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sexta-feira, 28 de julho de 2017

Sordid season



por estatuadesal
(João Quadros, in Jornal de Negócios, 28/07/2017)
quadros
Infelizmente, este Verão, uma pessoa tem a televisão ligada e parece que tem uma daquelas lareiras falsas. Impressionante, em termos estatísticos, é ainda não ter ardido nenhuma padaria portuguesa. Mas é triste e medonho ver cavalgar politicamente o número de mortos de Pedrógão.
Esta foi uma semana de política necrófila. Fiquei assustado. Porque uns indivíduos que acusam o Governo de esconder mortos para não perder a popularidade são capazes de tudo, incluindo usar mortos para serem populares.
Do nada, o jornal Expresso fez manchete com os mortos da tragédia de Pedrógão Grande, afirmando que seriam mais do que o que havia sido divulgado. Segundo o Expresso, havia pelo menos uma senhora que foi atropelada, um senhor que morreu passado um mês com tuberculose e um indivíduo no Feijó que saiu à pressa da banheira para ir ver o incêndio de Pedrógão, na CMTV, e escorregou no chão molhado. No Expresso, um colunista falava em 100 mortos e demissão do Governo. Até no jornal Crime diziam - "eh pá, 100, calma, isso é demasiado sensacionalista." O jornal Expresso devia usar aquela calculadora da devolução da taxa extra do IRS para contar os mortos de Pedrógão.
De imediato, Hugo Soares, como um javali numa loja de porcelanas, deu 24 horas ao Governo para divulgar a lista nominal dos mortos. O PSD ameaçava contratar uma espírita para contar os mortos de Pedrógão. Hugo Soares queria estrear-se com uma entrada a pés juntos e só faltou exigir uma lista nominal de mortos, até agora, no Game of Thrones, e dar 24 horas a Paco Bandeira para revelar o número de discos que queimou.
Depois da divulgação da lista, pela PGR, Hugo Soares disse: "Finalmente foi posto um ponto final numa especulação criada pelo Governo." Criada por quem?! Estão a confundir os Costa. Este é o irmão, o do Expresso. Eu tenho uma lista de 64 nomes, que gostava de chamar ao Hugo Soares. A esta hora, está a desgraçada da mulher do Hugo Soares a querer dormir e ele a ler a lista dos mortos - "Ao menos, vai para a sala ver o Walking Dead". "Sozinho, não consigo. Tenho medo. Vou levar o sapo de peluche que o André Ventura me ofereceu."
Esta estratégia de transformar a "silly season" numa "sordid season" começou com os suicidas de Passos e continuou com os mortos escondidos pelo Governo. Toda esta celeuma nasceu de uma lista publicada no facebook por uma empresária que tinha andando a contar campas frescas. O chamado jornalismo de investigação.
A notícia tinha por base a informação de uma empresária fixe que estava a pensar propor um monumento às vítimas de Pedrógão e tinha feito uma lista de pelo menos 73 mortos no facebook, mas afinal havia repetidos. Eu imagino o estado em que está a contabilidade da empresária de Pedrógão. No estado a que isto chegou, estamos com sorte, porque ainda nenhum jornal se lembrou de aproveitar a tragédia e fazer uma colecção da panini com as vítimas de Pedrógão.

TOP-5
Esgravatar sepulturas
1. Pedrógão Grande: Assunção Cristas não exclui moção de censura ao Governo.Caso não esteja bom na praia.
2. Passos Coelho diz que o PSD precisa "pôr todas as forças no terreno". Vão limpar matas.
3. Marques Mendes "anuncia" descida da taxa de desemprego em maio para 9,4%. Só ele tem 20 empregos.
4. Vaticano fechou as fontes devido à seca prolongada em Itália. É rezar para que chova. É o sítio indicado.
5.  A "empresária" que "conta mortos" é a dona da Dialectus, empresa que ficou a dever mais de 250 mil euros a trabalhadores. O melhor é ela fazer um memorial a quem ficou sem a massa.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Mandem os fuzileiros procurar Passos Coelho



por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 26/07/2017)
Piromanos
Imagem in Blog 77 Colinas - 26/07/2017
Passos Coelho desapareceu, deixou de se ver desde que foi beber ponchas na Madeira e a bezana lhe deu para dizer que o PSD era o partido mais português e que na hora das decisões caramba que só ele as sabia tomar. Desde então apareceu a Teresa Morais a inventar mortos e o Hugo Soares a dizer que o armário de Costa estava cheio de cadáveres não contabilizados como vítimas do Estado gerido pela geringonça.
Como Passos não apareceu ainda com os burrinhos na areia da Manta Rota e, tanto quanto se sabe, ainda não foi andar por aí, há forte motivos de que tenha ido em busca de cadáveres perdidos ou de suicidas pendurados nas árvores em consequência da ausência de António Costa. Com tantos incêndios é possível que o desgraçado tenha sido ele próprio uma das vítimas por contabilizar e só isso explica que tenha desaparecido, entregando o partido ao cuidado daquele senhor com umas faces tão rosadas e uma linguagem tão primária, que faz lembrar um taberneiro.
Não, Passos não desapareceu, é uma pena mas deve estar bem de saúde. O que Passos está fazendo é algo tão sinistro como inventar vítimas de suicídios. Ainda que não seja grande coisa a experiência de governante deve ter sido suficiente para saber que a investigação não é competência do governo e se mandou a Teresa ou o taberneiro falar de listas de mortos foi apenas para enganar o país. É por isso que anda desaparecido, para não dar a cara pela manobra suja que promoveu.
Aquilo a que o país tem assistido é a manobra política mais suja e asquerosa a que o país assistiu, foi Passos Coelho que a concebeu, que a tem dirigido e é por isso que tem estes desaparecimentos intermitentes, para que a sua imagem não fique associada ao oportunismo sem limite, ao aproveitamento político do sofrimento alheio e ao deseja descarado de que se multipliquem as vítimas e os incêndios. Não é a primeira vez que um incêndio ajudou um canalha a chegar ao poder.
Nunca o PSD desceu tão baixo, ninguém vê Passos Coelho e a sua equipa dar qualquer apoio, mostrar o mais pequeno sentido de Estado. Eles não aparecem na desgraça para motivar os bombeiros, para confortar as populações. Passos aparece quando tudo passou para cobrar votos, para cobrar pelo sofrimento alheio.
É por isso que desaparece de vez em quando, enquanto manda a Teresa e o taberneiro fazer o papel triste aguarda por mais uma qualquer desgraça, que ocorra mais um roubo, que uma qualquer maluca em busca de “algo” apareça a inventar mortos, que um oportunista sem escrúpulos de uma qualquer Santa Casa lhe diga que sabe de suicídios. Há os que bem ou mal combatem os incêndios e dão a cara junto de quem sofre e há os que estão no conforto da sua escassa esperando que a desgraça alheia os ajude nas eleições.
por estatuadesal

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Os necrófagos



por estatuadesal
(Por Estátua de Sal, 24/07/2017)
necrófagos

A direita alimenta-se de cadáveres. É necrófaga. Alimenta-se de fogo, é pirófaga. Alimenta-se de sangue, tem laivos de vampiro. Andam ululantes à procura de mais mortos na tragédia do Pedrogão. Uivam pedindo que mais fogos e desgraças se abatam sobre o país. Esta gente é um bando de canalhas à solta. São capazes de vender a mãe em troca de mais faíscas, de mais raios e mais coriscos.
O seu bando de jornaleiros das televisões querem mais cadáveres. Se calhar para os mostrar em directo, como fez a outra, a Judite, desvendando perante os olhos do público a sua falta de humanidade e de decoro, a sua abjecção ambulante.
As Cristas, os Passos, os Montenegros, os Hugos, todos eles cavalgam a onda. O Balsemão, que já viu qual vai ser o destino do seu grupo de comunicação social depois de ver o que se está a passar com a TVI, também quer mais mortos e transformou a pouca decência que ainda restava ao Expresso no grau zero do jornalismo, na edição do último fim de semana. Todos querem mais mortos e mais sangue.
Mais que a miséria económica que os anos da troika nos trouxeram, essa nefasta gestão do país que a direita produziu, trouxe-nos a miséria moral. E se a miséria económica está a ser revertida por este governo, conduzindo o país a taxas de crescimento económico que nunca ocorreram neste século, a miséria moral dessa gentalha, essa, não há crescimento que a reverta.

É preciso queimar os jornalistas?



por estatuadesal
(António Guerreiro, in Público, 21/07/2017)
Guerreiro

Numa das suas edições da semana passada, o jornal francês Libération ocupou a primeira página com uma questão provocatória, colocada a propósito de um debate sobre o jornalismo que decorreu na cidade de Autun: Faut-il brûler les journalistes?, “é necessário queimar os jornalistas?”. E fazia um diagnóstico da situação, enumerando algumas razões fundamentais que levaram ao descrédito em que caiu uma profissão outrora respeitada, bem patente numa série de neologismos insultuosos que os franceses inventaram para nomear os jornalistas: merdias, journalops, presstiputes. E as figuras mediáticas que estão sempre na televisão, em debates e como comentadores, são chamados panélistes (porque integram “painéis”). Este ambiente onde se cultiva a suspeita e o desprezo pelo jornalismo e pelo sistema mediático, muito especialmente pela numerosa oligarquia que tem a seu cargo o comentário político e o editorialismo, está instalado em Portugal. A diferença em relação à França é que por cá os jornalistas não ousam colocar a questão publicamente e assimilaram com força de lei este mandamento: “Não farás auto-crítica: o jornalismo é ofício de auto-celebração”. É hoje bem visível que a insurreição contra o poder jornalístico, a que o Libération se referia, está bem activa em Portugal e não consiste apenas numa atitude arrogante das elites intelectuais. Mas a situação portuguesa tem as suas especificidade: sobre a ausência ou a rarefacção de alguns géneros jornalísticos tradicionais, ergueu-se a opinião e o comentário políticos, uma multidão de gente que transita da esfera política para o jornalismo e vice-versa, e começa o dia no jornal, passa à tarde pela rádio e está à noite na televisão. Este sistema conduz ao discurso histérico e à ausência de diversidade intelectual, muitas vezes confundido com a falta de pluralismo político, mas mais grave do que este porque está muito mais naturalizado e dissimulado. E é, além disso, responsável por uma esterilização da esfera pública mediática.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Imprensa e os “Truques”: um poder de pés de barro, em crise e acossado


(Daniel Oliveira in Expresso Diário, 21/07/2017)
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Caro Daniel Oliveira
O teu texto aponta sintomas mas não vai ás causas do mal. Quanto maior for a concentração da riqueza nas mãos de uma minoria a nível global, fenómeno que é cada mais intenso, menos lugar haverá para a existência de instâncias independentes, sejam partidos ou outras formas de representação política, sejam meios de comunicação social. A razão é simples: numa economia de mercado só há concorrência quando o número de compradores e de vendedores for suficientemente grande (atomicidade) para que nenhum deles possa determinar o funcionamento do mercado, nomeadamente dos preços. Se concentramos o poder de compra, logo de financiamento, nas mãos de uma minoria, qualquer instância de mediação fica subordinada a essa minoria. Só há orgãos de comunicação social com alguma independência quando a sua sustentação depende de um conjunto de leitores tão diverso e alargado que nenhum grupo lhes poderá determinar a orientação, já que têm que atender a um conjunto amplo e multifacetado de destinatários. Com o incremento da desigualdade na repartição do rendimento, o público leitor capaz de ser o sustentáculo dos meios de comunicação social é cada vez menor, para já não falar das mutações tecnológicas.
Mas há uma questão que ignoras e que também justifica a reacção exarcebada da comunicação social contra as redes sociais e contra a internet. Durante décadas a comunicação social foi usada de forma oculta para manipular a opinião pública, e nem sempre de forma ingénua (vide a grande mentira sobre a guerra do Iraque e as armas químicas do Sadam).
Ou seja, a comunicação social "respeitável", tinha o monopólio das "fake news", e também elas faziam parte do seu "core business". Neste momento perdeu esse monopólio. E quando se passa de monopólio para um mercado de concorrência, o trauma é sempre enorme.
Estátua de Sal, 21/07/2017

A comparação desleal entre Marcelo e governo


por estatuadesal
(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 20/07/2017)
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Como diria Herman José, as dinâmicas mediáticas são como os interruptores: umas vezes para cima outras vezes para baixo. E se há um mês e meio o Super Mário fazia as maravilhas dos jornalistas, que se ririam de quem não vaticinasse todos os sucessos para este governo, agora não há nada que não confirme a dinâmica do desastre. Até outra coisa voltar fazer mudar o tom. Sendo certo, isso nem António Costa ignora, que Pedrógão deixará marca permanente, mesmo que ela não seja eleitoral, é sempre bom relativizar este mundo muito próprio em que vivem jornalistas, comentadores e políticos. As sondagens conhecidas recordam isso mesmo.
A última novidade é o facto do Presidente da República ter respondido a uma carta de uma sobrevivente de Pedrógão, que justamente se queixava de várias falhas do Estado, e o governo não o ter feito. Na SIC, Clara de Sousa até perguntou a Pedro Marques se o executivo não se sentia “humilhado”. A partir disto construiu-se uma nova narrativa, diferente daquela que punha o Presidente a reboque do governo, sempre pronto para aparar os seus golpes: num mar de incompetência que assola, como nunca antes aconteceu, o Estado, há um Presidente absolutamente excecional. Uma ilha de competência e sensibilidade.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Incêndio Rural em Alijó: Intermitências no SIRESP

Incêndio Rural em Alijó: Intermitências no SIRESP

Autoridade Nacional de Proteção Civil·Segunda-feira, 17 de Julho de 2017


Na sequência das notícias divulgadas hoje, 17 de julho, em vários órgãos de comunicação social, sobre as intermitências verificadas no SIRESP - Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal durante o combate ao incêndio rural que ainda lavra no concelho de Alijó, distrito de Vila Real, a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) esclarece o seguinte:

1 – Foram registadas algumas intermitências pontuais, todavia comuns a todos os teatros de operações de grande dimensão, para as quais a ANPC de imediato acionou, através da Secretaria Geral da Administração Interna (SGMAI), uma estação móvel que já se encontrava preposicionada no Porto.

2 – Realça-se que as comunicações SIRESP naquele teatro de operações nunca estiveram comprometidas, não obstante o plano de comunicações da ANPC prever supletivamente a interligação entre os vários meios que operam no teatro de operações através da Rede Operacional dos Bombeiros (ROB).

3 – Como medida de precaução, a ANPC pré-posicionou também no distrito de Viseu outra estação móvel de comunicações que poderá ser de imediato acionada, caso se justifique, para qualquer teatro de operações da região.

Acompanhe as informações sobre os incêndios rurais, em www.prociv.pt
Portugal sem fogos depende de todos!

Comunicado enviado para o meu Twitter @alvaroteixeira

É INTOLERÁVEL O QUE SE ESTÁ A PASSAR NA NOSSA COMUNICAÇÃO SOCIAL.

segunda-feira, 17 de julho de 2017


É INTOLERÁVEL O QUE SE ESTÁ A PASSAR NA NOSSA COMUNICAÇÃO SOCIAL.


Só comparável ao tempo do fascismo salazarista. As campanhas da direita têm como porta-vozes os jornalistas, estes, para ganhar a vidinha, obedecem cegamente à Redacção e esta é subserviente aos interesses dos patrões e accionistas. Nunca a manipulação foi tão descarada. Diga-se que o Ministério Público também contribui para este estado de coisas trazendo aos jornais o resultado de investigações com séculos de existência – deviam ter vergonha de andar a pisar ovos durante anos, mas não, tudo serve para descredibilizar o Governo da Geringonça e, em última análise, o Estado – que, nos querem fazer crer são um bando de ladrões e corruptos – é falso! O Estado somos todos nós. Mas se as televisões e rádios privadas têm a sua agenda própria – os bons “shares” a qualquer preço e rapidamente para dar lucros chorudos. O mesmo não se devia passar com a RTP e demais comunicação social paga com o dinheiro dos impostos dos contribuintes que somos nós todos. NÃO ACEITO SUBSIDIAR, SEJA DE QUE MODO FOR, AS CAMPANHAS DA DIREITA. Como se pode estar constantemente a ouvir uma mulher, não digo senhora, pois já vi mais compostura em vendedoras de lugares na praça, que neste momento representa 5% da população. O seu tempo de antena devia corresponder a esses 5% e não mais. Quanto a Passos e aos seus suicídios não faço comentários. A verdade é que há assuntos importantes a discutir e com estes jornalistas não é possível. Como foi possível que os cabos de fibra óptica da PT/ALTICE estivessem alcandorados em postes por cima dos eucaliptos de Pedrógão Grande e não nas condutas que existem para o efeito e se encontravam a meros meia dúzia de metros dos postes? Para poupar dinheiro?… com vidas humanas, viu-se. Isto explica os remoques de António Costa à dita empresa. E a demora das Misericórdias em fazerem chegar o dinheiro dos apoios às populações, não lhes foi entregue mais de um milhão euros? O Presidente da de Pedrógão é candidato do PSD e foi cúmplice na invenção dos suicídios. Temos que saber isto tudo direitinho e não me parece que com esta comunicação social consigamos chegar lá. É UM IMPERATIVO NACIONAL A DEMISSÃO DA DIRECÇÃO DE INFORMAÇÃO DA RTP E O SANEAMENTO DE MUITOS JORNALISTAS E PIVOTS QUE MAIS NÃO FAZEM QUE O TRABALHINHO DE MISTIFICAÇÃO E MENTIRA QUE A DIREITA QUER. Recordo-me do Verão quente e do ambiente de permanente boataria que então corria. Isso não pode acontecer na comunicação social que todos pagamos! Não quero que se nomeiem boys, nem apaniguados, quero gente decente e imparcial a informar-me objectivamente. É um direito que todos temos. Desafio todos a partilhar este “post” e a criar uma página no Facebook bem como uma Petição para ir ao Parlamento. Só peço que tanto a página como a Petição sejam feitas com imparcialidade e apartidarismo.
Mario Gomes.
Antonio Garrochinho à(s) 08:16:00

Fonte: Desenvolturaedesacatos

domingo, 16 de julho de 2017

PASSOS, O MAGNÂNIMO EXPEDITO



por estatuadesal
(Por José Gabriel, in Facebook, 15/07/2017)
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O tempo de antena do PSD na RTP 3 - também designado, eufemisticamente, por Jornal das 12 - teve o privilégio de um triplo aparecimento do pin-dérico ex-primeiro ministro. Um dos quais surpreendendo (?) uma conversa privada passada tida , a dado passo, à mesa do Passos. Os outros dois, tiveram a forma de homilias. Para pessoas com dificuldade de compreensão das palavras do oficiante, comentadores sortidos zurziram, em sortidos estilos, o governo e os seus apoiantes. Não houve especial atenção à verdade ou à simples decência, mas a isso estamos habituados.
Das excitadas jaculatórias que enfeitaram os pouco imaginativos discursos do Passos, relevam as censuras à demora do governo na entrega dos milhões de euros - 13, segundo ele - às vítimas dos recentes incêndios. Passos não explica como faria as coisas mais lestamente, mas podemos imaginar. Posta de parte a hipótese de lançar as notas de avião, seria encontrada solução mais séria - estrutural, diria ele - caso, ó inclemência, fosse primeiro ministro. Era assim, acho eu:
- Nomeava-se uma comissão que, de pronto, escolheria as devidas sub-comissões.
- Logo de seguida, seriam decididas as pingues remunerações dos comissários, distribuídos os cartões de crédito de fundos ilimitados e deliberada a marca dos carros - já que submarinos não teriam, aqui, serventia - a comprar para todos estes elementos - com a austera limitação a duas marcas, BMW e Mercedes.
- Como as comissões não poderiam trabalhar no café e deveriam manter a independência, breve seriam inauguradas as instalações onde as actividades decorreriam, de uma qualidade consentânea com as altas funções humanitárias em causa.
- Uma vez que ambos os partidos da defunta PAF teriam membros nestas comissões, forçoso seria distribuir aos respectivos partidos a justa retribuição financeira pela cedência dos seus qualificados quadros.
- Logo depois - tudo isto se processaria num breve lapso de tempo - seria estabelecido com uma empresa privada acima de qualquer suspeita o protocolo de sub-concessão das funções distributivas no terreno, contrato esse previamente preparado por um estudo levado a cabo por uma outra empresa não menos privada.
Todo este processo seria supervisionado por uma competente e honestíssima sociedade de advogados a qual, para que se mantivesse o indispensável enlace institucional, não deixaria de incluir alguns deputados próximos do suposto primeiro ministro Passos Coelho.
- Todos estes e os mais actos cumpridos, não deixariam de, rapidamente, ser distribuídos os 13 milhões de euros. Não chegariam às vítimas, claro, mas o trabalho seria ágil, competente e proveitoso. Não se pode ter tudo...

sábado, 15 de julho de 2017

Outros tempos



por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 15/07/2017)
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Quando a PT era PT e tentou comprar a TVI caiu o Carmo e a Trindade, até deu direito aos zelosos inquéritos policiais com grande destaque nos órgão oficiosos do MP. Agora que a TVI24 vai ser comprada pelos saloios franceses e afrancesados endinheirados não há comentários, dizem que é o mercado. Desta vez não há perseguições nem inquéritos judiciais, estão todos felizes porque os montanheiros da Altice vão fazer na Media Capital o que estão a fazer na PT.
Mas neste país com elevada densidade de idiotas há quem dê crédito à declaração dos montanheiros que dizem que a Media Capital vai concorrer com o Facebook e com a Google. Até fazem lembrar o Passos Coelho quando foi ao Japão declarar que em breve Portugal iria ser um dos países mais competitivos do mundo.

terça-feira, 11 de julho de 2017

A tropa, o dinheiro e a nova censura



por estatuadesal
(Dieter Dillinger, in Facebook, 11/07/2017)
CENSURA

Ouvi o Prós e Contras e falaram generais que foram já CEME e mais Morgado e outra gente.
Todos criticam o chamado desinvestimento nas Forças Armadas e, em particular, no exército que não foi tanto que impedisse a existência de portas blindadas bem fechadas nos paióis e até cercas fortes e mais patrulhamento. Isto no caso de considerarmos que foram roubadas armas e não lixo, coisa que ninguém disse no Prós e Contras.
A Internet (Google) fornece tanta informação militar que é quase impossível ler tudo, mas, aparentemente, ninguém lê nada.
Não sabem que a Alemanha Ocidental já teve quase um milhão de homens em armas e mais dois mil tanques e hoje tem apenas 170 mil e uns 300 tanques.
A Holanda, a quem Portugal comprou 38 tanques Leopard A62 acabou mesmo com este tipo de armas porque já não se sabe bem se os blindados servem para alguma coisa devido à existência de uma vasta panóplia de pequenos mísseis antitanques altamente certeiros e destruidores.
De qualquer modo, o exército português não tem missão definida, dado terem acabado as guerras coloniais e a guerra fria. Há o terrorismo que exige maior proteção do armamento, mesmo de cartuchos sem explosivos nem balas e explosivos muito velhos.
Mas nenhuma proteção é suficiente porque qualquer maluco pode tornar-se terrorista e pegar num camião para atropelar uma série de pessoas como sucedeu em Nice e Berlim e para evitar isso não servem tanques nem canhões ou aviões. Quanto muito informação e controle antiterrorista da Internet.
As forças armadas americanas enfrentam o problema de terem milhares de ogivas nucleares envelhecidas e fabricadas há 20 ou 30 anos atrás e não sabem bem se as devem substituir ou modernizar e nem sabem bem para que serve aquilo, apesar de o louco do Kim estar a fornecer argumentos para modernizarem o seu arsenal, criando o "papão" norte-coreano que pode ser perigoso porque o ditador dinástico é portador de uma doença mental.
No fundo, toda a gente fala em dinheiro e querem mais para tudo como forma de levar Portugal outra vez para o processo dos défices excessivos e até para um resgate. Todos querem ser dignificados com dinheiro, como é evidente.
Enfim, é terrível para nós, socialistas, viver num País em que até somos governo, mas está sujeito a uma ditadura informativa férrea de inimigos do PS na comunicação social e também na magistratura e ter sondagens que apontam o PS para 40,4% de intenções de voto.
No fundo, não temos um jornal imparcial para comprar e nem um canal televisivo sério e honesto que não seja apenas anti-PS, incluindo a RTP, nem uma estação de rádio neutra. Resta-nos o consolo que a maioria do povo português não acredita nos meios de informação nem nos magistrados porque vê neles pessoas nada honestas nem imparciais, apenas células políticas tendencialmente de extrema direita, exceptuando uma vasto número que está dominado por essas células sem pensar como elas. Homens como Carlos Alexandre, Ivo Cruz. Rosário e outros controlam todo aparelho da chamada Justiça que acusa a torto e a direito.
Um ou outro meio de informação dá de vez quando um espaço muito pequeno a alguém mais favorável ao governo que faz lembrar os tempos de Marcelo Caetano em que a censura lá deixava passar umas críticas muito reduzidas para fingir que havia alguma liberdade. Hoje, a censura fascista é feita pelos acólitos de Balsemão, Azevedos e outros do "I" e do "Sol" que até intrigam contra países amigos de Portugal como Angola, julgando que ainda se trata de uma colónia portuguesa, prejudicando a vida de milhares de residentes portuguesas e das exportações nacionais.

sábado, 8 de julho de 2017

O Silêncio



por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 08/07/2017)
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Na sociedade portuguesa criou-se um dogma em torno da justiça, levando a que as várias instituições que a representem sejam tratadas como se fossem templos inatacáveis e não percebi ainda se é por causa do respeitinho típico dos portugueses ou do medo igualmente típico por estas bandas. Com muita gente a recear alguma vingança, transportando para este domínio os preconceitos religiosos, o medo do castigo de deus tem muitas semelhanças com o medo de nos metermos com os poderes judiciais.
Os políticos são eleitos e da mesma forma que são escolhidos para os cargos também podem ser facilmente destituídos, mesmo assim são vítimas de todo o tipo de críticas e processos difamatórios, estejam no governo ou na oposição. Os magistrados que não passam de funcionários públicos cuja formação inicial foi ministrada numa escola onde, segundo se soube nas notícias, o copianço abunda nas avaliações, comportam-se como sacerdotes da democracia.
Um bom exemplo da gestão do medo por parte dos magistrados sucedeu com Sócrates e não me refiro ao Caso Marquês, que parece estar a ultrapassar todos os prazos na esperança do ex-primeiro-ministro morrer de velho. Incomodados nas suas mordomias os juízes recorreram à sua absurda associação sindical para vasculharem as despesas feitas pelos governantes com os cartões Visa, na esperança de se vingarem. Ao que parece não conseguiram nada, mas não lhes faltarão oportunidades para se vingarem de Sócrates.
Sendo a única instituição portuguesa que não é alvo de críticas, a PGR faz uma gestão criteriosa da comunicação. Contando à partida com vários órgãos de comunicação social com o estatuto de oficiosos e jornalistas que gostam de fazer de porta-vozes, a tarefa é fácil, uma instituição que, por respeito medieval ou por medo ninguém critica, limita-se a gerir uma separação de poderes que parece existir num único sentido.

terça-feira, 4 de julho de 2017

Entre Pedrógão e Tancos, a enxurrada oportunista



por estatuadesal
(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 04/07/2017)

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No início, a oposição manteve algum pudor perante a tragédia de Pedrógão. Sabia-se, e era legitimo que isso sucedesse, que as coisas acabariam por aquecer. Perante tantas mortes e tantas perdas, teriam de ser exigidas responsabilidades. E a ministra da Administração Interna estaria sob escrutínio rigoroso. Do meu lado, espero por factos. Para perceber se se confirma a única coisa pela qual esta ministra pode ser diretamente responsabilizada – a descoordenação no terreno de organismos e serviços que tutela. Se se confirmar isso levará à sua demissão.
Só que a impaciência com o diabo que nunca mais vem é grande. E o caso de Tancos fez PSD e CDS perderem a cabeça. A bebedeira demagógica está ao rubro. Assunção Cristas exigiu que António Costa regressasse de férias – até o facto do primeiro-ministro ir de férias está a ser usado como sinal de desnorte no governo – para demitir dois ministros. Carlos Abreu Amorim, que tem a característica de nunca saber muito bem onde fica a fronteira do ridículo, acrescentou à lista a ministra da Justiça. Ao que parece, não chegar a acordo com organizações sindicais é razão para demissão.
A ver se o debate ganha algum tino. Para demitir um ministro é preciso haver responsabilidades políticas num qualquer acontecimento. No caso da ministra da Administração Interna poderá haver, caso se prove a descoordenação no terreno, razões para a sua demissão. Constança Urbano de Sousa tem, como ministra, funções operacionais, já que o seu ministério é a cúpula de vários serviços. A coordenação no combate aos incêndios é, por isso, antes de tudo, responsabilidade sua. Já os problemas mais profundos, relacionados com a política florestal, não se devem nem a ela nem especialmente a este governo.
O ministro da Defesa não tem funções operacionais. Não é à sua guarda que estão os quartéis ou as armas. Ou há alguma prova de que ele falhou perante exigências das Forças Armadas e isso resultou neste assalto, ou a responsabilidade é de quem tem essa função: do chefe do Estado Maior do Exército, que não é um diretor geral do ministro. No dia em que decidirmos que os ministros da Defesa são responsabilizados por questões operacionais como esta teremos de lhes dar o poder para alterarem decisões operacionais da hierarquia militar. E isso seria, como qualquer pessoa percebe, um absurdo.
Claro que podemos decidir, como alguns já decidiram, que Pedrógão Grande e Tancos correspondem a um mesmo problema, construído em torno desta ideia uma narrativa sobre os cortes no Estado. É uma ideia interessante que tem duas consequências. A primeira é que ou se prova que este governo cortou naquilo que o anterior não cortava ou a oposição não tem grande coisa a dizer. Um exemplo: se a videovigilância não funciona há dois anos com que legitimidade Cristas, uma ministra do governo anterior, que estava em exercício quando essa falha começou, pede a demissão de seja quem for? A segunda é que se a questão for essa são o primeiro-ministro e o ministro das Finanças que ficam debaixo de fogo, não os ministros que foram vítimas dos cortes.
Se não for esta a razão dos pedidos de demissão, não há como tratar Pedrógão Grande e Tancos assuntos semelhantes e Constança Urbano de Sousa e Azeredo Lopes como ministros em situações comparáveis.
É natural que, perante os bons números da economia, a oposição tente criar uma narrativa unificadora de cada caso. Mas uma coisa é assumir que, com a soma de vários factos negativos para o governo, terminou o seu estado de graça, outra, bem diferente, é criar uma amálgama política que pretende levar na enxurrada do ambiente que se vive tudo o que apareça pela frente. Se exigimos rigor, temos de ser rigorosos na forma como o exigimos.

domingo, 2 de julho de 2017

Semanada



por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 02/07/2017)
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Numa semana em que se poderia estar a debater quantos mortos e assaltos serão necessários para que Passos Coelho consiga ressuscitar, eis que alguém que anda na política há décadas e que até foi primeiro-ministro, decidiu inventar suicídios para conseguir culpabilizar um governo. Foi puro oportunismo político que serviu para se perceber a pequena dimensão do líder do PSD, ou o baixo nível de alguns dos seus candidatos autárquicos, como o provedor da Santa Casa de Pedrógão Grande.
Um dos maiores sinais de que o país mudou para muito melhor com a Gerigonça está no facto de ninguém ter comentado o pagamento antecipado da dívida ao FMI e o relatório simpático desta organização. Nos tempos de Passos isto daria direito a um orgasmo em direto de Paulo Portas e a mais um convite a Maria Luís para falar num seminário em Berlim, senão mesmo para a entrega de uma pasta de vice-presidente da Comissão Europeia, à senhora.
O PSD anda tão ocupado com as desgraças que até já se esqueceu das mensagens de Centeno ou das offshores, a falta de programa de Passos leva a que o PSD se comporte como um predador oportunista, que opta pela preguiça e a preferir ser necrófago. O PSD não tem agenda, não tem propostas, não tem ideias, marca as suas intervenções em função do telejornal da noite da véspera.
Passos usa as autárquicas para sobreviver e canibaliza o espaço e a imagem dos seus candidatos autárquicos. Nunca se organizou tantas convenções distritais e cerimónias de apresentação de candidatos, mas em nenhuma delas o país ouviu uma proposta autárquica ou viu a cara do candidato.
A campanha do PSD está transformada num road show de Passos Coelho, onde se fala do que foi notícia nos dias anteriores. É de tal forma que ninguém tem a mais pequena ideia de quem é o candidato do PSD no Porto, e até uma tal Teresa Leal qualquer coisa desapareceu.
Quem ganha com o comportamento de Passos Coelho é Assunção cristas que convidou Marcelo para ir a Bruxelas beber um copo acompanhado de uma sandes de courato nacional oferecida pela CAP. Enquanto Passos parece rezar para que morra alguém, a líder do C DS passa uma imagem construtiva, enquanto a líder do CDS propõe soluções o líder do PSD não esconde o desejo de ver desgraças.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Qual a cor do sangue da Judite?



por estatuadesal
(Joaquim Vassalo Abreu, 28/06/2017)
JUDITE
Eu sei, mas só o revelarei no fim do texto, e quem o antecipar estará a fazer batota e isso não vale!
A mim há duas coisas que sempre me fizeram confusão: uma a cor do meu sangue e outra a cor do cavalo branco de Napoleão! E coisas mais banais não haverá, não acham?
Confusos? Eu explico: em primeiro lugar porque sempre me convenci que o meu sangue era vermelho e assim o constatava quando, em pequeno, dava uma “topada” (batia com o dedo grande do pé numa pedra ou outro obstáculo) e dali jorrava um sangue vermelho que só a sulfamídica terra curava. Vermelho, sem dúvida! A outra era saber da cor do cavalo branco do Napoleão quando ele era branco!
Era branco o cavalo, tal como o sangue era vermelho. Duas verdades para mim absolutas! Isso pensava eu…
Pois: isso pensava eu! Mas, mais tarde, quando comecei a namorar com a Graciete, comecei a ouvir dizer que ela era de sangue azul! Azul, perguntei eu? Eu que pensava que ela era do Sporting e, sangue por sangue, o dela era vermelho? Mas depois soube que isso do “sangue azul” era treta, pois não era Portista e era apenas descendente dos Viscondes de Bacelar…Sangue deles, portanto!
Mas depois descobri que o seu sangue era mesmo vermelho, pois eu amiúde bem o via…
Só que agora, há uns dias atrás, deu-se-me de novo um nó no meu occipital quando li na Net aquela notícia da TVI que dizia que o Medina tinha “sangue comunista”, pois era filho de comunistas! “Sangue comunista”? Então, sendo o “azul” uma treta, para além do vermelho, ainda haveria mais espécies de sangue? Não deverá haver quem, não dominando estas coisas dos sangues, não ficasse confuso! E eu fiquei!
E fiquei porque quem estava a dar a notícia era uma tal Judite e, retrocedendo na máquina do tempo, lembrei-me que ela morava por baixo de uma cunhada minha em Gaia e toda a gente sabia que o pai era comunista!
Assim, a TVI, sem o saber(?), abriu uma caixa de pandora e classificou também a Judite com esse novo tipo de sangue…É que a TVI ao reclamar que o sangue do Medina era “comunista”, acabou por dizer, preto no branco, que o da Judite também o era! Achei bonito…
Eu essa expressão nunca tinha ouvido, mas há uma outra que conheço e talvez isso explique e que é a de “estar-lhe no sangue”!
Mas, pensando melhor, sendo essa expressão abrangente que chegue, ela não se poderá aplicar a este caso pois, partindo do princípio de que o sangue é mesmo vermelho, tal resultará numa redundância insanável e numa conclusão óbvia e cuja é: se o ser-se comunista é consanguíneo, eu e outros mais, não o sendo, mas sendo comunistas, que raio de tipo de sangue terei ou terão? Verde, por ser sportinguista? Azul para alguém que é Portista? Neto ou bisneto de Condes e Viscondes?
É que os meus Pais não eram comunistas, nem benfiquistas tão pouco, de modo que eu, não tendo esse privilégio, só poderei ter um sangue vermelho abastardado, por mais que vermelho me sinta, bem ao contrário do Medina que o tingiu de rosado!
De modos que a Judite, certamente bem avisada, tanto pela Prada, como pela Louis Vuitton ou pela Hermes ,e com o seu alto patrocínio, há muito o problema resolveu e fez uma transfusão.
Eu sei que isso lhe provocou algumas sequelas, principalmente na linguagem, na maneira de falar, enfim, mas o seu sangue ficou para sempre LOIRO!
O seu sangue é LOIRO e o Loiro está-lhe no sangue…Um sangue loiro varrido!

terça-feira, 27 de junho de 2017

Sebastián Pereyra no meio do fogo



por estatuadesal
(Francisco Louçã, in Público, 26/06/2017)
louca
Francisco Louçã
Do nosso correspondente na Andaluzia (ou em Madrid, não se sabe) – Património universal da UNESCO, a reserva de Doñana está a arder há vários dias. No terreno, é o caos. Já foram retiradas duas mil pessoas e há estradas fechadas que isolam 50 mil pessoas na estância turística de Matalascañas. Segundo um jornal de Madrid, parece que a localidade de Mazagón “praticamente se esvaziou de gente”. E ainda se espera que algum dirigente partidário anuncie suicídios imaginários.
Várias fontes anónimas confirmaram a este jornalista, também anónimo, que estão a ser preparadas desculpas esfarrapadas para proteger a incompetência das autoridades. Escreve por exemplo o PÚBLICO em Lisboa: “‘Há um vendaval’, disse por telefone ao El Pais, a partir do local, Juanjo Carmona, da organização de defesa do ambiente WWF, sem que quase fosse possível perceber as suas palavras, por causa do vento”. Um responsável ambiental do governo da Andaluzia, que vai pelo nome de José Fiscal, disse que “tudo aponta que a mão humana esteja por detrás” do incêndio, pois que “ontem à noite não se detectou nenhum raio na zona”. Vento a mais e fogo posto, são as desculpas de sempre.
O meu colega português e quase homónimo Sebastião Pereira, também ele sob pseudónimo, encontrou a mesma muralha de justificações no caso do incêndio luso de Pedrógão Grande. Fogo quente, vento forte e impreparação dos meios locais também foram evocados. Do mesmo modo, as autoridades da Andaluzia queixam-se agora das condições naturais mas também da letargia do governo central, que no passado recente foi impondo cortes aos serviços florestais, corpo de guardas especializados e outros meios de prevenção e de combate aos incêndios.
No meio deste labirinto de justificações, admitem as nossas fontes anónimas que a desastrosa gestão da tragédia poderia por fim à carreira política do primeiro-ministro Mariano Rajoy, que tem sobrevivido à prisão de alguns dos dirigentes do seu partido por acusações de corrupção, mas que dificilmente escaparia à condenação da opinião pública pela inacção na defesa da floresta.
No entanto, alguns comentadores anónimos sugerem que as críticas ao governo Rajoy são inspiradas anonimamente por agentes de Lisboa, dado que o governo luso teria levado a mal a pressão do Partido Popular espanhol que, temeroso sobre o resultado da recente moção de censura e registando a derrota nas primárias do PSOE de Susana Diaz, presidente da Andaluzia, contra Pedro Sanchez, partidário de uma iniciativa parlamentar para afastar Rajoy, procuraria atingir António Costa através do meu colega anónimo e só para evitar precedentes embaraçosos. De facto, o artigo de Sebastião, anónimo, serviu sobretudo para ser citado por alguma imprensa portuguesa como prova da vaga de indignação que estaria a varrer Espanha, o que é sempre deveras ameaçador, sobretudo se a dita vaga for anónima.
Ainda sob anonimato, as nossas fontes reconhecem que tudo é muito confuso, mas acrescentam com algum indisfarçado pesar que é assim a “entente cordiale” ibérica, na boa tradição de procurar defenestrar os maus exemplos.
Sebastián Pereyra, anónimo
Nota esclarecedora: “Sebastián Pereyra” é um jornalista conhecido da nossa redacção, que escreve sob pseudónimo por razões que não vêm ao caso e que só a incompetência do presente cronista permite vislumbrar no caso vertente. Sebastián prossegue a melhor tradição ibérica de reportagem anónima e, se nos perguntarem , já sabem a resposta, ninguém nos dá lições.

sábado, 24 de junho de 2017

O “VOYERISMO” e os “BITAITES”!



por estatuadesal
(Por Joaquim Vassalo Abreu, 23/06/2017)
bitaites
Enfim, no meu retorno à escrita, não pensava falar de coisas destas, tão arredias da minha forma de ser e pensar elas são. Mas, dadas as circunstâncias, apetece-me sobre elas algo dissertar, precisamente porque, não coincidindo com a minha maneira de ser e estar, elas, pelos vistos, têm de tal modo vindo a ganhar protagonismo no “mainstream”, redes sociais e comunicação social, que talvez valha a pena algum tempo com elas dispensar. E algumas palavras dizer!
Primeiramente, e por uma questão de verdade e sanidade, é preciso reconhecer que todos nós temos, bem no fundo da nossa essência, algo de “voyeristas”! E quem disser o contrário…isso mesmo! E todos temos também tendência para mandar “bitaites”! É da natureza humana!
Só que uns fazem um esforço, mesmo ocasionalmente cedendo, para disso não terem amarras, e outros cedem e fazem disso coisa de vida normal…Também é da natureza humana. Mas mal…
A questão pode-se colocar em várias vertentes, diria até que variadíssimas, mas vou-me ater apenas a uma ou duas.
Comecemos pela imprensa escrita. Eu todos os dias apenas leio, antes de me deitar, as capas dos jornais. Mas cedo a lê-las todas, inclusive as do Correio da Manhã e do “I”. Pelas do Desporto já só passo mesmo de soslaio. Mas, ao mesmo tempo, quando estou em casa, e tenho estado pouco, e nesse tempo em que não tenho estado nada tenho visto ou ouvido, cedo sempre à tentação de fazer o tal de “zapping”. Só que, e esta é a minha verdade, aí não cedo a ficar na TVI 24 quando passa a noite a falar de casos de polícia e ultrapasso a correr todos os restantes canais até chegar à Sportv. E, se aí nada de interessante ocorrer, desligo mesmo a TV. É assim, quer acreditem ou não!
Como me mantenho informado? Simples: tal como escrevi no meu Facebook, a melhor maneira de estar informado é nada ver ou ouvir e ler apenas coisas de pessoas que pensam e são independentes, inteligentes e formadas…Se assim estou informado? Totalmente! Como o que quero e, francamente, não gosto de “palha”! Esse alimento é para outros…
Há dias, numa reunião familiar a tocar o completo, relembrando a minha e nossa Graciete, em conversa amena sobre estes temas, diante de pessoas da Família , uns Professores de Direito, outros gente da Economia e outros formados na Vida, eu declarei, alto e bom som: “ Eu não sei se sou o único, mas devo ser dos poucos que se podem orgulhar de nunca ter cedido à tentação de ter ouvido qualquer escuta ou ter sequer lido quaisquer transcrições (ilegais) de todos esses processos mediáticos que, de há anos a esta parte, tanto têm sido propalados em toda a comunicação social. Uns mais privilegiadamente que outros, sem dúvida, mas todos. Nunca cedi a ouvir nem ler nada. Seja do “Apito Dourado”, seja da “Operação Marquês”, seja da do “ Ferro Velho”, seja dos “Emais”, seja do raio que o parta…disso nada sei e continuo sem saber! “
Todos algo já tinham lido ou ouvido! E quase todos formaram uma pequena opinião que fosse…nem que tal fosse ditado pela tal inércia…O que nunca me impediu de ter a “minha “ opinião!
Eu posso orgulhar-me que, nesse aspecto, nunca cedi. E porquê? Porque tudo aquilo foi obtido, cedido, entregue, adquirido, ou seja lá como tenha sido, de forma ILEGAL! E nisso nunca transigi!
Pecador? Sou com certeza e logo no início o admiti. Mas há limites. Como os há ou deveria haver no chamado “Jornalismo”.
Por exemplo: eu, que já vou fazer 64 anos no próximo mês, sou do tempo em que, não existindo ainda “redes sociais”, escolhíamos o Jornal para ler pela sua qualidade. Pela qualidade dos seus jornalistas, dos seus comentadores, dos seus colaboradores e pela qualidade literária que apresentavam. E tínhamos a Capital, o Diário de Lisboa, o Jornal do Fundão etc, e neles colaboravam todos os que de melhor havia nas Letras e nas Artes. A qualidade era a bitola!
E hoje? O que sucede hoje? Precisamente o contrário: a bitola, tanto nos jornais como, infelizmente, nas TV´s, é precisamente o contrário: quanto mais sórdido melhor. Quanto mais “vouyerista” melhor. E ultrapassa-se tudo em nome da concorrência e das audiências…e vale tudo… Até ceder na sua própria dignidade…Enfim…
Não, não vale tudo! Pelo menos para mim, e espero que para a maioria dos meus Amigos, não vale tudo.
A nossa Dignidade, a nossa Lucidez e a nossa Clarividência como Homens livres e conscientes do nosso dever enquanto tal, a isso não se podem permitir…
Pecadores, sim, agora agentes do retrocesso civilizacional? NUNCA!
E não falei de “incêndios”, essa coisa tão nova e recente…

A agenda do rescaldo



por estatuadesal
(Francisco Louçã, in Público, 24/06/2017)
louca
Francisco Louçã
Estamos em rescaldo do incêndio, depois de 64 mortos e muitos feridos, 150 famílias desalojadas e 46 mil hectares ardidos. O drama é demasiado e não se pode fechar os olhos. Já chegou a hora da política.
Começo pelas críticas a Marcelo. Na minha opinião, o Presidente fez bem em ir imediatamente ao local e em incentivar os que combatiam o incêndio. Acho desprezível o ataque que lhe foi feito em poucas horas por um deputado do CDS e por outros mandarins da direita. No mesmo sentido, a sugestão de um deputado do PSD (parece que vice da sua bancada) de que os feridos se curam depressa demais entra no domínio do Alien contra Predador.
Em contrapartida, Passos Coelho e Assunção Cristas foram cuidadosos nos primeiros dias. Tinham boas razões para isso, além do natural respeito pelos mortos e pelo sofrimento de quem ainda via o incêndio à porta. Quanto à dirigente do CDS, ela teme mais do que tudo que a sua passagem pelo ministério da agricultura, em que promoveu a extensão do eucaliptal, se torne um centro de atenção.
E ela como Passos Coelho temem ainda que o caso SIRESP seja tóxico para os partidos que criaram o negócio, que foi assinado já depois de o governo PSD-CDS ter perdido as eleições de 2005 e favorecendo um centro de negócios de homens do PSD (a SLN, dona do BPN), ao preço de 485 milhões, que terá sido cinco vezes o devido segundo o PÚBLICO de então, além de se assegurar uma renda de 100% na manutenção, pagando o dobro do devido (e que os governos PS aceitaram). Soube-se agora, também pelo PÚBLICO, que Passos Coelho pôs na gaveta uma redução de 25 milhões, já negociada com o consórcio do SIRESP. E, já agora, o SIRESP não funciona.
O PSD e o CDS, bem como o PCP, têm ainda outro problema em mãos: é que durante o ano, apesar das promessas solenes do final da época de fogos de 2016, escolheram não apresentar qualquer projecto no parlamento. Podem naturalmente alegar que a lei actual é suficiente, mas isso deixá-los-ia em situação difícil, forçados então a rejeitar as propostas que estão em consideração há vários meses – e é impossível alegar que está tudo bem e é só questão de corrigir meios e práticas para salvar a floresta.
O governo reagiu depressa, percebendo o caos que estava instalado na frente de combate ao fogo, envolvendo os ministros necessários e coordenando entre o primeiro-ministro e o presidente o apoio às populações. Mas hesitou no apuramento dos factos, mesmo que António Costa, com o seu instinto, tenha vindo a aceitar a sugestão de uma comissão independente. Ora, entendamo-nos: uma comissão parlamentar, que é o que o PSD propõe, é vagamente inútil. O que o governo devia ter feito era nomear logo uma comissão presidida por uma personalidade independente e com prestígio indiscutível, com o mandato de investigar as falhas de coordenação e os erros cometidos e de fazer recomendações num prazo curto.
Há ainda outro agente político que entrou em cena, e dá-se menos conta dele: as empresas do eucalipto estão a mover-se para proteger o seu baú. Cuidado com elas, são o poder sombra da floresta. Precisam que nunca entre na agenda política a única medida estrutural que salva Portugal: a reflorestação com a redução forçada das manchas de eucalipto e a reorganização da economia da floresta para sustentabilidade e a protecção dos pequenos proprietários. Por isso, querem aproveitar a necessidade de posse administrativa dos terrenos abandonados para um movimento de concentração da propriedade, à espera de um novo governo que lhes favoreça a eucaliptização, na esteira de Passos e Cristas. Assim, as leis que estão a ser discutidas devem ser muito bem ponderadas, e creio que a esquerda deve rejeitar qualquer caminho que conduza ao benefício dos eucaliptocratas. Não estamos livres disso.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

O rei dos camelos


por estatuadesal

(Dieter Dilinger, in Facebook, 23/06/2017)
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Foto: Prof. Drªa Constança Urbano de Sousa, a mulher de fibra que sabe COMANDAR. Pode bem adquirir o título de "La Comandante" por todos os militantes socialistas.

O jornaleiro Camelo Lourenço no Negócios de hoje (aqui) viu já o governo de António Costa desmoronar-se completamente.
Diz que tudo parecia correr de feição para António Costa e nos espaço de seis horas tudo mudou por causa dos incêndios.
Acrescenta que Costa resolveu com ligeireza uma série de crises que, não diz, mas foram heranças do GOVERNO PASSOS-PORTAS como o Banif, o BES, a CGD, etc.
O Camelo descreve com REGOZIJO a estrada que não foi cortada e conduziu os carros para um "crematório a céu aberto" (palavras do Camelo). Refere-se à ministra do Interior como patética e mais estupidezes deste quilate típicas do escrevente mais estúpido da nossa praça.
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Pergunta onde estava o BE e o PCP nesta tragédia. Tem razão, não estavam lá nem tinham de estar dado que não são governo como não estava o PSD nem o CDS. Estava apenas o Governo do PARTIDO SOCIALISTA com António Costa e Constança Urbano de Sousa mais Capoulas Santos a COMANDAREM e DIRIGIREM as operações.
O povo já tinha reconhecido nas sondagens quem é são os governantes e deu-lhes mais de 44% de intenções de votos e cerca de 20% ao PSD e os habituais cerca de 8% aos restantes.
Ao enfrentar as situações adversas com coragem e permanecer no posto é que se vê a FIBRA de quem governa.
Constança Urbano Sousa não se demitiu como queria ontem o idiota Celso Filipe do mesmo jornal.
Ao leme só se pode estar quem seja capaz de enfrentar tempestades e OS PIORES MOMENTOS SEPARAM os péssimos - como os críticos da Cofina tipo Camelo Lourenço, Passos Coelho, Cristas e outros -, dos verdadeiros heróis, os bombeiros, a GNR e quem os comandou 24 sobre 24 horas como fez a ministra Constança Urbano Sousa e o Primeiro Ministro mais outros membros do Governo.
De cobardes faladores como o Camelo Lourenço não reza a história.

Olhos não veem, coração ainda sente



por estatuadesal
(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 23/06/2017)
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Com diretos ininterruptos seria expectável que as televisões nos dessem, nos últimos seis dias, todos os ângulos do que está a acontecer em relação aos incêndios. Comparassem a situação da nossa floresta com outros países para perceber em que dimensão falha. Fizessem reportagens sobre os meios para percebermos se são suficientes e se o modelo de bombeiros voluntários é o melhor. Compreenderíamos, com trabalhos aprofundados feitos por jornalistas, os efeitos da ausência de cadastro, do minifúndio, da desertificação, do tipo de florestação, da dificuldade em garantir a limpeza. Os limites da intervenção do Estado e das autarquias, o poder das empresas de celulose e a racionalidade económica desta escolha. Com todos os meios concentrados nos fogos, as televisões poderiam começar a dar-nos o material para o debate que temos de fazer. E não chega convidar especialistas para falar. O trabalho de reportagem não é só o direto onde há ação. Se é para termos um banquete de informação que seja variado.
Mas as horas de diretos não têm essa função. Elas estão no domínio do espetáculo. Substitui a novela pelas notícias. Deixei de ver os diretos dos incêndios logo ao fim do segundo dia. Por um enorme cansaço. Cansaço pelo permanente apelo à emoção, em que jornalistas se tornam poetas e a tragédia real de pessoas reais tem banda sonora.
Cansaço pelo incómodo de ver jornalistas a pedirem às pessoas para relatarem o seu próprio sofrimento, em direto, ao ponto de lhes travarem a fuga com perguntas imbecis. Não me esqueço da imagem de um homem a ser puxado por mulheres para abandonar a casa com um jornalista plantado à sua frente, a apontar o microfone para um rosto ausente. Cansaço com a substituição do jornalismo anónimo, que relata e mostra ficando atrás da câmara, pelo estrelado que usa a tragédia como cenário e o cadáver como um adereço, e transforma o jornalista em protagonista.
O caso mais extraordinário causou indignação a muitos telespetadores, mostrando que o cidadão comum tem mais noção dos limites do que muitos jornalistas. Mais do que a exibição de um cadáver tapado – apesar disso ser discutível –, o problema é um cadáver ser transformado em adereço de um “vivo” de Judite de Sousa, na mais macabra exibição de desrespeito que se pode imaginar. Mas tem razão a TVI quando diz que não são os únicos a falhar e recorda que até houve quem exibisse a fotografia de uma criança que tinha morrido, mesmo sabendo-se que os seus pais nem sequer estão em Portugal.
Numa comunicação social em crise, que viu nesta tragédia um momento para respirar, os tropeções têm sido muitos. Temos falado e vamos continuar a falar de tudo o que falhou nos bombeiros, na proteção civil, no Governo. Mas pode dizer-se que a comunicação social não está a passar neste teste. E o jornalismo escrito foi o único que, apesar de algumas falhas graves, cumpriu minimamente a sua função.
Fiquei cansado porque já nada de realmente informativo me estava a ser dado. Só dor, para que a dor me prenda ao televisor. Em doses repetitivas até já não ser dor nenhuma. Até ser apenas uma coisa que se possa transformar num hashtag.
Para defender a minha capacidade humana de continuar a sentir compaixão pelos outros desliguei a televisão. Às vezes é preciso ver menos para se continuar a sentir. Também estou, como Henrique Monteiro, farto de histórias sobre sobreviventes e mortos do fogo. Preciso, nas televisões, de jornalismo com menos sentimentos e mais informação.