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domingo, 3 de setembro de 2017

Grande descoberta médica – uma nova droga traz alívio dramático para os sofredores de russofobia


por estatuadesal
(In State of Nation, 31/08/2017, Tradução de Estátua de Sal)
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Há uma nova esperança na luta contra uma doença devastadora das elites políticas e mediáticas ocidentais.

Uma empresa farmacêutica americana acaba de introduzir no mercado uma nova droga revolucionária, que promete aliviar os sintomas de milhões de pessoas que sofrem de doenças mentais.
A nova pílula, comercializada com a designação de Sovieta (Hydroantikhokholidone HCI), ajuda a quebrar uma enzima chamada Pollacazina, que os pesquisadores encontraram em altas concentrações nos cérebros de pacientes com russofobia crónica.
Os sintomas da doença incluem, mas não estão limitados a, ideação paranóica relacionada com a Rússia, Moscovo, o Kremlin ou Vladimir Putin. Delírios de grandeza são observados em certas populações da Europa Oriental.
Embora as causas da acumulação da enzima não estejam ainda  bem explicadas, acredita-se que a doença tenha tido origem algures na Europa Oriental. Ocorreram surtos anteriores no Ocidente nos anos 1920 e 1950, mas a doença teve um recrudescimento alarmante nos últimos anos.
Apesar de os médicos  sublinharem que uma cura total ainda está longe,  os pacientes em ensaios clínicos evidenciaram uma redução significativa dos sintomas observáveis em comparação com os que tomaram um placebo: culpar Putin foi reduzido a apenas uma vez por semana em 60% daqueles que tomaram Sovieta.
Esta descoberta é especialmente bem vinda para os membros dos media e da comunidade política dos Estados Unidos, que apresentam uma incidência muito mais alta do que a média da doença russofóbica na restante população.
Assista, em baixo, ao anúncio da TV  à receita da promissora nova droga, a Sovieta, - e fale com seu médico hoje, se também tiver sintomas da doença!



Tão amigos que nós éramos…


por estatuadesal
(Por Maria Teresa Botelho Moniz, in Facebook, 31/08/2017)
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Cavaco Silva. Pensei que estava morto e enterrado para alívio dos portugueses, apesar de continuarmos a sustentar-lhe os vícios e tiques megalómanos. . Mas bastou um apelo daquela madrassa do PSD onde se fabricam políticos radicais de pacotilha,  mais parasitas que políticos, para lá ir vomitar o seu ódio contra tudo e todos.
O homem, que tanto se auto-elogiou, queria ser adorado e amado, mas acabou desprezado, caído no ridículo, e os portugueses até sentem incomodo quando o homem sai do convento, que lhe pagam, caríssimo, para fazer tristes figuras, como espantalho que pensavam arrumado.
Agora, entre todos sobre quem vomitou a bílis do seu ódio constante, atirou-se a Marcelo, invejoso da popularidade deste, que também acho duvidosa, mas eu sou demasiado erudita para ir em populismos. E Cavaco, que adoraria ter sido popular nunca o conseguiu na sua rigidez de espantalho fabricado.
A politica é uma coisa suja e torpe. Longe vão os tempos em que este manequim da Rua dos Fanqueiros, foi convidado para um jantar na mansão do ex-dono disto tudo, Ricardo Salgado, para que este conseguisse mais um fantoche político no topo do poder e para o convencer a candidatar-se à presidência da república.
E quem organizou e cozinhou o jantarinho íntimo na casa do banqueiro? Marcelo, actual PR, está claro, que se fez acompanhar pela sua namorada, uma assalariada do BES e cunhada de Pais do Amaral (são sempre os mesmos), Durão Barroso e mulher, todos apostados em convencer a múmia, a ser o fantoche dos seus desígnios nacionais e internacionais.
E, não foi por acaso que Cavaco na triste figura a que se prestou na madrassa do PSD, veio elogiar Macron, o puto gerontófilo, actual presidente da França que é o fantoche dos interesses dos Soros que comandam o mundo e a escravidão dos seres humano nesta abjecta realidade para que evoluímos.
Cavaco, foi eleito presidente da República Portuguesa, porque teve o apoio do financiador dono disto tudo naquele tempo, e de duas raposas matreiras, bem relacionadas, Barroso que estava disposto a vender a alma ao diabo, sendo o fantoche dos donos do mundo, e Marcelo, que nunca deu um ponto sem que considerasse um ganho, acabou, feitos os fretes e os caminhos de eleger sabujos, em presidente da república das bananas.
Cavaco não lhe perdoa a sucessão nem a mudança de estilo que o faz parecer morto e putrefacto e que obteve tanto sucesso depois da sua triste figura. Por falar em bananas, vou ali à cozinha comer uma que me está a dar um mau jeito; se escorregar na casca, chamo o Marcelo para me dar um abraço solidário. Aposto que chega primeiro que o INEM.

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

O Cavaco voltou


por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 31/08/2017)
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In Blog 77 Colinas
Estava o pobre senhor a tentar dar cor aos sovacos, depois de se ter besuntado dos pés à cabeça com um daqueles bronzeadores com  cheiro a crude, enquanto a Dona Maria enterrava a melancia à beira-mar, para que estivesse fresquinha na hora da bucha, quando o telefone tocou. Depois de o segurança se certificar de que não estaria a ser escutado a partir da conhecida casa da Fava, no Bairro dos artistas, atendeu.
Do outro lado o traste de Massamá lamentava-se: “Sô professor, estou à rasca, os suicidas não se suicidaram, nem tentaram para ficarem com um arranhão. Os misseis de Tancos ainda não foram usados num ataque terrorista e até a merda da chuva me deu cabo do ganha pão dos incêndios, ainda mandei uns pirralhos da Jota atear uns fogos mas eles estavam na universidade de Castelo de Vide.”
“Depois de me teres deixado teso e sem dinheiro para as despesas, eu não te devia ajudar” respondeu o professor. Mas está bem, queres que eu vá a Castelo de Vide fazer um daqueles discursos que arrasa a esquerda e dá cabo do Marcelo, conta comigo”. A crer na comunicação a quem este Júpiter algarvio não liga nenhuma, levantou-se às seis da manhã e lá foi a caminho de Castelo de Vide, onde uma sala cheia de futuros visitantes do hospital de Zhang Zhou. da Huawei, aguardavam o “avô Cantigas” do PSD.
O homem surpreendeu, não falou de economia, nem lhes explicou como é que alguém sem grandes qualidades absolutas conseguiu duas maiorias absolutas e dois mandatos presidenciais. Em vez disso explicou-lhes que o Macron  o copiava e graças a isso ficou com a alcunha do Presidente Júpiter. Uma injustiça, se o Macron o estava a imitar o Presidente Júpiter deveria ser o franciú. Na melhor das hipóteses o Macron deveria ser um príncipe de um dos 69 satélites de Júpiter, um bonito número como em certo dia disse o Mota Amaral. Afinal a nossa pequenez levou Cavaco a ser promovido a satélite, se não fossem os outros a piar dir-se-ia que ele seria um Sputnik que de vez em quando aparece a fazer bip-bip.  Digamos que se Macron é o Presidente Júpiter, o nosso Cavaco é o príncipe Métis, o primeiro satélite do Macrón.
Foi bordoada até ferver a começar nos perigosos ministros da Geringonça, a que ele próprio foi obrigado a dar posse depois de terem prometido que nunca comeriam meninos, alguém lhe disse que andam a conspirar contra a nação, promovendo uma revolução socialista, até já andam a tirar as medidas ao Costa para lhe vestirem a farda de marechal bolivariano. Essa gente nunca mais aprende que as ideologias são perigosas, não percebem que o futuro do país está em pensar como o Cavaco e ir á missa todos os domingos.
Nem o Marcelo escapou à bordoada, se ele pensa que é melhor do que o príncipe Métis está enganado, porque os presidentes não se medem em sorrisos, selfies, beijocas e likes, um presidente quer-se austero, reservado, com cara de pau e a mandar queixas para o MP sempre que o ofendam. Presidente a sério ouve vaias, não manda orçamentos para o constitucional, mostra cara de pau e faz tudo o que o primeiro-ministro manda

O mestre da perfídia


por estatuadesal

(Por Estátua de Sal, 30/08/2017)
Mumia
Cartoon in Blog 77 Colinas
Confesso que nunca percebi muito bem esse acontecimento que dá pelo nome pomposo de "Universidade de Verão do PSD". Fico na dúvida se será uma fábrica de doutores que conseguem um canudo apenas a estudar durante um verão - na senda dos feitos doutorais do famigerado Miguel Relvas, esse doutor de alta prestação -, ou se será apenas uma reciclagem de doutores já feitos, jotinhas fresquinhos a precisar de actualizar o seu parco e anquilosado software.
Em qualquer dos casos, como as "aulas" não ocupam o verão inteiro e não duram mais que uma semana, são necessários mestres de grande qualidade e eloquência para em tão pouco tempo dar conta do recado. E assim tem sido. Por lá tem passado todas as pequenas e grandes sumidades da direita, desde Durão a Moedas, desde Passos a Maria Luís, tendo cabido desta vez a tarefa ao ressuscitado Cavaco Silva. A palestra foi triste e deprimente e,  como sempre ao bom estilo de Cavaco, uma peça de insidiosos recados. (Ver aqui)
A esquerda - nomeadamente o PS -, está encarniçada contra Cavaco. Pensa ela que a maioria dos recados de Cavaco lhe foram dirigidos. Talvez em parte. Cavaco, ressabiado como é, ainda não engoliu totalmente o sapo que foi ter que dar posse ao governo actual, ao qual vaticinou as maiores agruras e insucessos,  e que apesar de todas as pragas que lhe rogou, está a apresentar os melhores resultados económicos deste século. Quando um político fundamenta os seus discursos nos seus pequenos ódios em vez de os fundar na realidade, só podemos - para sermos magnânimos - receitar-lhe a aposentação. Eu sei que Cavaco já está aposentado - e bem -, mas seria bom que se convencesse disso em definitivo, o que parece que ainda não sucedeu.
Mas Cavaco não se ficou pelos recados ao Governo a quem ele continua a rogar pragas. Marcelo também não foi poupado. É o "presidente da verborreia". Comparar Marcelo a Macron, pela negativa, não lembra ao diabo, mas foi o que Cavaco fez para, de forma sibilina, se comparar ele próprio a Macron. Ora Macron é uma construção artificial em plástico dos meios de comunicação social franceses, a soldo dos grandes interesses financeiros internacionais, que o venderam ao eleitorado,  santificado, e ungido pelos deuses, uma espécie de reizinho gaulês descido dos céus. Pois bem, ficámos a saber que é nesse papel celestial que Cavaco sempre se reviu enquanto Presidente. O rei Cavaco era parco em palavras e distante da povo porque, para Cavaco, os reis não falam com a plebe, apenas a mandam ajoelhar quando esta se apresenta ao beija-mão real.
Mas a parte mais pérfida e oculta dos recados não foi em grande parte descodificada à esquerda. Tratou-se de uma mensagem para os jotinhas, e directamente dirigida para o interior do PSD. E a mensagem é simples: não alinhem nos cantos das sereias que vos querem vender propondo-vos nova liderança, meus jovens: eu sou grande, eu sou o vosso líder até à eternidade e Passos Coelho é o meu profeta.
E é nesse contexto que deve ser entendido o ataque de Cavaco à comunicação social, aos jornalistas, aos comentadores. Sim, porque os comentadores são praticamente todos de direita, e a orientação das televisões é empolar as falhas e limitações do actual governo e, ao mesmo tempo, minimizar ou ocultar mesmo,  os seus sucessos, e por isso Cavaco devia colocá-los no altar em vez de os denegrir. Mas não. A razão é simples: a direita já iniciou o processo de destituição de Passos Coelho, porque não quer apostar de novo num cavalo perdedor. Desde o Expresso/SIC, passando pelo Observador, até ao pequenote Marques Mendes, todos estão a trabalhar com denodo para acelerar a queda de Passos Coelho a curto prazo. E é por isso que Cavaco zurze nos comentadores e nos jornalistas. Estão a atacar o seu prosélito, dilecto filho e obediente seguidor.
Se isto foi uma aula, foi uma aula de perfídia e de insensatez. Nada que os jotinhas não admirem, mas que não mereceu mais do que sorrisos amarelos e aplausos tíbios.
Porque, para encerrar com pompa, Cavaco tirou da cartola, a segunda edição da sua célebre máxima da "asfixia democrática". Incentivou os jotas a lutar contra a censura que, segundo ele, está instalada em Portugal. Perante esta tirada, ocorreu-me de imediato a pergunta: o que é que ele anda a tomar? Alguma droga que lhe provoque alucinações? Cocaína adulterada porque o dinheiro da reforma não chega para comprar da pura?
Depois reflectir cheguei à conclusão seguinte: Se o governo tem sucessos e Cavaco não gosta é porque existe "censura" que oculta os insucessos da governação pois os supostos sucessos que vem nos jornais não podem ser reais.
Eu pensava que apenas Passos Coelho é que padecia de esquizofrenia grave, tendo continuado durante muitos meses a julgar que ainda era primeiro-ministro e a comportar-se como tal. Afinal, Passos está semi-perdoado. Apenas seguiu as instruções e as práticas do seu querido e dilecto mestre, o qual continua a achar que ainda é Presidente da República, e sobretudo que a forma como exerceu o cargo ficará para os anais da história como tendo sido exemplar.
Um personagem que não consegue ainda interiorizar que, fosse ele rei como gostaria ter sido, ficaria na história com o cognome de Cavaco, o de triste memória, como mostram os níveis de popularidade que tinha quando se retirou, não tem da realidade mais do que uma distorcida visão. Visão com que insensatamente persiste em incomodar o país, sempre que sai do seu refúgio dourado que todos pagamos.
Era bom que Cavaco se convencesse de uma vez por todas que se deve apenas dedicar a escrever as suas memórias. Mas que as guarde para si e para os seus descendentes e não as publique nem as partilhe com a Nação. Porque as memórias de Cavaco são tristes memórias que Portugal se esforça por esquecer, um pecadilho e uma falha dos portugueses que elegeram mais que uma vez para os governar  um personagem de tão limitadas qualidades e de tão mesquinho e provinciano ideário.

sábado, 26 de agosto de 2017

Huguinho, o ponta-de-lança



por estatuadesal
(Por Estátua de Sal, 26/08/2017)
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Imagem In Blog 77 Colinas
Ainda a poeira da transferência de Neymar não tinha assentado no chão e já uma outra contratação de vulto está a dar que falar. Passos contratou um novo ponta-de-lança para colocar os centrais do governo à defesa. Marcação cerrada. Santos Silva ( o tal que em tempos disse que "quem se mete com o PS leva"), já começou a ter aulas de artes marciais para enfrentar a "fera". Carlos César já contratou dois ex-agentes do KGB, antigos seguranças de Putin, não vá o diabo tecê-las e aparecer mesmo...
Agora regressando a um registo mais sério. Se na política portuguesa só temos as boas intenções do PS e de António Costa, titubeantes perante a TINA que sopra de Bruxelas e pela ameaça do espilro dos mercados. Se da Dona Cristas só saem disparates embrulhados em vestidos estampados às bolinhas verdes. Se o PCP e o BE não chegam aos 20% do eleitorado.  E se no PSD Passos continua de pedra e cal, ao que parece, a preparar golpes baixos, como a antecipação das eleições directas, para se manter no poder até às calendas, não vejo a curto prazo grande futuro político para o País.
E mais, Passos continua a contratar pistoleiros, qual deles o pior, como este Huguinho, para já não falar do Ventura, outro iluminado bombista.
O meu espanto é como ainda há tanto eleitor a dar crédito a esta seita pafiosa, sem mérito, sem qualidade oratória, sem ideias para o país, novos por fora mas mais que obsoletos pelas teses alucinadas que defendem e propõem. Porque não é o país e o mercado de trabalho que precisam de "reformas estruturais". A direita, que tanto fala em reformas devia, ela sim, começar por se reformar de cima abaixo. Mas não é com personagens destes, personagens de banda desenhada de mau gosto que lá vai.




O dinheiro sujo traz progresso?



por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 26/08/2017)
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No tempo da troika do Passos, Portas e Cavaco criou-se a ideia de que todo o dinheiro era bem-vindo, todo o dinheiro foi considerado capital e significava investimento. Foram criados mecanismos para atrair dinheiro e algumas personalidades gradas da direita meteram-se em negócios internacionais, servindo-se da manipulação dos partidos da direita. basta ver um líder do CDS defender o regime angolano, justificando a originalidade da sua democracia africana para se perceber que o CDS não passa de um manipulador da opinião pública ao serviço dos interesses materiais do Paulo Portas, foi esse o preço da promoção da atual geração de líderes do CDS.
Mas, há uma grande diferença entre um investimento numa fábrica de componentes eletrónicos e a compra de uma vivenda de luxo por um general corrupto da máfia angolana. Há investimento que gera a dinamização da atividade económica, enquanto muito do dinheiro que os generais angolanos branqueiam em Portugal gera muito mais corrupção do que dinamização económica, em vez de dinamizar a economia portuguesa este dinheiro sujo apodrece-a, em vez de promover novos empresários enriquece os agentes locais desses generais, transportando para Portugal a corrupção angolana. Esse fenómeno já ficou evidente ao mais alto nível do Estado, com a prisão de um procurador.


Imprensa falida


por estatuadesal
(Por Joseph Praetorius, in Facebook, 26/08/2017)
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Joseph Praetorius
(A qualidade e a análise desassombrada deste texto incita-nos a profunda reflexão sobre a comunicação social, sobre a liberdade de imprensa, sobre a nossa cidadania e, em consequência, sobre as instituições políticas em que assenta a nossa vida colectiva. Perguntei-me se algum órgão da comunicação social tradicional teria coragem e mente aberta para o publicar e, não querendo ser dogmático, estimei que a probabilidade de tal suceder não deveria passar dos 5%, sem esforço ou exagero. É por poderem surgir textos deste calibre que os mainstream tanto se encarniçam contra as redes sociais, já que desmascaram a podridão em que navegam e os interesses que servem. Um abraço e os meus sinceros encómios ao autor.
Estátua de Sal, 26/08/2017)

A notícia de encerramento da Visão é fenómeno quanto ao qual todos querem ignorar um detalhe: a imprensa partilha do desprestígio do inteiro sistema político. Não tem auditório por isso.
Os jornalistas, sem nada a dizer segundo tudo indica, veiculam metades de ideias alheias sobre tudo, como se fossem opiniões próprias. Promovem-se uns aos outros. São analistas. Especialistas. Chefes. Editores. Imaginam até que têm curriculum.
Como o português médio, nasceram para polícias. Querem sê-lo. Foram chantagistas, também. –“Senhor Ministro, se nos der alguma coisa sobre algum dos seus colegas que valha o que temos sobre si, podemos publicar isso em vez disto”. E os ministros do Cavaquismo desfizeram-se uns aos outros. Parecia divertido, até.


terça-feira, 22 de agosto de 2017

O gambozino da maioria absoluta



por estatuadesal
(Francisco Louçã, in Público, 22/08/2017)
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Este texto sugere-me alguns comentários caro Louçã:
1. A direita já viu que a Geringonça vai até ao fim da legislatura.
2. Tenta atrair o PS com "os cânticos da sereia" da maioria absoluta.
3. Prepara a saída de Passos Coelho para tornar acordos ao centro mais tentadores e menos indigestos para o PS.
4. Tenta convencer o PS que, mesmo sózinho, a maioria absoluta pode estar ao virar da esquina.
5. Tudo fábulas encantatórias. Em eleições gerais, em 2019, antevejo um reforço eleitoral dos partidos à esquerda do PS, se até lá não cometerem grandes asneiras, como, por exemplo, abrirem uma crise política.
6. E a razão é simples: todas as reversões na política de rendimentos que melhorou a vida das pessoas foram consequência das exigências ao PS feitas por esses partidos. Os eleitores viram que o seu voto quer no BE quer no PCP deixou de ser apenas um voto de protesto e que passou a ter influência na governação, logo nas suas vidas.
7. Logo, não há razão para que mudem o seu sentido de voto,, antes pelo contrário: muitos pragmáticos de centro-esquerda terão tendência a reforçar tal sentido de voto. Porque ele passou a ter relevância prática e para que o PS enterre de vez as suas tentações de construir alianças ao centro, tipo bloco central.
Estátua de Sal, 22/08/2017

Que há quem garanta que os gambozinos existem, é ponto assente; mas que nunca foi caçado tal bicho, parece mais do que certo. Descontando as inquietações popperianas sobre a dificuldade de refutar a primeira hipótese, resta o problema maior para os duvidantes: devemos caçar gambozinos na presunção de que existem ou de que não existem? A questão complica-se ainda mais para quem sustenta que a inexistência de provas documentadas sobre alguma aparição do animal sugere que se trate de uma ficção. Então, a questão passa a ser: devemos aceitar a ideia da caçada que tomamos por pueril ou devemos recusar o jogo, ainda que algum dia pudesse ser provado que a ausência do registo do bicho foi descuido nosso?


Voltar a falar de economia


por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 22/08/2017)
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Entre praias, incêndios, falsos suicidas, assaltos mal esclarecidos e, mais recentemente, atentados terroristas, pouco se tem falado do país e quando se fala a seriedade não é muita, como aconteceu com a resposta do líder parlamentar do PSD a propósito da proposta de António Costa em relação às infraestruturas.
É evidente que a direita não quer falar de economia, Passos e Cristas são agora devotos do diabo e já não analisam a realidade pelas páginas de economia, preferindo os obituários. O jornal preferido da direita já não é o Expresso, o tipo de notícias que mais excitam Passos e Cristas é mais o tipo de jornal que mostra mortos e feridos, assaltos e escândalos na primeira página. Até o Observador já parece outro, depois de meses a dedicar a home page a notícias sobre subidas de juros ou entrevistas com analista de empresas de rating, dedica-se agora a incêndios, um dia destes ainda vamos pensar que o José Manuel  Fernandes é porta-voz da Liga dos Bombeiros Portugueses.
Compreende-se que a direita fuja do tema economia como o diabo da cruz, as boas notícias para o país não são a praia de Passos e Cristas. Mas a verdade é que quando os incêndios estiverem apagados o país será confrontado com a realidade e mesmo que as boas notícias desagradem à direita teremos de falar de economia. Há todo um presente e um futuro para discutir, ainda há gente a sofrer com a austeridade, há muitos portugueses que ainda têm de suportar a sobretaxa, há impostos a mais, há problemas para resolver.
Oxalá os problemas económicos pudessem ser apagados como se apagam os incêndios, mas isso não sucede. Quando algumas populações mais atingidas pelos incêndios já estiver esquecida do verão de 2017, ainda subsistirão muitos problemas na economia portuguesa. É por isso que é urgente voltar a falar de economia, debater as propostas do governo e exigir a Passos e a Cristas que digam o que querem.

Sócrates: muita parra e pouca uva, acusação nem vê-la


por estatuadesal
(Dieter Dillinger, in Facebook, 22/08/2017)
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O "Observador" já recebeu do Amadeu Guerra a desculpa porque não vai ser cumprido o prazo determinado até 15 de Setembro para finalizar a "Operação Marquês".
Dizem os magistrados ao "Observador":
Porque não vai ser cumprido o prazo de 15 de setembro.
Por 2 razões essenciais:
Diligências que ainda não foram cumpridas, nomeadamente cartas rogatórias emitidas para diferentes estados europeus (Reino Unido e Luxemburgo) a solicitar o envio de informações bancárias e comerciais que ainda não tiveram resposta;
•Nova linha de investigação relacionada com o Grupo Espírito Santo que levou ao desenvolvimento de mais diligências.
A eterna desculpa das cartas rogatórias que foram enviadas no início do inquérito.
Mas, a despropósito, houve uma carta rogatória que foi respondida pelo "Serious Fraud Office" britânico que disse que o grupo Ferrostaal depositou 23 milhões de euros no BESCOM UK sem qualquer função que não fosse o pagamento de subornos a Paulo Portas e José Manuel Barroso pela aquisição de submarinos. Nem a Joana M. Vidal nem o Amadeu Guerra fizeram qualquer investigação, apesar de toda a gente saber que os dois nomes são mencionados por serem os únicos decisores respeitante à compra de material no valor de mais de mil milhões de euros.
O não cumprimento do prazo da "Operação Marquês", que vai em mais de quatro anos e meios, contudo, já se adivinhava desde o final do ano passado.
Recordando — e contextualizando - diz o Observador como voz canídea dos donos da magistratura:
O prazo de 15 de setembro foi estabelecido a 30 de março por despacho de Amadeu Guerra, diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e devidamente publicitado por um comunicado da Procuradoria-Geral da República. Mas esse despacho do líder do DCIAP já deixava adivinhar um novo adiamento porque assumia que ainda estavam em curso diligências de cooperação internacional (“3 cartas rogatórias”) e admitia a fixação de um novo prazo mediante “razões excecionais, devidamente justificadas e fundamentadas”.
Acresce que este prazo foi fixado por Amadeu Guerra num clima de alguma tensão com Rosário Teixeira, procurador-geral adjunto responsável pela investigação da Operação Marquês, e Paulo Silva, inspetor da Autoridade Tributária que assume no caso o papel de órgão de polícia criminal por estarem em causa, entre outros crimes, alegados ilícitos fiscais.
Por um lado, Rosário Teixeira recordou em novembro de 2015 que, naquela altura, ainda tinha de ouvir 20 testemunhas, ler mil documentos e analisar 5.540.127 ficheiros informáticos. Agora já são ou foram 9 milhões, devendo ter sido adicionados mais por haver mais arguidos.
Por outro lado, existia uma divergência profunda na estratégia a seguir. Joana Marques Vidal, procuradora-geral da República, e Amadeu Guerra queriam um despacho de encerramento de inquérito mais rápido, concentrado nos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais imputados a José Sócrates, cujo valor era muito baixo por se cingir a empréstimos particulares do amigo de Sócrates, entretanto pagos. Rosário e Silva insistiam em incluir as imputações de corrupção para terem uma acusação mais global. E para isso necessitavam de tempo.
Curiosamente, Paulo Silva chegou a apontar no final de 2015 a data de setembro de 2016 como dead line desejável — prazo do qual o diretor do DCIAP discordava abertamente, conforme escreveu num despacho datado de 11 de novembro.
Amadeu Guerra mudou de ideias em março quando fixou então o novo prazo — 15 de setembro — que agora é alargado. E Joana Marques Vidal mostrou estar em consonância com a equipa de Rosário Teixeira ao autorizar (e assumiu) a prorrogação da investigação por mais 6 meses.

MORRI NA TERÇA-FEIRA



por estatuadesal
(Soares Novais, in A Viagem dos Argonautas, 20/08/2017)
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Boa noite, chamo-me Carvalho e morri na última terça-feira. Morri de morte natural, pois tinha 200 anos. Mas, também, por via da incúria e do abandono a que me votaram os sucessivos mandões cá da terra, da diocese e da paróquia.
Eu sabia que tinha de morrer. Sempre soube! Mas o que me chateia mesmo é que comigo morreram 13 pessoas e uma delas era um menino com apenas doze meses de vida.
Digo-vos: foi um horror! Um horror que não desejo a nenhum dos Plátanos que durante anos a fio foram os meus companheiros de vida; àqueles que tinham a obrigação de cuidar de um ser vivo como eu e não o fizeram; e mesmo àqueles tipos que, pela calada da noite, enchiam as minhas raízes de urina. Estou triste, muito triste. Repito: não por ter morrido, mas porque a minha morte causou outras mortes e ferimentos em mais 49 pessoas.
Resultado: eu que, durante dois séculos sempre estive aqui a proteger e a aconchegar as pessoas, vou ficar na história como um terrorista. Tal qual aqueles bárbaros que mancharam as Ramblas de Barcelona com sangue.
Ao meu cadáver é que os tipos não deram descanso. Passaram tantas horas à minha volta que eu só de os ver ficava cansado. Valeu-me o Ministério Público (MP) que correu com os ditos peritos. Agradeço ao MP, pois eu já estava farto de os ouvir falar e das suas doutas opiniões.
“Ele estava velho e da morte ninguém escapa”, dizia um para logo outro atirar:
“Sim, mas caso o tivessem protegido ele, pelo menos, não caía redondo sobre as pessoas.”
Eu sei que o povo avisou os sucessivos mandões da terra, da diocese e da paróquia para a doença  que há alguns anos me apoquentava. Mas cá para nós que ninguém nos ouve: quem é que se preocupa com um velho que está mais para lá do que para cá?! Mesmo que esse velho se tenha cruzado com o exilado Carlos I da Austria, que após a queda da Império Austro-Húngaro fez da Quinta Jardins do Imperador a sua última residência, aberto os olhos de espanto com a pintura de Martha Telles e o “Cerco” de seu irmão António, deslumbrado com a poesia da pintura de Lourdes Castro e trocado duas de prosa com o poeta Herberto Hélder. Sim, digam-me!…
Depois há sempre a questão das “massas” e ninguém está para gastar dinheiro com um pobre Carvalho como eu. Um velho que ninguém conhece. Fosse eu o Cristiano Ronaldo e tudo seria diferente. A “massa” aparecia logo. Como aparece para tudo que é festança e foguetório. Foi assim que o anterior soba fez da Madeira um destino de férias para gente endinheirada e é assim que o actual a quer manter.
Além do mais, hoje todos aqueles que vivem no Monte, sejam Carvalhos, Plátanos ou pessoas pouco ou nada contam. É isso que pensam os sucessivos mandões da terra, da câmara, da diocese e da paróquia. Tanto que agora ninguém quer ser dono do chão onde eu e os meus amigos fincamos os pés.
Para eles, nós, os do Monte, só contamos para pagar promessas à senhora padroeira e transportar os turistas em carrinhos de cestos. Nós, os do Monte, não temos direito a entrar no “bailinho”.

domingo, 20 de agosto de 2017

Marques Mendes e o fogo


por estatuadesal
(Por Dieter Dillinger, in Facebook, 20/08/2017)
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(Vão todos de férias, mas o Mendes até comenta de calções de banho se preciso for. É que deve receber "à peça" e uma semana sem comentar eram uns milhares de euros a menos na conta bancária... - Estátua de Sal, 20-08-2017)

O pequenito Marques Mendes fez uns gráficos para dizer mal de Portugal, comparando áreas incendiadas com a Grécia, Itália, França e Espanha, esquecendo que nos últimos 50 anos ou mais sempre houve fogo no verão em Portugal.
O palerma não conhece a geografia desses países que é bem diferente da portuguesa.
Por acaso tenho visto o pequenito de calções no local em que estou de féria e estamos perto da Andaluzia. Não sei se o gajo foi alguma vez a Granada, Cordoba, El Egido, Almeria, etc. O que se vê aí? Áreas agrestes sem grandes florestas e na Andaluzia onde há mais arvoredo como no Parque Natural de Donana também ardeu.
Quem vai a Madrid e atravessa de carro a região de Castela e conhece também Castela La Mancha encontra muita aridez. O mesmo sucede na Grécia que até de avião vemos o vasto Peloponeso sem árvores e andei pelas ilhas e muitas zonas só vi mesmo zonas arborizadas no Norte da Grécia.
Em França, tenho-a atravessado muitras vezes de carro a caminho da Alemanha e Suíça e apanhei com chuvadas enormes em Agosto. Só mesmo no sul na Cote d'Azur e perto S. Tropez é que há calor e floresta e também ardeu.
O Marques Mendes é mesmo BURRO e não faz ideia da geografia europeia. Se colocasse a Alemanha via que não arde nada porque chove quase sempre no verão como acontece em todos os países do norte.
Ele nunca se perguntou a si mesmo porque razão o Alentejo quase não arde? Porque é bastante árido, apesar de ser bem menos que a Andaluzia.
Portugal tornou-se artificialmente um país de floresta desde que o governo de Hintze Ribeiro no fim do Século XIX iniciou uma vasto programa de florestação que foi continuado por todos os regimes e governos até hoje.
Já aqui escrevi que quando era criança, o Parque do Monsanto todo arborizado não existia. Aquilo era tudo terra e calhaus.Hoje é uma imensa e bonita floresta que não tem ardida porque há lá sempre muita gente e é difícil lançar fogo. Mesmo à noite um indivíduo que se se meta no meio dessas árvores não sabe se há alguns pares por lá escondidos que acabam por ver o que o incendiártio fez.
D. Diniz mandou plantar o pinhal de Leiria e durante os descobrimentos e até aparecer o navio de ferro, Portugal teve muitos pinhais e consumiu muito, tanto na construção naval como nos fogões de cozinha e lareiras. Só nos últimos 50 anos é que a situação mudou com o abandono das aldeias que é um fenómeno global por a nossa civilização se ter orientado para a indústria e serviços e a máquina acabou com o trabalho "escravo" na agricultura.

Portugal devastado: rotina ou terrorismo


por estatuadesal
(Por José Goulão, in Facebook, 18/08/2017)
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O vento sopra em todo o país, mas as chamas, tal como em 1975, poupam as zonas onde prevalecem grandes interesses económicos tendencialmente sem pátria.

O terrorismo tem mil caras. Lançar o terror contra pessoas comuns e quase sempre indefesas, ou atemorizar populações e devastar países usando os cidadãos apavorados como reféns são práticas que preenchem os nossos dias num mundo que, pela mão de dementes usando o poder acumulado por conglomerados do dinheiro, caminha para inimagináveis patamares de destruição.
Portugal tem tido a sorte de ser poupado pelo terrorismo, diz-se e repete-se, por vezes com inflexões de um misticismo bolorento próprio de pátrias «escolhidas» para auferir das mercês do sobrenatural. Uma interpretação com curtos horizontes e vistas estreitas, características cultivadas por uma comunicação social habilmente arrastada para realidades paralelas e que reduz o terrorismo dos nossos dias ao estereótipo do muçulmano fanático imolando-se com explosivos à cintura, ou atropelando a eito, não se esquecendo de deixar o cartão de identidade, intacto, num local de crime reduzido a destroços humanos e amontoados de escombros.
Assim sendo, deixa de ser terrorismo, por exemplo, o que a NATO fez na Líbia, o que Israel pratica em Gaza, os massacres que as milícias nazis integradas no exército nacional da Ucrânia «democratizada» cometeram, por exemplo, na cidade de Odessa.
Olhando em redor, porém, é imperativo que cada um de nós estilhace a dependência em relação a um conceito de terrorismo que corresponde a uma ínfima parte da gravidade do fenómeno global. Só assim alongaremos os horizontes e alargaremos as vistas que permitirão reflectir a sério, e profundamente, sobre a realidade que devasta Portugal e que, com uma irresponsabilidade e uma inevitabilidade próprias de uma cultura tecnocrática e desumana, chegou a ser conhecida como «a época dos incêndios».
Se quisermos reflectir livre e abertamente sobre o maior número possível de aspectos da situação com que nos confrontamos é imprescindível associar o poder destruidor e aterrador dos incêndios deste ano ao quadro político-social que vivemos em Portugal; e também à memória que em muitos ainda estará viva e que outros poderão consultar junto dos mais velhos ou das fontes de uma época que dista 42 anos. Chamaram-lhe o «Verão quente de 1975».
Pois nesse «Verão quente», assim baptizado não por causa do terrorismo incendiário mas de uma instabilidade política inerente às situações revolucionárias e também organizada, em grande parte, por conspiradores externos, internos e todos os outros manobradores integráveis no diversificado círculo dos contrarrevolucionários, multiplicaram-se as práticas terroristas.
Houve os assassínios políticos puros e duros, os assaltos às sedes dos partidos de esquerda, quase sempre culminados com incêndios, a intimidação e perseguição de democratas em regiões onde o salazarismo campeava como se nada tivesse acontecido, forçando a restauração de situações de clandestinidade; e houve os incêndios: no Alentejo, ferindo a Reforma Agrária, que depois viria a ser assaltada e liquidada em nome da «normalidade», da «estabilidade», enfim, da «democracia do arco da governação»; e que deflagraram também em muitas outras regiões do país onde não ameaçavam os grandes interesses económicos estabelecidos – desde logo protegidos pela contrarrevolução – caracterizadas por populações economicamente mais débeis, socialmente vulneráveis, presas fáceis das mensagens contra a «indisciplina», a «balbúrdia» e todos os outros nefastos efeitos atribuídos à revolução.
Hoje os tempos são outros, mas quem dispuser de olhos para ver não terá dificuldade em encontrar pontos de contacto. A própria comunicação social, no seu afã recadeiro de apontar culpados e responsáveis pelas causas e consequências da interminável vaga de incêndios, abre interessantes pistas de análise e, por certo involuntariamente, ajuda a estabelecer diferenças gritantes entre a tragédia deste ano e as rotineiras «épocas de incêndios».
Sem precisar de evocar essas discrepâncias, é evidente que o actual governo português, pesem embora as suas subserviências, que são também fontes das suas fragilidades, não goza das simpatias dos interesses que gerem a União Europeia, a NATO, enfim das gentes que dirigem o mundo. Tal como em 1975, mesmo que as semelhanças sejam pouco mais que imperceptíveis.
Porém, nunca como agora, nos tempos da «estabilidade», um governo foi atado ao pelourinho dos responsáveis pela vaga estival de incêndios, tanto pela oposição como pela comunicação social. São conjecturas, especulações, exigências de demissões, acusações levianas de incompetência, sucessivas adivinhações sobre «remodelações ministeriais», aproveitamentos necrófilos das vítimas, mentiras sobre suicídios e outras desgraças – o quadro é tão conhecido que não vale a pena prosseguir com a enumeração das malfeitorias.
As atrocidades políticas chegam ao ponto de responsabilizar o governo por insuficiências do SIRESP e da PT, entidades privadas que se guiam pelo lucro e não pelos interesses humanos, quando o verdadeiro pecado do executivo, nesta matéria, é sujeitar-se a mendigar investimentos a sociopatas, pondo liminarmente de lado o dever de colocar tais entidades ao serviço dos portugueses e às ordens do Estado Português, porque manipulam interesses estratégicos dos cidadãos nacionais, prejudicando-os.
No meio da altercação passa de fininho o facto mais repugnante das manobras: foi a actual oposição quem entregou esses serviços fundamentais a entidades que nem querem ouvir falar em pessoas e nos inconvenientes que provocam ao bem-estar do mercado.
Indo por este caminho, porém, perder-nos-íamos em atalhos da política de bordel e nunca chegaríamos ao patamar de reflexões que a situação dos incêndios em Portugal exige.
O princípio da abordagem é tão óbvio que a comunicação social foge dele como o diabo da cruz: o fogo que alastra em Portugal, sem descanso, resulta da acumulação de incêndios isolados provocados por fenómenos naturais ou pela demência de pirómanos? Ou é uma vaga terrorista organizada para devastar o país, delapidar o que resta da sua riqueza natural e impedir o governo de governar até que mãos salvadoras venham encarreirar a pátria nos trilhos de onde jamais deveria ter saído?
Estamos, obviamente, a lidar, com uma teoria da conspiração.
Assim era também o argumento fatal em 1975, como muitos se recordarão. No entanto, na sombra, organizações terroristas como o ELP («Exército de Libertação de Portugal«) e o MDLP («Movimento Democrático de Libertação de Portugal»), dirigidas por mãos experientes como as do marechal Spínola e de profissionais do terror instalados em embaixadas estrangeiras – de países da NATO, naturalmente – conduziam a vaga de incêndios e outras acções terroristas contra Portugal e os portugueses. O objectivo era virar as populações indefesas contra a «balbúrdia» criada pelo movimento transformador, abrindo as portas à contrarrevolução, à «estabilidade». E conseguiram-no.
Quando se saúda que Portugal tem estado imune ao terrorismo costuma acrescentar-se que o mesmo acontece em relação a organizações fascistas, por sinal numa Europa onde elas se desenvolvem a ritmo veloz. Será?
Ora vivendo nós em macro estado policial formado pela União Europeia e a NATO, onde as organizações internas e externas para devassa secreta da vida dos cidadãos se atropelam, ao que parece para detectar as intenções ínfimas de um qualquer muçulmano, não haverá meios para investigar a possibilidade de existir um ataque terrorista sistematizado contra Portugal através desta espécie de fogo inquisitorial? Ou será porque não querem? Ou será porque tal hipótese nem sequer passou por cabeças tão informadas sobre as vocações conspirativas de cada qual?
Ou porque entendem que é suficiente resumir os autos aos interrogatórios de dezenas de incendiários já detidos, como se o banal executante do crime soubesse dizer alguma coisa sobre os chefes terroristas supremos? Se acham que investigar assunto tão corriqueiro é enfadonho, ao menos ouçam os bombeiros.
Até à vista desarmada – sem necessitar da espionagem por satélites ou da caça aos telefones e e-mails de cada um de nós – se percebe que nem tudo é aleatório no quadro de incêndios em Portugal. O vento sopra em todo o país, mas as chamas, tal como em 1975, poupam as zonas onde prevalecem grandes interesses económicos tendencialmente sem pátria.
As vítimas da catástrofe são pequenos e médios proprietários fundiários, normalmente esquecidos pelos governos e indefesos perante as calamidades; o terror ataca pequenas aldeias que até os mapas oficiais olvidam, ou então preciosidades do património humano, histórico e natural que é de todos, como no caso da Gardunha e suas aldeias, onde chegou a hora do ataque das chamas.
Tanto como destruir, o efeito procurado é o de aterrorizar. Não é difícil perceber que o fogo, entendido como a soma de todos os incêndios, escolhe áreas a consumir, combustíveis e rotas que não são apenas as ditadas pelos ventos. Ao menos a grande parte do Alentejo flagelada em 1975 tem sido agora poupada, provavelmente porque os ventos, tal como os tempos, também mudaram.
Se pedirem a cada uma das pessoas directamente prejudicadas pela calamidade que cite responsáveis pela tragédia, certo será, mesmo sem qualquer sondagem, que o governo ficará com as orelhas a arder. As pessoas sentem, mas também ouvem e assimilam, sobretudo o que via TV’s, rádios e jornais as ajuda a identificar os alvos mais fáceis para descarregar a raiva do desespero.
O ELP e o MDLP já lá vão, sendo certo que as suas mentalidades não se desvaneceram, tudo tem o seu aggiornamento.
Ignorar, para os devidos efeitos, que a vaga de incêndios em curso em Portugal, pelas suas características, regiões de acção e contumácia, pode ser uma operação de terrorismo organizado é um crime contra o país e todos os portugueses. Uma hipótese como essa não pode ser descartada.
Por isso, é dever de todos os cidadãos interrogar-se, reflectir e exigir respostas das autoridades competentes sobre quem tira proveito dos dois crimes: o dos incêndios e o do laxismo no apuramento de uma eventual componente terrorista.
Uma coisa parece óbvia e pode servir como ponto de partida para uma investigação que se pretende indispensável: ninguém, desde o Presidente da República ao mais comum dos cidadãos, pode garantir que o ataque incendiário em curso contra Portugal não é uma operação terrorista.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

“Não vem ao caso”*


por estatuadesal

(José Sócrates, in Público, 17/08/2017)
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A propósito da maliciosa reportagem do Público sobre a “velha PT” gostaria de fazer os seguintes comentários:
1. É falso que o Governo da altura, e em particular eu próprio, como primeiro-ministro, se tenha oposto à OPA da Sonae. Este é um embuste que a Sonae, o Ministério Público e os jornais afetos repetem com frequência, não deixando, por isso, de ser uma descarada mentira. Durante todo o processo, o Governo sempre se portou com total imparcialidade, nunca tomando partido e ordenando o voto de abstenção ao representante do Estado. Acontece, aliás, que um dos momentos em que o Governo teve que reafirmar essa equidistância aconteceu justamente poucos dias antes da data da Assembleia Geral em que se tomaria a decisão e na sequência de um telefonema do Dr. Paulo Azevedo, durante o qual pediu expressamente a minha intervenção para que a Caixa Geral de Depósitos votasse a favor da OPA. Respondi-lhe que o Governo não tinha nenhuma razão para o fazer e não o iria fazer. Para o Público e a para a jornalista, que conhecem a história, este episódio não vem ao caso.
Suspeitas de gestão danosa na antiga PT
Suspeitas de gestão danosa na antiga PT
2. É falso que eu próprio, ou alguém em nome do Governo, tenha dado qualquer indicação de voto à Administração da Caixa Geral de Depósitos ou a qualquer dos seus membros. Isso foi já desmentido pelos Administradores, que confirmam que a decisão foi tomada em reunião do Conselho de Administração e com o único fundamento de ser esse o melhor interesse da instituição. Acresce - novo ponto que não vem ao caso, para o Público - que mesmo que a Caixa tivesse votado a favor da OPA ela teria sido recusada.


quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Portugal em guerra


por estatuadesal

(Por Dieter Dillinger, in Facebook, 13/08/2017)
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Portugal está em GUERRA declarada pelos Inimigos da Geringonça a começar pelo PSD/CDS, magistrados e muita gente.
Por ódio à democracia e desejo que o DIABO venha, muita gente está a atear milhares de fogos no País.
A PÁTRIA arde por causa do ódio político de quem NADA perdeu com este governo e até ganhou alguma coisa, apesar de não ser muito.
Mas, os juízes, as polícias, os jornaleiros dos pasquins e televisões e os militantes da oposição não suportam a ideia da Geringonça estar a reduzir o desemprego e a melhorar as contas públicas.

Nada pois como lançar FOGO à PÁTRIA para Gáudio de todos os FDPs.
Temos de os ODIAR, seja o Guerra do DCIAP, a Joana da PGR, o Passos do PSD ou a Cristas do CDS.
 

É por eles ou em nome deles e do seu ódio que a PÁTRIA arde.
Até os israelitas da Vinci declararam GUERRA a Portugal, sabotando o SIRESP. Eles podem matar porque sabem que não temos magistratura para os condenar, nem que seja a penas de prisão com pena suspensa quanto mais à morte nas fogueiras que atearam que é o que merecem.

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

A vantagem do demagogo é acreditar que só há burros na plateia


por estatuadesal

(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 08/07/2017)
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Nunca lutes com porco, ficas sujo e ainda por cima o porco gosta”. O artigo de Fernanda Câncio de ontem começa assim. Nunca menciona o candidato apoiado pelo PNR que concorre à Câmara de Loures pela sigla do PSD, mas suspeito que é nele que está a pensar. Talvez não o mencione porque é disso mesmo que ele depende: “Quando estamos, ao rebater um demagogo populista, a fazer o que ele mais quer – dar-lhe oxigénio, atenção, fazê-lo conhecido, acicatar a sua possível base de apoio através daquilo que ele qualificará como a ‘censura’ dos ‘elitistas’ e ‘politicamente corretos’ – e quando temos mesmo de o combater. É um dilema terrível, como o fenómeno Trump demonstrou – e os seus imitadores tentam explorar.” Como Ventura é um fenómeno inédito no PSD, é impossível não falar do assunto.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Rogoff, o esquerdista que quer perdoar as dívidas


por estatuadesal
(Nicolau Santos, in Expresso Diário, 07/08/2017)
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Está visto que os esquerdistas querem todos a mesma coisa: que a dívida do país seja perdoada. Agora, até arranjaram um reforço de peso, um tal Kenneth Rogoff, um economista norte-americano, que deve ter na mesinha de cabeceira a foto da Catarina Martins.
Pois não é que o tal Rogoff deu uma entrevista ao Expresso, publicado na edição de papel este sábado, dizendo que, na resposta à crise iniciada em 2008, “o erro maior foi a Europa e o FMI (…) terem recusado o perdão ou a mutualização das dívidas da Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha”? É preciso topete! Então aos credores, aos que nos ajudaram, aos que meteram cá dinheiro, não lhes devíamos ter pago?! Onde é que já se viu empréstimos a fundo perdido? Isso é o que a Catarina Martins quer e o Francisco Louçã e a Mariana Mortágua e mesmo aquele Pedro Nuno Santos, do PS. E agora temos este Rogoff a dar-lhes cobertura. É comuna, de certeza.
Aliás, não é só comuna: também alinha com o Sócrates, o que é ainda mais grave! Sim, noutra das respostas diz que o segundo grande erro no combate à crise foi “não se ter aumentado significativamente a despesa em infraestruturas”. Ora foi isso mesmo que o Sócrates fez! Ele foi o Parque Escolar, o luxo asiático nas escolas, as eólicas, aquelas rendas excessivas, os investimentos de proximidade, eu sei lá! Foi um fartar vilanagem! E depois demos com os burrinhos na água e tivemos de ir a correr pedir ajuda internacional. E depois de nos emprestarem o dinheiro, o americano queria que não o pagássemos?! Este Rogoff também deve ter ido visitar o Sócrates à cadeia, ai deve deve, só que como os jornalistas não o conheciam não lhe perguntaram o que tinha ido lá fazer.
E mais. Diz que “os constrangimentos aos défices orçamentais, impostos pelo Tratado de Maastricht, não fazem sentido em condições de recessão profunda”, pelo que “deve permitir-se aos países terem défices maiores em períodos de recessão a troco de se comprometerem com orçamentos equilibrados ou mesmo com excedentes quando as suas economias estiverem a crescer acima da tendência”. O homem é um subversivo! Um revolucionário! Quer colocar tudo em causa! Quer implodir a ordem estabelecida! É preciso regras, porque sem regras a União Europeia não funciona! Há que impor disciplina aos países gastadores do sul, se não usam o dinheiro todo em vinho e mulheres, como bem disse o Dijsselbloem! Desconfio que este Rogoff é que é o diabo cuja vinda era anunciada por Passos Coelho! Leu o pensamento da Mariana Mortágua e encarnou o espírito da Marisa Matias! Não sei mesmo se não consulta periodicamente o Jerónimo de Sousa, que é pessoa para lhe segredar exatamente o que ele disse!
Ainda por cima diz que o maior risco que existe atualmente para a economia mundial é “uma administração Trump errática”. Aí está! O homem é contra o Trump! Deve ter apoiado a Hillary… Qual Hillary! Deve é ter apoiado o Bernie Sanders e mais aquelas ideias malucas e revolucionárias que ele tinha. E só apoiou a Hillary, se apoiou, porque é contra o Trump. Um esquerdista, é o que é. Se não vivesse nos Estados Unidos era guerrilheiro, de certeza, com boina à Che Guevara, com estrelinha e tudo!
Ora deixa cá confirmar no Facebook quem é este Rogoff. Formou-se em Yale. Hum… O Mário Centeno não tirou lá a pós-graduação? Depois, o tal Kenneth Rogoff fez pós-graduação no MIT. Ai está! Ali é tudo muito liberal… Professor de Economia em Harvard? Isso é mais surpreendente. Harvard não costuma dar cobertura a revolucionários. O quê? Também foi economista-chefe do Fundo Monetário Internacional? Deve ter sido no tempo do Dominique Strauss-Kahn, em que o FMI era uma animação. Ah, foi antes? Está bem. Mas podia ter sido no tempo do Dominique. E também foi campeão de xadrez sub-21 nos Estados Unidos e grande mestre internacional? Lá está. Esses tipos do xadrez são todos de esquerda. O Capablanca, o Petrosian, o Spassky, o Karpov, o Kasparov… Mesmo o Fisher não sei se não era de esquerda. Em qualquer caso, era um génio mas não era bom da cabeça.
Estou esclarecido. Este Kenneth Rogoff não me engana. Se fosse português votava no Bloco de Esquerda, de certeza. Onde já se viu um economista sério e competente defender o perdão das dívidas soberanas?

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Vivemos uma era da brutalidade



por estatuadesal
(Joseph Praetorius, in Facebook, 06/08/2017)
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Joseph Praetorius
Vivemos uma era da brutalidade. Inútil ignorá-lo. A coisa choca por se seguir a décadas de esperanças assim traídas, mas muitas das traições não têm sequer utilidade.
Portugal afunda-se num regime de usura quotidiana, onde uma pobre população - cujo salário mínimo mal chega aos €500 e à qual se propõem 800 euros para a remuneração mensal de um médico - tem que haver-se, por exemplo, com a voracidade da corja nacional-católica, empregada pelo Partido Comunista da China na EDP, que arbitrariamente faz "ajustes" de facturas de molde a fazer evaporar parte importante do subsídio de Natal e de férias de quem os receba. Os cortes são um negócio em si mesmo. Concertaram o preço das religações. Valem três vezes o preço da conta da água, e duas vezes no caso do gás e metade da conta da luz. Um belo filão de negócio, este.
Um bilhete de autocarro custa quase dois euros - num sistema péssimo, feito para isolar e perder tempo, com os tempos de espera a chegarem aos 40 minutos - e onde a própria classe média, nos seus fatinhos de gimbrinhas e acreditando-se bem engravatada embora, procura uns tascos subsistentes onde possa almoçar por uns cinco euros... ao ponto de uma cadeia de supermercados ter organizado o negócio de vender refeições a esse preço, numa espécie bitoque dos pobres. Como se o bitoque alguma vez tivesse sido de ricos.

domingo, 6 de agosto de 2017

O que é DNA do PS são casos particulares no PSD.


por estatuadesal
(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 04/08/2017)
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Duas histórias envolvendo quadros do PSD foram notícia esta semana, sem que qualquer uma ajudasse a criar uma narrativa sobre os social-democratas: a auditoria do Tribunal de Contas (TdC) ao Instituto do Território (IT), fundada pelo diretor do gabinete de estudos do PSD até ao ano passado e coordenador do programa eleitoral do partido, e a viagem do vice-presicente da bancada do PSD à China, pago pela Huawei.
Rogério Gomes foi presidente da associação Urbe durante 24 anos e contratou, entre 2003 e 2004, Passos Coelho para diretor do departamento de formação e coordenador do programa de seminários. Sendo bastante próximo de Passos Coelho, a fundação do seu instituto contou com o apadrinhamento público do ex-primeiro-ministro quando já estava em São Bento. Recebeu depois disso apoios do Estado significativos que o TdC considerou agora irregulares. Segundo o tribunal “não preenchia as condições para ser considerado organismo de direito público” não sendo por isso elegível para os apoios que recebeu. Autoridade de Gestão do Programa Operacional de Assistência Técnica terá pago indevidamente quase 250 mil euros. O TdC recomenda a devolução do dinheiro entregue ao instituto do colaborador próximo de Passos.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

O PSD vai voltar ao poder com Pedro Passos Coelho?



por estatuadesal
(Nicolau Santos, in Expresso Diário, 04/08/2017)
nicolau

Nas últimas semanas, o Governo, a quem tudo corria bem onde se pensava que tudo lhe correria mal (na frente económica), viu a vida a correr mal nas áreas onde se pensava que tudo lhe correria bem (política, social e laboral). O Presidente da República deu uma entrevista e a sua pitonisa, Luís Marques Mendes, disse que era a prova de que Marcelo se tinha começado a distanciar do Executivo. A oposição tem cavalgado impiedosamente o drama dos incêndios e o roubo de Tancos, anunciando mesmo o apoio a greves anunciadas. Sente-se que o Governo está ferido e que as negociações para o Orçamento do Estado de 2018 podem abrir fissuras importantes entre PS, por um lado, e Bloco e PCP, por outro. A maioria absoluta com que os socialistas secretamente sonhavam é agora mais incerta e a oposição não afasta uma vitória eleitoral em 2019. Há, contudo, um pequeno problema: será que o PSD pensa que vai voltar ao poder tendo como líder Pedro Passos Coelho? Será que o presidente do PSD é o homem certo para cativar o voto dos portugueses? Será que os sociais-democratas pensam que o discurso punitivo do seu líder entre 2011 e 1015, bem como o rol de desgraças que tem anunciado ao país desde aí, conduzirá a uma enorme vaga de fundo que levará de novo o PSD ao poder daqui a dois anos?