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segunda-feira, 31 de julho de 2017

Os “Porta-voz” de Salvador Malheiro causam polémica


Comentário do Dr. Artur Duarte ao discurso proferido ontem, 30 de julho, em Válega, pelo presidente da C.M Ovar, Salvador Malheiro:

TIQUES BAFIENTOS
O PSD cada vez mais se vai afastando dos seus princípios fundadores, deixando para trás, e muito longe, a social-democracia, correndo apressadamente para os braços da direita mais revanchista.
Parece que a nova geração de líderes estudou pela mesma cartilha, pois, ou revive temas de segregação étnica, ou faz ultimatos inconsequentemente patéticos ou promove vitórias com chapeladas de militantes de última hora.
Mas há mais, o novo “homuspê-s-dê” convive mal com a democracia, e então a alternância que ela sugere, é uma chatice; se estão no poder, mesmo não fazendo obra que se veja, nada nem ninguém é mais competente, simpático, experiente e melhor guardião do povo, e os que se atrevem a desafiar esse poder instalado, são apelidados de paraquedistas, incompetentes, arrivistas e sei lá mais bem o quê.
Se encontram alguém a quem não possam apelidar de inexperiente, então a música muda de figura, pode ter experiencia, mas não tem título, não é engenheiro e ainda para mais civil, tem de ser afastado, não tem a alta experiencia do engenheiro que afinal não exerce – obras feitas!
A estes novos “homuspê-s-dês” o interlocutor tem de ser manso, e concordar com tudo o que o chefe ordena, se atribui um subsídio aos amigos e reduz a ¼ o que atribui aos adversários, é a vida, não há que questionar a liberalidade de sua senhoria. E se alguém, dirigente de associação beneficiária de subsídios, fornecedor ou funcionário da camara e juntas de freguesia, tiver a ousadia de não apoiar Sua Excelência, o facto é relevado e devidamente comunicado pelo “apparatchik” do regime, com a célebre frase, o patrão não gostou ou vai gostar.
Entretanto como não fez coisa nenhuma para além de concluir o que os outros lhe deixaram, a festa contínua devidamente reportada por um funcionário roliço, calceteiro frustrado, que vai tirando umas fotos que possam ser publicáveis na propaganda do “face” de sua Excelência."


Reproduzo, na íntegra, os “Posts” colocados no Facebook, bem como a resposta aos mesmos do Dr. Artur Borges Duarte. Os erros ortográficos não foram corrigidos pelo autor do Blogue.

Facebook © 2017
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12 h ·
Se há coisa que me irrita, é a falta de memória e a ingratidão!
A ingratidão de alguns, que no passado " sugaram" tudo o que podiam, através de favores pessoais e a troco sabe se lá de quê!
Há alguns exemplos desses...
Mas já se esqueceram...
Viver no fausto e na aparencia...longe do povo, uma classe à parte...investir com favores...e ainda por cima investir e sem capacidade!
Agora...são os inimigos, noutros tempos eram os amigos que lhes faziam favores atrás de favores!
Revoltados com a vida...hoje criticam...falam em falsidades!
Um dia destes conto uma história!
Não inventada, uma historia real, com alguns anos é certo, mas real!
Uma historia que sei, e que conheço bem!
Os benefeciários e quem benefeciou!!!!!!
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Comentários
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Fernando Dias "Um dia destes conto uma história!", vou gostar de ler...
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Daniel Ferreira Polónia A história está aqui: https://www.publico.pt/.../investvar-de-campeao-nacional... Com artistas bem conhecidos da praça, e outros menos conhecidos mas que (ainda) detêm alguma influência.
No final de 2008, chegaram à comunicação social os primeiros sinais de uma crise testemunhada pelos salários em atraso e à medida que os prejuízos de acumulavam deteriorava-se a relação com os donos da marca Aerosoles, cujo contrato de representação viria a chegar ao fim a 28 de fevereiro passado.
PUBLICO.PT
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Daniel Ferreira Polónia Em abono da verdade, soube rodear-se dos artistas certos para agradar aos regentes de serviço na altura. E, como homem de negócios, não tem nada que se lhe aponte. Apenas fez o seu trabalho. Já quanto aos artistas e decisores ...
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Resposta do Dr. Artur Borges Duarte


Artur Duarte
· 7 h ·

Fui fundador e principal responsável pela instalação em Portugal de uma das maiores histórias de sucesso da industria de calçado em Portugal, criámos, com o pouco capital que tínhamos, e com muito, mesmo muito trabalho, aquele que durante mais de uma década foi o maior exportador nacional do sector.
Tenho muito orgulho desse percurso, que produziu efeitos muito positivos e durante muitos anos para a economia nacional e local, permitiu dar trabalho, só em Portugal e durante m...ais de duas décadas a mais de 1500 pessoas. As nossas empresas foram sempre socialmente responsáveis, e soubemos durante os anos de sucesso compartilhar os bons resultados com os nossos trabalhadores e com a comunidade onde estávamos inseridos.
Durante muitos anos fomos um importante sustentáculo de muitas coletividades e associações do concelho de Ovar.
Por razões de uma crise que desvalorizou fortemente o seu património imobiliário, o grupo de empresas entrou numa situação financeira difícil que fez com que os sócios fundadores perdessem a maioria do capital e a estratégia da empresa passasse a ser conduzida por outras entidades, que infelizmente não conseguiram ou não quiseram recuperar o grupo.
Agora que aceitei o convite para me candidatar ao executivo camarário de Ovar, não quero deixar de reafirmar esse orgulho e dizer claramente que não me candidato a receber lições de quem nada provou, sobre como identificar as necessidades e apoiar as nossas gentes e colectividades.
E se alguém pensa que tentando denegrir a minha imagem, me vai coartar a possibilidade de denunciar as situações com que não concordo e fazer as propostas que entendo serem as melhores para o concelho de Ovar, esqueçam, não me vão calar!

___________________________************___________________________
NOTA: O autor do Blogue foi apelidado de radical, por ter publicado um artigo "O salazarismo anda à solta em Esmoriz". Assim pergunto: "O radical sou eu"?

domingo, 30 de julho de 2017

Falsa semanada



por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 30/07/2017)

Julho foi o mês das falsidades pelo que a melhor forma de o terminar é com uma falsa semanada:
O comandante de Tancos decidiu colocar um aviso junto ao buraco da vedação anunciado que aceita devoluções, bastando para tal que os ladrões apresentem os devidos comprovativos. O comandante prometeu ainda aos ladrões que os paióis serão geridos com o mesmo rigor que a zona dos iogurtes do supermercado, todos os equipamentos terão uma etiqueta indicando o prazo de validade e se algum produto não for retirado esse prazo, os utentes podem fazer queixa na ASAE ou pedir o livro amarelo do paiol junto do oficial de serviço.
Ao fim de uma semana de estar desaparecido e quando o deputado Amorim já sugeria que tinha sido umas das vítimas que António Costa escondeu no galinheiro dos pavões, na residência oficial de São bento, ao mesmo tempo que Ricardo Costa mandou um jornalista estagiário do Expresso verificar as listas da maluquinha dos cem mortos, para se certificar que o líder do PSD não estaria contabilizado como uma das vítimas de Pedrógão, eis que os fuzileiros encontraram o líder do PSD, estava numa aldeia remota de Pedrógão, tentando convencer a população a não se suicidar, podiam ficar descansado porque daqui a 6 anos, quando voltar ao poder o Estado vai cumprir com as suas obrigações.
Passos prometeu num jantar de lombo assado que com os seus governos os portugueses não esperam um ano por uma pensão de sobrevivência,. Aliás, por nenhuma pensão. Se voltar ao governo resolve o problema na hora acabando com as pensões de sobrevivência, pelo que os velhotes deixam de estar preocupados. Caramba, na hora das decisões é com Passos Coelho que os pensionistas contam!
Depois de se ter associado a Passos Coelho e à maluquinha dos cem na preocupação com as vítimas não contabilizadas dos incêndios, a líder do CDS prometeu dar sentido aos seus valores cristãos e promoverá uma missa na Sé de Lisboa em memória das vítimas dos incêndio, incluindo aqueles que por se terem suicidado morreram em pecado. Passos Coelho, em solidariedade pelos que ele próprio encontrou mortos depois de se terem suicidado, estará presente na missa. Marcelo informou que não estará presente, ao que parece só vai a procissões.
Passo Coelho assegurou que os serviços públicos funcionam agora pior do que nos tempos do resgate, com destaque para o SNS. O líder do PSD assegurou que os mortos nas urgências dos hospitais nos tempos do Paulo Macedo faleceram na sequência de suicídios e que a recusa em tratar os doentes com hepatite C  não aconteceu, foi mentira de 1.º de Abril.

sábado, 29 de julho de 2017

Sinais de Fogo



por estatuadesal
(Miguel Sousa Tavares, in Expresso, 29/07/2017)
fogo
ILUSTRAÇÃO HUGO PINTO

1 Portugal arde sem cessar. Arde visto de terra ou do ar, arde dia e noite, semana após semana, Verão após Verão, ano após ano. Se isto é uma guerra — e eu acho que é — estamos a perdê-la em toda a linha.
Mas Portugal arde também nas televisões, que dia a dia, incessantemente, nos bombardeiam com as imagens dos incêndios, substituindo com elas a falta de notícias da época, enchendo os ecrãs de labaredas de tragédia que potenciam audiências, fazendo dos jornalistas uma espécie de repórteres de guerra, sempre em busca da imagem mais dramática ou do drama humano mais pungente. Sentados no sofá, impotentes e silenciosos, assistimos a isto com a sensação de fatalidade de uma morte lenta e previsível.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Sordid season



por estatuadesal
(João Quadros, in Jornal de Negócios, 28/07/2017)
quadros
Infelizmente, este Verão, uma pessoa tem a televisão ligada e parece que tem uma daquelas lareiras falsas. Impressionante, em termos estatísticos, é ainda não ter ardido nenhuma padaria portuguesa. Mas é triste e medonho ver cavalgar politicamente o número de mortos de Pedrógão.
Esta foi uma semana de política necrófila. Fiquei assustado. Porque uns indivíduos que acusam o Governo de esconder mortos para não perder a popularidade são capazes de tudo, incluindo usar mortos para serem populares.
Do nada, o jornal Expresso fez manchete com os mortos da tragédia de Pedrógão Grande, afirmando que seriam mais do que o que havia sido divulgado. Segundo o Expresso, havia pelo menos uma senhora que foi atropelada, um senhor que morreu passado um mês com tuberculose e um indivíduo no Feijó que saiu à pressa da banheira para ir ver o incêndio de Pedrógão, na CMTV, e escorregou no chão molhado. No Expresso, um colunista falava em 100 mortos e demissão do Governo. Até no jornal Crime diziam - "eh pá, 100, calma, isso é demasiado sensacionalista." O jornal Expresso devia usar aquela calculadora da devolução da taxa extra do IRS para contar os mortos de Pedrógão.
De imediato, Hugo Soares, como um javali numa loja de porcelanas, deu 24 horas ao Governo para divulgar a lista nominal dos mortos. O PSD ameaçava contratar uma espírita para contar os mortos de Pedrógão. Hugo Soares queria estrear-se com uma entrada a pés juntos e só faltou exigir uma lista nominal de mortos, até agora, no Game of Thrones, e dar 24 horas a Paco Bandeira para revelar o número de discos que queimou.
Depois da divulgação da lista, pela PGR, Hugo Soares disse: "Finalmente foi posto um ponto final numa especulação criada pelo Governo." Criada por quem?! Estão a confundir os Costa. Este é o irmão, o do Expresso. Eu tenho uma lista de 64 nomes, que gostava de chamar ao Hugo Soares. A esta hora, está a desgraçada da mulher do Hugo Soares a querer dormir e ele a ler a lista dos mortos - "Ao menos, vai para a sala ver o Walking Dead". "Sozinho, não consigo. Tenho medo. Vou levar o sapo de peluche que o André Ventura me ofereceu."
Esta estratégia de transformar a "silly season" numa "sordid season" começou com os suicidas de Passos e continuou com os mortos escondidos pelo Governo. Toda esta celeuma nasceu de uma lista publicada no facebook por uma empresária que tinha andando a contar campas frescas. O chamado jornalismo de investigação.
A notícia tinha por base a informação de uma empresária fixe que estava a pensar propor um monumento às vítimas de Pedrógão e tinha feito uma lista de pelo menos 73 mortos no facebook, mas afinal havia repetidos. Eu imagino o estado em que está a contabilidade da empresária de Pedrógão. No estado a que isto chegou, estamos com sorte, porque ainda nenhum jornal se lembrou de aproveitar a tragédia e fazer uma colecção da panini com as vítimas de Pedrógão.

TOP-5
Esgravatar sepulturas
1. Pedrógão Grande: Assunção Cristas não exclui moção de censura ao Governo.Caso não esteja bom na praia.
2. Passos Coelho diz que o PSD precisa "pôr todas as forças no terreno". Vão limpar matas.
3. Marques Mendes "anuncia" descida da taxa de desemprego em maio para 9,4%. Só ele tem 20 empregos.
4. Vaticano fechou as fontes devido à seca prolongada em Itália. É rezar para que chova. É o sítio indicado.
5.  A "empresária" que "conta mortos" é a dona da Dialectus, empresa que ficou a dever mais de 250 mil euros a trabalhadores. O melhor é ela fazer um memorial a quem ficou sem a massa.

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Têm 24 horas, caso contrário chamo o Hugo Soares


por João Mendes
Foto via Cátia Domingues@Twitter
Sobre as declarações de Isabel Monteiro, a tal empresária que afirmou ter a confirmação de 73 mortes em Pedrógão Grande, crescem agora as suspeitas de que possam ter a mesma credibilidade que os suicídios confirmados por Pedro Passos Coelho, esse ex-líbris do nojento aproveitamento político que o PSD vem fazendo deste caso.
A confirmar-se a veracidade do comunicado emitido ontem pela Procuradoria-Geral da República, o número de vítimas mortais da tragédia mantém-se igual: 64. Significa isto que um certo número de jornais e jornalistas está a prestar um péssimo serviço ao país, aldrabando-o. Por este motivo, proponho um ultimato à comunicação social, com vista a apurar que forças se escondem por trás do spin a que temos sido submetidos nos últimos dias. Têm a partir de agora 24 horas para esclarecer o país, caso contrário chamarei o Hugo Soares para por ordem nisto.

O tenente-coronel da mocidade laranja e o ultimato mais estúpido da história de Portugal

Foto: Lusa@RTP
Por: João Mendes
Hugo Soares, tenente-coronel da mocidade laranja, lançou um ultimato ao governo. Autoritário, como se tivesse alguma autoridade para lá da porta da sede distrital do PSD Braga, deu ao executivo de António Costa 24 horas para tornar pública a lista de pessoas que perderam a vida na tragédia de Pedrógão.
Terminado o prazo dado pelo deputado, nada aconteceu, com a excepção do embaraço e do enxovalho a que o PSD foi submetido. Para a história ficam as tristes figuras protagonizadas por Hugo Soares, que decidiu, uma vez mais, expor-se ao absoluto ridículo. E eu aqui em pulgas, à espera de um ataque com Agente Laranja ao Largo do Rato.
Ficaram os sound bites e tiros de pólvora seca, vindos de um partido sem norte que insiste na canalhice do aproveitamento político da tragédia humana. Um partido que, apesar de afirmar o contrário, insiste em não levar Portugal a sério. Prova disso é a eleição de Hugo Soares para líder da bancada parlamentar do PSD, o mesmo Hugo Soares que clamou em tempos pelo fim da Saúde e da Educação gratuitas e que afirma, sem rodeios, que “todos os direitos das pessoas podem ser referendados“. Não admira, portanto, o resultado da mais recente sondagem da Aximage, realizada já depois do fogo no concelho de Pedrógão Grande e do assalto ao paiol de Tancos, que atira o PSD para os resultados mais baixos das últimas décadas. A falta de ideias e de propostas concretas, aliada aos tiques fascistas e à ausência de vergonha na cara, dá nisto. E ainda bem. Pode ser que nos livremos destes tipos como os gregos se livraram do PS lá do sítio.
Mas já que estamos numa de falta de seriedade, parvoíce levada ao extremo e ultimatos estúpidos, lanço daqui o meu ao novo líder da bancada parlamentar do PSD: senhor deputado, tem a partir de agora 24 horas para explicar ao país quais foram os “motivos de força maior” que o levaram a faltar ao seu trabalho parlamentar quando o dono da Olivedesportos o levou, a si e aos seus colegas, ao Euro2016. É que é uma coisa são “motivos de força maior“. Outra, bem diferente, são desculpas esfarrapadas para se baldar às responsabilidades para as quais foi eleito e ir para França passear e ver a bola. Começa a contar agora. 23:59:59, 23:59:58, 23:59:57…
P.S: Não se preocupe, Hugo, que isto acaba tal e qual o seu ultimato: não acontece nada.

Fonte: Aventar

A sinistra exploração dos incêndios que lavram no País e das tragédias a eles associadas como arma de combate politico






Rodrigo Sousa Castro (Facebook, 26/07/2017)
· 5 h ·

A sinistra exploração dos incêndios que lavram no País e das tragédias a eles associadas como arma de combate politico por parte da actual direcção politica do PSD, não se limita ao nojento movimento dos peões avençados na comunicação social, como JM Tavares e outros, ou à ignóbil exploração do número de mortos, que começou com os suicídios inventados por Passos Coelho e acaba nos esgares escritos por um alarve politico como o Paulo Rangel.
Na verdade a operação vai mais fund...o e mais longe.
E o aríete de serviço , um dinossauro autárquico do PSD guindado a porta voz dos nossos valentes e valorosos bombeiros, Jaime Marta Soares não se cansa de tentar demolir a acção da Protecção Civil.
Neste imenso calvário que são os fogos florestais em anos propícios ao seu acendimento e propagação, ao invés de unir, defender e proteger, o PSD, sem embargo de exigir contas no final, tal como um vulgar partido da extrema direita ou da extrema esquerda prefere o " quanto pior melhor".
Espero que o Povo lhe responda na justa medida.

Foto de Rodrigo Sousa Castro.

sábado, 22 de julho de 2017

Um virtuoso do racismo



por estatuadesal
(Francisco Louçã, in Público, 22/07/2017)
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A propósito das declarações homofóbicas de Gentil Martins, médico, ou das declarações xenófobas de André Ventura, dirigente e candidato do PSD em Loures, houve quem ensaiasse uma fuga indiscreta com um protesto contra o “politicamente correcto”, uma espécie de censura que intimidaria a liberdade de expressão dos coitadinhos. Aceitar essa discussão admitiria que se trate de um simples problema de linguagem, quando é uma questão de atitude social e de discriminação que fere porque pretende ferir. Lastimo esse nevoeiro, tanto mais que se conhece bem como os termos mobilizam os significados: se hoje ninguém usa a sério uma expressão do tipo “fazer judiarias”, é simplesmente porque sabemos o que foi a perseguição a judeus ao longo de séculos e que culminou nos tempos da nossa perigosa civilização.
A linguagem deste caso só é interessante porque o dirigente do PSD, tendo provocado uma tempestade política, veio reafirmar a sua posição, amparado pelo apoio de Passos Coelho e da chefatura laranja. Ou seja, fez questão de manter as suas palavras e de as realçar com mais boçalidades (desejar que o primeiro-ministro vá de férias para sempre, o que é que isso quer dizer?). Ele, doutorado em Direito e professor universitário, quer fazer-se notar por ser boçal. É o estilo que faz a sua candidatura, é aí que joga o seu destino. Ele quer ser conhecido no país pelo modo Trump.
A sua defesa pelo PSD é um risco político. O CDS, que agradece esta possibilidade de se apresentar mais o centro, foge da aliança. Mas até se poderia explicar que, na dúvida, os partidos tendem a defender-se: o autarca socialista de Loures, antes da eleição de Bernardino Soares do PCP, já tinha dado alguns passos no mesmo caminho, e o presidente de junta de Cabeço Gordo, do PCP, impediu o funeral de um cigano na sua terra usando qualquer pretexto (e foi defendido pelo partido).
No entanto, o caso de Ventura é de outra dimensão. Fazer-se amado pela extrema-direita (“é um dos nossos”, diz com orgulho o PNR) é um sinal político, aliás prejudicial do ponto de vista eleitoral, mas acho que há muito mais nesta história.
Ventura é um produto de outra escola: do partido, certamente, admito que até dessas juventudes onde se aprende a matreirice e o carreirismo, mas o que determina a sua pose é a televisão e o comentário desportivo onde iniciou a sua carreira pública. É na pesporrência, na ligeireza, no fanatismo que determina os lugares da normalidade no comentário desportivo (há excepções), que Ventura aprendeu a lançar achas para a fogueira.
Como os dirigentes dos clubes, Ventura percebeu que, para ser notícia, é preciso saber ser detestável. O facínora é quem vence na comunicação clubística. E o futebol é um bom caminho para a política (esta semana abri a televisão e vi um debate entre apoiantes dos três maiores clubes, dois deles eram dirigentes do CDS, que sabem por onde vai a sua carreira).
desigualdade-comunidade-cigana
Que a grande maioria dos ciganos trabalhe e não depende de prestações sociais (vd. o gráfico), que importa isso para Ventura? Ele já se colocou no mapa nacional, graças à sua exibição xenófoba. Sairá depressa, é certo, a sua derrota nas eleições em Loures é inexorável, mas ele pensa em outros voos. Para isso, só precisa de ficar agarrado a um clube de futebol numa televisão perto de si e ir proferindo uns dislates ofensivos, para que alguém vá reagindo e se fale dele.

Uma nova e excelente oportunidade dada por André Ventura ao PSD.

Francisco Seixas da Costa‏ @seixasdacosta

Uma nova e excelente oportunidade dada por André Ventura ao PSD.



01:43 - 22 de jul de 2017
Enviado por Twitter para @alvaroteixeira

terça-feira, 18 de julho de 2017

É INTOLERÁVEL O QUE SE ESTÁ A PASSAR NA NOSSA COMUNICAÇÃO SOCIAL.

segunda-feira, 17 de julho de 2017


É INTOLERÁVEL O QUE SE ESTÁ A PASSAR NA NOSSA COMUNICAÇÃO SOCIAL.


Só comparável ao tempo do fascismo salazarista. As campanhas da direita têm como porta-vozes os jornalistas, estes, para ganhar a vidinha, obedecem cegamente à Redacção e esta é subserviente aos interesses dos patrões e accionistas. Nunca a manipulação foi tão descarada. Diga-se que o Ministério Público também contribui para este estado de coisas trazendo aos jornais o resultado de investigações com séculos de existência – deviam ter vergonha de andar a pisar ovos durante anos, mas não, tudo serve para descredibilizar o Governo da Geringonça e, em última análise, o Estado – que, nos querem fazer crer são um bando de ladrões e corruptos – é falso! O Estado somos todos nós. Mas se as televisões e rádios privadas têm a sua agenda própria – os bons “shares” a qualquer preço e rapidamente para dar lucros chorudos. O mesmo não se devia passar com a RTP e demais comunicação social paga com o dinheiro dos impostos dos contribuintes que somos nós todos. NÃO ACEITO SUBSIDIAR, SEJA DE QUE MODO FOR, AS CAMPANHAS DA DIREITA. Como se pode estar constantemente a ouvir uma mulher, não digo senhora, pois já vi mais compostura em vendedoras de lugares na praça, que neste momento representa 5% da população. O seu tempo de antena devia corresponder a esses 5% e não mais. Quanto a Passos e aos seus suicídios não faço comentários. A verdade é que há assuntos importantes a discutir e com estes jornalistas não é possível. Como foi possível que os cabos de fibra óptica da PT/ALTICE estivessem alcandorados em postes por cima dos eucaliptos de Pedrógão Grande e não nas condutas que existem para o efeito e se encontravam a meros meia dúzia de metros dos postes? Para poupar dinheiro?… com vidas humanas, viu-se. Isto explica os remoques de António Costa à dita empresa. E a demora das Misericórdias em fazerem chegar o dinheiro dos apoios às populações, não lhes foi entregue mais de um milhão euros? O Presidente da de Pedrógão é candidato do PSD e foi cúmplice na invenção dos suicídios. Temos que saber isto tudo direitinho e não me parece que com esta comunicação social consigamos chegar lá. É UM IMPERATIVO NACIONAL A DEMISSÃO DA DIRECÇÃO DE INFORMAÇÃO DA RTP E O SANEAMENTO DE MUITOS JORNALISTAS E PIVOTS QUE MAIS NÃO FAZEM QUE O TRABALHINHO DE MISTIFICAÇÃO E MENTIRA QUE A DIREITA QUER. Recordo-me do Verão quente e do ambiente de permanente boataria que então corria. Isso não pode acontecer na comunicação social que todos pagamos! Não quero que se nomeiem boys, nem apaniguados, quero gente decente e imparcial a informar-me objectivamente. É um direito que todos temos. Desafio todos a partilhar este “post” e a criar uma página no Facebook bem como uma Petição para ir ao Parlamento. Só peço que tanto a página como a Petição sejam feitas com imparcialidade e apartidarismo.
Mario Gomes.
Antonio Garrochinho à(s) 08:16:00

Fonte: Desenvolturaedesacatos

Dispensados de exame



O debate do Estado da Nação constitui um momento de balanço da situação económica e social do país, permitindo a avaliação das políticas levadas a cabo, ao longo do ano, pelo Governo em funções. É natural, portanto, que o executivo esteja no centro do debate.
Dito isto, não parece contudo haver justificação para o sossego em que é deixada a oposição de direita pela comunicação social em geral. Não é de agora, já vem de há muito. Talvez nem seja exagero dizer que é preciso recuar até à campanha eleitoral de 2015 para encontrar sinais substantivos de interesse mediático pelas ideias que o PSD e o CDS-PP têm para o país. Desde então, a curiosidade parece ser nula: que medidas concretas teriam prosseguido estes partidos se tivessem obtido maioria para formar Governo? O que entendem deveria ter sido feito em cada área de governação e que o atual Governo não fez? De que medidas, alternativas às que foram tomadas, resultaria a redução do défice, o crescimento da economia, a criação de emprego ou a melhoria dos rendimentos? Não sabemos. Não sabemos e parece não haver quem queira, nas múltiplas entrevistas, reações e conferências de imprensa destes partidos, colocar estas e outras questões.
Poderá argumentar-se que a identificação das propostas da direita para o país é desnecessária, uma vez que as mesmas estão vertidas, no essencial, em dois documentos: o famigerado «Guião para a Reforma do Estado» (aprovado pelo Conselho de Ministros em outubro de 2013), e o «Programa de Estabilidade 2015-2019», entregue em Bruxelas pelo anterior Governo, em abril de 2015. Mas, nesse caso, como conciliar as orientações políticas que estão, em ampla medida, refletidas nesses documentos (tendentes, por exemplo, a aprofundar o desmantelamento dos serviços públicos e do Estado Social e a reforçar e tornar permanentes os cortes nos salários e nas pensões), com o atual discurso da direita em torno de um suposto colapso do Estado e dos serviços públicos? Será que nem essa contradição suscita curiosidade, continuando a dispensar-se a direita de ir, também ela, a exame?

Postado por Nuno Serra em 18/072017

Fonte: Ladrões de Bicicletas

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Fazer campanha eleitoral à conta do dinheiro da solidariedade a Pedrógão Grande

por j. manuel cordeiro


Recorte: SICN

Duas questões desde logo se levantam. Esse dinheiro que ainda não foi entregue está a render juros a favor de quem? E vai ser distribuído quando, nas proximidades das eleições autárquicas?
O que se passa em Pedrogão Grande é politicamente inaceitável. João Marques, candidato autárquico do PSD à Câmara é, também, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande, entidade intimamente ligada à distribuição do dinheiro entregue pelos portugueses para solidariedade com Pedrógão Grande. Só não vê a incompatibilidade entre os dois cargos quem não quiser. Basta observar como João Marques aparece logo que se fala deste dinheiro. A situação seria igualmente grave se esse dinheiro tivesse sido entregue ao actual preside da Câmara, também candidato autárquico. Mas não foi essa a situação.

Fonte: Aventar



sábado, 15 de julho de 2017

Tremam de aborrecimento: vamos para a silly season em plena estagnação política



por estatuadesal
(José Pacheco Pereira, in Público, 15/07/2017)
Autor
                 Pacheco Pereira
Caro Pacheco Pereira,
Essa de dizeres que o "país está estagnado" é uma forma sibilina de dizer que só uma solução, "bloco central" pode ser fautora de mudanças de fundo. Na verdade, devias dizer que, no actual quadro económico-financeiro e tendo em conta a arquitectura jurídico-institucional do Euro e do quadro europeu, quaisquer mudanças de fundo tem que passar pela benção de Bruxelas e de Frankfurt. E por isso, qualquer governo, seja ele qual for, desde que não ponha em causa esse quadro, só pode "navegar à vista". Os portugueses já perceberam isso e preferem um governo que lute no quadro da nossa soberania limitada, do que um governo que se renda e seja conivente com os ocupantes. É por isso, sobretudo, que a Geringonça está e estará de pedra e cal, mais por isso do que pelo facto de os seus actores e encontrarem numa espécie de equilíbrio de Nash, que tu descreves, apesar de não nomeares o conceito.
Estátua de Sal, 15/07/2017)

Às vezes acontece que as coisas param, o que não é muito normal. Mas a verdade é que, no plano estritamente político, o país está parado, para não dizer estagnado. Esta linha flat não se estende para tudo, bem pelo contrário. No plano económico, social, cultural, e outros mesmos de intersecção entre a política e a sociedade, algumas coisas estão a mudar, mas a estagnação política reduz o ritmo de tudo. O que é que eu quero dizer quando afirmo que em matéria política tudo está parado? Que não estão em curso factores de mudança no plano político, nem no lado do Governo, nem da oposição, que permitam sair da estagnação. Podem acontecer amanhã — sei bem que a história faz-se por surpresas imprevisíveis —, mas não existem hoje.
Explico-me. Do lado do Governo, três partidos convergem numa solução política sui generis, mas muito estável. Há uma razão para essa estabilidade: o facto de esta aliança político-parlamentar-governativa ser vantajosa para todos os seus parceiros e nenhum achar que fora dela teria mais vantagens. Não há no PS, nem no BE, nem no PCP nenhum movimento interior que conteste a aliança actual. No PS, a oposição que veio do sector de António José Seguro está limitada a meia dúzia de vozes que se manifestam sempre que alguma coisa corre mal ao Governo e a António Costa, mas fala muito sozinha. Do lado do interior do PS está tudo morto, como, aliás, é normal que aconteça em partidos deste tipo quando estão no poder.

sábado, 8 de julho de 2017

Já nem as desgraças salvam os profetas



A 16 de Junho de 2017, um dia antes da tragédia de Pedrógão Grande, a Aximage publicou uma sondagem encomendada pelo Negócios e Correio da Manhã. Long story short: PSD e CDS-PP em mínimos históricos (24,6% e 4,6% respectivamente, conquistando apenas 29,2% dos inquiridos), PS a subir em flecha, à custa, essencialmente, de eleitorado perdido pela direita, BE e PCP ligeiramente abaixo dos resultados das Legislativas. Segundo este estudo, à data acima, a Geringonça consegue 61,2% da amostra analisada. É uma sondagem, vale o que vale, mas não deixa de ser esmagadora.
Veio a calamidade de Pedrógão, o roubo de material militar em Tancos, muito mal explicado, e as cativações. O grito de revolta da oposição foi feroz, como há muito não se ouvia, e até o impasse entre a ministra da Justiça e o Sindicato de Magistrados do Ministério Público serviu para o que sobrou da Pàf pedir cabeças. Era o fim do estado de graça do governo, o início do fim de Costa, a Geringonça que finalmente se desmembraria. O êxtase foi tal que se aventaram suicídios que nunca aconteceram, confirmados por familiares e testemunhas que nada viram, causando embaraço e vergonha alheia.
Mas uma nova sondagem, efectuada no início deste mês pela Eurosondagem para Expresso e SIC, já depois dos incidentes em Pedrógão e Tancos, revela que o PS continua a subir nas intenções de voto dos inquiridos, acompanhado pelo PCP. Os restantes partidos, bem como a popularidade de todos os líderes, à excepção do inevitável Marcelo, registam resultados inferiores aos obtidos no estudo anterior. É de uma ironia finíssima. É que nem com desgraças reais (não confundir com palermices como a ameaça soviética ou a vinda do diabo), instrumentalizadas até ao tutano, a direita conseguiu descolar. Pior: apesar da quebra de popularidade de Costa, o PS consegue subir. Os profetas profetizaram, quase sempre ao poste, e agora, perante desgraças reais de gravidade extrema, que colocam em causa ministros e outras figuras de topo da hierarquia, conseguem perder ainda mais terreno.
Passos Coelho já não tem créditos e a barra de energia está no vermelho. Há focos de rebelião interna, o CDS é uma sombra do PP de Portas, e os indicadores económicos não ajudam, apesar das cativações. Apesar da manipulação da opinião pública, dos anúncios de resgates e programas cautelares, das conspirações soviéticas. Os profetas vivem a sua própria desgraça e nem as verdadeiras desgraças lhes valem. Um vazio constrangedor e uma oposição incapaz de cumprir o seu papel, sem rumo, perdida nos seus próprios demónios. E tantas tempestades por colher.

Fonte: Aventar

segunda-feira, 3 de julho de 2017

As Promessas Eleitorais de Salvador Malheiro em 2013

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Hoje, dia 03/07/17, vou apresentar a última parte das promessas eleitorais do Presidente da Câmara Municipal de Ovar, Salvador Malheiro, e lançar um desafio aos visitantes deste Blog, para que apontem as que foram e estão a ser cumpridas e aquelas e aquelas que já não vão ser implementadas neste mandato:

Aqui vão as quartas e últimas:

EIXO 4 – CONSOLIDAÇÃO DA ATRACTIVIDADE E QUALIDADE DE VIDA NO TERRITÓRIO
53. Internet livre em locais turísticos e espaços de formação, estudo e de encontro dos jovens em todas as freguesias do Município de Ovar;
54. Intervenção, em parceria, em toda a zona costeira do Município de Ovar, pressionando junto das entidades competentes por uma ação integrada de proteção e requalificação da costa desde a Barrinha até ao Torrão do Lameiro, não descurando a afetação de verbas municipais para a concretização deste objetivo, tentando-se, inclusivamente novas soluções;
55. No âmbito do Polis, concretizar a requalificação da Ria, assegurando a navegabilidade dos canais de acesso aos nossos cais como fator essencial na promoção turística e a defesa dos terrenos agrícolas da Marinha, Ribeira e Válega através de uma correta utilização dos dragados como reforço das motas e diques;
56. Assegurar a construção de novos passadiços desde a Barrinha até à Praia do Torrão de Lameiro;
57. Exigir a Requalificação da Barrinha de Esmoriz: dragagem, construção de acessos à lagoa, construção de percursos pedestres circundantes, construção de espaços sociais e de convívio e promoção da prática de desportos náuticos como a canoagem, o kitesurf e o windsurf;
58. Requalificação do Cais do Carregal, Cais da Tijosa, Cais da Ribeira, Cais do Puxadouro e Bico do Torrão, e promoção destas infraestruturas como pólos de atracão e dinamização da economia local;
59. Prolongamento da requalificação ribeirinha do rio Cáster até à foz dando especial atenção à requalificação das margens e dragagem dos diques da Moita e Enxemil que reduzam o risco de cheias no lugar da Ribeira;
60. Requalificação da Praia do Areinho no âmbito do Polis e com verbas municipais;


Sessão solene do 24º aniversário da elevação de Esmoriz a cidade tornou-se comício do PSD


No passado dia 2 de julho, no auditório da Junta de Freguesia de Esmoriz, realizou-se a sessão solene das comemorações da elevação desta freguesia a cidade com intervenções dignas de quem as fez.
A primeira a entrar em cena foi Fátima Ramalho, presidente da Assembleia de Freguesia, que com a sua estridente e roufenha voz se despiu da pose institucional, que o cargo que desempenha exigiria, para assumir o pregão de uma vendedora de legumes em qualquer revenda e anunciar: “comprem, comprem fregueses porque estes serão os vencedores de todas as eleições que doravante se realizem por estas bandas”.

O segundo, de Bebiano como apelido, lá lhe foi atrás e arquitetou (à falta de obra real de um pregão tão conceituado) o sucesso da vitória laranja, aconselhando os presentes a meter todos os ovos no mesmo cesto. Como era dia de festa e um Presidente deve sempre justificar o salário e a presença, não teve pejo em revender pelo mesmo preço a giga dos legumes, onde então se meteu.
O desplante deste Bebiano chegou ao cúmulo de afirmar que as obras da Barrinha foram da autarquia. Pura mentira, porque as obras foram efetuadas com dinheiro da União Europeia e do atual Governo. Que desplante o deste Bebiano.

Como não há duas sem três e um salvador é um salvador, também lá foi atrás da primeira e do segundo mas esquecendo que, por acaso, se tratava do Presidente da Câmara e convidado. Salvador Malheiro esqueceu-se que estava a intervir em nome do Município e assumiu o papel de candidato do PSD a este órgão autárquico, não só fazendo campanha, mas, dando recados à base aérea de Maceda ou de S. Jacinto, disse: “O futuro não se faz com paraquedistas”. Com tamanha sabedoria, as mais altas patentes militares decidiram reunir hoje e de urgência o Conselho Superior do Exército que terá na ordem de trabalhos a análise do discurso favorável ao “partido único”.

Ao nosso blogue e já chegaram algumas perguntas que eu tenho dificuldade de responder mesmo puxando dos meus galões de antigo combatente na Guerra Colonial. Escolho uma que estes “grandes democratas” terão oportunidade de responder: como os grandes espetáculos de paraquedismo se fazem nos campos de futebol, que tal mandar colocar uns pisos sintéticos, para que não haja acidentes como lá para os lados de Oliveira de Azeméis?
Responda quem souber.
Como já escrevi no Post "O caso dos convites", para esta gente, na política, vale tudo. Estão a seguir à risca, mas vergonhosamente, a "cartilha" do líder máximo do partido.
Fico a aguardar a reação dos partidos.

Ovar, 3 de julho de 2017
Álvaro Teixeira

domingo, 2 de julho de 2017

Semanada



por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 02/07/2017)
road

Numa semana em que se poderia estar a debater quantos mortos e assaltos serão necessários para que Passos Coelho consiga ressuscitar, eis que alguém que anda na política há décadas e que até foi primeiro-ministro, decidiu inventar suicídios para conseguir culpabilizar um governo. Foi puro oportunismo político que serviu para se perceber a pequena dimensão do líder do PSD, ou o baixo nível de alguns dos seus candidatos autárquicos, como o provedor da Santa Casa de Pedrógão Grande.
Um dos maiores sinais de que o país mudou para muito melhor com a Gerigonça está no facto de ninguém ter comentado o pagamento antecipado da dívida ao FMI e o relatório simpático desta organização. Nos tempos de Passos isto daria direito a um orgasmo em direto de Paulo Portas e a mais um convite a Maria Luís para falar num seminário em Berlim, senão mesmo para a entrega de uma pasta de vice-presidente da Comissão Europeia, à senhora.
O PSD anda tão ocupado com as desgraças que até já se esqueceu das mensagens de Centeno ou das offshores, a falta de programa de Passos leva a que o PSD se comporte como um predador oportunista, que opta pela preguiça e a preferir ser necrófago. O PSD não tem agenda, não tem propostas, não tem ideias, marca as suas intervenções em função do telejornal da noite da véspera.
Passos usa as autárquicas para sobreviver e canibaliza o espaço e a imagem dos seus candidatos autárquicos. Nunca se organizou tantas convenções distritais e cerimónias de apresentação de candidatos, mas em nenhuma delas o país ouviu uma proposta autárquica ou viu a cara do candidato.
A campanha do PSD está transformada num road show de Passos Coelho, onde se fala do que foi notícia nos dias anteriores. É de tal forma que ninguém tem a mais pequena ideia de quem é o candidato do PSD no Porto, e até uma tal Teresa Leal qualquer coisa desapareceu.
Quem ganha com o comportamento de Passos Coelho é Assunção cristas que convidou Marcelo para ir a Bruxelas beber um copo acompanhado de uma sandes de courato nacional oferecida pela CAP. Enquanto Passos parece rezar para que morra alguém, a líder do C DS passa uma imagem construtiva, enquanto a líder do CDS propõe soluções o líder do PSD não esconde o desejo de ver desgraças.

segunda-feira, 26 de junho de 2017

As Promessas Eleitorais de Salvador Malheiro em 2013 (parte 3)


Hoje, dia 29/06, tal como prometi, vou apresentar as promessas eleitorais do Presidente da Câmara Municipal de Ovar, Salvador Malheiro, e lançar um desafio aos visitantes deste Blog, para que apontem as que foram e estão a ser cumpridas e aquelas e aquelas que já não vão ser implementadas neste mandato:
Aqui vão as terceiras:
EIXO 3 - FORTALECIMENTO DA COESÃO SOCIAL E TERRITORIAL, POTENCIANDO A DIVERSIDADE E OS RECURSOS ENDÓGENOS
24. Plano estratégico de “Habitação Social”:
• Promoção de novas políticas tendo por base a necessidade de conceder melhores condições habitacionais a agregados que se encontram em situação de vulnerabilidade económica e social;
• Priorizar melhores condições de sociabilidade, vizinhança e integração;
• Criar políticas que englobem o sector de arrendamento e a reabilitação urbana;
• Uniformizar critérios de aplicação das rendas sociais;
25. Concretização da habitação social na praia de Esmoriz e Praia de Cortegaça bem como a manutenção e reabilitação da habilitação social municipal existente;
26. Concretização do Plano Municipal para a Igualdade;
27. Reforço da cultura de rede que possibilite um planeamento estratégico e uma intervenção concertada na criação, otimização de respostas e serviços sociais no Município de Ovar;
28. Promoção de uma verdadeira estratégia para a acção social (e não de apoio social) englobando neste modelo todas as instituições de solidariedade social existentes no Município de Ovar, apostando numa monitorização constante no terreno e num diálogo permanente com as pessoas consideradas em situação de vulnerabilidade;
29. Estudo e implementação de um modelo de gestão e acompanhamento de atendimento municipal que promova a eficácia das equipas através da racionalização, otimização e articulação entre elas ou criação de equipas integradas para acompanhamento às famílias multiproblemáticas e multiassistidas;
30. Implementar/desenvolver programas estruturados de prevenção em meio escolar que possibilitem dotar as nossas crianças de capacidades que lhes permitam adotar atitudes e comportamentos saudáveis, inibindo precocemente os fatores de risco que levam à iniciação do consumo de drogas;
31. Fomentar projetos, intervenções, ações e candidaturas com relevância estratégicas que possam atuar nas necessidades sociais diagnosticadas no Município de Ovar;
32. Obter parcerias com instituições do sector empresarial de forma a estimular a certificação de responsabilidade social;
33. Concessão de incentivos e benefícios às famílias numerosas (3 ou mais filhos) nos programas municipais de apoio social;
34. Reforçar, melhorar e qualificar as respostas sociais dirigidas à população sénior, estimular o envelhecimento ativo, as atividades inter-geracionais e ações de cooperação interinstitucional;
35. Motivar a realização de fóruns de partilha de boas práticas entre profissionais das diversas instituições do concelho e de outros concelhos vizinhos, envolvendo os vários elos da mesma teia representada pelas entidades da Economia Social como forma de promover a qualidade do funcionamento das instituições;
36. Aproveitar os recursos das instituições existentes no Município de Ovar para apoio à população com problemas mentais e suas famílias;
37. Preparação da candidatura de Ovar a cidade amiga das crianças em parceria com a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) - UNICEF, comprometendo o Município de Ovar ao cumprimento da Convenção sobre os Direitos da Criança;
38. Desenvolvimento de ações e políticas locais que aumentem a participação das crianças com a criação de um quadro legislativo amigo das crianças, com a produção de relatórios regulares sobre a situação das crianças em Ovar, Assim como, coma criação de uma entidade/departamento de coordenação e orçamento para a infância;
39. Definir e implementar Plano de Melhoria da Mobilidade/Acessibilidade da População com Deficiência;
40. Promoção do projeto Empresários pela Inclusão Social (EPIS) que desenvolvem ações baseadas na figura do mediador escolar para combater o insucesso e o abandono escolar em jovens;
41. Regeneração urbana na globalidade do Município de Ovar contemplando todos os aglomerados urbanos designadamente: Furadouro sul, Campo Grande, Gondesende, Bairro dos Pescadores, centro de Válega, São João de Ovar, Cortegaça, Maceda (centro e largo de S. Geraldo), Arada e São Vicente de Pereira;
42. Garantir junto da Águas da Região de Aveiro, S.A. (AdRA) a cobertura integral em todos os lugares do Município de Ovar do saneamento básico e reabilitação das redes antigas já existentes;
43. Manter a identidade e as tradições de cada uma das nossas actuais freguesias, melhorando os serviços de proximidade existentes, diminuindo a burocracia e os tempos de resposta das Juntas de Freguesia, com a criação de rede informática de ligação da Câmara Municipal de Ovar a todas as freguesias;
44. Dotar as nossas associações desportivas com espaços e infraestruturas condignos para a prática das suas modalidades e espaços de formação, designadamente com o apoio à construção de relvados sintéticos em São Vicente Pereira, Esmoriz, Cortegaça, Arada, Ovar e Válega.
45. Recuperação e modernização da pista de atletismo de Arada, afirmando esta infraestrutura como a referência para a prática da modalidade no Município de Ovar;
46. Requalificação do Pavilhão Gimnodesportivo de Válega;
47. Apoio na reabilitação e modernização do edifício da Junta de Freguesia de Cortegaça;
48. Requalificar o edifício do Centro Cívico de Arada;
49. Reabilitação do edifício Esmoriztur afirmando-o como espaço cultural do Município de Ovar;
50. Retomar o projeto do Plano de Urbanização do Sportsforum (área nascente à Arena Multiusos);
51. Elaborar o plano geral de urbanização estratégico de Esmoriz;
52. Revindicar junto das entidades competentes a requalificação das estações e apeadeiros do caminho-de-ferro do Município de Ovar;


Como este post ficaria demasiado longo e fastidioso, na próxima segunda-feira, publicarei as restantes.
As mensagens e comentários podem ser colocados no Facebook ou no rodapé deste Post.
Vá lá. Atrevam-se!!!

Ovar, 26 de junho de 2017
Álvaro Teixeira

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Um Bentley em Oliveira de Azeméis

Bárbara ReisBárbara Reis

Opinião

Nada a dizer sobre quem ganha para comprar um Bentley. Mas quando um autarca recebe 4000 euros brutos por mês não deixa de ser estranho que tenha um carro igual ao de Mario Balotelli, o jogador italiano que não é conhecido por ser pobre.

23 de Junho de 2017, 7:45

O Bentley de Hermínio Loureiro que foi apreendido pela Judiciária
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O Bentley de Hermínio Loureiro que foi apreendido pela Judiciária DR
Em Oliveira de Azeméis, um Bentley não precisa de ser verde alpino metálico para dar nas vistas. Nem de ser um Bentley Mulsanne, o modelo topo de gama que custa quase meio milhão de euros.
Um Bentley é um Bentley e em Oliveira de Azeméis — que tem 20 mil pessoas e 27 quilómetros quadrados — terá sido difícil ao autarca Hermínio Loureiro atravessar a Avenida Dr. António José de Almeida a caminho do Teatro Caracas, refundado por um antigo emigrante da Venezuela, sem impressionar.
Hermínio Loureiro, que foi deputado, dirigente nacional do PSD, secretário de Estado do Desporto de Pedro Santana Lopes e presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis entre 2009 e 2016, foi detido esta semana por suspeita de crimes de corrupção, prevaricação, peculato e tráfico de influência. Com ele, foram também detidos Isidro Figueiredo, que o sucedeu na autarquia, um funcionário da câmara e quatro empresários. A Polícia Judiciária arrestou 15 imóveis, seis milhões de euros e seis carros de luxo. Um deles é um Bentley Continental GT, o que os especialistas definem como “modelo de entrada”, ou seja, o Bentley mais barato. Custa entre 234 mil e 314 mil euros.
Percebe-se o gosto do ex-autarca. Há muitas pessoas que têm um Bentley. O que Hermínio Loureiro guiava é bem mais discreto do que o Bentley cor-de-rosa de Paris Hilton, o Bentley Mulsanne de David Beckham, o Bentley descapotável de Schwarzenegger e Sylvester Stallone, ou o Bentley Flying Spur do príncipe William. Nada a dizer sobre isso. E nada a dizer sobre quem ganha para comprar um Bentley. Mas quando um autarca ganha cerca de 50% do vencimento-base atribuído ao Presidente da República, ou seja, mais ou menos 4000 euros brutos, não deixa de ser curioso que tenha um carro igual ao de Mario Balotelli, o célebre jogador de futebol italiano que não é conhecido por ser pobre.
PÚBLICO -
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PÚBLICO -
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Hermínio Loureiro, ex-presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis (cima) e o seu sucessor Isidro Figueiredo (de bicicleta, com o ministro do Ambiente, a inaugurar uma ciclovia) foram ambos detidos esta semana

Desde que foi eleito, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa — que na campanha presidencial percorreu o país num carro que, não sendo um boguinhas, é o chamado “carro utilitário” — tem pedido mais transparência na política e menos “compadrio com o poder económico”. No seu discurso do 5 de Outubro definiu a “ética republicana” deste modo: “De cada vez que um responsável público se permite admitir dependências pessoais ou funcionais, se distancia dos governados, alimenta clientelas, redes de influência e de promoção social, económica e política, aos olhos do cidadão comum é a democracia que sofre.”
Não sabemos se Hermínio Loureiro prevaricou ou traficou influência — e infelizmente vamos ter de esperar muito tempo para ter respostas. Mas sabemos que em Portugal não existe sequer uma lei que criminalize o enriquecimento injustificado, nem mesmo uma simples lei que defina regras sobre os valores máximos dos presentes que os titulares de cargos políticos podem receber. Lembro-me de há uns anos Jaime Gama, quando era Presidente da Assembleia, ter perguntado quantos euros custa uma “vantagem indevida” e ter ficado sem resposta. Na rentrée de 2010, o Parlamento aprovara novas regras de combate à corrupção e criara o “crime de recebimento indevido de vantagem” para os funcionários públicos, punido com uma pena de cinco anos. Mas não se definiram valores.
Agora, sete anos depois, a comissão parlamentar para o reforço da transparência parece estar prestes a chegar a consenso para aprovar uma norma geral que obrigue o Parlamento, o Governo, o poder regional e local e a administração pública a fazerem códigos de conduta que incluam o valor dos presentes a partir do qual as ofertas devem ser devolvidas ou entregues ao Estado. Mas arriscamo-nos a ficar sem valores — outra vez. A ideia é que não haja um número absoluto nacional e, em vez disso, cada órgão identifique o seu limite.
Confesso que não compreendo porque é que é diferente oferecer uma obra de arte, um carro ou uma viagem de férias a um deputado da Assembleia da República ou a um vereador de uma pequena freguesia rural. Condiciona mais ou condiciona menos? Um quadro do Picasso condiciona menos em Lisboa do que em Oliveira de Azeméis, onde não há um museu de arte contemporânea? Uma caixa de robalos vale mais no interior porque o mar está longe? Dez euros valem mais no Congo do que na Suíça. Mas dentro de Portugal a diferença não justifica empurrar mais um vez este problema com a barriga.
Em teoria, todos sabemos o que é uma “mera cortesia”. Na prática, porém, a ausência de um valor presta-se a mil interpretações. O CDS propôs um tecto de 150 euros e o Bloco de Esquerda de 60. Mais do que discutir qual valor protege melhor a democracia e a independência (na SONAE, proprietária do PÚBLICO, o tecto são 100 euros e no governo de António Costa são 150), seria bom concordar com a ideia simples de que deve haver um número. Não é por acaso que o tema não nos abandona. Quem não se lembra do presente chamado "liberalidade" em forma de 14 milhões de euros que Ricardo Salgado recebeu de um amigo construtor civil? Uma lei com um valor fixo não acabará com a corrupção. Mas regras claras e espartanas fazem bem à democracia.
Já agora, uma última questão. Esta lei — e lamento se induzi o leitor em erro — nada tem a ver com Hermínio Loureiro. O “seu” Bentley azul não era seu. Está em nome de um empresário seu conhecido. O ex-presidente da Câmara só andava com ele.

Fonte: Público

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Processo "Ajuste Secreto" pode chegar a Ovar e a mais concelhos do distrito

Hermínio Loureiro e o seu sucessor à frente da Câmara de Oliveira de Azeméis, Isidro Figueiredo, são encarados pela Polícia Judiciária do Porto (PJ) como os principais arguidos da Operação Ajuste Secreto — apurou o Observador junto de fontes próximas do processo. Suspeitos de corrupção passiva, prevaricação, entre outros crimes de funcionário, Loureiro e Figueiredo são apontados pela PJ como os alegados autores de um esquema de manipulação de adjudicação de contratos públicos que terão beneficiados diversas empresas de construção de obras públicas.
Lançada esta manhã, a Operação Ajuste Secreto levou à detenção de Loureiro, Figueiredo, um funcionário camarário e de mais quatro empresários que estarão ligados às empresas de construção envolvidas no caso, sendo suspeitos de corrupção ativa.
A PJ já apreendeu 15 imóveis, seis viaturas e solicitou o congelamento judicial de um total de cerca de 6 milhões de euros depositados em diversas contas bancárias. Todos estes bens e valores poderão ter, na perspetiva da Judiciária, uma alegada origem ilícita relacionada com a investigação em curso. Daí a sua apreensão judicial.
Estão em causa a adjudicação de diversas obras relacionadas com clubes de futebol do concelho de Oliveira de Azeméis, nomeadamente com a União Desportiva Oliveirense (o principal clube do concelho), Atlético Clube de Cucujães e Futebol Clube Macieirense. Há mais dois clubes de futebol envolvidos.
De acordo com fontes da PJ, o esquema consistia numa alegada manipulação dos ajustes diretos que precediam as obras pagas pela autarquia.



  • As empresas de construção civil seriam escolhidas a dedo pelos responsáveis camarários, de forma a combinarem entre si os preços das propostas que apresentariam à autarquia;
  • O vencedor do ajuste direto (que, desde a criação do Código dos Contratos Públicos no Governo de José Sócrates, passou a assemelhar-se a uma consulta ao mercado através de convite dirigido a diversas empresas) ficaria determinado logo à cabeça pelas sociedades;
  • O preço final da obra era sempre claramente sobreavaliado, de forma a que os montantes remanescentes entre o custo real e aquilo que a autarquia pagava fosse alegadamente desviado.




A Diretoria do Norte da PJ anunciou no comunicado desta manhã que tinha realizado buscas judiciais em cinco autarquias. Ao que o Observador apurou, as autarquias de Matosinhos, Gondomar e Albergaria-a-Velha foram visitadas pelos magistrados do Ministério Público e pelos cerca de 90 inspetores da PJ que participaram nas diligências.
Contudo, os executivos dessas autarquias não são visados pela investigação em curso. As buscas realizadas tinham como objetivo a obtenção de documentação das empresas envolvidas nos ajustes diretos da Câmara de Oliveira Azeméis. Segundo fontes próximas do processo, os Executivos liderados por Hermínio Loureiro e Isidro Figueiredo são, para já, os únicos visados do inquérito que é tutelado pela secção de Santa Maria da Feira do DIAP de Aveiro, visto ser esta a comarca territorialmente competente.
Hermínio Loureiro, Isidro Figueiredo e os restantes detidos foram ouvidos esta tarde nas instalações da Diretoria do Norte da PJ e só amanhã deverão ser ouvidos pelo juiz de instrução criminal do Tribunal de Santa Maria da Feira para a fixação das primeiras medidas de coação. É desconhecido o estabelecimento prisional onde deverão passar a noite.
Ao que o Observador apurou, José Francisco Oliveira será o funcionário camarário detido. Trata-se de um aliado político de Hermínio Loureiro que é presidente da concelhia do PSD de Oliveira de Azeméis e secretário da distrital social-democrata de Aveiro.
Outro dos detidos será o empresário João Sá. É um ex-deputado do PSD que se dedicou aos negócios na área do Ambiente. Sá chegou a ser falado na década passada como candidato do PSD à Câmara da Trofa.



Notícia retirada do Site Observador
(Artigo da autoria de Luís Rosa)
O Processo "Ajuste Secreto" poderá vir a ser um terrível terramoto político no distrito de Aveiro. Estão em causa eventuais infracções cometidas em torno de concursos adjudicados por Ajuste Directo. Por outras palavras, o Ajuste Directo, adjudicação de obras a empresas por convite sem a realização prévia de concurso, embora eticamente pouco recomendável, é permitido por lei, contudo quando este se torna recorrente e envolve a troca de favores ou contrapartidas ilícitas (por ex: desvios de somas importantes) já assume proporções criminais.
É plausível que as buscas já realizadas em cinco autarquias possam não ficar por aqui. As autoridades querem apurar todas as ligações possíveis, e acredita-se que estas também deverão estender-se até Ovar e a outros concelhos, caso os promotores da investigação achem necessário. Recordamos para esse efeito que a empresa Paviazemeis, visada no processo, teve aqui obras importantes. Por exemplo, a recente pavimentação da Rua da Indústria em Esmoriz foi-lhe adjudicada, mas houve outras mais que lhe foram confiadas pelo município vareiro. Outras personalidades visadas estão fortemente conotadas com a Secção Distrital do PSD Aveiro, liderada desde 2016 pelo actual presidente do município de Ovar. Claro que estes dados não servem para provar (ou sequer indiciar) rigorosamente nada, mas podem ser suficientes para suscitar a atenção dos investigadores que estão dispostos a explorar a fundo todas as vertentes do caso, de forma a evitar um cenário de arquivamento ou de morosidade burocrática.
Embora as buscas nas edilidades tenham como o intuito apurar mais dados comprometedores das personalidades políticas e empresas de construção acusadas inicialmente, a verdade é que o processo poderá ter, em breve, mais arguidos, caso assim se justifique.
Uma fonte privilegiada adverte que Ovar poderá ser uma das autarquias a ser alvo de buscas muito em breve, visto que a investigação ainda está numa fase inicial, pelo que se pretende apurar todas as ramificações.
Com este texto, não queremos insinuar que teremos arguidos aqui em Ovar (e mesmo que estes venham a ser notificados, existe sempre a "presunção de inocência" num estado democrático), até porque é prematuro retirar esse tipo de conclusões e não temos o direito de julgar ninguém. Todavia, é provável que quase todo o distrito seja alvo de uma forte investigação judicial.
O epicentro do terramoto registou-se em Oliveira de Azeméis mas as réplicas poderão repercutir-se por todo o distrito de Aveiro.
Imagem nº 1 - O Ajuste Directo é o mais recente escândalo de corrupção que envolve altas figuras políticas do distrito de Aveiro. A "bomba" rebentou em Oliveira de Azeméis, mas a investigação já chegou a outras autarquias e pode não ficar por aqui.
Postado por O cusco de Esmoriz às 19:35