reformas» empreendidas pela anterior maioria de direita. Como já demonstrámos aqui, o «empobrecimento competitivo» e a «austeridade expansionista» terminaram em 2013, por força do travão do Tribunal Constitucional a uma nova dose de cortes nos salários e nas pensões e pela aproximação das eleições de 2015, que levou o Governo de direita a suspender a fúria austeritária.
Passos pode e deve voltar a assumir publicamente as suas ideias para o país. É politicamente mais honesto e claramente preferível ao vazio de propostas em que o seu partido mergulhou nos últimos dois anos. Mas como o ex-primeiro ministro tem hoje noção de que essas ideias perderam apoio eleitoral (não só pelo seu comprovado fracasso mas também pela demonstração de que afinal havia alternativa), vale tudo para tentar conquistar votos. E é nesse contexto que surge a segunda nota digna de registo no discurso do Pontal: a deriva populista e xenófoba que a frase da noite proferida por Passos encerra, e cuja análise - no seu significado e demagogia - é feita de modo certeiro aqui e aqui. Sim, há algo de novo no PSD para lá da ideia de regresso ao empobrecimento e à austeridade: o apoio a André Ventura em Loures não foi uma coisa circunstancial, foi mesmo o primeiro passo para «testar Trump» no nosso país.

Fonte: Ladrões de Bicicletas

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

O tele evangelista


por estatuadesal

(Dieter Dillinger, in Facebook, 13/08/2017)
pontal

Ao vermos qualquer canal de televisão só nos depara aquilo que o PSD diz.
Como não podem escamotear os números falam neles acompanhando-os com críticas até justas.
Assim, fiquei desde há minutos a saber que Passos Coelho vai apoiar o aumento do salário mínimo para 580 ou 600 e mais euros.
Passos, o Coelho, referiu no seu discurso do Pontal à queda da taxa de desemprego, mas criticou o Governo de que a mesma não tenha sido acompanhada por um aumentos dos salários e "é cada vez maior o número de pessoas que ganham o salário mínimo", disse ele.
Daqui deduzo que vai apoiar o BE, PCP e PS no aumento do referido salário para os valores referidos.
Curiosamente, depois de falar que os salários não aumentaram, Passos, o Coelho, entra em contradição com a afirmação que o governo aumentou os salários dos funcionários públicos, deixando os outros de fora, como se numa economia de mercado o Governo pudesse obrigar os ladrões israelitas da PT/VINCI ou da ANA ou o Soares dos Santos e os Azevedos a aumentarem todos os salários dos seus empregados.
O salário mínimo rege-se por lei e sempre que é aumentado, mesmo por uma miséria, o PSD e as Associações Patronais aparecem a dizer que vai tudo à falência e as empresas não suportam o aumento, etc.
PC também criticou o pequeníssimo imposto adicional a pagar pelos casais que possuem imóveis que valem mais de 1,2 milhões de euros ou pessoas singulares com imóveis acima dos 600 mil e até designou-os de classe média. Que rica classe média tem Portugal e que pena tenho eu desses proprietários. Nem na Alemanha ou na Suíça há uma classe média com fortunas de milhões.
Marques Mendes disse no seu comentário da SIC que o INE vai confirmar amanhã que no segundo trimestre o PIB terá aumentado ligeiramente acima dos 3% e que é o maior aumento deste século, mas entrou com muitas críticas por não ter aumentado a poupança, o investimento público e privado e mais uma data de coisas.
O pequenito queria ao mesmo tempo todas as chupetas do Mundo para chuchar. Contudo, devo dizer que as críticas foram muito impulsionadas por Rodrigo Guedes de Carvalho que estava visivelmente incomodado com essa notícia.
Um jornalista nunca está incomodado com notícias porque adora todos os eventos suscetíveis de serem noticiados e, naturalmente, se for uma pessoa bem formada prefere as boas notícias.

Outro a cavalgar a onda do populismo

Passos Coelho (2)

14/08/2017 por j. manuel cordeiro


O Passos Coelho de 2017 insurge-se contra a possibilidade  de “qualquer um viver em Portugal”, só precisando de ter um contrato de trabalho à espera. Já o Passos Coelho de 2014 não via problema algum em qualquer estrangeiro vir viver para Portugal desde que cá comprasse uma casa de 500 mil euros.

Os Vistos Gold foram a mercantilização da cidadania portuguesa, sem perguntar de onde vinha esse dinheiro e tendo como bonus o acesso ao espaço Schengen a preços de saldo. Mas agora que está na oposição, Passos Coelho tem pruridos por alguém vir trabalhar em Portugal e ter, por isso, uma autorização de residência.

O caminho parece traçado. Primeiro, não se demarcou do xenófobo de Loures, como até manteve o apoio ao candidato André Ventura. Agora, o próprio fez o discurso anti-emigrante, apesar de ter convidado os portugueses a emigrarem, perdão, a saírem da sua zona de conforto. A seguir só falta falar dos empregos roubados pelos estrangeiros para estarmos perante um filme já visto.


Fonte: Aventar

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

8,8%

por João Mendes


Foto: Lusa@Dinheiro Vivo
é o valor em que se fixou a taxa de desemprego no 2º trimestre de 2017. Falamos de um recuo na casa dos 19% face a período homólogo (10,8%), 13% quando comparado com o primeiro trimestre do ano (10,1%). A catástrofe é tal que, para atenuar a carga negativa desta posta, citarei esse jornal esquerdalho que é o Expresso:
Estes números significam que o crescimento do emprego líquido ultrapassou a redução do desemprego, indicando que se está a ir buscar pessoas à emigração (regresso de emigrantes portugueses ao país) ou à inatividade.
E pronto, agora é esperar pela chegada do Diabo, que segundo informações avançadas pelos papagaios do líder da oposição deve estar mesmo mesmo para chegar. E ter medo, que isto não vai lá com gente de tomates.

Fonte: Aventar





sexta-feira, 4 de agosto de 2017

O PSD vai voltar ao poder com Pedro Passos Coelho?



por estatuadesal
(Nicolau Santos, in Expresso Diário, 04/08/2017)
nicolau

Nas últimas semanas, o Governo, a quem tudo corria bem onde se pensava que tudo lhe correria mal (na frente económica), viu a vida a correr mal nas áreas onde se pensava que tudo lhe correria bem (política, social e laboral). O Presidente da República deu uma entrevista e a sua pitonisa, Luís Marques Mendes, disse que era a prova de que Marcelo se tinha começado a distanciar do Executivo. A oposição tem cavalgado impiedosamente o drama dos incêndios e o roubo de Tancos, anunciando mesmo o apoio a greves anunciadas. Sente-se que o Governo está ferido e que as negociações para o Orçamento do Estado de 2018 podem abrir fissuras importantes entre PS, por um lado, e Bloco e PCP, por outro. A maioria absoluta com que os socialistas secretamente sonhavam é agora mais incerta e a oposição não afasta uma vitória eleitoral em 2019. Há, contudo, um pequeno problema: será que o PSD pensa que vai voltar ao poder tendo como líder Pedro Passos Coelho? Será que o presidente do PSD é o homem certo para cativar o voto dos portugueses? Será que os sociais-democratas pensam que o discurso punitivo do seu líder entre 2011 e 1015, bem como o rol de desgraças que tem anunciado ao país desde aí, conduzirá a uma enorme vaga de fundo que levará de novo o PSD ao poder daqui a dois anos?

Sondagem – PS volta a aumentar vantagem sobre o PSD



por estatuadesal
(Por Mariana Lima Cunha, in Expresso Diário, 04/08/2017)
passos_sovado
PSD estancou nos 28%. O PS vai subindo, devagarinho, consolidando o rumo a uma maioria que, somada toda a esquerda, já é mais do que absoluta. PS continua a subir nas intenções de voto, mesmo com a popularidade do Governo e do primeiro-ministro em queda. Barómetro da Eurosondagem para o Expresso e a SIC mostra uma maioria de esquerda reforçada e, sem surpresas, um Presidente imparável.

As intenções de voto no Partido Socialista continuam a subir — mesmo que, depois de semanas em que os casos de Pedrógão e Tancos assombraram o Executivo, tanto o Governo como o próprio António Costa vejam as suas taxas de popularidade a descer. As conclusões são do barómetro de agosto da Eurosondagem para o Expresso e a SIC, numa altura em que o Parlamento está de férias e parte dos políticos também.
Se houvesse eleições legislativas hoje, a maioria de esquerda sairia reforçada: juntos, PS, BE e PCP reúnem 56,8% das intenções de voto, mesmo que os parceiros do Governo registem pequenas descidas (uma variação de uma décima negativa para o Bloco de Esquerda e duas décimas para o PCP).

domingo, 30 de julho de 2017

Falsa semanada



por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 30/07/2017)

Julho foi o mês das falsidades pelo que a melhor forma de o terminar é com uma falsa semanada:
O comandante de Tancos decidiu colocar um aviso junto ao buraco da vedação anunciado que aceita devoluções, bastando para tal que os ladrões apresentem os devidos comprovativos. O comandante prometeu ainda aos ladrões que os paióis serão geridos com o mesmo rigor que a zona dos iogurtes do supermercado, todos os equipamentos terão uma etiqueta indicando o prazo de validade e se algum produto não for retirado esse prazo, os utentes podem fazer queixa na ASAE ou pedir o livro amarelo do paiol junto do oficial de serviço.
Ao fim de uma semana de estar desaparecido e quando o deputado Amorim já sugeria que tinha sido umas das vítimas que António Costa escondeu no galinheiro dos pavões, na residência oficial de São bento, ao mesmo tempo que Ricardo Costa mandou um jornalista estagiário do Expresso verificar as listas da maluquinha dos cem mortos, para se certificar que o líder do PSD não estaria contabilizado como uma das vítimas de Pedrógão, eis que os fuzileiros encontraram o líder do PSD, estava numa aldeia remota de Pedrógão, tentando convencer a população a não se suicidar, podiam ficar descansado porque daqui a 6 anos, quando voltar ao poder o Estado vai cumprir com as suas obrigações.
Passos prometeu num jantar de lombo assado que com os seus governos os portugueses não esperam um ano por uma pensão de sobrevivência,. Aliás, por nenhuma pensão. Se voltar ao governo resolve o problema na hora acabando com as pensões de sobrevivência, pelo que os velhotes deixam de estar preocupados. Caramba, na hora das decisões é com Passos Coelho que os pensionistas contam!
Depois de se ter associado a Passos Coelho e à maluquinha dos cem na preocupação com as vítimas não contabilizadas dos incêndios, a líder do CDS prometeu dar sentido aos seus valores cristãos e promoverá uma missa na Sé de Lisboa em memória das vítimas dos incêndio, incluindo aqueles que por se terem suicidado morreram em pecado. Passos Coelho, em solidariedade pelos que ele próprio encontrou mortos depois de se terem suicidado, estará presente na missa. Marcelo informou que não estará presente, ao que parece só vai a procissões.
Passo Coelho assegurou que os serviços públicos funcionam agora pior do que nos tempos do resgate, com destaque para o SNS. O líder do PSD assegurou que os mortos nas urgências dos hospitais nos tempos do Paulo Macedo faleceram na sequência de suicídios e que a recusa em tratar os doentes com hepatite C  não aconteceu, foi mentira de 1.º de Abril.

sábado, 29 de julho de 2017

Aconteceu.



por estatuadesal
(Isabel Moreira, in Expresso Diário, 29/07/2017)
ISA_MOR
Gente como nós. Homens, mulheres e crianças morreram na tragédia de Pedrógão. Ouvimos o número de mortos e morremos também. Fossem mais, fossem menos, morreríamos sempre. Cada pessoa que morreu era o centro da vida de outra e de outras pessoas. Cada homem, cada mulher, cada criança perdeu o direito ao futuro. Morreram. E nós deveríamos morrer também.
A empatia, o sermos o outro, dispensa a loucura mediática, o concurso de audiências à conta de gente como nós, a gente que morreu. A empatia não dispensa a necessidade de factos, mas a decência tem de ter por pornográfica muita da cobertura mediática que foi feita, cheia de abutres em cima das vítimas indiretas a recolher testemunhos aflitos, drones a mostrarem a mediatizada “estada da morte” ou diretos ao lado de cadáveres, como se os factos e as notícias que deles resultam fossem equivalentes a imagens, ao furto da privacidade da dor, ao desrespeito pela memória de quem morre. A fome pelo fogo sobre o fogo foi maior do que o jornalismo de algumas e de alguns.

Segura-me depressa se não eu bato-lhe



por estatuadesal
(Francisco Louçã, in Público, 27/07/2017)
HUGO

Se o leitor ou a leitora tem estado com atenção, estes dias recentes têm demonstrado uma das características mais divertidas do discurso político em Portugal: essa curiosa mistura de presunção e pesporrência, que tem erguido brilhantes carreiras pelo menos desde o Conde de Abranhos. Se para mais tivermos alguém que precise de se afirmar neste campeonato do peito feito, então a receita é certa, vai haver superlativos.
Hugo Soares, novel líder parlamentar do PSD, logo que Montenegro decidiu antecipar a sua preparação para a disputa pela liderança do partido, sagrou-se campeão neste tormentoso caminho, ao anunciar um ultimato mal tomou posse: aqui estou e de voz grossa, ou o governo cede em 24 horas, nem mais uma, ou então cai o Carmo e a Trindade, nem imaginem o que vai acontecer. O atrevimento merece consideração, pois representa toda uma educação, um savoir faire, um treino que vem de longe e uma ambição que aponta para voos altos. Na frase pesada, na pose solene, no queixo aprumado, está toda uma política. Ou se chegam em 24 horas, ou nem sabem o que vai acontecer.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Carta do Belzebu ao diabrete de Massamá



por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 28/07/2017)
dib_c
Querido Diabrete de Massamá,
Eu sei que deves andar zangado aqui com o teu tio Belzebu, prometi aparecer em Setembro de 2016 e atrasei-me quase um ano, mas para te compensar em vez de infernizar o Centeno optei por um incêndio em Pedrógão que fez lembrar o meu jardim. Ainda tive esperança de que entre os mortos, os falsos suicidas e a maluquinha dos cem ainda chegavas a primeiro-ministro, para não falar do roubo da sucata de Tancos.
Mas, ou ando em baixo ou o Costa é bem mais difícil de entalar do que o Sócrates; mas fica descansado, garanto-te que ele juntou-se ao PCP e ao BE, mas não tem nenhum pacto com o diabo, estou tanto ao teu lado como o Cavaco, outro diabrete levado da breca, ainda que já um pouco cansado. Mas quero ajudar-te a ganhar autarquias, não vá o Montenegro escurecer a tua carreira política, para não falar do afilhado do falecido Amorim que ainda não te deve ter perdoado não ter sido ministro e em vez dele teres escolhido o Lambretas para a pasta do Trabalho.
Mas diz-me o que queres, o que achas de uns mortos por pneumonia para te ajudarem a ganhares a Anadia, vê lá se queres mesmos mortos ou almas penadas por contabilizar, talvez as denúncias da maluquinha te ajudem a ganhar ponta Delgada. Mas se em vez de mortos vivos preferes mesmo finados devidamente selados pelo MP, então sempre se pode arranjar uma epidemia de sarampo, e talvez arranjes mortos para ganhares Vila Franca do Campo.
Se fosse o Menino Jesus recebia-te no meu regaço mais a devota da Assunção, mas deixa lá, sendo o Belzebu ainda te dou uns finados no próximo incêndio para ganhares a câmara do Tabuaço. Mas se não queres Tabuaço fica descansado, arranjo-te já uns quantos AVC e ganhas a freguesia das Mercês. Até pode ser que arranje umas vítimas de dores e ajudamos o diabrete que escolheste para Loures.
Conta comigo porque não faltarão mortos para te ajudar nas autárquicas e mesmo para chegares a São bento, morrem velhos e novos, na estrada e em casa, no hospital e no trabalho, novos e velhos, o que não faltarão em Portugal são mortos danadinhos para que voltes ao governo. Os articulistas do Observador, o diretor do Expresso, a maluquinha dos cem, o que não falta são mortinhos por te ver voltar ao poder.
Deixa de ler o Expresso e o Observador, escolhe antes jornais dignos da tua ambição, jornais com oblituário que é lá que estão aqueles que te elegerão, já que os vivos parecem preferir a Geringonça.